segunda-feira, 31 de março de 2008

Só tu... (música homónima dos Platters aconselhada como som de fundo)


Meu querido Chalana
Meu santinho padroeiro,
Meu ídolo de infância,
Meu talismã milagreiro.

Contigo, o Benfica,
Volta a jogar vistoso,
Recuperaste a alma, a mística,
O futebol maravilhoso.

Pelos flancos, pelas alas,
Todos eles dão ao litro,
Suam as camisolas sagradas,
Do primeiro ao último apito.

Procuram ganhar o desafio,
Logo desde o primeiro instante,
É lindo ver a malta a correr,
Em velocidade estonteante.

São os passes acertados,
A certeza nas marcações,
Os raides pelas alas,
As belíssimas triangulações.

Jogas com duas pontas na frente,
Com um meio-campo musculado,
Substituições na hora certa,
Para um onze bem oleado.

Podes não ser o Mourinho,
Não ser grande estratega, nem genial,
Mas sabes motivar a equipa,
E elevar o nosso astral.

Depois do marreta do engenheiro,
E do espanhol acabrunhado,
Só mesmo tu, meu artista,
Para quebrar o mau-olhado.

Com humildade e simpatia,
Falas ao nosso coração,
Unes a massa associativa,
Da mais poderosa nação.

Nesta difícil partida,
Jogámos contra duas formações,
Os onze marcambúzios amarelos,
E os outros três ladrões.

Roubaram-nos um penálti claro,
Marcaram outro imaginário,
Quiseram meter-nos a perna,
Fazerem-nos passar por otários.

Mas eis que na segunda parte,
Com o maestro a brilhar,
Esmagámos o adversário,
Com um charme de encantar.

4 sardas lhes espetámos,
4 grandes golões,
4 gritos de alegria
4 grandes emoções.

Bem hajas, meu querido,
Pelas alegrias que nos dás,
Contigo esquecemos as tristezas,
Deixamos a crise para trás.

Que Deus te conserve assim,
Esforçado, dedicado, eterno campeão,
Continua a ajudar o nosso clube,
O emblema da nossa devoção.

(Contigo até o Nuno Gomes volta a saber jogar à bola! És grande!)

Filosofia do pedal


Na primeira aula para aprender a andar de bicicleta sem as rodinhas pequenas, estou eu mais que concentrado em garantir-lhe o equilíbrio quando avança com duas perguntas de rajada, num espaço de 5 minutos:

- “ó pai... o que é a consciência?”

Seguida de,

-“E os cães, também têm cérebro?”

Ahhhh.

De certeza que isto não vem nos manuais!

A ferro e fogo


Por cortesia de um estimado amigo de sempre, também bastante apanhado por esta devoção cinéfila, assisto comodamente instalado no meu sofá, com o portátil no colo, à fita consagrada na última edição dos Óscares, acontecida há apenas umas semanas atrás.

Sinais dos tempos…

Quando era mais jovem, esbarrei muitas vezes com desgosto nas montras dos discos aos quais não podia chegar na quantidade desejada e nos cartazes dos últimos lançamentos cinematográficos que estreavam sempre tarde e longe demais para mim. A indústria dizia: “adapta-te!”.

A coisa deu a volta. Os instrumentos que possibilitam o acesso à técnica evoluíram mais rápido que a própria, democratizaram o processo, levaram-no às pessoas e agora está tudo irremediavelmente perdido para eles e ganho para nós.

Salve aleluia!

“Adaptem-se!”, digo-lhes eu entre dentes enquanto me ajeito para encontrar a melhor posição da almofada. Ah, belos tempos para se viverem.

O filme é muito bom, mas isto não é novidade para quem conhece o trabalho desta dupla endiabrada de irmãos que assinam aqui o seu exercício de estilo “mais que perfeito”. Inteligente, visceral, belíssima no trabalho de câmara e na gestão da narrativa, esta é uma obra de arte que perdurará entre as fitas mágicas que merecem o Olimpo do celulóide.

