quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008… Balanço emocional

Foi...
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Foi o ano da Eurodisney e de 4 dias vividos na mais pura e imensa felicidade. Eu sei que o paraíso existe. Já lá estive.

Foi o ano do Brasil e de uma missão inesquecível que fica para a vida.
(Renascendo para o mundo numa das cachoeiras selvagens do Parque das 7 cidades)

Foi o ano da subida de nível nas Finanças, depois de um concurso duríssimo de 3 provas, em 3 anos e que envolveu dezenas de códigos (espessos, maçudos e indigestos).
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Foi o ano de voltar a estudar depois de já nada esperar da vida académica, tudo graças a uma Pós-Graduação financiada, à porta de casa e que me deixa sempre a pensar.

Foi um ano de muito trabalho, com muitos eventos (sempre em equipa) e muitos sucessos.

Foi o ano da confirmação do desporto como vector fundamental, com uma estimativa de 1.400 quilómetros corridos!!!!! (4 semanas x 12 meses = 48 semanas x (3 x 10 quilómetros ) = 1.440 Km). Os pontos altos foram a Meia Maratona da Ponte Vasco da Gama (21 quilómetros) e a Maratona BTT da Rota das Antas.

Foi ano do meu blogue que é o meu escape, o meu lar alternativo, o meu amigo secreto, o local onde me encontro e reencontro, a minha ponte para as pessoas que me confessaram que com ele se riram, choraram e sobretudo pensaram. Foi, sem dúvida alguma, o ano de redescoberta da escrita.
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Foi mais um ano da família (o elo mais importante)

Com os amigos sempre presentes!

Foi o ano de um país em convulsão

Foi o ano da afirmação portuguesa no desporto

Foi um ano de malandros...

E de novos heróis!

Foi o ano de um mundo que mudou muito mas no mal, nem por isso…
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Foi um ano de partidas
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E de esperanças adiadas…
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Olho agora para 2009 como um enorme corredor com 365 portas por abrir e descobrir.

Será o ano da recta final da missão autárquica que se revelou bem mais dura, longa e solitária do que esperava. Termino com a consciência tranquila de quem tudo fez para estar à altura. Assim espero…

Será o ano de regresso à casa-mãe fiscal. Tenho saudades da minha vida... e de tirar este peso enorme e invisível que carrego nos ombros de dia e de noite.

Espero que seja o ano da confirmação da visita de estudo à Finlândia para poder aprender como funciona um dos sistemas educativos mais evoluídos e bem urdidos de toda a Europa e do mundo. A candidatura está aprovada. Faço figas para que tudo dê certo.

Será o ano de reencontro com os Oasis, em Fevereiro, num Pavilhão Atlântico que espero esgotado.

Faço votos que seja o ano da consagração internacional e da beatificação da imperial do Choca (Pastelaria S. Marcos, Santo António das Areias), como a melhor do Mundo. Com ela faço um brinde,


A todos os amigos que por aqui passam, fazendo votos de saúde, a mais preciosa de todas as riquezas. O resto vem por acréscimo. Que o ano novo seja em GRANDE!

E já agora... o meu também, com as pequenas sempre por perto.


sábado, 27 de dezembro de 2008

Óbidos, vila… quê?


Não querendo ser desmancha-prazeres, nem desmobilizador de planos familiares para esta época, não consigo, no entanto, ficar calado e sendo assim, lamento ter de vos dizer (agora que a minha filha não nos ouve) que o projecto “Óbidos Vila-Natal” é um grande barrete e uma imensa roubalheira.

E perguntam vocês, boquiabertos e em coro: “mas, Tio Sabi, porquê isso então, rapaz?”.

E eu respondo: “elementar, meus caríssimos irmãos! E passo a explicar as pretensas razões para tal conclusão…”

Constitui pois uma grande barretada porque se trata de um caso mais do que evidente de vender “gato por lebre”. Terá de haver quem se levante e grite que “o rei vai nú” porque senão corremos o risco de estarmos todos a ir na mesma cantiga. Trata-se de um caso em que como poucos, podemos verdadeiramente afirmar que o conteúdo fica muito aquém do produto prometido no embrulho. O aparato é enorme, a coisa vem muito bem embalada, mas tirando uma pretensa rampa de neve (trata-se de uma passadeira branca) que se desce de bóia, de uma pista de gelo que nem por isso é muito grande e uma área com póneis; creio que tudo o que demais ali se dá não passa de muita parra e pouca uva.

É certo que as decorações estão de nível, é certo que os detalhes não são descuidados, é certo que os animadores não faltam mas insufláveis já nós conhecemos de outras encarnações; a Vila dos Duendes não passa de meia dúzia de casitas com grandes filas e pouquíssimo para dar; os jogos tradicionais são corriqueiros e nada acrescentam (andas e joguinhos de madeira? Por favor…); a área de desportos radicais é do mais visto e não traz novidades em relação, por exemplo, ao Dia da Criança de Marvão; a casinha do Pai Natal está abaixo das recriações de muitas das grandes superfícies e quem diz isto diz muito mais… Para já não falarmos da animação que estava patente no dia em que por lá passámos ser um grupo coral, pelos vistos lá da terra!

