sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Eu dou, tu dás, ele dá?!? Não?!?!? Ingoístico!

(o cartaz está desatualizado mas vai ser agora. É o que há... Desde que haja vontade... há-de saber-se o dia)


Minha mulher é dadora e me pediu para divulgar. Eu sou dador e divulgo onde posso. No mural do facebuq, no blogue e nas conversas de café. Dar sangue não custa. É combustível de vida do qual temos 5 litros sempre a serem bombados pelo motor que ainda por cima, miraculosamente, se regenera. Como se um gajo tivesse um carro onde pudesse emprestar gasolina a quem precisa dela e quanto mais andasse, mais nascia no seu depósito. Isto o mundo está cheio de coisas incríveis e esta é uma delas. Pois eu acho que dar sangue deveria ser obrigatório. Dar sangue e votar deveriam de ser condições indispensáveis para por cá andar. Eu dás… ou votas… ou não podes cá andar. Isto é sine quo non!
Tudo perceptível, tudo entendível mas agora… há aqui uma situação que é uma porra: eu quero dar sangue, como sempre dei durante muitos anos mas… como já recebi, já nunca mais posso dar.

- Como é que é ?!?!? (perguntei incrédulo)
- Ah pois é, bebé! Recebeste sangue… danou-se. Acabou-se. Já não podes votar a dar.

E eu pergunto onde é que tinha a cabeça quando tive aquela porra daquele acidente que não me matou mas deixou marcas para sempre. Não poder mais dar sangue, não poder nunca mais apanhar uma bubedeira de imperial… Coisas que amolam um gajo. Olha… o que vale é que se vai cá andando por cá com a cabeça entre as orelhas e ainda se vai podendo fazer outros episódios alternativos na vida como fumar um cigarrinho enrolado sem aditivos, beber um café, socializar, conviver, amar. Viver é o melhor que há mas esta do não poder dar sangue porque já recebi é que não me entra.

Então mas o tipo de sangue que me meteram não é o mesmo? Não é o meu?!? Então porque não posso voltar a dar? O organismo já não repõe? Porque é que me tratam como se a minha gasolina sem chumbo 95 se tivesse tornado gasóleo depois da trasfega?  

Nesse dia acho que me vou sentar na escadaria com cara de chorão para ver se me deixam dar. Eu não tenho medo.


Se alguma vez tive, isso é que eu já não tenho. Nunca mais.

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Concordo consigo, é um gesto tão nobre quanto imperativo.

Bom fim-de-semana

Um abraço