A narrativa é do mais simples e por esta altura já toda a gente sabe que anda tudo à volta de uma mala cheia de dinheiro e a confusão que se instala à volta, gerada por todos aqueles e mais alguns que estão capazes de tudo para lhe deitar a unha em cima.

Em termos cinematográficos, não há uma ruptura do universo desta dupla de criadores mas antes uma súmula dos muitos quadros que foram pintando ao longo da sua extensa carreira. Recordo aqui a sua predilecção por esta aridez da paisagem que tanto me marcou quando os conheci, há muitos, muitos anos atrás no tresloucado “Arizona Júnior”; e encontro um grande paralelismo com o fabuloso “Fargo” sobretudo ao nível da caracterização, da rudeza e da violência latente nas personagens; do “non sense” que se instala à volta deste suspeito “Jackpot” de azar; e da necessidade de recorrer a grandes planos da paisagem que contrastam com os movimentos rápidos de câmara nos momentos em que a acção galopa. E de que maneira galopa…

Concordo quando o coro de vozes se levanta para dizer que este Chigurh que Bardem criou com uma espantosa contenção de recursos é digno de entrar directamente para a galeria de ouro dos psicopatas mais tenebrosos da história do cinema. Estará, no entanto, na minha modesta opinião, a anos-luz do Hannibal Lecter que Sir Anthony Hopkins nos legou para a eternidade. O espanhol, certamente muito bem assessorado e ainda melhor dirigido, percebeu desde a primeira hora as limitações que condicionam o seu raio de acção artístico e moldou a personagem ao mínimo da evidência que ainda assim chegou para convencer meio-mundo. A mim convenceu-me mais ou menos e atiro uma para o ar para quem a queira apanhar: imaginem só esta personagem encarnada por um Rutger Hauer dos tempos áureos… Oh, sublime seria, não concordam? E se fosse eu que mandasse dava-lhe cabo da peruca que aquilo não ajuda nada a dar credibilidade à coisa. E eu quero lá saber se a obra original já o pinta assim! Quem conta um conto, acrescenta um ponto e eu metia-lhe assim um pente zero oxigenado que lhe ficava a matar, literalmente!

Podem vir com o Bardem que para mim, quem rubrica uma interpretação de encher o ecrã é mesmo o velhinho Tommy Lee Jones que rouba a fita a olhos vistos. Toda a dúvida e desassombro, toda a mágoa e incompreensão passam pelo seu rosto, pelo seu olhar e sobretudo pela sua expressão. Meus amigos e amigas, se eu fosse da Academia, este é que o levava mesmo que não estivesse nomeado porque o seu trabalho aqui é pura filigrana. Quando entra na morgue e fita o cadáver, basta olhar para ele para sentir tudo aquilo que lhe vai na alma e sobretudo, a responsabilidade de não ter cumprido a protecção que prometeu, não esquecendo a culpa de saber que se porventura tivesse chegado minutos antes, também ele teria sido apanhado no meio do fogo cruzado.

Sinais dos tempos e aquele país, como o nosso país, não vão mesmo sendo para velhos, com as grandes urbes a rebentar pelas costuras, com as “canhotas” a multiplicarem-se em cada casa e em cada esquina, com o dinheiro e a droga e a ganância e esses males todos que apodrecem as sociedades modernas por dentro a ganharem terreno. Vamos lá ver quem é que é o corajoso que se atreve a andar sozinho assim à noite ou a qualquer hora num desses bairros da periferia do Porto ou de Lisboa por agora, e do interior dentro em breve. Quem é que é o mano que anda assim descansado e seguro? Ninguém! E cada vez há-de ser pior. Com facas e navalhas já era mau mas sempre era preciso espetar, cravar, ir em frente. Um gatilho é só um clique, um gesto que tantas vezes vimos repetido na tv, é uma fracção de segundos e não deve de custar nada.

A verdade que muitos não querem entender é que não são só as grandes metrópoles que estão a mudar… é o próprio homem que está cada vez mais indiferente à dor e ao sofrimento alheio.

Eu percebo o Sherife Tom Bell quando faz aquela expressão preocupada de quem vai para lugar nenhum.

