segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

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Não raras vezes sou abordado pelos meus leitores com base naquilo que escrevo, que me comentam verbalmente ou via net. Dizem-me que gostaram do que leram, que não gostaram tanto, perguntam se estou preocupado, se estou deprimido, se estou assim, se estou assado, querem indagar e saber mais… E eu tenho de ser como sempre fui com eles… sincero!


Depois do que me aconteceu, desta revolução completa na minha vida, houve momentos em que pensei se valeria a pena continuar com o blogue, se seria capaz de lhe dar continuidade. O mais fácil teria sido dizer que era o fim, que não me lembrava da password, que tinha acabado. Mas isso era ser contra mim e contra tudo o que tenho trabalhado nele. Este blogue são os meus olhos virtuais, sou eu na net a ver o mundo de Marvão e a escrever sobre tudo o que se passa nele. Este blogue também sou eu! E já que tenho tido tantos leitores que me falam nele nos sítios mais inusitados e onde eu menos espero, ainda tenho ganho mais força para não me calar e dizer livremente o que penso. Noutras alturas não sei se foi assim… acho que escrevia por escrever e dizer tudo aquilo que me ia na alma. Era uma espécie de desabafo, um diário digital onde ia colando as minhas memórias. Hoje, quando escrevo e publico lembro-me de tudo mas sobretudo de quem me segue, dos meus leitores e... como já vai sendo normal agora na minha vida, houve alturas em que era eu a lebre, era eu quem puxava. Agora é tempo de ser ao contrário.


É importante que fique bem clara a forma e o estado em que as coisas estão: este foi (e continua a ser…) um processo muito pesado e muito lento que me surpreendeu por completo. Não é que eu esteja só em baixo! Foi mesmo barra pesada! E quando um “mano” entra assim numa destas, na “mó de baixo”, regressar ao de cima, ao ponto em que estava, é tudo menos fácil! Tudo, até as coisas que pareciam mais simples e fáceis, custam a fazer. Por exemplo, agora sinto sempre quando estou de pé porque tenho sempre esta estranha sensação de estar em cima de duas pernas. Coisa ridícula e absurda de ouvir, certo? Mas é a verdade! Por isso é que eu me espanto quando me falam em trabalho, se eu tenho saudades de voltar ao trabalho. Trabalho? Eu passo os dias a trabalhar na minha recuperação, a fazer tudo o que possa para me sentir mais recuperado. E eu só me pergunto como é que uma pessoa que esteja neste estado, assim em baixo pode pensar noutra coisa que não recuperar-se e ficar melhor? Exemplo: para mim é extremamente difícil conseguir caminhar a direito, manter-me sobre as minhas pernas e seguir alinhado quando caminho porque o corpo só quer é estar na horizontal. Quando se passa o tempo nisto como é que se pode pensar em querer ser produtivo, em regressar e manter um emprego? Impossível!


Não sou eu que me estou a tentar fazer triste e difícil. Se estou assim é porque me sinto assim, é porque tenho consciência que vai ser muito difícil conseguir recuperar e tenho a clara sensação disso!


Eu já passei muitas horas a trabalhar neste blogue! Eu já aqui escrevi milhares de palavras e ideias! Eu tenho aqui uma enorme entrega de anos! Aqui nestas páginas pode-se ter muito e saber muito sobre a minha vida e o que fui. E eu espero, muito sinceramente que melhores e mais animados dias venham porque só quando o “astral” certo regressar, eu posso voltar a escrever como eu quero e gosto. Até lá, eu peço calma e paciência.

3 comentários:

@n@bel@ disse...

Ainda bem não desististe do blog, eu venho aqui quase todos os dias deliciar-me com o que escreves, reparo que estás diferente na escrita, mais amarga, mas depois de tudo o que passaste é normal que assim aconteça. Só espero que continues sempre pelo bom caminho, e sê feliz...

Helena Barreta disse...

Pedro, escreva o que quiser, quando lhe apetecer e ao ritmo que conseguir. O mais importante é recuperar e sentir-se bem de novo, se nos quiser relatar o que lhe vai na alma, melhor.

Coragem e ânimo para enfrentar os dias mais cinzentos. Tenho para mim, que as suas meninas fazem de tudo para o mimar e transformar os seus dias em melhores dias. Força.

Um abraço apertado

Clarimundo Lança disse...

Vamos em frente, para trás mija a burra. Para quando uns "Separados á Nascença" que por aí ficaram. Vamos a arribar malta D'Alter. Força amigo.