domingo, 12 de outubro de 2014

O novo blogue (facebookado)


Ultimamente, de cada vez que por aqui passo, um misto de tristeza e lamento apodera-se de mim. Longe daqueles tristes períodos tão difíceis depois do acidente em que questionei tudo e cheguei a pensar pôr um fim a esta minha encarnação cibernética, vivo agora com uma desolação permanente pela minha ausência por estas paragens. Os tempos mudaram e essa é que é a verdade. A força está em saber acompanhá-los.


Este blogue nasceu porque a vida em carne e osso não chegava para eu viver tudo o que queria. Precisava disto para postar a memória, para criar um álbum de víveres com recurso a tudo o que fosse multimédia para chegar a quem me quer bem; para deixar o legado às minhas filhas e aos filhos das minhas filhas para verem quem era aquele que as antecedeu; para mim quando for velhinho (se lá chegar porque se for antes, de certeza absoluta que vou contrariado) e a vida me passar. Como eu gostaria de ter conhecido os pensares do meu avô e do meu bisavô e dos que foram antes de mim se tivessem tido acesso às tecnologias que eu tenho.


Empurrado pelo ímpeto dos “Desabafos” da Rádio Portalegre que passei a integrar por convite do meu amigo Joaquim Barbas, tomei balanço depois de finda a temporada e segui por minha conta, criando o meu próprio espaço, deixando a política e a vida dos portugueses; passando a centrar-me na minha.


Como o subtítulo que coloquei na imagem do cabeçalho indica, por aqui desabafei, exultei e descomprimi. Dando largas à minha formação jornalística abandonada por uma vida mais certinha, melhor remunerada, mais perto do meu sítio e no fundo, melhor; aqui arranjei forma de fazer uma grande reportagem da minha vida com tudo o que isso tem de bom e mau. Quem não deve, não teme e até posso ter telhados de vidro porque não vou numa de virtudes públicas, vícios privados. Exponho-me demais, é certo, mas isso até me agrada. Faz-me sentir assim uma rockstar de subúrbio rural que é considerada porque é assim que me sinto habitualmente. Pode ser só impressão minha e algum (muito) convencimento mas as mulheres até me olham com o ar de “este gajo até é fixe e estar ao pé dele nem deve ser assim tão mau” e os bacanos olham-me de duas formas: ou são amigos e também sabem que eu sou-o deles e pensam ao ler-me: “o velho Sabi…” e sorriem; se não são amigos, ou sabem ler e pensam “é pena não nos darmos bem que o gajo até deve ser fixe”; ou não sabem ler e só invejam enquanto se entretêm com as rudimentares alfaias mundanas de que é feita a sua existência.


Mas este recomeço não é um fim; antes é um princípio. Se o BES deu barraca da grande, o Salgado se safou à prisa pagando os 3 milhões que davam para comprar um avançado assim jeitoso e isso não foi o fim mas antes o princípio do Novo Banco, também este post pode ser o começo do novo blogue com direito a nova imagem no cabeçalho com ligações e tudo.


Esta vai ser assim uma mudança ao nível da do Expresso que como diz o periódico: faz opinião. O Expresso continua a ser o mesmo, um calhamaço impossível de ler todo porque o tempo escasseia, é coisa rara e exige concentração, mas… agora também é diário. Aproveitam recursos, fazem sinergias e com o mesmo, produzem mais. Eu também quero que o meu blogue se ajuste aos tempos. Ao meu tempo (already forty one and after being a Vespa Test Dummy), ao tempo da minha famíla (3 patroas a mandarem com intensidade crescente num sentido decrescente) e ao tempo da vida (mais caseira, mais centrada na sala de estar, bem longe dos tempos da meteórica carreira d’A GRUPA quando se vivia na vertigem rock’n’roll.)


Traduzido por miúdos diz-te o quê a ti, que passas por aqui agora porque não tens mais nada interessante que fazer, com tanta coisa boa a dar na televisão? Que este blogue já me consumiu muitas horas de vida mas que de agora em diante não vai ser o exclusivo porque as ferramentas são outras e possibilitam “Ver o Mundo pelo Telemóvel com ajuda do Facebook onde quer que se esteja.” Dois saltos brutais permitiram que assim fosse:

1)    A minha descoberta do Facebook, depois de o ter menosprezado a início, como uma ferramenta verdadeiramente vertiginosa que eleva a comunicação entre os seres vivos a um expoente nunca antes imaginado. Se a internet faz o mundo parecer uma aldeia global, o facebook faz da aldeia, uma praça onde cabe o pessoal todo à janela.

2)    A revolução dos telemóveis quando evoluíram para smartphones, ou seja em linguajar do vosso tio Sabi, em pequenos computadores de bolso que até, e também, dão para falar. Eu vinha de um Nokia Xpress Music com quase 4 anos completely old fashioned quando num ataque de fúria pela sua inoperância, o desfiz na calçada do quintal. Depois de muitas ouvir, passei umas semanas por um Sony Xperia que parecia fantástico mas avariava vezes demais para lhe continuar a dar o benefício da dúvida; até que aterrei num Samsung Galaxy Mini SIII e fiquei rendido. É certo que sonho com Samsung Alpha ou até mesmo um iphone mas… sim. Este dá. Para falar, para fotografar, para ouvir música, para ir à internet. Como diz o meu novo amigo Dino Mafra: “Siga!”


