sábado, 21 de maio de 2016

BENFICA TRICAMPEÃO

O POST DEFINITIVO APÓS UMA ÉPOCA DE SONHO 2015-2016
Vencedor do campeonato / Vencedor da Taça da Liga / Quartos de final da Champi€€€ns





 


E apenas agora, depois de já toda a época ter terminado, posso tranquilamente escrever e pensar sobre ela. Foi uma época que terminou a… vencer. A vida não é só feita de vitórias, e muitas vezes é nas derrotas que se vê a real natureza das pessoas e das instituições, mas deixem-me, os meus amigos apoiantes de clubes rivais, que me congratule por o meu Benfica ter acabado de conquistar a terceira Taça da Liga consecutiva e a sétima do historial ao vencer na final, disputada em Coimbra, o Marítimo por 6-2. Depois do TRI no campeonato, este TRI na taça da Liga assenta que nem ginjas. Assegura assim uma senda imparável de conquista de 8 troféus em apenas 3 épocas, o que nenhum clube antes fez ao somar tantos troféus em espaço de tempo semelhante. O Benfica reforçou assim o estatuto de clube mais titulado em Portugal, ao conquistar o 78.º troféu no futebol, fugindo ainda mais ao FC Porto.
Mas para mim, o momento deste útlimo jogo, nem sequer se passou dentro das quatro linhas. O momento alto foi quando o grande, o gigantesco Nico Gaitán saiu para o aplauso geral e, antevendo a sua transferência para o Atlético Madrid por 25 milhões de euros (a cláusula de rescisão é de 45 milhões) levou as mãos à cara para encobrir as lágrimas.


O TRI CAMPEONATO


Se o outro tri tinha sido conquistado há 39 anos, e se eu disser que ainda nem 4 tinha então, o mesmo será dizer que era um feito que nunca me lembro de ter experimentado antes.

Este foi um campeonato absolutamente inesquecível e que, para mim, tem que ter uma leitura a diversos níveis e de vários prismas, para que consigamos aproximar-nos da dimensão da sua grandeza. 

O Benfica de Rui Vitória conseguiu somar 88 pontos, em 29 vitórias, tendo apenas um empate e quatro derrotas, superando assim os 86 pontos conseguidos pelo super FC Porto de Mourinho em 2002/2003, numa equipa de alto gabarito que venceu a Taça UEFA.
Mas, este Benfica, estabeleceu também um novo máximo ao nível dos golos, tendo conseguido somar 88, mais dois do que foram conseguidos na época passada quando era orientado por Jorge Jesus, que foi agora vice-campeão pelo Sporting. Mas só vice. O primeiro dos últimos.

Em matéria de vitórias, o ‘onze’ de Rui Vitória igualou o recorde, as 29 do FC Porto, do malogrado inglês Bobby Robson, na temporada de 1994/95.


O (JOVEM) TREINADOR
(com 46 anos de idade. A outra puta tem mais de 60. Com a idade deste andava a lutar para não descer da IIª.)







E é precisamente por este homem, Rui Vitória, por esta figura tipicamente portuguesa e ribatejana, que gostaria de começar. O nosso mister… é um mister. Um cavalheiro, um senhor. Um afigura imponente, bem falante, cordata, um excelente condutor de homens e alguém que compreende o jogo em si, sendo capaz de mexer nas suas pedras disponíveis para que que seja capaz de alterar o resultado. Com apenas mais 3 anos que eu (é da esplêndida casta de 70, como os meus amigos Bonito, Zeca e Nuno Brito), já interiorizou a mística do clube e compreendeu aquilo que o nosso presidente pretendia dele. Com certeza terá desafios noutros clubes na sua carreira, tão contra minha vontade, mas este técnico assume a braçadeira de treinador como se tivesse estado toda a vida a pensar nela. Fala do Benfica com a força de quem é Benfica. Podem-me chamar lírico e naif mas eu sei que acredito no que digo. E isso, muitas vezes… é tudo. Eu já posso dizer com propriedade o que já defendo há muito: queria-o no meu Benfas como o Ferguson no Manchester… bem mais que 1 década.

