O ano de 2007 tem sido caracterizado por uma excelente colheita discográfica. Se acabasse agora, já havia na minha lista pessoal, 10 grandes discos para a posteridade. O sublime novo Arcade Fire, o potente novo Arctic Monkeys e a revelação dos The View, são exemplos mais que evidentes. Mas maior descoberta da temporada foram os Shins. Herdeiros de uma pop inteligente feita de guitarras dedilhadas e letras belíssimas, são os herdeiros mais improváveis dos saudosos Smiths, de quem eu tenho tantas saudades. Os gloriosos anos 80…
Pois o novo disco dos Shins, “Wincing the night away”, é de cortar a respiração.
Descobri há dias no “You Tube” que é cada vez mais o meu canal de televisão, o novo vídeo para o tema Austrália. Pop gloriosa e cheia de luz. No final do teledisco, como dantes lhe chamavamos, não pude deixar de sorrir.
Em primeiro lugar, porque o filme que criaram para a música nada tem a ver com o tema que lhe serve de base. À boa maneira independente. E depois, quando descobri o propósito do plano que nele tão bem engendram.
O Dia da Criança, é sempre para mim um dos dias mais felizes do mandato. Ver tantas e tão felizes, a cirandar de actividade em actividade, registando tudo naquelas sábias cabecitas e os sorrisos, aqueles sorrisos de orelha a orelha que nos aquecem e consolam e animam e preenchem. Eu acho que o Dia da Criança só o é se começar com muitos balões, de todas as cores, a voarem loucos pelo céu fora até serem apenas um pontinho colorido lá ao longe que de repente desaparece como por magia. Os meus colaboradores mais directos diziam-me que os balões eram dispensáveis, que o hélio era caro, que é difícil conseguir guardá-los para a hora certa, que no ano passado se esvaziaram, que temos que nos levantar muito cedo para os encher, que blá, blá, blá, blá, blá… E eu, que tenho a sorte de poder dizer como acho que deve ser, disse que sim. Sem os balões, não é a mesma coisa. E eles, coitados, que sim, vá lá o frete, ou semi-frete e os balões voaram e com eles, voei eu também agarrado a um cordelinho colorido. O dia da Criança só vale a pena se em vez de crescermos, voltarmos nem que seja por um dia a esse tempo. Foi lindo ver os balões a voar!
Os Shins, se cá estivessem… também haviam de ter gostado.
3 comentários:
Sugestão: "Garden State" - filme em que os "The Shins" são a banda favorita da Natalie Portman.
Outros discos de 2007:
Andrew Bird - Armchair Apocrypha
Bill Calahan - Woke on a Whaleheart
Black Diamond Heavies - Every Damn Time
Feist - The Reminder
Rickie Lee Jones - Sermon on Exposition Boulevard
The National - Boxer
Carla Bruni - No Promises
CocoRosie - The Adventures of Ghosthorse and Stillborn
Grinderman - Grinderman (novo projecto de Nick Cave)
Laura Veirs - Saltbreakers
Ola Podrida - Ola Podrida
Richmond Fontaine - Thirteen Cities
Rosie Thomas - These Friends Of Mine
The Clientele - God Save The Clientele
Tiraniwen - Aman Iman
Von Südenfed - Tromatic Reflexxions
Então viva, amigo. O teu post recordou-me uma coisa que vi há tempos no Youtube, dos Sigur Rós, que descobri quando pesquisava materiais sobre a igualdade de oportunidades. Estes senhores, que são islandeses e fazem umas melodias minimalistas, têm um vídeo soberbo de uma música intitutlada Svefn-g-englar. Neste caso são as imagens, e não tanto a música que arrepia. No vídeo são apresentados deficientes numa coreografia que evolui ao ritmo lento da música, enquadrados por uma paisagem que só pode ser islandesa. A beleza das imagens e a entrega e felicidade que transmitem é uma daquelas experiências que nos transporta para o que mais puro carregamos dentro de nós e faz acreditar que a vida é realmente para aproveitar. Vale a pena espreitar. Um grande abraço do Jaime Miranda
eu tirei fotos ao lançamentos dos balões, ficaram boas?
Miranda: também sou fã dos Sigur Rós desde os tempos da faculdade, realmente valem mesmo a pena!
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