segunda-feira, 29 de abril de 2013

Passeio no Funchal (para título)




A sorte protege os audazes.

A sorte protege os que nunca desistem.

A sorte protege os que também sabem ter os postes a negarem-lhes os golos.

A sorte protege quando são os defesas a fazerem os autogolos.

A sorte está connosco.

Faltam apenas três jornadas para sermos campeões.

Falta pouco…


Os audazes sabem ter calma.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Liga Europa – A perder 1-0 nos primeiros 45 minutos de jogo



(veremos qual o resultado nos restantes 45 minutos, quando começar 0-1 na nossa casa)



Eu sei que não foi um bom resultado.

Mas também sei que não foi um mau resultado e por exclusão de partes… foi bonzinho, vá.

Se tivéssemos saído vencedores, se pelo menos tivéssemos feito um golinho, se tivéssemos empatado a zero… se! Sempre o se.

Mas também podíamos ter sofrido muito mais… golos.

Porque sofrer por sofrer pela pressão do público turco que não se calou por um segundo, sofri eu. Diz-se que o público também joga, que o público é o 12º jogador. Isso é sempre verdade porque jogar em casa ou jogar fora é uma diferença que conta. Isso ontem foi mais óbvio que nunca antes. Aquela turba não se calou por um segundo que fosse. Só lhes faltou levantarem-se das cadeiras e começarem ao pontapé a tudo o que mexia. Aqueles turcos são terríveis. Aquilo não é Europa, nem Ásia, nem África. É a Turquia. É diferente e ponto final.

Mas nestes primeiros 45 minutos da eliminatória jogados fora, estamos melhor que os primeiros 45 minutos do Real Madrid nos campeões (que apanhou 4 na pá mas ainda assim conseguiu marcar um golo fora que lhe pode valer muito) e muito melhor que o Barcelona (que já está arrumado com 4 secos fora. Só um milagre…)

E por falar em milagres, ontem foram vários mas como já ouvi hoje a um treinador de bancada como somos todos nós: “os postes estão lá mesmo para isso.”

Já na anterior eliminatória com os ingleses do Newcastle, valeu-nos a providência divina. Um grande e querido amigo mandou-me há semanas pelo telemóvel uma fotografia das velinhas que tinha acendido em Fátima. Disse-me via mensagem que uma delas foi pelo glorioso. Que bem que fez…

Veremos se a proteção divina se mantém na Luz. Diz-se que na Turquia têm lá um inferno pelo ambiente. Pois nós também temos cá um na catedral da Luz. E olhem que este inferno fica mais perto de Fátima, se é que me faço entender.

De mãozinhas juntas e olhos postos no céu.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

“As canções da Maria” (outra vez, em versão expandida)

Foto de Maria de Vasconcelos e as filhas no facebook

Ainda sobre as “Canções da Maria” da Maria de Vasconcelos, que já aqui elogiei no blogue. Ontem, a minha Cristina trabalhou no posto de turismo. Trabalhou ela e trabalhei eu que tive as duas pequenas durante todo o dia a meu cargo. Depois de dar banho à Alice, vi encantado e de soslaio pelo cantinho do olho como dançava e gesticulava “As canções da Maria” em frente do espelho, num karaoke imaginário. Sabia as letras inteiras, todinhas! Canções cheias de coisas bem ditas, coisas que aprendeu e sobre as quais nunca se vai esquecer. Feliz, eu pensava: “tenho de divulgar outra vez isto, tenho de usar o meu trompete cibernético para que os pais, os primos, os tios…enfim, todos! comprem isto e passem aos pequenos e às pequenas.

Publiquei o meu texto no facebook da página “As canções da Maria”. O facebook permite-nos coisas verdadeiramente surpreendentes. O meu blogue é um púlpito virtual isolado. É um speaker’s corner ao qual só chega quem quer. O facebook é um mundo e o mundo virtual no seu melhor. Publicando lá este texto tive a reação da própria Maria de Vasconcelos que me respondeu minutos depois da publicação! Publiquei o texto na sua página no dia 24 de Fevereiro às 18.00h. Respondeu-me por volta das 20h numa mensagem pessoal:

As Canções da Maria
Boa noite, Pedro.
Muito obrigada por tamanho elogio. Não será demais?
Um grande beijinho para a Leonor, outro para a Alice e as melhoras dessa afonia.
(Pequena correcção: eu nunca estive na Antena 3. Estive na Comercial e na Best Rock com o Pedro e o Nuno.)

E eu respondi:
Pedro Sobreiro
Ah! Erro meu. Um lapso que se admite pela minha avançada idade. Já vou fazer 40 aniversários, a 8 de Junho deste ano, se lá chegar. Fico muito honrado com a sua pronta resposta e as minhas filhas, que estão aqui à lareira nem vão acreditar. Uma tem 11 anos e já está ligada ao portátil e ao facebook, claro. A mais pequena, Alice, tem apenas 3 anos e vai delirar. Nós somos de Marvão, próximo de Portalegre. Se algum dia vier atuar por aqui próximo, por favor diga-me alguma coisa que para mim seria um prémio dos céus, poder mostrar-lhas e tirar uma foto delas consigo. Iriam adorar. Delirar! Como vão delirar agora. Isto do facebook dá para muita coisa mas ainda não dá para poder ver a reação delas, pois não? É pena... Porque agora vai virar a loucura aqui em casa como quando o Benfica foi campeão. Uma vez que tenho este privilégio de chegar a si, para mim é uma emoção, como poder falar com alguém que para nós, meros habitantes da terra, está na estratosfera. Mil bem hajas e receba o meu cumprimento e saudação admirada. Um fã e um servo ao dispor. Pedro

E publiquei no meu mural:

E acreditam que a Maria de Vasconcelos me respondeu ao texto que escrevi aqui sobre o seu trabalho? Dá para acreditar nisto? A Maria não só aceitou no facebook das “Canções da Maria” o texto que aqui publiquei no meu mural e no meu blogue sobre ela, como fez mais. Para além de o aceitar, mandou-me uma mensagem privada no facebook no qual desejava as melhoras da minha saúde engripada, mandava um beijinho às minhas princesas e agradecia o que escrevi sobre ela.