Às vezes, mais daquelas do que eu queria, também me sinto muito assim.

Nota do Professor Martelo: 4/5

sexta-feira, 28 de março de 2008

Augusta Emerita


Estive há dias em Mérida, acompanhado por autarcas do lado de lá da fronteira, para uma reunião de trabalho que tinha como propósito a captação de financiamento para um projecto cultural comum. Infelizmente, não posso hoje afirmar que as negociações decorreram conforme o previsto, mas a viagem valeu a pena, quanto mais não fosse, pelo companheirismo, pelo incremento das relações externas e pela vontade que despertou em mim de regressar em breve àquele lugar, com mais calma e com as pequenas.

Mérida não era novidade. Já por ali tinha andado de mão dada com os pais mas isso foi há muitos anos e desse tempo não guardo mais que algumas memórias vãs e uma ou outra foto amarelecida pelo tempo, às quais fui juntando informação mais recente que recolhi de jornais, revistas, conversas e imagens.

Esta visita de trabalho veio como que… reacender a chama.

Ah, e eu que sou tão apaixonado pelos romanos, pela sua forma de vida, pela sua visão do mundo e por tudo o que os rodeava e isto também não é coisa de agora, antes começou quando eu ainda mal sabia ler e comecei a coleccionar livros do Astérix que o meu padrinho me oferecia de cada vez que o visitava aos fim-de-semana em Idanha-a-Nova. E o que me fascinava mais naquilo tudo, não eram as cargas de porrada que o nosso amigo gaulês e o seu fiel Óbelix davam nos legionários, ao ponto de em cada soco desferido só deixarem cá em baixo as sandálias e os dentes a mais. O que me encantava naquelas vinhetas era sobretudo a possibilidade de conhecer o mundo deles como era então, com toda a sua belicidade, realismo e rigor histórico.

Depois foram os Kalkitos (lembram-se? O dos cowboys? Da estação orbital? Do navio dos piratas?) e as séries televisivas como o “Eu, Claúdio” e “Os Últimos dias de Pompeia” que ajudaram a adensar a paixão.

Com o já mítico “Spartacus”, do genial Stanley Kubrik, gravei em mim para sempre todo aquele imaginário, guiado pelo olhar de um jovem Kirk Douglas que personificou como ninguém antes e ninguém depois, toda a revolta que um homem consegue guardar dentro de si, lutando pela vida enquanto conquistava a cada movimento de espada, a dignidade e a liberdade dos seus pares.

Mais recentemente, o “Gladiador” de Ridley Scott, injustamente menosprezado na balança dos críticos, caiu-me mesmo no goto, menos pelo final lamechas mas mais pelos minutos iniciais da batalha com os bárbaros, numa sequência arrebatadora e de pura antologia que jamais esquecerei e que na minha modesta opinião, mais do que justifica o investimento dos produtores. Para mim, poderia mesmo acabar ali.

Há meses, os romanos voltaram, desta vez na televisão, pela mão da faustosa HBO que já nos tinha ofertado a melhor série de todos os tempos (sem margem de contestação e sim, estou a falar-vos dos “Sopranos”) e que agora mergulhou na recriação histórica com uma “Roma” como nunca a tínhamos visto antes, com todos os seus sanguinários jogos de poder e intrigas políticas, com toda a sua agressividade latente e sexualidade explícita.

De forma que nesta senda de relacionamento, Mérida parece-me perfeita porque é assim que se apresenta aos amantes do mundo romano. Apesar da importância estratégica que assume nos dias de hoje, funcionando como capital da própria região da Extremadura, não perdeu aquele ar de pequena “quase” vila do interior, com ruas estreitas e pequenos recantos, muito limpa e ajardinada, bem distante, por exemplo, da naturalidade “gitana” da graciosa vizinha Badajoz, essa também jóia mas de um outro tesouro encantado, neste caso, o islâmico.

