sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Alá esteja convosco!


Nota introdutória: este post foi escrito antes das últimas evoluções clínicas que me levaram, de novo, à sala de operações. Já passou! Disso darei notícias em breve, quando estiver melhor. Agora não consigo. De todo… Até lá.)
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S. A. A. 16.10.2010


Estive a pensar em cenas engraçadas para fazer durante este fim-de-semana em Lisboa.

Um gajo aqui refém dos lençóis… é natural que comece a pensar em dicas fixes, sobretudo para a malta que está aborrecida na capital durante a cimeira da NATO, num fim-de-semana em que parece que o mundo inteiro se mudou para ali.

Só o Obama parece que traz 900 black panthers na comitiva para o acompanhar. 900?!?! Dass…

Uma brincadeira engraçada deve ser um gajo disfarçar-se de Bin Laden e tentar ultrapassar o maior número de bloqueios policiais possíveis. Uma cena ao estilo olímpico: “1.000 metros barreiras terroristas”. É óbvio que não podia sair logo assim vestido de casa. O mais certo era ser caçado no metro. Mas o disfarce cabe numa mochila qualquer, por mais pequena que seja. Um lençol creme para fazer de túnica, umas barbas piratas do Carnaval, um turbante a euro e meio do Martim Moniz, tudo bem embrulhadinho… cabia. Depois… quando no Parque das Nações, era só baixar-se junto a um carro qualquer (o tempo das cabines telefónicas do Super-Homem já lá vai), mudar-se num instante e depois… dar corda aos sapatos! O mais certo era ser baleado por um tótó qualquer com menos sentido de humor mas lá está… é o que eu chamo um dano colateral. Viver sem risco deve ser bem mais triste. Ainda assim, podia ser que a bala não atingisse um órgão vital e sempre dava para brincar mais noutras vezes.

Outra cena engraçada era um tipo envolver o tronco nú num cinto feito à base de tonners velhos, daqueles pretos e cilíndricos, todos unidos por fita cola, com uma cordinha vermelha na ponta, a fazer de bombas. Vestir só um gabardine castanha, calçar umas botas pretas (de preferência de bico e com um fecho de lado), meter uns Raybantes da loja dos 300, e dirigir-se à primeira barreira policial. Lá chegado, era só abrir a dita cuja e começar a gritar coisas estranhas em árabe inventado do tipo : “Aselekamum ma há le braleli Alá, malekam, masiriritem Alá… (convém sempre repetir Alás com fartura e se se disser Bin Laden pelo meio, deve ser a arraia total). Claro que depois disto, de uma carga de porrada, pelo menos, ninguém se livrava mas para a malta que deve de estar fartinha de passar os fins-de-semana a cirandar nos centros comerciais sempre é uma coisa diferente.

Depois há outros cenários mais elaborados, também com muita pinta, mas mais arriscados e dispendiosos. Um gajo comprar um presente da empresa “A vida é bela”, dos que dão direito a um salto de pára-quedas a ser feito nesse dia na zona de Lisboa e mandar-se da avioneta quando sobrevoasse o Pavilhão Atlântico a muitos mil pés de altura, com uma bandeira verde com dizeres arábicos, é aventura de alto gabarito.

Um chaço todo escavacado com música árabe em altos berros rebolando a alta velocidade contras barreiras também deve ser coisa de meter graça. Se mais amigos alinhassem, até podiam tentar a invasão por diversas avenidas. Ganhava quem derrubasse mais.

Um helicóptero de miniatura telecomandado, ornamentado com uma bandeira do Afeganistão a fazer raides à porta da FIL… (esta é do meu primo Carlos… bem esgalhada!)

Enfim… são ideias… outras mais engraçadas haverá eventualmente. Era uma questão de puxar pela cabeça.

Pelo menos ia ser divertido de ver nas notícias e não se magoava ninguém a não ser (talvez) os próprios. É que eu estou tão fartinho dos mesmos telejornais… todos tão iguais em todos os canais… sempre a falar na crise…

Pedro Sobreiro


37 anos

Acamado há 4 semanas e já com óbvios sinais de aborrecimento (a insanidade já era anterior à hérnia. Não tem nada a ver.)

1 comentário:

Jorge Miranda disse...

De poetas e loucis todos temos um pouco, e acho que o Bin Landen ao pé de ti é um aprendiz de feiticeiro...
Boas melhoras.
Um Abeaço
Jorge Miranda