Fiquei vaidoso e radiante. As minhas filhas nem cabiam em si de contentes. Isto para mim foi um upgrade de internet sem comparação igual. Achava eu que o meu blogue valia tudo e até podia pensar em escrever sobre a Maria de Vasconcelos. Mas isto do facebook, é outro planeta! Ter uma resposta dela, da própria, ao fim de umas horas é de deixar qualquer um louco, ainda por cima eu que sempre fui um pouco louco. A resposta dela foi como se um ídolo meu, como se o Quentin Tarantino me escrevesse a pedir a opinião sobre uma cena do Reservoir Dogs ou do Pulp Fiction. Não é demais e impensável?

Eu sei que já comentei isto ontem num comentário qualquer mas como sou novato nisto do facebook, queria publicar aqui para que todos pudessem ver porque me envaidece e me deixa de ego cheio. É lindo!

Nas mensagens privadas que trocamos, eu e a Maria Vasconcelos, falei-lhe numa série de coisas que são segredo entre nós mas de algumas que gostaria de ver concretizadas e passavam, entre outras coisas, por assistir a uma concerto seu na companhia das pequenas, conhece-la, apresentar-lhes as minhas filhas, tirar-lhe uma foto com elas, concretizar-lhes esse sonho.

Foi muito simpática, muito querida e educada. Um mimo de senhora. Fui feliz. Pelas minhas filhas e por mim. No facebook também sou feliz.

Este post tem muita palavra mas tem de terminar com o mais importante: as canções. Alguns exemplos que consegui pescar na rede.










Consegui encontrar estas na net. O melhor é comprarem a edição dupla que ofereci à Alice: compila o dvd e o cd. Assim podem desfrutar em casa e no carro. É dinheiro muito, muito, muuuiiiiito bem aplicado. Vão por mim. Vão pelo vosso Tio Sabi que aconselha! Este tem o selo que qualidade Tio Sabi. (um autocolante meu com cara de parvo (é a que tenho… :)), a fazer fixe com a mão). Corram!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A guerra sexy (para saber qual é a mais)


Agora, para desanuviar, uma publicação sobre música. Depois da política e da família, uma coisinha diferente, da qual eu gosto muito: sonido!

Ao tempo que ando para escrever sobre isto mas de hoje, porque ouvi o tema, não poderia passar. Já era para ter sido ontem porque ouvi a música de manhã em casa, na rádio comercial, como tem sido hábito nos últimos tempos. Enquanto ouvia a música, a minha Leonor entrou-me pela casa de banho adentro, a dançar assim de uma forma (deixa cá ver como é que posso dizer isto sem ser mal interpretado… de uma forma… lasciva. Prontos, já está!) Entrou-me pelo WC adentro e abanou-se toda ao som daquilo. Ancas e tudo! Nunca tinha visto tal coisa e achei estranho. Bem, um pai tem de ser ir habituando a estes andamentos porque a idade dela já o permite e os miúdos… cala-te boca que já escreveste sobre este assunto.

Eu já conhecia a música. Já a tinha ouvido uma série de vezes, de dias, de manhãs na rádio comercial e achava estranho que os animadores apresentassem aquilo como uma música sexy.

Sexy?!?!?!? Mas qual sexy? Bem, a música até é engraçada e tem o músico Pharrel Williams (cliquem no nome para conhecerem melhor quem é) por trás, o que é muito bom e a garantia de um selo de qualidade. O Pharrel sofre do sindroma de Midas (um sindroma que criei em “linguagem Tio Sabi” para definir todos aqueles que transformam em ouro tudo aquilo em que tocam. O Mourinho é do género. Ainda bem que este “toque de Midas” em linguajar Sabi é seletivo e só se aplica nas coisas boas, que valem realmente a pena. Não se aplica quando eles tocam no papel higiénico e querem limpar o dito cujo. O ouro aqui não deve dar mais jeito que o bom do papel higiénico… J).

Bem, vamos à música que um gajo começa a falar e vai por aí fora e nunca mais o apanham! A música é boa, é orelhuda mas não tem nada a ver com a música sexy do meu tempo que é o “Addicted to love” do Robert Palmer. Isto se falarmos apenas na música porque se falarmos no videoclip… comparar o vídeo do meu tempo com este, comparar o antigo e o recente é como comparar uma coisa que eu cá sei com a feira das Galveias. São coisas que não têm mesmo nada a ver!

Eu não percebia bem o nome da música e sempre me disse que assim que pudesse e me lembrasse iria ver do vídeo à internet. Quando essa oportunidade surgiu e me lembrei, andei por aqui, procurei bem e lá dei com ela no itunes. O nome é difícil de perceber: blurred lines. Um nome que parece que o apresentador se engana ou engasga ao dizê-lo. O título pode ser traduzido como linhas esborratadas, indefinidas. Linhas que não são linhas, que não são precisas, vamos lá.

Lá dei com ela e achei que o vídeo é poucochinho. Nada sexy, vá. A música é boa, dançável, trauteável, até sexy mas o vídeo… O vídeo é fraquinho. Neste assunto, a imagem reforça muito o som. Eu imaginava para esta música um vídeo com umas mulas, umas tipas mesmo muito boas, de cortar a respiração e parar o trânsito, mas não. Não sei se me estou a fazer entender mas o vídeo desiludiu-me.

Ao ouvir os primeiros acordes da guitarra do “Addicted to love” vêem –me logo à cabeça a imagem daquele vídeo e sobretudo, sobretudo mesmo! das mulheres daquele vídeo, meu Deus. Todas lindas e todas muito sexys. Ainda hoje que já tenho 40 anos, sempre que vejo uma mulher vestida com um vestido preto, de meias pretas (atenção que não precisam ser de renda!) que fico logo em pele de galinha. Se for bonita e tiver o cabelinho apanhado, soma pontos. Se tiver os lábios pintados de vermelhão e uma sombra preta nos olhos, então… fica tudo muito mais sério e mais não digo porque amo muito a minha Cristina e se revelo mais fico assim fácil de engatar, como se fosse uma cabrona. Isto é um blogue. Não é um diário, pelas razões que já aqui vos expliquei. Não posso revelar no blogue muito de mim. Isto não vos parece óbvio?  

O que me trouxe aqui foi a música. E os vídeos, vá, também. Como este novo mundo da internet é mesmo admirável, muito admirável mesmo, vejam os vídeos que deixo aqui de seguida para os meus meninos e meninas compararem.