Fundada 25 anos antes do nascimento de Cristo pelo imperador Óctavio Augusto, foi criada com o propósito de ser o local para onde regressariam aqueles que se distinguiram em vida pelos seus feitos militares em prol da mãe Roma, e a empreitada não podia ser mais bem sucedida porque 10 anos depois já era capital da província da Lusitânia, uma das três em que se dividia a Hispânia, hoje Península Ibérica (nesta altura ainda íamos a tempo… perdoem-me o desabafo!).

Todo o legado que ali permaneceu e resistiu milagrosamente ao tempo é pura e simplesmente avassalador. Brutal, mesmo! É muito, muito bom, muito bem cuidado, muito valioso, muito respeitado, muito visitado, muito Património da Humanidade, muito… prontos!

Eu sabia que não ia ter tempo para tudo, sobretudo quando na mala levamos uma criança de 6 anos que mal dobramos a esquina do bairro de casa, pergunta insistentemente “se ainda falta muito”. Eu gostava que um desses pais que são loucos ao ponto de irem assim com 3 e 4 filhos, alguns deles de colo, para sítios tão inóspitos como o Gerês, escrevessem um livro a ensinar como é que fazem. Eu cá comprava logo… sempre dava para tirar algumas ideias.

Mérida não é longe, nada disso, é aí a uns 45 ou 50 quilómetros de boa estrada para lá de Badajoz e demora-se daqui qualquer coisa como 1 hora e 45 a chegar. È verdade que quase se demora tanto tempo como daqui a Lisboa, que fica a 2 horas sem BT no caminho, mas a Lisboa vamos nós mais vezes e isto vale mesmo a pena.

Com a viagem e os fusos horários e a mania da hora da sesta, de manhã pouco mais deu que para chegar e visitar a “Casa do Mitreceo”, famosa pelo seu mosaico que representa uma visão cosmológica do Universo e é muito procurado. É claro que antes já tinha feito uma pesquisa no Posto de Turismo e já sabia muita coisa, como por exemplo, que se comprasse o bilhete para ver tudo, pagava 10 euros mas tinha direito a um livrinho todo catita que explica as coisas e se não fosse já saber isso, o jovem que estava na bilheteira com ar aparvalhado, a ouvir música no leitor mp3 do telemóvel, não se iria certamente lembrar de mo entregar. Bem, bem!

A Casa é magnífica e podemos por ali perfeitamente entender como seria uma “villae” romana, com as suas diversas e bem definidas divisões, o pequeno jardim interior, todas as pinturas decorativas, os magníficos e irrepetíveis mosaicos, a zona termal com os diversos tanques, o pórtico de entrada, a zona de estudo e tudo mais. Vejam bem que os gajos até se deram ao luxo de desenhar um Cupido com uma pombinha nos braços no chão do quarto que era assim mais para o namoro. Cheios de estilo. Epá! Adoro! Chegavam lá e diziam assim: “ó filha, olha só o que eu mandei fazer a pensar em ti” e era garantido! Espertalhões, sim! Porque nós, dos romanos, não ficámos só com o latim, os princípios básicos do direito e o gosto pela frequência dos lugares públicos. Na verdade, nós devemos muito mais a estes tipos que se vestiam assim só com uma farpela por cima e eram peritos em técnicas de engate e naquela altura marchava tudo fossem cachopinhos ou cachopinhas, velhas e velhos e até uma lucerna eu lá encontrei com a uma senhora a cometer acrobacias sexuais creio que era com um cavalo ou um gafanhoto gigante de patas para o ar que ali valia tudo. Eram grandes, estes romanos!


Antes do “cierre para la comida” ainda deu para visitar a área dos “Colombários” que não tinham nada a ver com pombos mas sim com a morte e com a forma como eles a encaravam. Tinham um ritos muito giros e uma manias bem engraçadas que nós aprendemos melhor num centro de interpretação ao ar livre que é simples mas eficiente e do qual nos fazia muita falta um do género no castelo de Marvão. Diz lá que entre muitas coisas, gritavam 3 vezes pelo nome do defunto para ver se o gajo estava mesmo embarcado, lhe davam uma moeda que ele não podia aceitar por razões óbvias (estava morto!) mas que ficava lá à mão de semear. E depois diz também que os queimavam mas depois passaram antes a enterrar embora as duas práticas coexistissem; diz que as áreas funerárias eram fora das muralhas da cidade para não criar mau ambiente; diz que a pessoa depois de morta era quase transformada em divindade, enfim, muita coisa gira!