Capaz de estabelecer a ponte entre o Seixal, a nossa academia de formação, o relvado da catedral e os grandes palcos da Europa, conseguiu lançar essa já certeza endiabrada de rastas chamada Renato Sanches, que assinou por uns fulgurantes 35 milhões de euros pelo Bayern de Munique que podem atingir mais umas dezenas de milhar como quem fala de cêntimos. Ele foi, mas na incubadora há lá mais, que serão rentabilizados em vez de vendidos ao preço da uva mijona, como no tempo da outra senhora. Ao todo, o clube já arrecadou 32 milhões de euros. Mas atenção que além destes valores, é preciso contar com o dinheiro relativo às transmissões televisivas e ainda o proveniente das receitas de bilheteira.

Com Vitória, para além do TRI CAMPEONATO (não consigo escrever isto com letra pequena…), acabámos de ganhar também a TRI Taça da Liga e conseguimos atingir os quartos de final da Liga dos Campeões, o que significa estarmos entre as 8 melhores equipas do velho continente, a jogar com miúdos portugueses 

Tenho de confessar que Vitória me foi conquistando a mim também, com o tempo, que tudo cura, limpa e clarifica. Ao princípio também fui um dos que pediu Marco Silva. Queria a juventude, o arrojo, já a mestria de um puto que nunca foi grande jogador, mas soube entrar com um Estoril destemido que começou a roubar o título ao Benfica em 2012-13 numa catedral cheia de adeptos fervorosos, desejosos de fazerem a festa; e conseguiu ter a audácia de lhe sacar um empate, que não foi de 3 pontos, por um triz.


O (NOSSO BRAVO) PRESIDENTE



Se digo que o mister é importante, o nosso Presidente, para mim o mais importante de toda a história do Benfica desde que me lembro, sabia e tinha o caminho certo a trilhar.
A história recente da presidência do meu clube tem sido algo conturbada. Tenho uma vaga memória do Jorge de Brito, o primeiro de que me recordo, tendo muito poucas memórias desse seu cargo.

Recordo mais a fogosa mulher do Damásio que ele próprio; tenho pavor só de pensar no Vale e Azevedo e recordo com alguma saudade o Manuel Viravinho, ai!, Vilarinho por nós ter “dado” a nova catedral e por ter ajudado a recuperar grande parte da nossa credibilidade. Por muito bom que tenha sido o seu desempenho, nem chega aos calcanhares aquilo que o Luis Filipe Vieira tem dado e devolvido ao nosso clube. Penso no Seixal e na formação; no extraordinário grito de revolta dessa magnífica BTV (dona dos Jogos em casa, da Premiership e de muitos campeonatos europeus, que claro que dorme em minha casa), penso em todas as modalidades, no apoio que têm tido e por fim, penso nos títulos que é o que nos move e sinto um orgulho enorme por este Homem.

Eu imagino a alegria que iria naquele coração no passado domingo, o tamanho do sentimento de dever cumprido que haverá de ter sentido naquela tarde. 

Foi merecido.


O OUTRO (SUJEITO)


Eu posso ser assim muita aparvalhado e nunca jamais passar de pobre (no sentido que tudo o que tenho, que não é muito, se deveu sempre ao meu trabalho, ou a empréstimos que hei-de honrar), mas se fosse jogador de futebol ou mesmo técnico de um clube, jamais trocaria esse clube por dinheiro algum, para jogar ou treinar num clube adversário no mesmo país. Nós não somos putas! Há coisas que não se vendem! Acho eu que há espinha dorsal e consciência. A minha manda-me que jamais poderei fazer isso.

Vieira tinha um técnico em quem confiava. Um técnico que, por dinheiro, o traiu como Judas Iscariotes traiu Jesus ao entrega-lo. Podendo alegar o fim do contrato que se aproximava e as poucas alternativas contratuais propostas, mesmo assim não conseguirá certamente nunca justificar o feito, que o mercenário Jorge Mendes, o advogado do diabo, sempre na busca de contratos milionários, se encaminhou de tratar.

Rompido o lençol para um clube que se dizia em situação de gritante descalabro financeiro, começaram a chover contratos bastante avultados baseados em fundo vindos sabe-se lá de onde, que tampouco me interessam, porque eu quero lá saber disso.

