Antes de ler, convém saber que…:
também eu já me rendi ao facebook em detrimento do blogger por diversos
motivos, mas sobretudo porque é mais imediato (basta tirar o telefone do
bolso), e tem outra abrangência (é ali que estão todos ligados, e se queremos
comunicar…). Mas esta publicação, a densidade da odisseia que a legitima, a sua
complexidade (em fotos e vídeos), e a sua importância na minha vida, mais que
justificam um regresso aqui à minha casa mãe, que está e estará sempre em
aberto, enquanto eu durar. Sendo assim, quem vier por bem, venha, venha também!
Texto escrito a muitos pés de altitude,
na viagem de regresso…
É certo que é um lugar mais que déjà vu, mas realmente, a vida... é mesmo para ser vivida! Com isto quero eu dizer que estando a nossa alma confinada a ter de viver neste corpo, que dificilmente durará mais que 80... 90 anos com qualidade, claro está, devemos ter a sapiência de retirar, ou melhor, usufruir de tudo... dentro das nossas capacidades, o que de bom a vida nos dá.
Os Oasis, banda britânica
de guitarras, nascida na última década do século passado, sempre encaixou muito
no meu ideal de banda: pelas letras, melodias, atitude, espírito, complexidade
criativa, postura.
Ao longo dos
anos, fui colecionando álbuns (todos!), singles, raridades, concertos...
Assisti ao vivo na 1a vez que trocaram no nosso país, durante a Expo 98 (há quase 30 anos atrás!!!), e revi-os no Pavilhão Atlântico, aquando da sua última vez entre nós, a 15 de fevereiro de 2009, numa noite de fantástica memória, aqui espelhada, como meu mano Miguel Damião e o meu Soul Brother Francisco Roldão.
https://vendoomundodebinoculosdoaltodemarvao.blogspot.com/2009/02/magical-mistery-tour.html
Cansados da vida
exposta sempre no limite pelas atuações constantes, e o assédio permanente dos
media clamando por briga e sangue, os irmãos Gallagher, que ao princípio
pareciam duas corujas mono-cebrancelha, que depois se estilizaram à medida que
os milhões entravam pelas vendas Beatlemaníacas; romperam e começaram carreiras
a sós... que nunca conseguiram chegar aos calcanhares do virtuosismo quando
estavam juntos, pois aí, parecia que faziam faísca criativa!
Muitos pensámos
que seria impossível revê-los em palco, Liam a abanar-se, swaggering, como tão
bem sabe, rockin" rolando feito mitra; enquanto Noel, continuava a criar o
edifício sonoro de que são feitos.
Até que... depois
de anos e discos de carreiras espartilhadas das quais nada saiu que pudesse ser
visto, ou melhor, ouvido de jeito... a coisa teve de se dar.
Muitos de nós
sabemos que quase todos sabemos que bastou alguém que entendesse do negócio, e
do artigo, lhe tivesse explicado... só assim por alto, e pela ramada, o que
poderiam estar a perder se não fizessem as pazes... para terem saltado para os
braços um do outro a fingirem que davam muitos beijinhos, que na realidade não
dão, embora eles, como é obvio, prefiram defender a visão romântica, que quem
os convenceu a fazerem as pazes foi Paul Bonehead, guitarrista inicial dos
Oasis, natural da sua cidade natal Manchester, também seu colega de escola, que
ontem, surpreendentemente, também estava em palco, completamente calvo, quando
ele no início, também já tinha pouco... 😁
E assim, 14 anos
depois nasceu uma tournée, que para os fãs passou a ser o sinal de que poderiam
viver o momento outra vez, e juntar-se a eles num sing-a-long gigantesco que
faz de cada atuação, uma autêntica reunião de Karaoke; e para eles, mais uma
descoberta de um pote de milhões que dão muita alegria, e para muita coisa.
Posto isto, no
verão do ano passado, ligou-me o Francisco Silva de Lisboa (com quem já tinha
grande afinidade, e por quem nutria uma enorme e franca simpatia, alguém que
conheci por ter casa por aqui, apesar de ser natural e residir na capital), que
me sabia grande fã; a dizer que tinha deixado o computador todo a noite a
trabalhar, ligado à Ticket Master, e conseguido ingressos para nós dois, para
Manchester em 2025!!!
Puxa vida!!!!!!
Que notícia!!!!!!
Voltando à
conversa inicial, dizia eu que há desafios que não se podem mesmo recusar, e
assim sendo, foi um ano a preparar todo o material (passaporte, visto de
entrada no UK, recém saído da UE), e sempre, sempre a pensar no dia 11, de
saída de Portugal; dia 12, do concerto; e dia 13, de regresso. Todo o santo ano
com isto em suspenso na cabeça, porque se numa mão tens a aventura, a
descoberta, o que te acrescenta algo; na outra tens toda a ansiedade natural de
abandonares a tua zona de conforto, de segurança, e saíres do sítio onde andas
com pé firme no chão. Tratava-se de um mergulho no desconhecido à procura do
sésamo encantado do Aladdin!