Depois, digam o que pensam sobre o que viram. Digam aqui no blogue, no meu facebook procurando Pedro Sobreiro ou como agora vem aí o S. Marcos, podem-me dizer pessoalmente quando me encontrarem lá pela festa, a comer uma fartura, a comprar pipocas ou a beber uma fresquinha maravilhosa num copo gelado no meu querido amigo Chocolate, o Zé Manel da Pastelaria S. Marcos. Uma imperial. Só uma! Quando muito, duas, vá que agora é festa. Já não posso beber muitas como gostava dantes porque depois do meu acidente em que tive uma grave lesão cerebral difusa, bebo 5 e fico como se tivesse bebido 50 antes. 50 não porque eu não sei se alguma vez bebi tanto. Mesmo antigamente, nunca bebi tantas, num dia inteiro que fosse. Se bebesse mais que 20 já nem me lembrava onde era a minha casa, quanto mais quantas cervejas tinha bebido. Olhem, graças a Deus não fiquei em estado vegetativo e as únicas coisas que me marcam do acidente, com as quais tenho de lidar todos os dias é a questão de não poder dobrar o braço direito e esta do álcool que me surge muito, muito espontaneamente. Muito raramente bebo álcool. Bebo um tintinho às refeições que não dispenso, gosto mesmo muito, sabe-me melhor que sumo e faz bem ao coração. Um tintinho ou uma imperial no S. Marcos é suficiente e chegam.

Olhem, graças a Deus fiquei a escrever e a pensar como dantes, não acham?

Vá, digam lá mas é da vossa justiça sobre o vídeo que foi para isso que vim aqui. Vá, mandem…
  
O SEXY MODERNO



O SEXY ANTIGO AS I LIKE


terça-feira, 16 de abril de 2013

As profissões da Sónia




Eu sei que leva-la a um concerto com 3 anos de idade é arriscado. Isso pode habituá-la a um nível difícil de suportar no futuro, quando tiver 14 ou 15. Mas também, se levei a Leonor ao Rock in Rio quando tinha menos de 10… não posso ter dois pesos e duas medidas. E tudo bem explicadinho, compreende-se. Querem experimentar?

Há dias fui com Alice ver as minhas tias paternas à Beirã, sempre as duas. E lá estavam elas, sozinhas na loja. Naquela que era a sua loja e hoje é só o espaço. Estavam a ouvir rádio, como habitualmente. Como não têm televisão, a telefonia é a sua companhia de sempre. Gostam sobretudo de escutar a rádio Renascença onde ouvem o terço todos os dias, sempre na sintonia da igreja. Nesse dia perguntaram-me se íamos ver a Sónia.

“Sónia? Mas qual Sónia?”

“A da Praça da Alegria, a da RTP, que traz o seu espectáculo a Portalegre. Aqui na rádio Renascença está sempre a anunciar.”

Disse-lhes que não estava a pensar vir, mas que já estava a imaginar o espetáculo e expliquei-lhes: “ ela agora tem um dvd musical sobre as profissões que ofereci à Alice no dia da mulher e a pequena adora-o. Vê-o vezes sem conta. Faz sucesso com ele no infantário e usa-o com gala. É uma peça da sua dvdteca que chega a tocar em casa em modo non stop. Como não sabia da vinda, confessei. Prometi que assim que chegasse a casa iria conferenciar sobre o assunto com a Cristina.”

Esta confirmou a vinda da vedeta e disponibilizou-se ligar para o Centro de Artes do Espetáculo para reservar os bilhetes. Tudo encaminhado, então. A decisão de levar as minhas pequenas, juntamente com a minha afilhada Maria que amo como filha parecia estar a ganhar forma. Tudo trabalhado e bem pensado, perspectivou-se um domingo de sonho como veio a acontecer. Os compadres acederam, convidando-nos para um repasto antes em sua casa e eu, que já estive mais do lado de lá do que do lado de cá, conduzi até à cidade orgulhoso, admmirando os rostos felizes das pequenas embonecadas vendo o sol que brilhava lá fora.



Almoço em grande à maneira do chefe Bonito, “com tudo aquilo a que tivemos direito”. Dali seguimos bem cedo para o CAEP, para evitar ajuntamentos e confusões. Estacionamento tranquilo, entrada calma e tudo do melhor para um show que nem sequer se atrasou e começou pouco tempo depois.

A sala estava composta mas não repleta e os 15 euros da entrada explicavam bem algumas clareiras, mais que provadas em tempos de crise.

Afinal, o espetáculo valia e justificava o dinheiro. Para começar, as miúdas iam satisfeitas, mas eu também. É que para ver a Sónia não faço sacrifício nenhum porque a piquena é bem bonita e mexe-se muito bem. Se fosse para ver o Jorge Gabriel, seu colega na apresentação do programa da televisão que ainda por cima é lagarto, tinha de fazer um sacrifício. Mas para ver a Soninha, não. As canções são boas. As letras estão bem feitas, os temas são orelhudos e a Sónia escolheu explicar as profissões como poderia ter optado por outra coisa qualquer. O filão é inesgotável e ela até nem canta mal. Compõe bem o ramalhete. Para o paizinho aqui, não está ao nível das “Canções da Maria” da Maria de Vasconcelos mas está muito bem e deixa à légua o Avô Cantigas e outras parvoíces que tratavam as criancinhas como se fossem anormais. Para falar em termos futebolísticos, a Sónia não é a Liga dos campeões (como a Maria), mas é a Liga Europa, o que já é muito bom.



O espetáculo teve muitos pontos altos. Foi apresentado por uma figura que furava pelo público imitando os apresentadores de circos ambulantes e foi avançando o que se iria ali passar. Uma personagem que estabelecia a ligação com o público e “metia” os espectadores no cenário que aumentava o palco para o tamanho da sala.

Claro que foi o musical foi um playback e os cachopos não se incomodaram nada com isso porque o queriam mesmo era ver a Sónia. Ela mexia, ela gesticulava, ela até dava uma voz da sua graça. Para eles, estava tudo perfeito. Para mim também não estava mal (que eu me contento com pouco. Qualquer coisa boa me faz feliz.)





Durou hora e pouco mas o tempo passou rápido. Foi agradável. A minha Alice delirou, como se tivesse ido ver o Michael Jackson dela (que o outro já está a fazer tijolo debaixo de terra) e ele a tivesse convidado para dançar em palco. E a Alice até dançou quase no palco, é verdade! Quando a Sónia interpretou a canção do DJ e a pequenada foi dançar lá para a frente, a minha marchou-se também e foi para junto da estrela Sónia. Ela, a Leonor e a Maria vibraram todas três.







