quarta-feira, 27 de junho de 2018

(Arrumando os envelopes, porque...) Há parabéns e parabéns...

O bebé, ao volante de mais um brinquedo... :D


Pelos anos, um costuma receber muitas prendas. Desde que há facebook, então, e se abriu uma nova era na comunicação entre todos, recebe, sobretudo. A aplicação aviva a memória do utilizador, e… uma vez que aparece ali mesmo à nossa frente, a cara do felizardo ou felizarda, não custa mesmo nada dar os parabéns, não é verdade? E se pensarmos que, ao darmos aos outros, ficamos automaticamente habilitados a podermos receber deles, tanto melhor.

Pensando bem, quem não gosta que os outros se lembrem de si, e o façam feliz?

A grande maioria deixa-se cair no facilitismo da repetição, do ”muitos parabéns”, e a isso tento fugir a todo o custo, porque sempre pugnei a minha vida por não ser apenas mais um… do maranhão.

Gosto sempre de pessoalizar, e quem faz o mesmo comigo, acaba por se destacar.

Das muitas felicitações que recebi, e todas agradeço muito, esta (que transcrevo abaixo a bold) marcou-me particularmente, porque me fez recuar a um momento preciso na minha vida:

Nesse então, quando acabei o curso e decidi regressar à minha terra, para junto da minha mãe, que tinha enviuvado há pouco; e do meu irmão, sem pai, ainda garoto; tive um (mais um!) choque brutal, para o qual já deveria de estar preparado: não havia aqui emprego para mim! Para quem tinha visto os pais ficarem sem o seu, de um dia para o outro, com a abertura do mercado económico comum; o cenário não ajudava mesmo nada.

Andei a dar aulas de inglês, no Agrupamento de Instrução da GNR de Portalegre, durante três anos a fio, sempre com um caráter precário, e depois comecei a procurar algo mais certo, que me permitisse fazer planos de vida.
Bati a tantas portas, mas estas, ou nem sequer se abriam, ou se fechavam de imediato.

Mas houve nessa altura, um Amigo que me valeu, e me fez um favor que jamais hei-de ser capaz de lhe retribuir. O João Carlos Anselmo, meu Amigo de toda a vida, muito bem posicionado na Amatoscar, onde ainda trabalha, e comercializa quase todas as marcas que há no mundo, soube que procuravam um Chefe de Vendas para Castelo Branco, e alguma coisa viu em mim, que me abriu essa porta de saída para um universo que só afunilava.

Não é que tivesse a paixão por carros, que não tenho, e nunca ganhei, mas como tinha organização, método, e alguns conhecimentos recém-ganhos em Lisboa, aceitei o desafio de ajudar a orientar, quem sabia muito mais da matéria que eu.
Castelo Branco já há 20 anos atrás, não era Castelo de Vide, nem sequer Portalegre, que sempre ficou nas covas de terrenos vendidos a peso de ouro, quando os albicastrenses praticamente os ofereciam ao peso da uva mijona, para os que iam daqui escalmorrados.

E os vendedores de casa, que vinham fustigados com a convivência com o meu antecessor, que fazia muito mais do que aquilo que devia, para ele; e muito menos para a casa que lhe pagava; eram toda uma equipa… singular.

O Zé Carlos, o “Auto-Bolas”, como a gente lhe chamava, era o protótipo do vendedor albicastrense. Muito meticuloso, esmerado, atencioso, da velha escola, já tinha passado por diversas marcas, e tinha todo um background de muitos anos de aprendizagem.
O Silveira, com  apetência para um estrato social diferente, era um apaixonado pelas quatro rodas, e o co-piloto de rallies do Jovilucas, um nome maior dos motores na cidade. Tinha sido colega de liceu do meu pai, e isso, para mim, e para si, dizia tudo.
Depois, havia também o recém chegado ao mundo dos volantes, rotinado nas vendas de um produto completamente diferente, o Fontinha, que por todos foi... apadrinhado.
Para fechar o ramalhete, o Nogueira, ou Nogas, como eu sempre lhe chamei. O Nogueira, solteirão muito bem apessoado, seria o playboy, se estivéssemos a falar numa banda desenhada. Alto, bem parecido, gostava de se passear de óculos escuros, e casaco às costas, pelo stand(er, como lhe chamávamos), e pela cidade. Namorava com uma Renata há muitos, muitos anos, mas perdi-o, como perdi quase todos os contatos desse tempo da minha vida. A distância acabou por nos afastar, e… longe da vida, longe do coração.