Quando esse invejoso mal intencionado disse que a equipa do Benfica era um Ferrari, que por causa dele (olhem quem.. se não…) que fez dele essa super potência, tentou prejudicar e influenciar um colega de profissão alegando que nem treinador era (quando formação é o que não lhe falta, enquanto ele nunca passou do vão da escada).

Mas Vitória e nós, nunca vergámos. Mesmo quando o outro desgraçado dizia que quem estava a 7 pontos deles é que tinha de olhar para cima, nos não esmorecemos, mantivemo-nos sempre alerta e acreditámos até ao final em que felizmente fomos bem sucedidos. Deus não dorme. E escreve sempre por linha tortas.

Sempre muita bem ladeado...



A EQUIPA TRICAMPEÃ (2013-14/2014-2015/2015-16)



Da equipa bicampeã do ano passado registámos baixas importantes por lesão (Luisão, Júlio César, Sálvio, Sílvio); quebras pelo mercado de transferências (Lima, Sulejmani e Cantinflas torero) mas conseguimos sempre reunir à volta do grupo de trabalho, sempre norteado, centrado na figura do novo treinador e foi aí, à et pluribus unum que se conseguiu ir buscar a força necessária para enfrentar os desafios.


Recordo com saudade a conferência de imprensa que se seguiu a um jogo qualquer sacado a ferros, em que o treinador disse que gostou muito do que viu, sobretudo da união e da entreajuda entre todos os elementos do plantel para superarem as adversidades.

Da equipa que fica para a história:

De cima para baixo, da esquerda para a direita:

Mitrogolo – o meu Barba de Chibo, o meu santo, o meu amore. Uma casa tão mal arranjada que parece que nem tem alicerces. Um escadote altíssimo, que corre sem jeito, mal feito como a puta que o pariu, que deveria se grega, ou helénica, se preferirem. Vê-lo correr para a bola com a bola é poesia… ao contrário. Não se parece com nada mas… marca golos.
Assim que apanha a bugalhinha, espeta com ela entre os postes adversários com a rapidez com que um diabo esfrega um olho. Era para ter vindo para a lagartagem, o que lhe confere desde logo uma aura fabulosa e uma luz mística de cada vez que lhe toca. Já assinou por mais tempo e está de pedra e cal.
Andámos nós com aquela merda do Cardozão que só sabia bater penálties e livres… para nada. A perder tempo, foi o que foi. Qual é o valor de um avançado que nem sequer sabe fazer uma finta? Fora!
Meu chibinho, querido: Méééé´, méééééééééééé. Lhi amu!

Fesja – Este médio defensivo da Sérvia, para além de ser um excelente jogador e um tampão de travão ao meio campo, muito cerebral e duro no toque físico, teve uma contratação que foi também um amuleto. Ao chegar disse : «Sou campeão há 7 ou 8 anos. Estou sempre a olhar para a frente e quero voltar a ganhar este ano. Não sei como é não ser campeão. Penso sempre em ser campeão e espero que ganhemos esta época». Dito e… feito!

André Almeida – Polivalente português, brilha no plantel encarnado por este dois motivos e pelo bigode. Mesmo a imitar o meu, só que já o tinha antes de mim. Eu não disse que o meu era a imitar o dele. O meu é para ser igual ao do Dr. Baltazar e para reforçar o João Sobreiro que acho que existe em mim. Uma categoria. 
O André é daqueles miúdos cuja raça faz esquecer as lacunas que tem e o torna num jogador indispensável.

Jardel – Começou no Benfica tímido e encoberto, chegado do Olhanense. Conseguiu umas melhores reações àquelas que tinha experimentado o capitão Luisão quando se iniciou, que era assobiado de alto a baixo; mas nunca se conseguiu realmente afirmar. Foi a lesão de Luisão, com quem muito, ou quase tudo aprendeu, que lhe abriu a porta. Com o Ice man Lindelof tem feito uma dupla feliz e segura. Os seus golos de cabeça têm sido muito imporantes e ajudado a conquistar pontos preciosos nesta ponta final.