Como costumo ter uma pontaria bestial nestas coisas, acertei em cheio no dia em que o Baião se lembrou de ir para lá abanar o rabo no “Portugal no Coração” em directo e a organização, a bem da produção, não teve pejo em fechar a área nevada dos póneis sem que considerasse essa menos-valia no valor que cobra à cabeça. Engraçado, não é?

A tudo isto temos de acrescentar, ou diminuir, conforme a perspectiva, a enorme desorganização nalgumas áreas. Tomemos duas a título de exemplo: os benditos desportos radicais e a patinagem.

Quanto à dita área radical, digo-vos que o evento abriu às 11 horas e encerrou às 19h. Pensem que aquilo é gente por todos os lados, e quando falamos em catraios então… parece que por lá pariu a galega! São mais que as mães! Mas ainda assim, os monitores da área radical decidiram encerrar às 13 horas para almoçarem. “1 horinha!”, disse o man. Só se for no Rolex dele. No meu deu quase duas certinhas e o pessoal, como seria de esperar, ali à seca. Os pais sopravam e os putos desesperavam com o atraso.

Só para terem uma ideia, a minha meteu na cabeça que tinha de descer na escalada (e sempre esperei que se baldasse com medo ao fim, vá lá, vá lá) e foi nada mais nada menos que 1 hora e 45m de fila para 11 segundos de descida! Valha-me Deus, o que os pais fazem pelos filhos…

Como o pessoal de serviço deve de ser de alguma empresa lá do sítio e era insuficiente, tinham de ser os putos a carregar com os cintos de segurança e os capacetes de volta para a partida depois da actividade, tendo de escalar uma área nada macia por ali acima! Espertinhos, os gajos…

Isto para já não falar na segurança que deixava mesmo muito a desejar. Aquilo era tudo “à molhada” e houve putos que no regresso, não levaram com os que desciam em cima, por um triz. E ainda ouviam um ralhete do monitor. “Ó miúdo, por aí não! Tás tonto?”. Até que um pai mais afoito ali ao lado lhe disse: “a culpa é sua, que é um inconsciente. Devia saber que deve de guardar áreas de protecção e não o fez!”. E o gajo safou-se à pintarola: “a culpa é minha? Ah, ah! A culpa é da Câmara!”. “Da Câmara não! È sua. Você é que está a monitorizar a actividade!” e nisto vira-lhe as costas e abalou. Pensei para mim: “ainda os há com eles no sítio!”. Mai nada!

Na patinagem, a confusão mantinha-se. As inscrições estavam com quase 2 horas de espera. A pista estava tão perigosa do excesso de utilização que as quedas eram mais que muitas. O risco de quebrar qualquer coisa era tal que os monitores avisavam logo à entrada que não se responsabilizavam pela água ser quase mais que o gelo. Quando quisemos entrar, as saquetas plásticas identificativas andavam todas a rodar e não havia para reporem e o tempo a passar. Uma comédia… sem graça nenhuma.

Quanto à roubalheira, esta é mais do que evidente e dispensa quase qualquer comentário. Os crescidos levam logo com 5 euros à cabeça (os pequenos abancam com 3) que dão só para entrar. Depois, tudo o que é actividade lá dentro só está disponível com recurso a fichas sendo que cada uma vale 1 euro. Só para terem uma ideia, meia hora na pista de gelo vale 3 fichas por pessoa (600 escudos) e o algodão doce vale 2 fichas cada (400 paus, meia dúzia de Cornettos no meu tempo). Até para ver uma banal exposição de Pais Natais se tem de avançar com a dita ficha.

O cenário estende-se à alimentação: como não há grandes opções onde comer e voltar para trás é impensável, quem não leva bucha aviada de casa, bem pode pagar cafés a 160 escudos e sopas a quase 500 paus cada (em moeda antiga parece mais!).

Enfim, uma verdadeira máquina de facturar! À nossa custa!

E eis que chega a fase em que a pergunta se impõe: “queres então dizer que não vale mesmo a pena?”.

Também não vou por aí. Esta é apenas a minha modesta leitura, cada caso é um caso e as crianças, como nós sabemos, ainda têm quase intacta aquela fabulosa capacidade de acreditar que as faz, de forma inata, enaltecer o que é bom e relegar para segundo plano as coisas que nos partem a cabeça a nós, crescidos. Houve momentos em que a minha foi mesmo feliz e via-se que desfrutava de tudo em redor. Por isso, pelo passeio, por apanhar outros ares, sempre valeu. Mas a verdade é que para o ano não me enrolam outra vez. O mais certo é ir atrás da neve (se a houver) e tudo isto só confirma a teoria que já defendia antes de lá chegar: se querem mesmo, mesmo, mesmo sonhar em grande, mais vale fazer um sacrifício maior e levá-los à Eurodisney. Aí sim, com o total selo de garantia do Tio Sabi. (tantas saudadinhas, já…).

Grande abraço, continuação de boas festas e desculpem lá qualquer coisinha!

