Apetece-me muito escrever sobre o último Woody Allen que é um verdadeiro docinho, uma delícia irresistível.
É certo que é um Allen vintage mas eu considero-o um upgrade notável e um passo em frente na sua vasta obra. Chega a ser admirável como é que um respeitável senhor de 73 anos (que já tem mais do que idade para ter juízo, portanto) consegue retratar as relações actuais entre homens e mulheres em todo o esplendor da sua modernidade.
A estas horas já toda a gente sabe que a história anda à volta de duas amigas americanas (Scarlett Johansson como Cristina e Rebecca Hall como Vicky) que aterram em Barcelona para uma visita estudo de uma e férias de outra, e borram a escrita quando se deixam levar na conversa de um pintor espanholorro (Bardem) que está desertinho de as passar a ferro desde o minuto em que lhes meteu a vista em cima. Depois, isto de haver um homem e duas mulheres dá pano para mangas e se lhe juntarmos uma Penélope Cruz à beira de um ataque de nervos, no papel de ex do dito cujo, fica a barraca armada.
O filme tem um ritmo incrível e o tempo passa a voar. Muito estilo, muita cadência, a cidade magnífica vista pelos olhos do génio dos óculos de massa, banda sonora a condizer com “mucho salero”, os actores, todos eles magníficos e sobretudo, muita sensualidade.
A cena na câmara escura entre a nova Marilyn (Johansson) e a espanhola Cruz fica para a história do cinema e é digna de entrar na galeria dos beijos censurados do genial “Cinema Paraíso” de Tornatore.
Sendo assim, está na cara que dá pró menino e prá menina que vai certamente apreciar o look desmazelado (barba de 3 dias, cabelo desalinhado, roupas amorfanhadas) de um Bardem que não é bonito mas encaixa perfeitamente no estilo de macho que irá encantar as donzelas mais ousadas.
Opá, corram a ver que isto é memo bom!
Com o selo de qualidade Dr. Sabi.
A gerência faz questão de agradecer aos amigos que gentilmente cederam a fita via rota dos lellos. Isto de poder ver filmes com qualidade dvd antes de estrearem nas salas tem que se lhe diga. Uma classe! Gracias!
PS: Por falar em cenas de qualidade e gratuitas, não deixem de visitar o site oficial do New Max, dos Expensive Soul que para além de ser um extraordinário músico provou que é um dos mais inteligentes artistas da nossa praça ao disponibilizar o seu magnífico novo disco gratuitamente para download directo. E eu digo: “Porra! Até quenfim que há um gajo que tem a minha visão da coisa! Já é altura de os músicos se borrifarem para as editoras que andaram a vida inteira a mamar “à pála” e a roubar-nos a todos, artistas e consumidores. Com as novas tecnologias (via Internet e my space) não precisam da promoção das multinacionais para nada e quanto mais gente tiver acesso à sua música, mais pessoal vai aos concertos que é onde eles verdadeiramente ganham o papel pelo que só têm a beneficiar com a divulgação massificada. O meu já cá canta e eu ADORO! Está aqui. Quem é amigo, quem é?
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