sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O frasco nº 13

 

Recebi por mail e achei o máximo. Tem génio. Fez-me rir. Mesmo. Como eu já não me ria há muito. Fiz-lhe um lifting a nível do português, a algum do conteúdo e creio que está.


O frasco n.º 13


Um gingão assim todo pintarola, habituado a fazer nenhum na vida, passeava em grande estilo pelas vielas de Lisboa, a laurear a pevide quando reparou que na entrada de um prédio muito antigo se destacava uma nova placa luminosa:

Clínica Pinheiro. Tratamos a maleita ou devolvemos o dinheiro. A DOBRAR!

Pensou: “Olé! Esta tenho que a explorar… Tenho de ganhar aqui algum guito.” Entrou sorrateiro na clínica e pagou os 5 euros logo cobrados à entrada pela consulta simples. O médico, muito bem fardado de bata e estetoscópio recebeu-o todo sorridente:
− Bom dia, meu senhor paciente. E o que o traz por cá?
− Ò Shôtor, estou aqui com um grande problema: perdi o paladar, pá. Não consigo sentir o gostinho de nada. Nem água, nem café, nem um bifinho com ovo a cavalo, nada do que eu tanto gostava, nada! Tem tudo a mesma falta de gosto.
− Ah, estou a ver… Enfermeira Luisinha, por favor, traga-me o frasco número
13.
A enfermeira, toda boazona e aperaltada com uma mini-saia tesuda a mostrar os quadris e um decote brutal até ao umbigo, um enorme chamariz para a clientela da vizinhança largar a nota dos 5 euros só para a ver, aproximou-se com um frasquinho de porcelana e uma colher. A letras garrafais no rótulo: 13.
O médico meteu as luvas, encheu uma colher e enfiou-a de pronto na boca do paciente sem a este lhe poder dar o cheiro.
Este provou e cuspiu! Mas o que é isto?!?!?!? O Dr. está maluco!!! Isto é merda!!!!
O médico respondeu: “E pronto. Pode sair. Recuperou o seu paladar. Está curado”.

O maduro saiu todo amolado e cabisbaixo. “Cabrão! Bem me engataste mas… ainda te hei-de agarrar. Hei-de recuperar o meu dinheirinho todo. Tenho de bolar um plano. Tem de ser algo infalível”.

Dias depois de muito pensar, regressou à clínica e pagou outra consulta simples.
- “Olá! O senhor?!? Por aqui outra vez?” disse o médico.
− “Desculpe, não percebi, o que quer dizer com isso, outra vez? Quem é o senhor? Quem sou eu? Perdi a minha memória. Que estou a fazer aqui? (a ver se era desta que reavia o dinheiro).
O médico não vacilou:
− “Ah, ok, estou a ver. Luisinha: o frasco 13, por favor!”
− “O frasco 13 outra vez não, porra!!!!!”
− “Maravilhoso!” disse o médico. “É milagre!, recuperou a memória, está curado!!! Pode sair!”

E o pintarola, pior que estragado da vida, comentou para si: “Mas que grande filho da puta! Levou-me a massa e eu fiquei sem nada de dinheiro outra vez. Não é possível!” Da próxima vez não lhe vou dar chance.

Uma semana depois, recarregou as baterias e lá voltou ele de novo.

− “Mas vejam só quem é, o senhor novamente! Em que posso ajudá-lo desta vez?”
− “Nem queira saber doutor, estou mesmo perdido: perdi a vontade. Não sinto vontade de comer ninguém. Vejo a Catarina Furtado, a Shakira, a Jennifer Lopez, até mesmo as dançarinas do Gallery… nada! Já não mora aqui ninguém”, disse enquanto pensava: “é desta que te amolas! Não me curas. Vais-me devolver a grana que aqui empatei.”
O médico pensou um pouco e disse:
− “Enfermeira, o frasco...”
O artista saltou muito depressa e enraivecido, gritou:
− “Se vier com essa merda do frasco 13 mais uma vez eu fodo-o, doutor! Fodo-o a si, à enfermeira, à menina da recepção e a toda a gente desta clínica filha da puta! Olhe que vão todos!!”, gritou.
− “E pronto, já recuperou o seu tesão novamente, está curado! Viu? Pode sair!”


“Não se esqueça de espalhar: Clínica Pinheiro! Sacamos o mal ou devolvemos o dinheiro.”

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