quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Guerra (outra vez...)

Hoje, quando saía o duche matinal, aconteceu-me algo que não me acontecia há muito: arrepiei-me… e estremeci quando ouvi na rádio o tema "Russians", do fantástico músico que é Sting (e de como nós, feitos parvos, nos esquecemos disto, depois do tanto que já nos deu!)

Tinha acabado de saber pelas notícias, que a guerra estava de volta à nossa Europa, e o grande Pedro Ribeiro, o nosso CR7 da rádio, um rapazola do meu tempo, lembrou-se de, muito oportunamente, como ele bem sabe, ir desenterrar de 1985, este tema já com 37 anos, que eu nunca pensei que voltasse a ser atual.

Realmente, como ele tão bem disse, depois de uma terrível pandemia que assolou o nosso planeta, depois desta doença vinda do nada que dizimou muitos milhares de vidas, e assustou roubar mais ainda do que aqueles que tragicamente fez, quando se prometia e propalava que o homem aprenderia, e nunca mais voltaria a ser igual ao que era antes dela, individualista, egoísta, mau para o próximo... nada fazia antever este desfecho que se seguiu: a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma guerra aberta na Europa, mais de meio século depois, desta mesma Rússia ter ajudado o mundo a ver-se livre do jugo nazi.

A música tem este poder mirabolante de dizer mais sobre a vida, e nos próprios, que outra forma de arte qualquer.

Troquemos-lhe os atores principais, de Krushchev por Putin, e de Reagan por Biden... E vejam como está tão atual.

Só temos um planeta, os loucos armados com mísseis letais capazes de atravessarem oceanos, e caírem com precisão de kms são muitos mais do que naquele então, e... também eu espero que os russos não sejam estúpidos ao ponto de afundarem esta barcaça em que seguimos todos, pelos confins do universo, e do tempo, e amem as suas crianças também.



In Europe and America, there's a growing feeling of hysteria,
Conditioned to respond to all the threats,
In the rhetorical speeches of the Soviets,
Mister Krushchev said, "We will bury you"
I don't subscribe to this point of view,
It'd be such an ignorant thing to do,
If the Russians love their children too.

How can I save my little boy from Oppenheimer's deadly toy?
There is no monopoly on common sense,
On either side of the political fence,
We share the same biology, regardless of ideology,
Believe me when I say to you,
I hope the Russians love their children too.


There is no historical precedent,

To put the words in the mouth of the president?
There's no such thing as a winnable war,
It's a lie we don't believe anymore,
Mister Reagan says, "We will protect you",
I don't subscribe to this point of view,
Believe me when I say to you,
I hope the Russians love their children too,
We share the same biology, regardless of ideology.

But what might save us, me and you,
Is if the Russians love their children too.

 



Nestas circunstâncias, lembro-me sempre desta capa de disco fabulosa dos U2, do ar de espanto /  medo / incredulidade desta criança (as maiores vítimas afinal, a par dos mais idosos e desprotegidos), do seu ar de espanto, da ferida no lábio rachado.
Nesta noite, rezemos pelos nossos irmãos que sofrem.

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