Ontem
foi noite dos Óscares e eu, apesar de grande amante da 7ª arte, ainda nunca na
minha vida fiquei acordado para assistir à cerimónia de entrega. É tardíssima,
a altas horas da madrugada e enooooorme. Dura tanto, tanto, tanto tempo… que o
que é bom perde a graça toda. Tem tantas categorias secundárias, tantas
categorias técnicas para ver… Tantos números só para entreter… E depois os
intervalos, os loooongos intervalos…
É
muito preferível assistir ao resumo de hoje na TVI para ver apenas os melhores
momentos.
Em
2013 cumpro 40 anos. (Já? Tantos? Eina pá, estou velho…). Muita coisa mudou
nestes últimos anos em relação ao cinema. O cinema enquanto indústria quase
acabou no nosso país São cada vez menos as salas com muitas a encerrarem
deixando os funcionários no desemprego. E isto porque as pessoas preferem assistir
comodamente aos filmes em casa. É certo que o ecrã é mais pequeno mas o resto, é
tudo mais confortável. Mais barato e fiável.
Hoje
estive todo o santo dia sem saber quais os filmes que tinham ganho os prémios.
Nem ouvi o nome dos vencedores na rádio, nem nas notícias à hora de almoço.
Nada. Já estão fora da grelha noticiosa. Só apanhei aqui na internet. Como
mudam as coisas.
No
meu caso e uma vez que tenho em casa o Meo Videoclube ativo (do prodigioso
sistema Meo que revolucionou o conceito de televisão e media), tenho a
possibilidade de poder assistir já em casa ao filme vencedor da noite, o “Argo”
do Ben Affleck, o melhor filme do ano para a academia.
Isto
para mim, quando era criança era impossível de imaginar. Poderia ser que
acontecesse num futuro muito distante, muito muito distante quando fosse já muito
velhinho, já estivesse no jardim dos pés juntos ou a fazer tijolo (tradução do
linguajar do autor: no cemitério ou morto) mas se me dissessem que iria
acontecer ainda durante a minha vida, nunca acreditaria.
Eu,
ainda bem pequeno, fui acompanhado pelos meus pais e tias para assistir à
estreia de “E.T., o extraterrestre” ao cinema a Valência de Alcântara porque
era a sala mais próxima disponível. Sei, por isso, dar valor aos dias que hoje
vivemos
Dou
muito valor ao cinema. Para mim. É a arte. A arte dos meus tempos. Contar
histórias por imagens. Já a arte para a minha mãe e muitas das suas amigas é
ler. A paixão pelos livros.
Ela
e algumas amigas têm todas juntas um clube de leitura ao qual acho imensa
piada. Trocam entre elas os livros que acabaram de ler ou comprar. Têm listas
de empréstimos para saber onde os livros andam e tudo! Ela, a Ana do Infantário
(mulher do meu grande amigo José Manuel Baltazar), a Dona Brízida Miranda (mãe
do meu querido amigo Jaime Miranda) e mais algumas senhoras. É uma boa
estratégia!: os livros andam sempre a rodar de umas para as outras para
rentabilizar o produto. Fico descansado porque estando com pessoas que estão
intimamente ligadas aos meus amigos, pelo menos não andam em tabernas na má
vida e a beberem.
Por
realizadores, sou um apaixonado pelo Quentin Tarantino (todos!, mesmo todos!),
Tim Burton (todos!, mesmo todos!), pelo Stanley Kubrik (todos à exceção do “2001:
Odisseia no espaço”) por algum David Lynch (mais pelo “Wild at Heart), por
algum Martin Scorcese (“Raging Bull”, “Godfellas”) e algum Spielberg que tem a capacidade de
contar histórias como ninguém (o inevitável “E.T”., o “A.I. Inteligência
Artificial”).
Nos
atores deliro com tudo do Johnny Depp, do Al Pacino e do vencedor Daniel Day
Lewis, atores que parecem fazer tudo bem e são incapazes de atuar mal. Vestem
de tal forma a personagem que parece que mudam tudo.
Não
sigo muito as indicações dos Óscares. Acho que há por ali muita americanada mas
há filmes que foram estrelas na noite de ontem (ao terem sido nomeados) que vou
querer seguir mesmo: “A vida de Pi” do Ang Lee que ganhou o Óscar de melhor realizador e me
foi aconselhado pelo meu grande amigo João Aleixo que viu e adorou; o
inevitável “Lincon” e o “Argo” que está aqui à mão de semear, em casa, no
videoclube do Meo. Mesmo sem pipocas, acho que merece uma espreitadela.
Olhem,
assim comássim (como costumo dizer brincando com aquela expressão popular que utilizam
aqueles que nada têm para dizer e pode também ser um desbloqueador de conversa
como utiliza o Nuno Markl no seu programa radiofónico da Rádio Comercial “O
homem que mordeu o cão”):
“Bons
Filmes para todos”!
(nr:
crónica em bi-edição: aqui e no meu blogue para a posteridade).
1 comentário:
Eu já ia pouco ao cinema, agora com as novas funcionalidades da televisão deixei mesmo de ir.
Um abraço
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