Nem tudo foi perfeito e eu tenho de criticar a câmara de Portalegre, ou o CAEP ou lá o que for porque se eu quis dar pipocas às pequenas, tive de ir ao Modelo comprá-las. Ali não havia nem um algodãozinho doce, nem umas farturas, nem uns cachorros, nem umas pipocas e tanto que o pessoal que vende isso precisa de ganhar dinheiro. Havia uma máquina de vender bollicaos e estava avariada. Isto está tudo tão mal e o que aconteceu aqui foi falta de comunicação. Se tivessem dito aos homens que esta festa era para as crianças, para fazer o dia lindo para as crianças, teriam vindo com muito gosto e até tinham ganho algum. Comunicação, meu amigos. Eu que sou um homem da comunicação, digo que a comunicação é tudo. Falar, dizer, faz acontecer.

Comunicação como fez a câmara de Castelo de Vide que lá tinha o seu autocarro estacionado. Não sei bem o que terá acontecido nem falei com ninguém, mas pelo que vi, presumo que a autarquia tenha disponibilizado um transporte para as crianças irem ao espetáculo e se disponibilizou alguns recursos humanos para acompanharem os pequenos, ainda melhor. Prestou um verdadeiro serviço à população ao permitir que crianças do concelho, entre as quais poderiam estar algumas mais necessitadas em termos económicos ou afectivos por terem menos dinheiro disponível para gastar ou menos atenção da família, terem ido ver o show da Sónia com outras que têm quer recursos, quer atenção e ainda por cima têm uma câmara municipal que se preocupa com elas. No meu concelho não houve nada disto e eu que graças a Deus tenho dinheiro e transporte para levar as minhas, fui. Mas fui mais triste por saber que os meninos da minha terra também haveriam de gostar de ir. Outros tempos virão. Com calma, o sol quando nasce há-de ser para todos.






nota: as fotos do espetáculo foram emprestadas pelo sítio do CAE Portalegre do facebook

Como não havia pipocas, fomos ver delas ao sítio onde sabíamos que estavam, ao Modelo. Para saboreá-las, nada como irmos conhecer o parque infantil da ratinha, um dos mais recentes da cidade, junto ao parque da feira.  Eu não o conhecia. A minha Leonor diz que já lá tinha estado com os tios quando eu estava no hospital mas nesse período difícil, a minha diversão era ver o mundo pela janela enquanto sonhava com o meu regresso à vida.

Bem, aquilo é que foi diversão das miúdas. Que energia, que força, que vontade! A minha Alice gastou energias que davam para fornecer luz elétrica a Santo António durante um mês, caso lhe ligassem uma bateria.






Sei que pode ser franqueza a mais, mas neste dia senti-me uma sanguessuga que se alimenta das gargalhadas, dos sorrisos, da boa disposição das pequenas. A minha única atenuante é que nos últimos tempos, por uma causa que desconheço qual, passei muito tempo, mesmo muito tempo, mais tempo que esse que estão a pensar, a ver quartos cheios de camas de doentes, corredores, batas brancas de médicos, cantos vazios, solidão. Por vezes, numa sala cheia de gente, pode estar um homem só. Falando consigo.

Gosto muito mais assim, de estar assim, de como estou agora.

Sinto-me muito mais feliz assim.



sábado, 13 de abril de 2013

Sábado foi dia de… trabalho


Nota importante do redator: texto escrito à tarde, apenas revisto e publicado à noite, depois de muitos afazeres mundanos mas perceberão que vale a pena ler. Ultimamente por aqui tem sido só política e já farta de tanta conversa sobre o mesmo assunto. Este blogue já vai parecendo o “Avante!”, jornal oficial da luta do partido comunista, só que não tão à esquerda, camaradas!



Depois de um dia inteiro de trabalho que começou bem cedo e só terminou agora, quando já são quase 4 da tarde, sabem bem parar por aqui, descansar e ver o mundo ou contar ao mundo o meu viver, depende do vosso ponto de vista. É o meu momento “Agora escolha”, o programa televisivo na rtp da minha querida Vera Roquette que seguia sempre com grande afinco.

Durante todo o dia, toda a família Sobreiro esteve a trabalhar em casa. Eu, a mãe Cristina, a pequena Alice que queria sempre colaborar em tudo (dando mais trabalho a ser domada do que a ajudar, apesar da imagem enganadora que lhe roubei pelo telemóvel) e a Leonor. Sim, leram bem, até a menina Leonor que habitualmente só quer MTV e facebook, colaborou em tudo e disponibilizou-se a 100%. A minha alma ficou parva e nem queria acreditar.

Mas, vamos por partes e analisemos juntos o que fizemos nós durante o dia.

Começámos logo pela jardinagem, plantando uns cactos na frente da casa. Sob as ordens da engenheira/decoradora Cristina, colocámos uns exemplares muito bonitos, de diversa variedade que tiveram várias origens (dados por umas, cedidos por outras, nenhuns gamados! é bom que se saiba).

Terminado este serviço, passámos para a zona ao lado, ainda no quintal, para o domínio da relva que estava mesmo a necessitar uma esfrega. Só passado o período chuvoso, tendo este tempo magnífico com muito sol e calor, nos apeteceu desfrutar destas actividades em pleno.

A questão da relva foi dura e deu mais trabalho do que parecia à primeira análise. Tive que a cortar e aparar mas a mestre botânica Cris teve antes de a pentear integralmente com um pequeno ancinho porque o musgo era muito, não deixava a respirar e crescer. Umas horas depois, o tapete parecia outro. Na minha opinião, a relva ainda é capaz de se aguentar. Por enquanto ainda não sucumbe ao tratamento do meu vizinho Mário que arrancou a sua toda e a substituiu por cactos floridos. Aquele rapaz é do mais jeitoso que pode haver e sabe fazer quase tudo bem (ginjinha, pão, cozinhados diversos, enfim…) mas prefiro dar primeiro mais uma oportunidade à minha relvinha e ver antes se o projeto dele cresce e fica bem, antes de avançar com o mesmo para mim.

Tratada a parte ligada ao verde, passámos para uma área minha: a lavagem e limpeza dos carros da família. Aqui contámos com o apoio precioso da minha filha Leonor que aqui me surpreendeu e muito. Ainda conseguimos lavar o bolinhas antes de almoço.