Sendo assim, e porque
o que tem de ser, tem muita força, pelas 9h do dia 11, sábado, aterrámos em
Manchester, e invadimos o Reino Unido (acordados antes das 3h, depois de saídos
de solo tuga às 6h). Depois do check-in no oportuno 🏨 junto ao aeroporto, fomos à descoberta da
cidade portuária de Liverpool, para qual nos deslocámos de comboio, com uma
viagem de duração de cerca de 1 hora.
Em Liverpool
queríamos sentir a vibração da cidade dos Beatles, o pulsar do coração do rock
britânico, sentir o cheiro a mar, tocar e olhar as pessoas, visitar a
Caverna(a), onde tocaram pela 1a vez enquanto Quarrymen, fotografar a estátua,
fotografar-nos junto a ela, marcar o ponto no nosso mapa pessoal, no nosso
Google Maps. Que cidade... e que gente...
Depois de uma
noite muito curta, um voo muito grande de 3 horas de duração; uma manhã muito
quente, viajada e agitada; quando corpo pedia era reserva e descanso... (embora
assim tenhamos visto e vivido muito mais; que é para aquilo que fomos); dirigimo-nos
ao Heaton Park em Manchester para onde entraram muito mais de 80.000 almas,
numa multidão absolutamente deslumbrante que eu nunca antes tinha visto junta,
e onde tivemos um acesso assaz problemático, por causa de um pequeno pormenor.
Passámos todas as
barreiras, mas na ultimíssima entrada, um marreta de um segurança indiano
(esqueçam a vossa ideia do típico inglês, do gênero daqueles que vêm ao
Algarve. Se eles colonizaram a Índia durante quase 1 século, entre 1858 e 1947,
agora estão a aprender porque é que a vingança é um prato que se come frio!!!
Aquilo está pejado deles!!!! E eu imagino que Portugal, e a Europa toda vão
mesmo ser engolidos pelo Islão, como já li em tantas crônicas e opinion makers).
Pois o gajão barrou-nos a entrada por causa da minha pequena mochila Eastpak
que levava às costas com águas e alguns bens pessoais. Á pála disso, perdemos
tempo à procura de uma casa onde a deixar (dizia ele que havia algumas na
cidade para isso, que nunca conseguimos localizar), e valeu-nos a sagacidade de
meu Francisco, que pediu a uma família que vivia nas proximidades, e se estava
a preparar para ouvir o concerto à porta de casa com amigos, que nos desenrascasse,
e como nada cobraram, teremos de os recompensar com umas garrafinhas de bom
vinho porque merecem mesmo, e a sua ajuda e nos valeu por tudo!!!
Perdemos os Cast,
e o Richard Ashcroft, dos Verve, que íamos ouvindo nas proximidades, mas pelo
menos, assistimos ao concerto dos Oásis na íntegra, com uma distância razoável,
apoiada nos gigantescos ecrãs gigantes, e as barreiras de colunas suspensas por
balizas, espalhadas por toda a parte.
Se tivermos
capacidade e inteligência para esquecer os motivos da reunião, a verdade é que
depois de tanta coisa ter acontecido, eles certamente se divertiram muitíssimo,
aproveitaram o momento e nem se lembraram dos milhões, pelo menos ali, quando
estávamos em pleno ato; e nós... nós... nem pensámos na via do negócio, e
esquecemos a perspetiva mercantilista!!! Foi só PURA DIVERSÃO!!!
No meio de tanta
gente, ficámos algo distantes, como é óbvio e seria impossível se assim não tivesse
sido, contudo o sistema de som era BRUTAL, e as muralhas suspensas de colunas
espalhadas pelo recinto garantiam isso; os ecrãs gigantes eram TREMENDOS, e a
BANDA estava ali!!!!, mesmo à nossa frente, tão próxima de nós, a tocar e a
falar… Os locais, os bifes naturais de Manchester estavam
WIIIIIIILLLLLLLLDDDD!!!, e nós passámos das melhores horas da nossa vida!!!
Os êxitos que
constavam do line-up falam por si, e obviamente dispensam quaisquer
apresentação...
Foi tão bom
voltar a cantar com eles.. ❤️
Eu, que crítico
tanto a malta que não larga o telemóvel e passa a vida a filmar, no lugar de
aproveitar o momento... não resisti...
Foi tão bom...
que eu queria o meu registo...
Para mais tarde
recordar...
Espero que gostem, e os direitos de autor não mos cortem…
Oasis, Cigarettes
& Alcohol Live, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12
Oasis,
Half the World Away Live, Heaton Park,
Manchester – 2025.07.12
Oasis, Whatever Live, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12
Oasis, Live Forever Live, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12
Oasis, Rock’n’Roll Star, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12