sexta-feira, 28 de junho de 2013

Parabéns mãe Zira!

Com algumas das tuas amigas da nova geração, na tua casa: as netas Leonor, Maria e a vizinha Mariana
Assim, como eu te quero sempre: a sorrir. Despreocupada. Feliz

Tive um dia horrível no trabalho. Dos mais duros em 13 anos de carreira. Muito serviço, muita responsabilidade, muita gente, alguma reclamação, uma ou outra ocasião em que tive de levantar a voz para que as pessoas me ouvissem… Mas sobre isso hei-de escrever quando tiver tempo e me apetecer. Talvez quando a ferida estiver mais sarada. Quando estiver ainda mais calmo.

Agora estou tranquilo. Cheguei a casa, tomei banho e estou a escrever-te para te dar os parabéns no facebook. Pessoalmente, dei-tos logo de manhã quando te fui beijar antes de ir para o meu serviço. Disse-te que eras a pessoa mais parecida comigo em vida e por isso chocámos tanto no passado. Forças idênticas repelem-se, não é que ensinam em química? Disse-te que ainda bem que estamos vivos. Dei graças a Deus, por os dois termos passado provas tão difíceis nos últimos tempos. Pela superação. Disse-te que era tão bom poder dar-te os parabéns pelos anos de vida. E já vão 63!

Sei que ligas muito ao facebook. Na azáfama dos dias, em que todos corremos para todo o lado, tu estás muitas vezes só, por mais companhia que tenhas. Na internet tens sempre leitura nos blogues que gostas, no facebook tens sempre companhia, amigos, afeto, calor humano. Sei que por isso é tão importante para ti. Por isso te escrevo esta mensagem. Para que tu leias e para que todos possam ler e conhecer o meu sentir por ti. Eu sei que sou o teu Pedro. Houve tempos em que não fui. Não estava cá. Mas sou mais o Pedro que tu queres a cada dia que passa e isso faz-te imensamente feliz. E a mim também.

Já vou jantar contigo. Já quero ter o prazer de estar contigo e quero partilhar o prazer de te ver ler este texto. Se não me atrasar muito…

Quero aqui dar-te uma prenda para além da que a Cris te comprou. A prenda é esta:

O exercício que fazem com as crianças de compararem as pessoas a algo da natureza ou animal é interessante. Fá-las crescer. Se tivesse que encontrar algo na natureza com a qual te pudesse comparar seria uma montanha. Pela tua força, capacidade de resistir às adversidades, às contrariedades da vida. Uma montanha serias. Um porto de abrigo. Uma protecção sempre presente. Mas não seria uma montanha qualquer. Teria que ser grande como tu que és alta, e com um vulcão lá dentro. Com calor, com sentimento. Que entraria em erupção não quando a vida quer mas quando ela, tu, a montanha, quisesse. Com inteligência, como a que tens.

Um beijo. Grande e com um abraço apertado como os que nós damos.

Quero-te muito.

Amo-te como não amo mais ninguém no mundo.

Mãe há só uma.

Do teu filho,


Pedro

terça-feira, 25 de junho de 2013

Revolucion!





Este blogue tem de levar volta. Tenho pensado muito nisto. Este blogue tem de levar um abanão como costumo dar à minha filha Leonor para ela ter genica. Genica! Genica carago! Aquela rapariga que já não é uma gaiata, tem de agir como uma pré-adolescente como diz que é!

Este blogue tem de levar um abanão desses, como eu lhe costumo dar a ela, como Deus me deu a mim quando ia na vespa e tive o acidente. Não precisava era ter sido um abanão tão forte e tão grave que quase me levou desta para melhor! Mas prontos, deu-mo e já passou.

Aprendi a ser menos egoísta. A ser mais calmo, mais ponderado. Deixei de me dedicar tanto à viola (que só dava para eu ser mais egoísta, a aprender por mim, a ter a mania que era rock star), tirei a minha prateleira de dvds que ocupava grande parte da sala, passei a dedicar-me mais à minha família, a saborear os pequenos pormenores que tornam a nossa vida um bem tão precioso.

Os abanões à minha filha não costumam servir efeito. O abanão que Deus me deu, surtiu imenso efeito e mudou a minha vida. Nunca mais serei o mesmo.