Com as energias já repostas, avancei para o Astra enquanto a Leonor ficou de limpar e aspirar o Twingo. E não é que fez tudo bem? No final, pediu-me a nota que lhe dava pelo trabalho. Atribui-lhe um 8 numa escala até 10. Expliquei-lhe a nota falando no jardim, para riso do meu vizinho do outro lado da rua que ouviu a conversa. 10 era demais e não lhe poderia atribuir tanto na primeira avaliação porque isso significava que tinha sido perfeita. A nota 9 também era demais porque colocava a fasquia muito alta. Como ainda que tive de dar uns retoques na limpeza do interior (aqui para nós que ninguém nos ouve, a mãe dela também se chateia comigo porque diz que demoro muito e também sou picuinhas nas minhas limpezas), dei-lhe um 8 e foi bem merecido porque estava mesmo muito bem. Esta miúda vai longe.

O que realmente quero dizer é que a minha Leonor, bonita e trabalhadora como se está a fazer vai tornar a vida do pai, um tormento. Faço aquilo que costumo dizer sempre: mato o primeiro pretendente e espero que a notícia se espalhe depressa. E eles dizem: “Ui, é muita bonita mas o velho é muita mau”. Matar é melhor não porque é coisa para dar xilindró mas dou uma malha no primeiro. Uma surra com a fivela do cinto como se fazia dantes. Ai se dou! Mas para isto ainda é cedo porque a Leonor gosta muito de brincar com bonecas. A recompensa que me pediu hoje pelo trabalho foi a nova caderneta das Monster High. Bem, ela já completou a outra caderneta das mesmas bonecas mas enquanto vai pedindo isto, não pede outras coisas mais rocambolescas como ir ao Optimus Alive ver os Green Day, propósito para o qual já deitou a escada. Eu já fui com ela ao Rock in Rio ver a Hannah Montana e por ela, sou capaz disso e muito mais. Mas a questão da cadernetazinha é mais simples. Prefiro assim. Basta ir ali à loja da Ana Boto e a questão fica resolvida.

Venha então a caderneta que a piquena fez por merecê-la. Quem trabalha merece ser recompensado e isso é que interessa.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Ainda a política (que não me larga…)




Ainda a política. Sempre a política. Eu bem me quero afastar dela, mas não consigo…

Um amigo do peito pediu-me ontem de tarde que largasse o assunto. Não é só a opinião da minha Cristina. Também ele, bom amigo, me pediu que largasse a política de vez. Em conversa, pediu-me que me concentrasse na minha família, nas minhas filhas. Disse-lhe que sim. Mais… prometi-lhe que sim. Ontem assegurei-lhe que já mordi o que tinha a morder e que me ia afastar do assunto.

Mas não consigo. É mais forte que a minha vontade própria. Mal feitas as comparações, é como um homem que quer ir para padre e se tranca num convento para afastar o mal do amor que sente. Até que sai de lá e mal sai, foge com a mulher que ama.

Eu quero afastar-me da política mas dias depois de ter acontecido o meu 25 de Abril publicado aqui no blogue, recebo no telemóvel, na manhã de hoje, a mensagem de um amigo mais velho que pensava nada dedicado às novas tecnologias e à internet. No sms dizia que tinha lido o que eu tinha escrito e gostou muito. Disse-me que era o que esperava de mim.

A política é mais forte que eu. Persegue-me.

No telejornal, à hora de almoço, vi uma reportagem sobre as eleições na Venezuela. Para o meu cérebro foi inevitável fazer comparações. As eleições na Venezuela são já no domingo. As do concelho de Marvão são neste ano, mais lá para a frente. Mas a disputa é parecida. A outra escala, mas parecida.

Na Venezuela há um homem que caiu na graça do povo porque era amigo de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, o segundo do presidente. Maduro sabe-se valer da morte deste, tirando proveito como ninguém, como se fosse um abutre. É um predador selecto. Caiu no goto da povoação que tudo lhe consente.  

Henrique Capriles pode significar uma abertura da Venezuela ao mundo. Pode significar uma libertação, o rasgar um novo horizonte.

Mas é esta é uma luta entre David e Golias. Um David muito pequenino, menor que um anão porque já perdeu nas anteriores eleições, porque gera desconfiança num povo que nem sequer lhe dá o benefício da dúvida. O Golias é muito poderoso e tem a população adormecida, tem o povo na sua mão. Um povo que não lê jornais, que não acede à internet, que só vê a televisão em que acredita, que está adormecido, cego.

Ali é uma luta entre o sagrado e o profano. Os homens de nada podem contra a vontade de Deus.

A escala no meu concelho é menor mas a crença da povoação em quem está no alto(ar) tolda-lhe a capacidade para acreditar em quem é diferente, em quem vem de fora. O meu concelho tem medo de mergulhar no desconhecido.

Uma população fechada não questiona e fica com o que se lhe dá. É submissa.

No meu concelho, a fé tem de ser de quem vem de fora e quer entrar na direção dos destinos. Aqui a fé tem de ser de quem chega, de quem o rodeia e acredita no projecto de todos. Todos têm de ter fé para acreditar que o milagre pode não se dar já neste ano, apesar do esforço e do trabalho, mas só daqui a 4 anos, quando for o fim de um ciclo, quando quem lá está não puder mais ir e acabar por secar.

Mesmo que o mar vermelho não se abra agora como no episódio bíblico, que Deus no dê fé para que nos mantenhamos unidos, íntegros nos princípios. Continuando a trabalhar logo após o escrutínio para que o êxito seja mais alcançável.

Como poderei ser eu o Sansão para esta gente da minha comunidade? Como poderei ajudar estas pessoas da minha terra, a terra que me viu nascer, que viu nascer as minhas filhas, onde tenho o meu pai e os meus entes queridos enterrados? Perguntas que eu faço a Deus. Em silêncio.

Como posso eu, se os marvanenses já acreditaram em mim e nada fiz, se pactuei com o que está e ajudei a estar, indo? Se me silenciei…

De que vale agora gritar a plenos pulmões na internet se ela não chega aos moradores que não só não têm computador como muitos nem sequer sabem ler e escrever. As ditaduras, a da política e a da vida difícil, muito mais difícil que esta austeridade que se respira agora, ceifaram os seus sonhos e os deixaram sós. Solidão que agora o isolamento das grandes urbes e dos centros de decisão querem matar de vez.

De que valem estes meus gritos? Para que servem?

Para já, para ficar em paz com a minha consciência, pessoal e cívica.