Tirando um, ou outro encontro fugaz, fomos vivendo em caminhos diferentes.

À exceção de um ou outro contato fortuito, não mais nos vimos.

Até que… provando que há prendas, e prendas, o Nogueira, neste ano, fez-me isto:

"Sim, o Pedro é muito dedicado à família, aos amigos, aos seus conterrâneos. Ligado umbilicalmente ao seu cantinho raiano no nordeste alentejano, é aí, provavelmente, que vai beber a alguma fonte, tamanha inspiração e talento.
Sistematicamente e através da sua visão de ave de rapina, consegue descrever na perfeição o ambiente sereno que o rodeia, com imensa luz. Até pode ser de noite. Mas sempre com imensa luz. A sua escrita, contundente por vezes, nunca perde a compostura. Quando a usa, a fição é facilmente detetada. A sua visão da vida e da paisagem é tão fascinante e bela que parece mesmo inventada. Mas não. É o Pedro Sobreiro, em carne e osso, que faz o favor de nos presentear a sua visão através dumas linhas soberbamente escritas e ainda por cima...de borla !
Por tudo isto e muito mais, cá vai um grande abraço de...          MUITOS PARABÉNS !

Esqueci-me de assinar !
Um grande abraço do António Nogueira (ou Nogas como dizes!)

E eu, embaraçado, claro que respondi: “Opá... ó Nogas... OBRIGADO! (Alguma vez fazia ideia que lesses o meu blogue»!?!?!) À medida que ia lendo este texto... fui ficando num misto de embevecido, e boquiaberto. São muito provavelmente, as linhas mais bonitas que alguém alguma vez escreveu sobre mim. Sério que foste mesmo tu?!?!? A minha alma está parva! Pensava que tu apenas percebidas milhões de carros, para além de... há quase 20 anos atrás, ter as melhores referências de ti. O filho do dono da papelaria, que era um bonacheirão, bem disposto, ar de playboy, e sempre a curtir a vida. Olha... 1000 obrigados! Acredita que não poderia ter melhor prenda! Apetece—me dizer que vou roubar ("publicar"), mas como me foram dadas... não é bem roubo, não é?!?!?

E outra vez, mesmo sem estar à espera, OBRIGADO AMIGO! (Ainda me lembro das tuas gargalhadas ao que eu dizia..."Ò MATOS!!!!!!")


Por falar em prendas únicas...



sábado, 23 de junho de 2018

Quando as vozes de anjo.. vieram do outro lado do mundo




E o Concerto solidário do grupo de restauro do património religioso de Marvão, dado pelos Madrigals, da Kaneland High School, de Chicago, Estados Unidos da América, foi assim. Se Marvão fica mais perto do céu que as outras terras cá de baixo, nesta noite, tocou-lhe. Pouco depois escrevi assim,



Mas estava realmente sensibilizado, iluminado, e saí de lá a caminhar mais de um palmo acima do solo.

Um concerto gratuito, de borla, à pala, de mão beijada, que muitos, graças a Deus, quiseram aproveitar

Numa palavra: tocante!




Mas também poderia ser único, ou obrigado.



sexta-feira, 15 de junho de 2018

Aprender com arte (os grandes pelos nossos meninos)




Texto dedicado a todos os Professores e Professoras com amor à sua arte de ensinar, em particular, à Professora Teresa Reis, à Professora Conceição Mota, e ao Professor Filipe Ferreira.























Uma professora não é uma mãe. Mas uma professora pode ser mais que uma mãe. Uma professora, quando consegue conciliar a aprendizagem com profissionalismo, e amor, transcende-se, e é capaz de ajudar as crianças a projetarem as suas capacidades mais além, e a chegarem onde nunca pensaram. Estas professoras, que estiveram na base deste trabalho hoje exposto no Museu da Tapeçaria de Portalegre – Guy Fino, conseguiram realizar uma proeza, a todos os títulos, notável. Ao ajudarem os mais pequenos a conseguirem recriar os grandes nomes da pintura internacional (Renoir, Monet) e nacional (José de Guimarães), conseguiram mostrar-lhes que também eles, conseguem gerar obras iguais às dos mestres e assim, despertar-lhes uma curiosidade, que só Deus onde poderá ir dar.



A senhora presidente Adelaide Teixeira, nas breves (mas muitíssimo importantes) palavras que proferiu aquando da inauguração da exposição, realçou precisamente essa perspetiva que, quanto a mim, é também a mais importante: ao imitarem, abrem os sentidos, aguçam a capacidade de observar (ver, quando olham), tornam-se mais… crescidos.

