sexta-feira, 1 de agosto de 2025

O Regresso do Mal





Desde que tomei conhecimento da perseguição e diáspora do povo judeu, tenho sentido compreensão, pena, solidariedade e sofrimento pelo seu percurso. A forma terrível, tremenda, como foram dizimados nos campos de concentração nazis, como se fossem criaturas não humanas, como se fossem roedores ou insetos, e não iguais a nós, sempre me fez estar do seu lado.


Assim tem sido até... ter tido conhecimento da resposta absolutamente devastadora do Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu aos ataques de 7 de outubro de 2023, coordenados e conduzidos pelo grupo militante islâmico palestino Hamas, da Faixa de Gaza; às áreas fronteiriças do sul de Israel, numa fatídica manhã de sábado, data de vários feriados judaicos.


É certo que foi uma incursão hedionda, com imagens macabras captadas por vídeocâmaras manuseadas pelos próprios terroristas, que impressionam e nos ficam cravadas na memória para sempre, num raid terrível que matou mais de 1000 israelitas, muitos dos quais eram civis, deixou mais de 3.400 feridos, e mais de duas dezenas de reféns.


Contudo, a operação de resposta a que chamou "Espada de ferro", e ameaçou que iria mudar para sempre a face do Médio Oriente... está a ultrapassar todos os limites da razão humanista, e a transformar aquele que sempre vimos como a vítima, no mais terrível dos carrascos.


Boicotes desumanos à ajuda humanitária enviada pelas Nações Unidas, preferindo deixar morrer de sede e fome a quem está do outro lado da barricada; tremendas ações de bombardeamentos que dizimaram todas as habitações e hospitais, à procura de caves com terroristas, segundo eles dizem, não deixando pedra sobre pedra...; chegando a disparar por quem clama por uns grãos de farinha para sobreviver...


É incrível como o homem é...


É impossível conseguir acreditar como quem tanto sofreu... tenha tanta maldade para com o seu semelhante...


Como tudo se volta a repetir... num mundo tão moderno e avançado, mas no qual vivemos uma crueldade que nos devolve à pré-história.


Cavernas...


Desgosto...


Tudo isto a propósito do burburinho acerca da receção ao novo embaixador de Israel em Portugal, que era para ser recebido nos Paços do Concelho de Castelo de Vide no fim de semana passado, mas que esbarrou num grupo de cidadãos de diferentes quadrantes sociais e políticos locais, que convocou através das redes sociais, um encontro-manifestação junto ao Pelourinho, na Carreira de Cima.


O objetivo era mostrar que Castelo de Vide não pode, nem quer ficar indiferente ao genocídio em Gaza, recebendo um arauto dessa desgraça. 


Compreendo-os a eles, e no meu entender, o tão experienciado e prestigiado Presidente António Pita, que deixou erroneamente que o deslize do convite acontecesse, numa era em que as redes sociais mobilizam e catapultam a opinião pública com uma velocidade vertiginosa. (mesmo após já ter lido o seu comunicado após os acontecimentos, que ainda assim, me parece compreensível e legítimo.)


Para grandes males, grandes remédios e aqui, a conseguir-se terminar com este horror dos nossos tempos, não pode ser com cânticos e manifestaçõezinhas, mas sim falando a uma só voz na União Europeia, e não só a Alemanha, a França, e Inglaterra, como já fizeram, mas todos juntos denunciando estão aliança diabólica entre Israel e os EUA, onde os judeus detêm um poder económico medonho.


Enquanto esta gangrena... e a soberana invadida Ucrânia, por exemplo, continuarem a largar pús... eu, que não sou... mas venero a Mafalda do argentino Quino, tenho dificuldade em respirar o mesmo ar desta gente.


Haja esperança... (que isto mude, ou termine de vez!)




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