O blogue também tem de levar um abanão só que esse, sou eu que lho dou.

Quero também ser melhor no blogue onde vivo. Ter uma vida nova. Um antes e um depois. Quero que o depois seja magnífico, colorido e feliz. Olhando para trás, vejo que apesar de colorido, o blogue ainda era cinzentão. Agora quero um arco–íris! Não! Não tem nada a ver com os gays que nisso aí não mudei nadinha e tenho os gostos tal e qual como tinha antes. Aqui o Tio Sabi é apaixonado pelas suas mulheres.

Para já, tenho de mudar a essência dos assuntos. Ou então mudar-lhe o nome. Isto tem sido mais “Escrevendo o mundo de binóculos do alto de Marvão” do que “Vendo o mundo de binóculos do alto de Marvão”. Que falta então? Mais imagem! Aprender com a fase facebook que se seguiu após a triste ideia de dar fim ao blogue. Mais fotos, textos mais curtos e mais frequentes. Não estar tanto tempo sem publicar nada. O que publico, fica. E eu também vivo aqui no blogue. O Pedro Sobreiro não é só carne e osso. Às vezes é também um bocadinho de cérebro. Também vivo aqui na internet!

Esta revolução consiste em:

MAIS imagem

MAIS vídeos da vida, de música e caseiros

MAIS publicações por dia

E…

MENOS texto ou pelo menos mais curto e mais direto.

Companeros: VIVA LÁ REVOLUCIÓN?

Antes, quando tive esta ideia, escrevi um pequeno texto:

O Abel é bom!


Um bom amigo de há muitos anos. Um cromo de luxo, daqueles a 3 dimensões, cheio de cores brilhantes. Neste dia quando o encontrei, tinha ido levar a correspondência do serviço aos correios. Encontrei-o sentado numas escadinhas perto do Espírito Santo e juntei-me a ele. Quando o vejo costumo sempre cair com uma tacinha de vinho ou umas moedas para uma onça de tabaco. Estão prometidas umas camisas que já não uso e um relógio que lhe vou dar só a 23 de Outubro quando fizer 66 anos. Neste encontro pediu-me 5 euros.

“5 euros, Abel?!?!? Tas maluco! Isso é muito dinheiro. Não te posso dar tanto dinheiro! Então mas o que é isto?!?!? É a Santa Casa?”

Ele meteu o dedo nos lábios e mandou-me calar. “ppppppsssssssshhhhhiiiiuuuuuu… Está caladinho e sossegado”, disse-me baixinho, devagarinho com ele fala e sem dentes. “5 eures pa ti n’ é muto! Achs que é muto? Nã é! E pa mim, po Abel qué bom, é bom porque posso comprá cousas qu ê goste. 5 eres p’ aquilo que tu ganhas n’e mute. Olha qu’eu sô teu amigue. Já há mutes anos. Nã nos conhecemes d’ontem. Já passámos muta cousa juntes. Mutas festas aí nas terras. Olha qu’ê na sou com’esses que páí andem. Esses que se dizem tês amigues e depôs mordem na calada quande tu passas. Pchiuuuu. Olha qu’eles ouvem tude. O Abel é tê amigue. Eu conte-te tude”.

E eu pensei: O Abel é mesmo bom!

Quality never  goes out of style


Estas foram tirada já dias depois. Calçado com os meus Ray Ban. Para que fizesse pose para o telemóvel tive de apertar com ele. Tive de insistir mas ficou bem. Não estava muito convencido do resultado mas quando lhe levar os calendários gigantes e as t-shirts com esta imagem, vai ficar regalado!




O paraíso, se é que existe, deve ser à medida de cada um. Na cabeça de alguns homens deve ser frequentado por beldadades latinas rechonchudinhas desnudadas num ambiente tipo a vivenda do Hugh Hefner, patrão da mansão Playboy. Por muito que me custe a crer, ainda há homens que devem sonhar imaginando o paraíso assim. Seguramente não é o meu caso! Latinas? Rechonchudinhas? Naaaaa… Mas esta visão da pastelaria Caldeira em Santo António das Areias, propriedade do meu querido amigo Chocolate, com uma imperial gelada, um pratinho de tremoços e o Correio da Manhã do dia… aaaaahhhhhhhh. Muito bom! Parece que a estou a sentir aqui a escorregar pela goela…