“Ala que se faz tarde” e o almoço no M mais do que óbvio, seguido de umas comprinhas e voltamos à carga com o Anfiteatro e o Teatro Romano. Quem bota os pés no Anfiteatro e o olha cá de cima, quem tem capacidade de abstracção e tem alguma imaginação, estremece e vibra com o peso da história. Ver aquilo tudo cheinho de gente aos gritos, clamando pela vida do seu gladiador favorito, torcendo para que escape às feras que emergem do chão e dos orifícios laterais das bancadas perante a passividade do imperador e do mecenas… foge, é lindo! Mágico mesmo! Um sítio com a história toda lá dentro.


Vou dali meio abananado e subo as escadas que dão acesso à bancada do Teatro com um sol ainda de Inverno (apesar da Primavera) batendo de chapa. Quando chego ao cimo e olho para baixo digo para mim mesmo que é inacreditável. Do outro mundo! As colunas (belíssimas!), a delicadeza dos capitéis, as estátuas, toda aquela envolvência é de deslumbre absoluto. Pelo amor de Deus, parem de mandar os miúdos ao Badoca e ao Aquário Vasco da Gama e dêem-lhe disto que é tão bom. E a acústica? De arrepiar.





Da loja de merchandising e souvenirs não falo porque me custa: estava tão bem que eu era capaz de trazer aquilo tudo, tudo! até a rapariga do balcão que de romana não tinha nada mas era bem… parecida.

Como a hora ia adiantada, avançámos justamente para o Museu que se percebe logo pelas portas porque é que se chama NACIONAL de Arte Romana. É a estocada final. Não dá hipótese! Liga dos Campeões! São só 3 pisos magistralmente divididos que abarcam tudo aquilo que se possa imaginar sobre o que foi este período da história. As formas de vida, espaços públicos, organização política, manifestações artísticas, tipos de habitação, lazer e ócio, religião, monumentos funerários, a moeda, os mosaicos, os adornos, as maquetes, administração, movimentos migratórios e profissões. Aquilo é de tal maneira bom que se entra para lá palerma e sai-se de lá doutor em romanos. Corram!

Ainda por cima, para além de tudo isto, por estas alturas, na nave central estava montada uma magnífica exposição denominada “A via da Prata: uma calçada e mil caminhos” que abordava de forma profusa toda esta temática.

Querem mais? A cereja no cimo do bolo… a jóia mais bela da coroa: uma exposição temática com o sugestivo título: “Pompeia e Herculano: à sombra do Vesúvio”. Eh, eh. Lá dentro? Logo à entrada, três módulos de gesso que representam ao milímetro, três dos muitos corpos que foram encontrados naquelas paragens, três do que sucumbiram aos gases tóxicos e foram soterrados em cinzas vulcânicas. Depois? Quadros, esculturas, textos, artefactos de uso pessoal, vidros, frescos, utensílios de cozinha, mobiliário em bronze, instalações multimédia para explicar melhor o que se passou, divindades, amuletos, cerâmicas, tudo, tudo vindo de Nápoles, emprestado pelos amigos italianos. Ah! Música. Pura poesia.

E bem, saí assim meio a levitar. A pensar como às vezes temos tanto e tão bom aqui tão perto e passamos a vida feitos burros a passear a cabeça entre as orelhas, em vez de desfrutarmos a vida e tentarmos viver melhor.

Ah…

Em Mérida, até os drogados têm estilo. Como o que me interpelou à saída do Museu pedindo uma moeda e eu lhe passei alguns trocos só para não ter de o ouvir e o gajo me diz “ni un eurilho?”, como quem diz, “para dares esmolas destas, mais vales ficares com elas!”. Muito bom!

Na “Braseria de los Duendes”, pincho moruno, cerveza sin e calamares para el viaje.

Em Mérida, banho de História e Cultura.

