Vivemos num país em que é fácil
ter um blogue. Um blogue de política, de moda, de fait divers, de bibelots, de
mulas, de carros, de tudo e mais alguma coisa. Somos livres e prontos. Prontos,
portantos. A gente pode dizer o que quer, sem apanhar na cabeça. Sem correr o
risco de amanhã não ter amanhã. É bom assim.
Aprendi que existem 3 poderes
absolutos que são independentes e nunca se misturam: o legislativo (que faz as
leis), o executivo (que as aplica) e o judicial que entra em cena quando há adultério
entre os dois primeiros. Fácil, simples, bom, barato e funcional.
O azar é quando aparecem
papagaios como o homem que tutela os negócios estrangeiros, a blasfemar, a
meter o nariz e a cabeçorra onde não é chamado. Angolanos e procuradoria geral
da República são capazes de ser uma cena de um filme que nunca mais vamos
querer alugar deste videoclube de bairro. É um mau filme…
Mas há filmes interessantes. Meio
comédia, meio suspense, com uns pozinhos de terror como o filme do nosso mais
alto magistrado que disse que não manda logo as normas do orçamento de Estado
para o Tribunal Constitucional porque podem azedar. Nem é entornarem o caldo. É
azedarem-no mesmo. “Epá… a gente não quer suspender a legalidade, nada disso!,
mas se eles souberem só passado algum tempo e o orçamento passar, a gente pede
para fiscalizarem depois. A missa por alma de alguém é melhor rezada se
tivermos certeza que o gajo está no céu, não sei se estão bem a ver.”
Engraçadíssimo. E coerente, claro está!
Mas há outros filmes bem reais
que ainda me fazer acreditar na política, nos homens que se metem nestas
andanças não porque querem ser servidos mas porque querem servir a população
que os elege. Sempre gostei do Rui Moreira. Da forma como escreve, como se
expressa mas hoje pude apreciar em entrevista à Clara de Sousa no Jornal da
Noite da SIC, traços da sua visão e qual vai a sua postura em pontos chave da
capital do norte.
Comedido, calculista, apaziguador,
visionário, sensato, deixa antever um mandato proveitoso. Para ambos. Para ele
e para a sua cidade. Mas para o país também. Fazem falta vultos destes.
Falou no Rui Rio. Falou no
António Costa. De homens seus contemporâneos e igualmente marcantes. Eu tenho
orgulho em ter nascido no país deles, no país destes homens. Noutra área,
também tenho orgulho em ser do país do Cristiano Ronaldo. Não tenho tanto
orgulho no seu nome, (coitadinho, onde é que a Dona Dolores teria a cabeça?)
mas tenho mais vaidade nele (porque trepou
a pulso), do que no Duarte Lima ou no Isaltino Morais. Vai uma aposta?
1 comentário:
Ah!!! bem-hajas por nos ofereceres o teu ponto de vista. Analítico e coerente. Eu vi a Sic.Por isso sei do que "falas".
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