terça-feira, 19 de junho de 2007

Sobe, sobe...


O ano de 2007 tem sido caracterizado por uma excelente colheita discográfica. Se acabasse agora, já havia na minha lista pessoal, 10 grandes discos para a posteridade. O sublime novo Arcade Fire, o potente novo Arctic Monkeys e a revelação dos The View, são exemplos mais que evidentes. Mas maior descoberta da temporada foram os Shins. Herdeiros de uma pop inteligente feita de guitarras dedilhadas e letras belíssimas, são os herdeiros mais improváveis dos saudosos Smiths, de quem eu tenho tantas saudades. Os gloriosos anos 80…

Pois o novo disco dos Shins, “Wincing the night away”, é de cortar a respiração.

Descobri há dias no “You Tube” que é cada vez mais o meu canal de televisão, o novo vídeo para o tema Austrália. Pop gloriosa e cheia de luz. No final do teledisco, como dantes lhe chamavamos, não pude deixar de sorrir.

Em primeiro lugar, porque o filme que criaram para a música nada tem a ver com o tema que lhe serve de base. À boa maneira independente. E depois, quando descobri o propósito do plano que nele tão bem engendram.

O Dia da Criança, é sempre para mim um dos dias mais felizes do mandato. Ver tantas e tão felizes, a cirandar de actividade em actividade, registando tudo naquelas sábias cabecitas e os sorrisos, aqueles sorrisos de orelha a orelha que nos aquecem e consolam e animam e preenchem. Eu acho que o Dia da Criança só o é se começar com muitos balões, de todas as cores, a voarem loucos pelo céu fora até serem apenas um pontinho colorido lá ao longe que de repente desaparece como por magia. Os meus colaboradores mais directos diziam-me que os balões eram dispensáveis, que o hélio era caro, que é difícil conseguir guardá-los para a hora certa, que no ano passado se esvaziaram, que temos que nos levantar muito cedo para os encher, que blá, blá, blá, blá, blá… E eu, que tenho a sorte de poder dizer como acho que deve ser, disse que sim. Sem os balões, não é a mesma coisa. E eles, coitados, que sim, vá lá o frete, ou semi-frete e os balões voaram e com eles, voei eu também agarrado a um cordelinho colorido. O dia da Criança só vale a pena se em vez de crescermos, voltarmos nem que seja por um dia a esse tempo. Foi lindo ver os balões a voar!

Os Shins, se cá estivessem… também haviam de ter gostado.



3 comentários:

pauloduartebarbosa disse...

Sugestão: "Garden State" - filme em que os "The Shins" são a banda favorita da Natalie Portman.

Outros discos de 2007:

Andrew Bird - Armchair Apocrypha

Bill Calahan - Woke on a Whaleheart

Black Diamond Heavies - Every Damn Time

Feist - The Reminder

Rickie Lee Jones - Sermon on Exposition Boulevard

The National - Boxer

Carla Bruni - No Promises

CocoRosie - The Adventures of Ghosthorse and Stillborn

Grinderman - Grinderman (novo projecto de Nick Cave)

Laura Veirs - Saltbreakers

Ola Podrida - Ola Podrida

Richmond Fontaine - Thirteen Cities

Rosie Thomas - These Friends Of Mine

The Clientele - God Save The Clientele

Tiraniwen - Aman Iman

Von Südenfed - Tromatic Reflexxions

Jaime Miranda disse...

Então viva, amigo. O teu post recordou-me uma coisa que vi há tempos no Youtube, dos Sigur Rós, que descobri quando pesquisava materiais sobre a igualdade de oportunidades. Estes senhores, que são islandeses e fazem umas melodias minimalistas, têm um vídeo soberbo de uma música intitutlada Svefn-g-englar. Neste caso são as imagens, e não tanto a música que arrepia. No vídeo são apresentados deficientes numa coreografia que evolui ao ritmo lento da música, enquadrados por uma paisagem que só pode ser islandesa. A beleza das imagens e a entrega e felicidade que transmitem é uma daquelas experiências que nos transporta para o que mais puro carregamos dentro de nós e faz acreditar que a vida é realmente para aproveitar. Vale a pena espreitar. Um grande abraço do Jaime Miranda

Catarina disse...

eu tirei fotos ao lançamentos dos balões, ficaram boas?

Miranda: também sou fã dos Sigur Rós desde os tempos da faculdade, realmente valem mesmo a pena!