Como eu percebo o gajo que disse “nem só de pão vive o homem”.

Podes crer, pá!

quarta-feira, 26 de março de 2008

2º Grandioso Passeio Pedestre do Blogue - Livro de Memórias

1. Line up inicial: Bonacho, Mário, Luís Bugalhão, Clarimundo (só prá foto), moi même, Buga, Jorge, Paula, Bonito, Conceição, Garraio, Nuno Pires

2. Velocidade cruzeiro em direcção à Relva da Asseiceira

3. O "nosso" Alentejo


4. O Mário conta mais uma das suas... Grande contratação!

5. Uma platéia... estilosa.


6. Vidas boas...

7. Garraio... o nosso Indiana Jorge!

8. Serpenteando por entre as rochas e a vegetação

9. Esta é para meter em cima da televisão. A moldura tem de ser uma daquelas da Loja do Chinês que diz "Amo-te", a euro e meio.

10. Fim de semana alucinante...

11. O Bonachinho pensava para consigo mesmo: "isto está bom para a boga..."

12. No alto... ao cimo de tudo.

13. A caminho da Fontanheira

14. Matando a sede...

15. Numa fonte com um santo muito especial...


16. O nosso amigo Pires deu cartas, com bolinhos e moscatel...

17. Abismados com a solenidade dos caminhantes, os nativos mudaram o nome de uma avenida para comemorar a efeméride...

18. O antigo salão de baile e as janelas por onde saltavam os mancebos em noite de porrada.

19. Custou... mas foi! Eu não disse que o auto-temporizador funcionava?

20. No dia em que começava a Primavera e a minha querida Cali celebrava mais um aniversário

21. As filhas do Luís, não desistiam de procurar o pai por entre as giestas floridas

22. Tás lindo, estás! Estás mesmo bom para ir à faca!
Esta foto sai em poster na Mulher Moderna da semana que vem

23. Eu e as minhas amigas da Pitaranha. Junto a mim, a contrabandista que levei ao Goucha. Uma jóia!

24. As placas bem avisavam... Cuidado com as picadas mais à frente...

25. "É além", diz o Buga, "já lá estive antes..."

26. Em San Pedro, uma "finca" de encantar...

27. A comitiva junto ao Gabinete de Relações Transfronteiriças.
Uma casa de culto...

28. Finalmente, o Pino!

29. A cerveza pré-jantar

30. Dona Estrella: "usted no puede existir! Que rico!"

31. Com o nosso anfitrião e as últimas incorporações
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“Até qu’enfim!” dirão muitos e eu também, mas sabem como é…

Meteu-se a Páscoa, o Torneio de Futebol Infantil, a família, algum descanso, jornais e leituras em atraso, música por ouvir, uma ou outra reunião de trabalho, alguma papelada e… só agora.

Só hoje, mas mais vale tarde do que nunca.

Primeiro seleccionei e trabalhei as fotos. Depois, era para escrever tanta coisa que eu queria mas sinceramente, acho que não é preciso. Não é mesmo porque está tudo aqui, nas imagens. Acho que está um roadbook bem à maneira e dá para os que foram poderem recordar e para os que não foram, poderem ter uma ideia do quanto desfrutámos todos.

Foi um dia glorioso… uma temperatura e um sol maravilhosos, uma companhia muito bem disposta, uma grande jornada de camaradagem e de amizade também.

Esta é a face visível da família cibernética que se formou nesta taberna virtual.

Saúdo as novas aquisições, todas elas de luxo e oxalá para a próxima, haja ainda mais. Quando formos mais de 100, espero fundar uma nova religião.

Ainda foram 4 horas a dar ao pé, partindo de tarde e chegando bem de noitinha.

Digo-vos com sinceridade: passei um pedaço 5 estrelas e no fim… não me cabia um feijãozinho no tal orifício.

Uma maravilha!

A todos, mesmo todos, incluindo os que não quiseram deixar de estar no jantar, o meu muito e muito e muito obrigado.

São vocês também, que fazem tudo ser assim e valer a pena. Um estabelecimento sem clientes, só tem uma alternativa.

Grande abraço…