Também tem muito carro. Também complica porque o espaço não estica...

Também tem fila... também tem grade...


A suposta pista de gelo que não passa de alcatifa

Fechado por motivo da vinda do Baião

A gente já vem... Vamos só ali dar ao dente...


Área de comidas, também ela concessionada. Venha a nós os vossos €







Sai daí que ainda te constipas...






Também tem lixo amontoado, também tem falta de caixote...

Navidades...


Confesso que já estava com saudades mas realmente não foi possível antes…

O tempo tem voado entre a Pós-Graduação, as sessões de DJ, as festas de funcionários e os concertos de Natal, as viagens familiares de época, os almoços-convívio de reencontro com alguns amigos, os aniversários de outros e de familiares… uffff… assim não há blogue que resista!

Vá lá um dia de folga e de tréguas para meter o sono em dia, para repor os níveis de jogging, para comer algo mais saudável, para estar tranquilamente em casa em frente à televisão, a relaxar no sofá, a ver um filme de Natal qualquer…

Tempo também para reorganizar os ficheiros informáticos, as fotos dos últimos dias, fazer alguns balanços e escrever sobre o magnífico concerto de Natal do Município de Marvão que decorreu no último domingo na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Beirã.

Sob a designação “Natal para todos”, a soprano Jacinta Almeida e o pianista Amadeu d’Oliveira interpretaram de forma magistral, durante cerca de 1 hora, alguns dos mais belos temas clássicos alusivos a esta época que agora atravessamos. Extremamente acessíveis e interessados, nunca escondendo a alegria de estar num templo tão belo e pela primeira vez em Marvão, explicaram cada uma das obras para que os presentes compreendessem melhor a emoção das suas interpretações.

Pena que os presentes fossem, de facto… muito poucos e aquém do número que um espectáculo desta qualidade poderia fazer prever. Não digo com isto que a igreja não estivesse composta mas se disser que das 6 dezenas, pela menos uma era família directa…

A eterna questão da falta de visão unitária do concelho. Há os de lá, os de cá e os de lá não vêem para cá e os de cá não vão para lá.

A perspectiva do local de realização foi a de sempre: descentralizar. O último concerto de Páscoa realizou-se em Marvão, na Igreja de Nossa Senhora da Estrela. O anterior espectáculo de Natal tinha sido em Santo António das Areias. Uma vez que o último evento apoiado pela Câmara foi o do lançamento do livro “Marvão, à mesa com a tradição”, na Junta de Freguesia de S. Salvador (do lado de lá, portanto) e estando a sede de concelho abrilhantada com o sempre excelente cartaz do presépio ao vivo…

Mas mais grave ainda que a falta de afluência de populares, foi a forma displicente como os autarcas locais (incluindo de Juntas, Câmara e Assembleia) encararam um evento que foi amplamente e antecipadamente divulgado no site e blogue oficiais, na rádio e jornais, em e-mails e cartazes que foram distribuídos por todas as superfícies comerciais do concelho, num total de perto de 140 exemplares. Nem sequer faltou o último apelo escarrapachado na porta do Centro Cultural de Marvão, onde se realizou a festa de Natal do Município, mas nem mesmo assim… Tirando o Presidente da Junta de Freguesia anfitriã… nem vê-los.

Eu já nem sei o que será mais gritante, se a asfixiante falta de verbas para fazer uma programação cultural constante e de qualidade, se a dificuldade em fazer ver às pessoas a importância de não perder estas oportunidades únicas de ir além do que é normal.

Quem foi, certamente não esquecerá tão cedo. O amigo João, mais conhecido por Sousa dos Barretos que esteve escalado para apoiar no transporte do piano e acabou por assistir a um recital que não estava nos seus planos, disse tudo quando no final se me dirigiu e comentou “isto faz um gajo tremer todo cá por dentro…”.

Podes crer!







sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A menina e o cão (ou o esplendor do Natal)

Eu pensava que já tinha lido ou dito tudo sobre o Natal.

Até que ontem, na festinha da escola da minha filha, fui surpreendido pelo número que ensaiaram na sala com a professora Vina. Encenaram o texto que se segue e que eu desconhecia por completo, de uma forma simples mas tão bela e maravilhosa que me fez ir às lágrimas. Juro. Ainda bem que ninguém reparou…

Enquanto algumas crianças liam a historinha, outros meninos passavam pelo palco com elementos diversos incluídos no texto como pássaros ou corações. Isto com uma música de fundo encantadora e com um bom gosto que nem vos conto.

O texto, magnífico… é da Luísa Ducla Soares e arrebata qualquer um logo às primeiras linhas. O mérito é dos pequeninos mas o engenho é todo, todo ele de uma professora muito especial. Bem haja pela oferta da sua folhinha com as anotações dos nomes das crianças.

Já é um tesouro meu.
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Pistas…



As noites têm sido passadas a preparar o set para Sexta-Feira, no Crisfal. São centenas de entradas, de músicas, de hits, cada um melhor que o outro. Parece-me que vai ser de arrebenta…