Então passa a ser assim: todas as semanas irei publicar por aqui no blogue a espaços, quando tiver tempo porque assuntos há sempre em demasia, arquivados em papelinhos amarelos post it numa das minhas gavetas. O mais provável é ser ao fim de semana mas nunca se sabe quando sairá por aqui mais alguma coisa. Pode ser amanhã, mas como não há remuneração fixa e sou freelancer..

Paralelamente, terei sempre o telemóvel ligado na net assim que seja oportuno e a ligação a todos será permanente.

Sempre que tenha um assunto que mereça mais texto, mais espaço, mais fotos e vídeos ou que seja mais rebuscado, virei por aqui. Sempre que surja o imediato, o momento, o instante, o dia-a-dia, o trivial vai por ali, pelo facebook em https://www.facebook.com/pedro.sobreiro.14  (onde o 14 vem do nome do burro do avô da Cristina) para os de fora da onda ou para os que estão dentro da cena do facebook, procurando apenas por Pedro Sobreiro. Por razões de segurança, preferi nesta encarnação facebuquiana manter-me no anonimato e abandonar a nomenclatura mundialmente conhecida de Tio Sabi. Assim passarei a assinar pelo anonimato garantido pelo nome próprio, estratégia que certamente me permitirá passar muito mais despercebido. Ninguém conhece o Pedro Sobreiro.


Com o blogue e o facebook a funcionarem em simultâneo e em dimensões distintas, penso conseguir… isso mesmo: tirar o melhor de cada uma, como eu sempre defendo.

O facebook contudo tem alguns perigos e/ou limitações: imiscui-se demais ao querer saber quem és, onde estás, qual é o estado de espírito e se isto não é um Big Brother do Orwell agradavelmente aceite não sei o que será; tem uma enorme limitação de espaço que trata todos por igual e lhes dá as mesmas linhas de tempo de antena queira dizer muito ou pouco e seja mais ou menos importante, tenha maior ou menor interesse; e tem excesso de gente. Não é eu que seja a favor de limpezas étnicas cibernéticas mas em cada facebookiano está um potencial blogger só que não têm nada a ver. Podem utilizar as potencialidades estonteantes e o imediatismo de poder brutal do facebook mas não têm nada a ver. Os blogues estão para o facebook como a feira das Galveias está para uma coisa que eu cá sei e começa por um f e termina na letra r, tendo pelo meio as letras ode. O blogger gere um espaço só seu e tem de saber geri-lo com assuntos suficientemente pertinentes para o manter válido. Um chamariz sem que seja brejeiro, a chama sempre acesa independentemente do assunto tratado. Tem de ter algo que “faça” as pessoas voltarem. E gostarem         do que vêem.

Já no facebook há sempre imagens engraçadas a partilhar, pensamentos profundos a granel copiados de algures, uma prato recém-fotografado qualquer coisa nova nem que seja gamada, ou apenas para desejar uma boa noite ou um bom concerto. Se um gajo criasse um blogue para dizer isso, era capaz de ter poucas visitas, digo eu. Há quem tente criar um blogue mas… mantê-lo visitável é que é um bocadinho mais dificil. Já no facebook… tudo passa.

No imenso mar turbulento do facebook é mais difícil ser como eu sempre fui no blogue: nem melhor, nem pior, apenas diferente. Pode ser uma foto, uma notícia, um lugar comum, uma outra perspectiva mas sempre, sempre, sempre, única. Como eu sou único. Não há mais nenhum igual.


Maneiras que resumindo e concluindo, a sede deixará de ser o blogue para passar a ser o facebook onde se divulgará ou o “Vendo o mundo de binóculos do alto de Marvão diário em diversas edições que serão tantas quanto os assuntos” ou o “Vendo o mundo de binóculos do alto de Marvão principal no sítio do costume que não o Pingo Doce” mas que será sempre divulgada ali no facebook.


E esse vai ser o denominador comum ao Pedro Sobreiro do blogue, do facebook e em carne e osso: EU. Há quem lhe possa chamar egoísmo, percebo, mas a vida é só uma e se eu não gostar de mim, quem gostará? E eu, tirando uma coisinha ou outra que tento sempre limar… gosto.


Quem gosta e eu graças a Deus sei que são muitos, consomem (quanto mais não seja porque a mim me faz bem) e comentam comigo quando me apanham. Quem não gosta, mete para o lado e come só o ovo e as batatinhas fritas, porque: (Velha máxima do vosso tio Sabi) Cristo que foi Cristo e tinha a cunha do pai, com 33 anos já lá estava cravado no barrote). Portanto, eu sei que agradar a todos não dá so… live and let live dedicado a todos vocêis com o vídeo dos grandes G’n’R que tinham de fechar este post e mais ainda um outro vídeo... 



que tinha de ser dedicado à minha profissão e escolha de vida que não m’alembra se já o publiquei aqui mas não podia ser melhor. With lyrics to understand better what they say.

Now my advice for those who die
Declare the pennies on your eyes
Cos I'm the taxman, yeah, I'm the taxman

And you're working for no one but me

Taxman!



1 comentário:

Helena Barreta disse...

Eu vou continuar a vir aqui, até porque não tenho facebook.

Um abraço