O descansado que eu fico, quando deixo a minha filha Alice, o meu segundo tesouro mais precioso na vida, nas mãos destas Senhoras Professoras que já mencionei, como da Professora Vina, como da Professora Guida, como do Professor Filipe Ferreira. Queira Deus que ela na vida, tenha sempre profissionais deste gabarito, a ajudarem-na a crescer.

O meu humilde, sincero, fraterno e caloroso, a todos e todas: BEM HAJAM!




 




terça-feira, 12 de junho de 2018

Fdse Paulo! Desculpa aí! A gente enganou-se...



Há notícias verdadeiramente inacreditáveis, fraturantes, dececionantes, que nos deixam a abanar. Há 15 anos, Paulo Pedroso, um dos delfins do Partido Socialista, apontado nas bolsas de apostas internas, como um nome a considerar como possível timoneiro futuro, foi dentro, envolvido no turbilhão da Casa Pia, pesando sob a sua cabeça, a terrível acusação de abuso sexual sobre menores, provavelmente uma das mais graves que um homem sério e responsável, pode suportar sob a sua cabeça.

Na suspeição, matou-se uma carreira política. O ar compenetrado, sisudo, algo cinzento, passou a assumir na suspeição, um caráter malévolo, sibilino, terrível. Morreu politicamente.

Até Ferro Rodrigues, hoje o atual nº 2 na nossa hierarquia política, deu o corpo às balas, e assumiu a importância da sua defesa, como uma das prioridades máximas, na sua carreira política. Mas o povo português, habituado que está a esta forma destrambelhada e exacerbada dos políticos na defesa dos seus pares (recordando aqui, a histeria permanente do caquético Soares, na defesa do seu amigo José Sócrates, que todos imaginamos atolado em provas incriminatórias), deixou-o cair.

Nesse então, passou 4 meses e meio, repito, 4 MESES E MEIO, a ver o sol entre as barras, engavetado no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

Agora, década e meia depois, ou seja, 15 ANOS depois, surge uma decisão do Tribunal Europeu que lhe dá razão. Pois o Tribunal de Estrasburgo, defende que deveriam ter sido tomados outros cuidados à prisão preventiva de Pedroso, e que não existiam provas suficientes de que o antigo ministro tivesse cometido os crimes de abuso sexual de menores, capazes de o engavetar.

Vai daqui e decide que o Estado português, ou seja, nós todos, tem a pagar-lhe € 68.555 euros, num prazo de 3 MESES! AHAHAHAH… muito bom! Olha… que, que, que… há com cada merda! BEM! Isto é só rir!!!! E nem sequer é um número redondo! Aqueles 555 euros, e não 556, como não 554… são de partir a moca! Onde é que está a tabela para analisar a gravidade da coisa? AHAHA… muito bom!

Então engavetam o rapaz, com base no testemunho de uns putos chutados à margem da sociedade, encostados, marginalizados, com base em meros testemunhos, sem cruzarem as acusações e os dados, e agora querem que a gente indemnize o rapaz, por lhe termos dados cabo da vida, salvo seja, que eu nunca lhe fiz mal nenhum…

Bem… estou que não posso! Isto não é a EuroDisney, mas que é um país a brincar, disso não há duvidas nenhumas!

La madre que lo parió!


segunda-feira, 4 de junho de 2018

Sempre que corro para ti...


Sempre que saio sem fim à vista, sempre que fujo sem destino certo, sempre que deixo que seja o percursos a descobrir-me... as minhas pernas levam o meu coração... para ti.

Mergulho no passado, na verdade, até acho que corro atrás dele, e ele enche-me o coração e a cabeça, de memórias e companhia. A minha alma vai cantando. Nunca vou só.










Fico feliz por andar assim, qual milheirinha perdida, enganada pelo que parece ser.

E nem reparo que as casa~s estão desertas, as ruas vazias, a escola fechada, que os comboios já não te atravessam, que os meus lugares estão... cristalizados.

Vejo as pedras onde brincava, os meus nomes escritos com pneus de bicileta no cimento da casa da minha avózinha, as cegonhas sempre lá, fazendo o ninho, como sempre antes, como sempre depois.

As portas fechadas... que doem tanto.






Mas tu acompanhas-me, vens comigo, nunca me deixas.

Percebo porque é que os elefantes vão morrer ao seu cemitério.

Tu... és o meu.