Em pleno século XXI, nestes dias de frenesim louco ainda há imagens deliciosas assim. Um velhote que teve a já tão pouco habitual deferência de me cumprimentar desejando boa tarde, tratando-me por senhor, estava a ouvir telefonia à porta de casa gozando o sol que já descia. Com calma e prazer. Coisas raras na voragem tempos que correm.


domingo, 23 de junho de 2013

morreu Tony Soprano





Só por manifesta falta de tempo é que não pude manifestar aqui, na minha casa virtual, o meu pesar pela morte de James Gandolfini, o ator que para mim ERA Tony Soprano. Único e insubstituível! O coração traiu-o e morreu esta semana, no dia 19 de Junho. Passou para o outro lado com apenas 51 anos de idade. Era muito jovem. Too young to die, dirão os seus comparsas, os da sua famiglia sempre vestidos de t-shirts de alças, suspensórios, calças vincadas e sapatos engraxados ao brilho numa esquina de Nova Jérsia onde costumavam passar as tardes a magicar sobre as últimas jogadas para enriquecer da maneira mais fácil e ilícita. Fosse no célebre clube de strip Bada Bing! do qual eram proprietários, numa qualquer tramóia do negócio dos lixos onde criavam fortuna ou apenas a vender da branquinha, o certo era que alguma coisa haveria de dar dinheiro.

Não me consigo recordar de uma outra personagem que se colasse tanto ao ator. James Gandolfini fez outros papéis em televisão e no cinema mas, nenhum outro sequer almejou a chegar lá perto da sua personificação de Tony, o líder dos sopranos, o chefe mafioso deprimido mais famoso da história.

Digam o que disserem, também estou de luto porque morreu o Tony Soprano. Apaixonei-me por esta série e ela era de longe, a anos-luz de distância da concorrência, a minha série de televisão favorita. Ainda tenho lá pra ao arquivo multimédia do sótão, caixas de séries completas que importei pela net. Ao nível de importância na minha vida, apenas os Simpsons com os quais me delício há décadas e os X Files andaram lá perto. Perto mas muuuuito atrás.

A figura do chefe da máfia que colocava a vida em questão arrebatou-me. Mas não foi só ele. Todo o elenco era delicioso, repleto de personagens inesquecíveis: o sobrinho Christopher Moltisanti sempre agarrado à branquinha;  Silvio Dante protagonizado por Steven Van Zandt, guitarrista da E Street Band do Boss Springsteen e Paul Gualtieri, tratado na família pelo diminuitivo Paulie deram-me horas, centenas de horas de puro prazer à frente do ecrã.

Eu vivi tanto aquilo, identifiquei-me tanto com a forma de sentir e pensar do Tony que acho que até cheguei, tal como ele, a ter sonhos eróticos com a sua psicanalista, a Dra. Melfi.

Fosse a jogar snooker, poker, dados, a roubar ou a matar, vê-los trabalhar era um prazer. Tão feliz que fui com eles.


James Gandolfini morreu de ataque cardíaco em Itália. Não havia forma, nem local mais apropriados. Até a morrer representou. Paz há sua alma. Numa tirada ao melhor estilo da sua personagem: “Que esteja lá muitos anos sem nós!”







segunda-feira, 17 de junho de 2013

Folga para viver















Estive ausente durante dias. Propositadamente ausente. O blogue é muito importante na minha vida. Mas não posso deixar que me roube espaço à própria vida. Tenho de ter tempo para viver. Tempo para desfrutar, para ser eu. Tempo para mim e para os meus. Como neste fim de semana, a minha parceira de vida foi viver para longe, para o Porto em trabalho, mudei-me de armas e bagagens para a casa dos meus santos cunhados (sim porque os meus cunhados também são bons e são santos cunhados como os meus sogros são santos. Quem me trata bem tem tudo de mim).

Os motivos para ir viver para a casa deles em Portalegre neste fim-de-semana foram muitos. Alguns contaram como vantagens como a hospitalidade, a simpatia, a casa fantástica e espaçosa, o facto de a minha companheira estar ausente mas o principal motivo da contratação foi o aniversário da minha afilhada Maria que amo como se fosse minha filha. A única diferença que tem das minhas é que não é do meu sangue. Mas não vejo, nem sinto essa diferença. Para mim é igual às duas. É minha também.