Isso, para mim, para já… é tudo.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Rescaldo da (minha) revolução


Imagem do por do sol que captei na estrada do Valongo
Caminho que percorri a sós, pensando, falando comigo na tarde da minha revolução



O meu silêncio nestes últimos dias deve-se à dureza do meu 25 de Abril. A minha revolução foi dura. Não foi tão dura como a de Portugal, onde ainda houve tanques e militares na rua. Foi mais pacífica mas ainda assim, foi dura. Não que houvesse mortos ou feridos, mas houve mazelas que só foram superadas porque as pessoas são inteligentes. Usando o cérebro, souberam chegar ao consenso. Falando. Não discutindo. Usando a palavra.

Superadas as convulsões internas, as reações vindas do exterior foram as mais positivas que poderia imaginar. Melhores até que a melhor das hipóteses.

Acabei de escrever o texto perto da meia-noite. O meu 25 de Abril não foi madrugador. Foi noturno. Minutos depois de colocar a declaração no blogue e a divulgar no facebook, um amigo de infância, da escola primária, fez uma das apreciações que mais gostei. Já não me recordo bem qual foi a sua expressão mas o que queria dizer é que este era o Pedro Sobreiro como sempre o conheceu: recto e verdadeiro.

Depois as reações foram tantas que já não consigo recordar-me bem delas todas. Mas uma coisa é certa: ninguém ficou indiferente e já isso é a certeza que atingi o objetivo do meu 25 de Abril.

O meu blogue pode não valer nada. È apenas um blogue. Um blogue que muita gente não conhece. Um blogue do qual muita gente passa ao lado. Mas aquilo é o MEU blogue, o meu pedestal das novas tecnologias, o meu púlpito onde digo sempre tudo que me apetece. O blogue onde sou livre. O blogue onde digo sempre aquilo que quero com verdade, com rectidão, sem medos e sem mentiras. Nada do que digo ali é falso. O que digo pode ser contestado mas não pode ser recusado por ser mentira.

O meu blogue pode não dizer nada mas também pode dizer muito porque eu sei que muita gente leu, sei que quem eu também queria que lesse, leu de facto. As caras, os gestos, as reações são translúcidas e não enganam ninguém. Pelo menos, a mim não me enganam. Isso é uma vitória pessoal saborosa, que me dá muito prazer.

Pouco tempo após a publicação do texto, o principal visado entrou em contato comigo via correio eletrónico. A sua opinião, pessoal e privada, tocou-me também bem fundo dentro como a minha lhe tocou a ele.

Tive diversos contactos, todos sinceros. Uns elogiaram-me no blogue, outros via facebook, outros partilhando o texto, concordando com a mensagem e ao partilha-la, fazendo aquela a sua voz também. 
  
Na manhã seguinte, recebi diversas mensagens de telemóvel de apreço que muito estimei. Duas mensagens eram de pessoas por quem tenho a maior consideração. Uma era visada nas palavras, a dizer que acordou com um grito de revolta. A outra era da minha mãe Alzira, com quem eu aprendi a escrever. A mensagem dela dizia que era uma alegria ter “o seu” Pedro de volta. Ela, que sofreu muito com o meu sofrimento, que sabia que eu poderia ter regressado em estado vegetativo. Sabia que eu poderia regressado de forma a estar mas não estar. E é por saber isso que ficou tão feliz por ter o “seu” Pedro de volta. Ficou ela e fiquei eu, duplamente feliz.

Quem é que me haveria de dizer que o blogue era assim tão importante para mim, para a minha vida, para me dar alegria para viver? Realmente, este renascimento foi mesmo difícil. Lembrar-me que cheguei a colocar um termo no blogue... Há tanta coisa cuja importância só aprendi a dar valor depois de voltar à vida.

Fora do universo do mundo virtual, também tive reações de pessoas que admiro. Uns transmitindo-me a mensagem pessoalmente, dando-me um abraço pessoal; outros manifestando em conversa informal com amigos que me fizeram chegar os ecos dessas palavras.

Estremeceu.

Muito poucos criticaram mas houve um amigo pessoal que considero muito que me disse que na sua opinião, o que eu tinha vindo fazer na internet foi fazer o que o Sócrates fez na televisão: lavar a roupa suja com Cavaco. Falando educadamente entre nós os dois, expliquei-lhe as movimentações que tinha feito antes da publicação para evitar que ela não chegasse a acontecer. Contei-lhe com quem tinha falado, o que tinha dito… e não vendo que isso tinha surtido efeito algum, apesar das primeiras indicações serem nesse sentido, só então tinha decidido avançar com a minha declaração pública.

“Mas tu tiveste a coragem de dizer isso a essa pessoa?”, perguntou. “Disse! Disse cara a cara. Coragem, tenho muita. Sempre tive. Posso partir mas não torcer. Quando não merece a pena, não vergo!”. O riso dele, quando estávamos os dois a sós, certificou-me que tinha percebido as minhas palavras e eu tinha provado que não tinha querido lavar a roupa em público como o Sócrates fez com Cavaco. Apenas quis dizer a verdade.

Os silêncios de alguns também me transmitiram muito sobre as pessoas que são. Não me admiraram nada! que fique bem claro. Mas souberam-me bem. Soube que estava certo.

O meu presidente da república desse então deu-me uma das melhores reações ao meu texto ao convocar-me, no domingo, para um almoço em sua casa com bons amigos. Tal como eu, também ele decidiu não embarcar mais em andanças autárquicas e assumiu a sua postura. Decidiu afastar-se. Mais reservado, mais elitista, soube dizer o seu não com o nível que já nos habituou.

Não vou tornar o domínio privado em público. Mas não revelo muito se disser que entre os comensais estava o mestre Rui Miguel Pescada Ribeirinho Pinheiro, meu colega desde o Serviço de Finanças de Nisa, de quem eu gosto como se fosse meu irmão que cozinhou uma paella de ir às lágrimas, de boa que estava.

Momentos que me fazem sentir rico. Sem muito dinheiro no banco, ou muito dinheiro em casa, ou até na carteira para me sentir assim, mas com amizade no coração para me sentir rico. Na fasquia do milionário!

Assim sendo, viva o 25 de Abril! Viva a liberdade!