Lindelof – Uma aposta segura do mister. Um cachopo com ar gélido e sangue frio a correr-lhe nas veias. Foi no Benfica que escancarou as portas da seleção Sueca. Nasceu no mesmo ano em que o meu pai morreu. O tempo que já lá vai…

Ederson – Era um miúdo que costumava estar para as faltas do imperador Júlio César, na baliza principal. Mas este miúdo jogava na seleção brasileira de Sub 23 e se isso acontecia, era porque tinha valor porque a concorrência deve ser xuxu. Tem ajudado a descomplicar. Dificilmente quem foi para substituir, lhe roubará o lugar, outra vez. É gigante.

Em baixo:

Gaitán - O mago. O ÀS de copas, de Espadas, de Ouros. Quando chegou, o lugar de estrela da companhia sempre foi ocupado por outros. Mas ele, calmamente, passo a passo, tem-se afirmando como a jóia da coroa que… pelos vistos, nos vai abandonar. Saiu em lágrimas. Como o Enzo Perez. Que clube é este que se liga aos jogadores assim? Que de quê, terá ele? Já deixas uma saudade imensa…

Talisca - O D’artagnan, como o outro lhe chamou, citando Alexandre Dumas como quem conhece muito a sua obra, com a facilidade de quem apanha um autocarro para a Brandoa. Tem tido altos e baixos. Quando quer, quer mesmo e chega ser brilhante. É um exímio batedor de livres. Parece que tem uma mira telescópica nos pés. Este miúdo andou no Brasil a comer o que apanhava do lixo. É uma lição de vida. Adoro esta talisca de futebolista. E o penteado.

Jonas Pistolas – Uma bênção que caiu no regaço dos benfiquistas praticamente a custo zero. Este bacano é o Euromilhões que nos saiu, sem jogarmos. Chegou do Valência em fim de contrato e tem sido, tanta vez, a luzinha ao fundo do túnel. A sua alcunha é pistolas. Parece-me bem.

Grimaldo – Um jovem valor… muito jovem ainda. Tem categoria, tem saber estar, tem futebol nos pés mas precisa de rodagem e bater os campos terríveis desse país fora. Será certamente uma voz aposta. Chegou do Barcelona, onde eu nunca poderia chegar, a não ser em viagem. Isto deverá querer dizer algo.

Pizzi – Eu amo o PIzzi. Amo a sua postura em campo, a sua entrega ao jogo, a garra que mete em cada lance, amo aquele olhar de quem é pitosga e a maneira como comemora os golos, a bater continência sei lá para onde. Andou por Espanha e já jogou no Atlético e no Espanhol. É também polivalente e tem um bom remate. Faz-nos cá falta.


Os ADEPTOS (Os Benfiquistas e o benfiquismo)




Os benfiquistas não são carneiros, não são salazarentos porque o velhinho que mandava no estado novo gostava do que nós gostamos. Os benfiquistas são justos, são solidários e têm no espírito que deveremos ser todos uns pelos outros e todos por uns. Ser do Benfica é uma opção de vida e há que acalentá-la. Quando digo e brinco que o Benfica é a única certeza na minha vida, não minto. A mulher pode deixar-me, o emprego mudar, o coração ser substituído mas nasci e hei-de morrer BENFIQUISTA.

Com Vitória tenho esperança que a época que se aproxima vai ser melhor planeada e que os primeiros passos para o tetra começarão logo a ser dados. Com muita humildade, espírito de equipa e muito, muito trabalho neste clube da minha vida.

Faço minha as palavras do nosso presidente, Luís Filipe Vieira: não corremos contra ninguém. Corremos para nós.

BBBEEEEEEEEEEEENNNNNNNFFFFFFIIIIIIICCCCCCCCCCCCCCCCCAAAAAAAAAAAAAAAAAA
SSSSSSSSSSSSSSSSEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEMMMMMMMMMMMPPPPPPPPPPPREEEEEEE!

Agora vamos de férias. Mas quando é que começa esta merda?!? Já tenho saudades…











1 comentário:

nuno mota disse...

Obrigado pelo post, que sabe SEMPRE tão bem ler ... Um abraço amigão !!!! Ah e obrigado pela menção do meu nome no lote dos teus seguidores !!!