quinta-feira, 19 de maio de 2011

Adeus, até um dia…


A caminhada do Porto na conquista desta Liga Europa foi segura, confiante, sem sobressaltos e isenta de qualquer contestação. Sem espinhas.

Ao vê-los subir a escadaria para levantarem o troféu, senti-me como o rapazinho que vê a namorada de toda a vida caminhar para o altar para se casar com outro filha da puta qualquer que não ele. O sentimento nem sequer é o de “podia ser eu”. O sentimento é o de “devia de ser eu”.

Eu nunca vou perdoar ao Benfica o facto de ter desperdiçado esta oportunidade única de conquistar tão cobiçado troféu europeu, ainda por cima de forma tão perdulária, tão infeliz, tão submissa… com uma derrota por um golinho frente ao Braga. Ao Braga, meu Deus do céu… apenas ao Braga…

Eu não sou daqueles que querem que o seu clube ganhe sempre até porque se isso acontecesse, as vitórias tornar-se-iam banais, obrigatórias e sem sabor. O que eu não admito é que o meu clube não honre a história e os adeptos e não lute até ao limite das suas forças para levar a sua avante. Este Benfica é um fantasma do Benfica da época passada. Oxalá reencarne a tempo e horas de nos dar umas alegrias que bem precisamos.

Mas o Porto ontem não teve tarefa fácil. O Domingos pode ser jovem mas é uma puta sabida, muito rodada e experiente enquanto jogador e a prova mais do que evidente que desde que se esteja atento nos treinos e nos jogos e se saiba “beber” da cultura táctica dos diversos treinadores que se vão encontrando ao longo da carreira, um jogador pode sempre dar um grande treinador. Armou muito bem a equipa, soube não dar espaços e esteve quase perfeito, como ele sempre disse que queria estar. Faltou o quase e esse quase esteve nos pés de Mossoró que isolado não soube fazer mais que rematar ao alcance de Helton. É no momento da verdade que se vêem os grandes craques e Falcão (tinha de ser!) mais uma vez não desperdiçou, aproveitando uma das raras falhas da defesa bracarense.

O lance é todo ele lindíssimo. A forma como Guarín ganha espaço ao defesa que tem pela frente, o centro teleguiado ao melhor estilo míssil terra-ar e depois o bailado mortífero daquele que é provavelmente o avançado mais quente do momento. Eu não sei como é que viram o lance nas vossas televisões mas na minha, a movimentação de Falcão foi em câmara lenta com rotação de 360º como no Matrix. A forma como se desmarcou e pediu a bola, o tempo de salto, a elevação, a maneira como se colocou a jeito para cabecear e finalmente, a cabeçada que desferiu, pujante e certeira, com selo inequívoco de golo. O guarda-redes bracarense nada podia fazer. O que tem de ser tem muita força.

Mas eu tb não queria que o Braga ganhasse. Por mim, perdiam os dois ou ganhavam os árbitros ou coisa que o valha. O Braga já foi uma equipa nossa amiga, no tempo do Ricardo Rocha, quando trocávamos jogadores e assim. Agora, depois do Papa do Norte se ter zangado com o Pimenta Machado e se ter virado para o clube da cidade dos arcebispos, os gajos ficaram-nos com um pó que até faz impressão. Nem uns, nem outros… Isto custa que eu sei lá e sendo merecido ainda pior porque ficamos sem margem de manobra para dizer seja o que for.

Foi um bom jogo, muito táctico, bem disputado, com o árbitro a proteger os mais fortes (a perdoar-lhes diversas faltas na entrada da área, a poupar o segundo amarelo claríssimo e a expulsão de Sapunaru, enfim…), que passou uma excelente imagem do futebol português conseguido graças ao talento de muito poucos portugueses mas que se amole. Antes assim que pior.

E o que eu dava para ter estado ali metido na bancada VIP detrás do Platini para dar um calduço no Pinto da Costa quando o gajo lá passasse. Xiiii… Maldade minha. Eles, todos eles (direcção, equipa técnica, jogadores, sócios, adeptos e simpatizantes) merecem o momento por mais que isso me custe a mim. Que desfrutem bem dele que eu cá fico mais enfiado no puff da sala que eu sei lá.

“Mas o que é que ele tem?”, perguntou a minha Leonor com ar preocupado por me ver assim. “O teu pai está cada vez pior. Agora já não sofre só quando o Benfica empata ou perde. Chateia-se também quando os outros ganham…”.

Eu hein? Pfff… Coisinhas…

Agora só peço nas minhas orações que um sheik árabe ou um multimilionário russo ou um barão da droga qualquer venha cá com um sacalhão cheio de dinheiro, faça um lote e arremate aquela merda toda… Hulks, Falcões, Villas Boas… tudo de canoa! Só espero que a Europa do futebol não fique especada a dormir e os venha buscar porque já toda a gente percebeu que são do outro mundo. E não é que eu não consigo não gostar deles? Eu… que odiava o Paulinho Santos e outros que tais… com estes fico sem reacção.

Que venham, em força e já, buscá-los a todos e se possível que levem o velho também e deixem cá a namoradinha brasileira que é uma gracinha.

A mim não me custa que o Porto fique com os cofres cheios. Eu custa-me é que eles ganhem sempre.

Tanto…

2 comentários:

Helena Barreta disse...

Pois eu, cada vez que vejo o Porto a jogar pergunto-me sempre por que é que eles conseguem e os outros não? Os homens são mesmo bons.

E não é só no futebol que o Porto é o maior, ainda ontem, em Hóquei em patins, venceu o Barcelona.

Parabéns ao F.C.Porto e a todos os adeptos.

Bom fim de semana

Um abraço

conceicaobarreta disse...

Desses só não gosto dos da claque aquele Fernando Madureira é o quê?Sei que leva a filha à escola e vai de Porche!!!!!