Neste fim-de-semana vi, vivi e diverti-me imenso. Fui muito feliz e bem tratado. Sexta foi noite de marchas populares.

No sábado, a festa de aniversário foi fantástica com muita comida, bebida e amigos.








O domingo foi também fantástico porque a minha Leonor fez a profissão de fé. Ela já tinha no seu quarto as imagens das minhas mães do céu que são também as suas: Nossa Senhora do Carmo (padroeira da minha aldeia da Beirã), Nossa Senhora da Estrela (padroeira do concelho) e Nossa Senhora de Fátima (padroeira do país). Foi a fé que lhe passei, que nós pais lhe passámos.








A profissão de fé foi a confirmação dos votos que fez na comunhão. Tenho vontade que ela ajude mais nas missas. Que frequente mais, que siga o conselho que o Padre Luís fez a todos e se torne acólita. Quero que perceba que o seu papel na sociedade pode ser muito mais importante que os F que regem a sua vida ( F de facebook e Fox – o canal que nunca perde).

Na cerimónia que foi muito bonita, fez uma leitura que dizia : “Para que os cristãos da nossa diocese, atentos ao dom que receberam de Deus e abertos aos apelos do sínodo diocesano, se empenhem na sua renovação pessoal e na renovação da nossa igreja. Oremos por intercessão de Maria, estrela da evangelização”.

Já eu, fui o pai seleccionado para ler: “Senhor padre, conscientes dos nossos deveres de pais e primeiros educadores, viemos, hoje, com os nossos filhos, celebrar o mistério do batismo. Temos consciência de tanto quanto podemos e sabemos os temos ajudado a caminhar na fé cristã. Queremos continuar a dar-lhes bons exemplos, ajudando-os a assumir os compromissos que hoje mais conscientemente querem tomar.




Esta foi a cerimónia solene porque a profissão de fé informal lha fiz no outro dia no sótão onde estava a brincar com a irmã e lhe expliquei a importância de falar com Deus como se fala com um amigo. Lhe pedir ajuda e desculpa sem ter de se rezar. Falando apenas. Pedindo em tranquilidade. Com confiança.

Como o dia era de festa, no final seguimos para o restaurante o Sever dos meus amigos Filipe e Julieta onde fizemos uma refeição fantástica com a qualidade a que já nos habituaram desde sempre. Sou cliente desde que era criança, quando eu passava as tardes a fazer corridas com os paus de gelado na levada que passa junto ao rio. É uma memória daquelas que não se apagam. Claro que as minhas tias que me levavam pela mão quando era puto juntamente com os pais e toda a família foram logo cumprimentar a Dona Esperança, a matriarca, uma moçoila que caminha para os 100, um pouco mais adiantada que elas que ficou muito contente por as ver.



O preço no Sever não foi alto. Por mais caro que fosse, para mim ainda teve uma consideração dos donos que são meus amigos. Ainda há quem me estime pelo trabalho que fiz na câmara em prol dos outros. Ajudei todos quanto podia. Distribuía. Repartia. Agora os que mamam são sempre os mesmos mas não quero ir por aí que é para a conversa não azedar.

Dizia eu que o preço no Sever nunca é alto, sobretudo no Verão. Paga-se o comer que é sempre belíssimo e a envolvente que é absolutamente extraordinária: a vista imponente para  Marvão, a frescura do rio que corre ali próximo, o conforto da sombra das árvores do pátio, tudo!

Uma refeição como a que ali comi, junto a algumas das pessoas que mais amo no mundo é uma bênção dos céus. Eu rezei a Deus e agradeci por me ter dado direito a esta benesse.



Estive fora do blogue por um motivo mais que justificado: estive fora porque estive a viver. Dei folga ao blogue para viver.

A foto de família neste dia tão importante ficou reduzida a nós dois: a Leonor e eu. A mãe estava fora em trabalho. A Alice fez birra porque nem me queria ver, quanto mais fotos. Poucos mas bons. Plenos de vontade, alegria e querer.


Graças a Deus

Blues Brothers em versão alentejana patrocinados pela Ray Ban


Versão hardcore patrocinada pelo canal Sexy Hot 


"Ai Cali: agarra o rapaz! Olha que ele se atira!"