-
Já tinha saudades…
Afinal, tirando o recado para o mister, desde 5ª feira passada que não varria a taberna como gosto de fazer.
Ah, so good to be back!
Este fim-de-semana foi de tal maneira desgastante que só hoje, passados 3 dias, me sinto a regressar à energia habitual. Dando razão à teoria da relatividade, embora sabendo que tudo passou depressa demais, parece que estes sete últimos dias tiveram a intensidade de meses.
Quis o destino que tivesse agora de enfrentar duas duras provas: o derradeiro exame para as Finanças, para a mudança de nível na categoria; e a organização do Al Mossassa. Embora me tivesse resguardado para estudar (afinal eram 12 códigos!), trabalhar nestas duas empreitadas não foi tarefa mesmo nada fácil.
As últimas semanas foram assim vividas entre diplomas tributários e a planificação deste festival islâmico, desdobrada em e-mails, telefonemas e diligências várias. Com a concentração dividida nas duas frentes, igualmente importantes, absorventes e geradoras de normal ansiedade, fui-lhe dando como podia, tentando sempre fazer o melhor que podia.
E tanta coisa aconteceu desde então…
Quinta-feira foi o dia da chegada da maior parte dos artesãos e de montagem do mercado das 3 culturas. Foi dia de azáfama e aceleramento, coroado já durante a noite com a saborosa vitória do glorioso frente a máfia napolitana, numa partida a fazer lembrar as grandes noites europeias e que nos escancarou as portas da fase de grupos. Bom auspício!
Sexta foi tempo de últimos preparativos e retoques e correu quase tudo conforme o programado: inauguração oficial, conferência e abertura do mercado acompanhada por orgãos de comunicação social e já muitos visitantes. Destaque para os directos da RTP1 para o “Portugal no Coração” que nos colocaram no ar para todo o país (Obrigado Gé, querida. Eu sei ver quem está por detrás de tudo isto…), e para o espectáculo “Demónios na escuridão”, com todos os grupos de animação a darem as mãos num performance colectiva que resultou em cheio.
Dali foi correr para descansar e às 6 da manhã a pé, caminho de Lisboa, para juntamente com centenas de colegas, tentar obter o que faltava para poder dar mais um passo em frente na carreira. Tempo também para lamentavelmente ter oportunidade de ser submetido à prova mais mal intencionada que alguma vez vi na vida. Um documento absolutamente tenebroso e digno de ser rotulado de “abaixo de cão”, minado de rasteiras e duplos significados, maleficamente concebido para induzir em erro, para complicar, para dificultar. Como se fosse possível em 2 horas e meia responder a 40 questões, muitas delas com enunciados extensos e mal redigidos, que ocupavam meia página A4. De loucos!
Tive oportunidade de comentar com os colegas que vigiavam a prova que estando liberado, posso à distância ter outro discernimento para constatar a extensão desta crueldade. Estou mais do que seguro que não há em nenhuma outra profissão de função pública em Portugal, o grau de exigência com que temos sido confrontados desde a primeira hora. Nem tribunais, nem conservatórias, nem forças de segurança, nem saúde, nem nenhuma outra tem de passar pelo verdadeiro calvário de testes que temos atravessado para poder aspirar a avançar no nosso percurso profissional. Desde 1998, já fomos submetidos a 8 provas, 8!, quando colegas que conheço e entraram para outras profissões do Estado, continuam cantando a caninha verde sem que ninguém se lhes meta ao caminho.
E se contarmos que os códigos desactualizam todos os anos pelo menos à luz do orçamento de estado e legislação diversa… tanto pior.
Desta vez os senhores esmeraram-se e decidiram não avaliar quem sabe, quem se actualiza, quem se interessa, mas antes quem gosta de charadas e palavras cruzadas. Devem ter um gosto…
De resto, para quem se interessa pela polémica, remeto para os diversos comunicados de revolta que já circulam pela net, assinados por colegas que subscrevo quase sempre na íntegra. Mas como dizem quase todos eles no final dos seus testemunhos, apesar de tudo e mais uma vez, vamos provar quem somos e o que valemos. Mai nada!
Liberto desde peso imenso, para o que desse e viesse, regressei já de alma e coração ao Al Mossassa. Tenho um enorme respeito por todos os eventos que tenho ajudado a criar e a valorizar, sempre para dignificar Marvão e as suas gentes mas tenho de confessar que esta é a menina dos meus olhos desde que lhe assisti ao parto.
Os dias da Mossassa são sempre tão felizes, com tão boa onda, cheios de tanta gente linda e amiga e com tanta coisa bonita e interessante a acontecer que acho que nem consigo descrever a minha satisfação e realização. Remeto então para as fotos que creio que espelham bem o sentimento que reinou em Marvão nestes dias.
Sendo o rosto da iniciativa, para o que der e vier, gostava publicamente de agradecer a todos os homens e mulheres que comigo sonham este projecto e o ajudam a concretizar, transformando a nossa vila (tão linda!), como se fosse por magia: a todo o pessoal da animação (Cabalburr, músicos, cómicos, bailarinas, malta das aves e serpentes, performers), aos artesãos e vendedores que chegam de vários pontos do globo (muitos deles apenas para carregar as baterias cósmicas com a força de Marvão e aqui cito directamente), à GNR e Bombeiros e Junta, aos meus meninos do design, a todos os trabalhadores da autarquia envolvidos, a todos, todos eles e sobretudo aos meus braços direitos, os colaboradores directos dos meus pelouros, sempre inexcedíveis e incansáveis, sem os quais sei que nada faria.
Agora que já avisto a meta destes 4 duros anos da minha vida, é nestes momentos que a nostalgia se vai apoderando de mim…
Bem hajam!
Aquele abraço apertado do vosso amigo.
-
3 comentários:
Excelente reportagem. Parabéns !
olá
é raro a semana k não passo por aqui a ler o teu blog.
Mas só hoje me decidi a comentar.
Com todas estas festas Marvão esta cada a ser cada vez mais procurada, e acho mt bem pois estavamos pra aqui um pouco abandonados.
parabens pelas iniciativas e continua assim.
Pedro, pra quem afirma morrer de medo de cobras, até que na foto vc tá bem abraçado com ela heim!!! rs
Enviar um comentário