Observação: este texto está escrito sob o AOS. Siglas para definir o Acordo Ortográfico Sabi. Isto significa que o autor respeita por vezes o que se diz ser o novo acordo ortográfico, mas só às vezes. Ele sabe mais ou menos como é que funciona mas só utiliza o novo acordo quando sente que vale a pena. Quando acha que sim. Exemplo: deve-se escrever direto e não directo porque o c ali é uma porra. Não fica bem. É á antiga. È como escrever uma palavra que termina em oda com ph em vez de ser com f.


;) Tenho dito!

terça-feira, 2 de abril de 2013

O meu 25 de Abril



Sou amigo do Carlos Castelinho. Sou amigo do candidato à câmara municipal do partido socialista nas autárquicas de 2013. Para mim, é importante dizer isto. Para mim, Pedro Sobreiro, é importante poder dizer isto claramente e sem medos. Sou amigo do candidato e é bom poder dizê-lo. É bom viver em liberdade, em cidadania e poder dizer o que nos vai na alma.


A política é um dos assuntos sob os quais não há consenso lá em casa. A Cristina defende que quanto mais longe estiver da política, melhor. Já eu, não consigo. Não consigo parar de opinar, de dizer o que me vai cá dentro. Faz parte de mim. Isto desde que o Basílio Horta foi meu professor de direito na universidade. Foi ele que me ensinou que a política é necessária, que o homem é um ser gregário e vivendo em sociedade, tem de ter um que indique qual é o caminho a seguir. Fiquei apaixonado pela ideia. De facto, assim é.


A Cristina pergunta-me: “mas porque é que tu te metes nisso. Deixa… Não te metas”. Não sou capaz. Não deixo porque não sou capaz.


Já tive um cargo muito importante. Já fui o número 2 do concelho em termos autárquicos mas nunca me senti como tal. Houve sempre desconfiança das minhas capacidades no sentido de duvidarem do protagonismo que poderia ter. Mas Deus sabe que nunca fiz por isso. Sempre fui leal. Se me destacava não era porque fizesse por isso. Se me destacava era porque não se pode tapar o sol com uma peneira. Digo-o com total imodéstia. Quando não se deve ser modesto, não se é. A minha mãe sempre me ensinou que os parvos pedem a Deus que os levem, que nesta vida se deve ser esperto.


Meti-me na política porque o atual presidente me convidou e tinha a melhor relação com ele. Uma relação de amizade que vinha desde o tempo do jornal altaneiro em que eu concordei ajudar na publicação com as condições de ser o diretor e mandar no que era e como era publicado. O atual presidente da câmara era o vice-diretor. Éramos amigos. Hoje já não tenho essa relação de amizade com ele. Tenho apenas a relação cordial, natural de duas pessoas educadas que se respeitam. Sabem o real valor do outro. Reconheço que é um homem educado e esperto. Sabe o seu real valor e sabe administrá-lo.


Do actual executivo só sou amigo do Luís Vitorino. É da minha terra e amigo desde os tempos de infância. O Luís é um bom homem. Foi criado atrás do balcão dos pais e quando uma criança é criada neste ambiente, cresce sempre muito mais. Intelectualmente falando, claro está. Ouve muitas conversas e ficam. Hoje vale muito. È um bom político. Vale muitos votos. Tem muita familiaridade com as pessoas e um grande raio de ação. Mexe-se bem.


Do resto do executivo nem falo porque não vale a pena falar. Poderia dizer muita coisa mas não é preciso. Para bom entendedor, meia palavra basta.


Vou votar no Carlos e na sua equipa. Conheci o Carlos quando eu era vice-presidente da câmara municipal de Marvão e responsável pelo pelouro da educação. O Carlos era o presidente do concelho diretivo da Escola da Portagem que funcionava na perfeição. Dava gosto trabalhar com ele. Dedicado. Calmo. Inteligente. Educado. Bem falador. Tivemos as melhores relações. Como vereador da educação, eu tinha o problema de ter de lidar com as duas escolas do concelho, duas realidades. Hoje já assim não é e funciona um agrupamento com dois pólos diferentes mas só uma direção. È melhor assim. È mais fácil e faz mais sentido.


È melhor para o concelho e para os alunos. È melhor para nós. Mas não para o Carlos.


Hoje quem é diretor do agrupamento, não é nem o que era o diretor de Santo António, nem o que era o diretor da Portagem. Eu e o Carlos não temos falado os dois muito sobre isso porque é um assunto que ainda dói. A ele e a mim porque nos envolvemos muito, demos muito de nós na situação. Talvez quando passar mais tempo e a situação evoluir, as coisas mudem. O tempo. O tempo tudo cura, tudo revela, tudo traz. Vamos ser sensatos e dar tempo ao tempo.




Quando penso no Carlos dá-me vontade de votar nele. Quanto penso na sua equipa, pelo que conheço dela, é de luxo. Está envolvido um querido amigo meu que adoro e é um dos homens no mundo que mais quero bem. O Nuno Pires. Dinâmico, enérgico, muito inteligente e um grande benfiquista. Amigo do amigo, verdadeiro, trabalhador, filho de uma belíssima família da qual sou muito amigo há anos (pais e irmã) tem tudo o que é bom! Se penso nele, ainda carrego mais na cruz quando for fazer o x na folha de voto.


Não na equipa candidata mas na campanha, está envolvido o Tiago Pereira de Marvão do qual gosto muito e me sinto muito próximo, muito amigo. Somos os dois formados no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, somos os dois iscspianos e isto diz tudo. Não aos outros, mas a nós. È o pensador da campanha e pensa bem. Muito bem. Ajudo no que posso, eles sabem, mas pensa bem.
Pego no meu “ajudo o que posso” para falar num tema quente. Todos sabem que a minha mulher é funcionária da autarquia e não gosta nada que fale nestes assunto. Como teme ser prejudicada, tenho o máximo cuidado por me verem envolvido na campanha do Carlos. Ao ponto de isto ter atingido o ridículo de há 1 ou 2 meses, nós nos termos reunido no Tabu em Valência, fora de cá, para não sermos vistos juntos. Mas eu parei e pensei: “isto para quê? Se nós vivemos em liberdade, num estado de direito, eu não posso ter medo. Eu não posso ter medo e pactuar com isto, com esta realidade. Eu devo falar, eu tenho de falar, eu devo isso a todos aqueles que no passado foram privados da liberdade e mesmo mortos pelo regime ditatorial. Devo fazê-lo por eles, pelos que sofreram e pelos que morreram. Devo ser livre.


O medo não era por mim, mas pelos meus. Eu, graças a Deus, tenho a sorte de não precisar da câmara para nada. Tenho o meu emprego público que ganhei num concurso público, aberto a todos, e a única coisa que devo é a casa que estou a pagar ao banco com a minha mulher. Mais nada! Medo: zero! Sem medos!


Eu até disse à minha Cristina: “sabes que eu não resisto e tenho de escrever sobre isto” faz parte de mim. Tem de ser! Até lhe disse: “Eu sou eu e tu és tu. Por mais que nos amemos, se eu assaltar um banco, sou eu quem vai preso e não tu. Tens de perceber isso, as pessoas têm de perceber isto: eu sou eu e tu és tu.”


Ela, esperta como sempre, inteligente e vivaça, respondeu-me: “pois é, és tu que vais preso, mas sou eu que te tenho de ir ver à prisão. Eu é que sofro também”.


Um ponto para a Cristina, mas eu que não sou parvo e sei argumentar, atirei mais uma que é o set point, a vitória no jogo que resolve a partida a meu favor: “Se eu for preso, nem precisas de me ir ver à prisão. É natural que comece a fumar outra vez, sempre aborrecido e a ver 4 paredes, mas nem cigarros precisas de ir levar. Só me vais ver se sentires necessidade disso. Se tiveres saudades minhas”. Cheque mate. Mesmo. Fim de papo.



Eu sei que politicamente já não valho nada. Já vali o que tinha a valer. Sou como os foguetes. Dei um fogo de artifício muito lindo, muito válido, muito esforçado, mas já estou rebentado. Ainda me lembro das palavras do Dr. Manuel Bugalho quando soube que ia concorrer na lista do PSD. Lembro-me como se fosse hoje. Na entrada do salão nobre da câmara, apertou-me a mão e disse-me: “é pena ires com ele. Daqui a uns anos, darias um excelente candidato a presidente”. Pois hoje concordo com as suas palavras nesse então. Mas eu era novo, não pensava bem e deixei-me ir na conversa. Na conversa do encantador de serpentes. Mas hoje sou mais maduro, mais velho. Cresci. E já não me deixo mais enganar. Acabou.


Comigo foi esperto. Usou-me. Usou o meu nome. Quantas vezes andámos por este concelho em campanha, era ele um desconhecido e quando perguntávamos se conheciam quem ia na arruada, diziam muitas vezes que conheciam o grande, lá o das finanças. Eu sem saber bem porquê, sem me lembrar das pessoas que diziam: “ajudou-me lá nos papéis quando morreu o meu pai” ou outra pessoa qualquer. Eu fazia o bem, sem saber a quem. Ajudava o próximo. Sabia-me bem ajudar. Praticava a palavra de Deus sem esperar qualquer tipo de retribuição. Nessa altura pagaram-me e bem. Ajudaram-me porque os ajudei.


Eu fui usado como foi o João Bugalhão. Eu fui necessário para entrar na câmara. Depois fui chutado. Como já o Bugalhão tinha sido chutado antes. Foi usado antes de mim, para o atual presidente entrar no partido e foi chutado depois de lá estar. Nessa altura, quando o Bugalhão me pediu um ombro amigo para desabafar, de tarde, na Portagem (lembro-me como se fosse hoje!), fui duro com ele. Fui tonto, não percebi que depois seria eu a ser chutado e tive o que mereci. Fui imaturo.


E também, feito tonto, ajudei nessa altura a levar o andor. Quando ninguém o conhecia, eu era a muleta. O suporte. Depois de lá se apanhar em cima, depois de já ser capaz sozinho, deu-me um pontapé no cú. Chutou-me fora da carroça por desconfiança e ah! ainda bem que falo nisso, porque não foi ele que me chutou fora. Fui eu, eu, eu! que depois de uns dois meses de trabalho conjunto (ou falta de trabalho conjunto), apenas dois meses, forcei uma reunião dos dois das que deveríamos fazer diariamente e não fazíamos nunca. Entrei no seu gabinete, sentei-o na cadeira e falei com um ar duro e de quem estava disposto a tudo: “Quando decidi entrar nesta campanha autárquica, tinha como objetivo fazer um trabalho tão bom que nem seria necessário fazer mais nenhuma campanha. As pessoas estariam connosco de livre vontade. Mas agora, depois de saber como você funciona, sou eu quem não quer nem mais um dia depois do final do mandato! O que quero é cumprir um bom trabalho em prole daqueles que acreditaram em mim. Depois saio de vez. Para não mais voltar!”. Tenho duas filhas que amo mais que a mim próprio. Pela saúde delas que digo que isto é verdade.


O concelho está muito envelhecido e o poder da câmara está muito estendido. È raro haver alguém que não precise por um filho, um tio, um familiar qualquer. As pessoas vão em ilusões. Por exemplo, uma estrada que está a ser construída para dar um acesso melhor ao meu bairro foi aberta há 4 anos, quando foi necessário ganhar votos. Esteve 4 anos parada. Começou há dias a ser mexida. Pequenas coisas assim. As pessoas vão atrás disto. Mais vale cair em graça do que ser engraçado e este é o exemplo mais evidente disto. Uma verdade insofismável.



Eu sei bem quem não vai mais. Quem tem a coragem de dizer não! de vez.


E olhem que eu sei de tudo isto que estou a escrever. Sei que é forte, é arriscado mas eu tenho coragem e sou valente. Deus está comigo e nada temo. Cada vez me sinto mais recuperado do grave traumatismo craniano que tive. Hoje, nas finanças, estiveram dois vizinhos meus da Beirã. Pessoas da minha rua que me conhecem desde sempre. E ficaram admirados por eu estar ao trabalho e pelo discernimento que apresentava. Eles, meus queridos, deram graças a Deus. E é de o fazer. Disseram-me: “como a gente te viu, Pedro. Como tu estavas… (creio que em Lisboa porque eles vivem lá) e agora olhamos para ti e nem pareces a mesma pessoa”. È verdade. Eu também o sinto. Eu também me sinto a cada dia melhor. Graças a Deus.


Pois este que vos escreve, a ti em particular, sabe o que te diz. Eu já fui o segundo! Eu já fui o segundo do concelho. Por desconfiança e inveja, nunca mo deixaram sentir. Mas fui. Já fui muito alto. Já tive um grande peso nos ombros.


E é por isso que digo, de pulmão cheio e de peito aberto que:
nas eleições eu vou votar no partido socialista, no Carlos Castelinho e na sua equipa.