terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Reabertura da Taberna



Epá… é que já estava a ser demais!

Antes de nada, tenho de pedir desculpas aos meus estimados clientes por ter tantos dias a porta da taberna fechada. Isto realmente, é caso para dizer: COMO É QUE É IMPOSSÍVEL?!?

Olhem, esta minha ausência prolongada, de quase 15 dias, o tempo de umas férias na praia quando a gente éramos ricos, é demais. Eu percebo, concordo e peço desculpa mas tudo tem explicação e eu, à clientela habitual, com folha aberta no livro de calotes, devo tê-las.

Tinha a porcaria da caixa do correio cheia de panfletos dos hipermercados com promoções de brinquedos, novidades natalícias e cartas dos colegas da ASAE. Colegas sim, porque eles também são da autoridade como o gerente desta tabanca que tem um emprego de gente crescida para não parecer mal, mas é dos impostos e não é bem a mesma coisa. Perguntavam os postalitos da autoridade para as atividades económicas como é que era a coisa? Se se fechava a porta e não se passava cartão a ninguém e ameaçaram-me: os eu abria, nem que fosse umas horas à noite, como estou a fazer agora; ou metiam-me a porta fechada a cadeado.

A verdade é que o convite de uma amiga no facebook para publicar uma fotografia em cada 5 dias, que aqui darei conta em breve, me ocupou durante 1 semana. É que o vosso parente não se limitou a postar imagens e teve, claro, e como é óbvio e estava na cara, de meter a palheta na caneta e dar à língua. Isso ocupou-me mentalmente, muito, na seleção de imagens que teve de escolher e no que dizer. Depois uma semana passa rápido e deixei-me cair no facilitismo do facebook.

Facilitismo porque o facebook é imediato, está logo ali no bolso com o telemóvel, tem um retorno imediato porque chega a montanhas de amigos que comentam na hora e nos fazem sentir interligados, em rede, em comunidade e isso… é muito bom.

Nesses aspetos, bate o blogger aos pontos. É que nem sequer tem comparação.

Mas o facebook é uma falácia. Naquela rede, toda a gente tem sempre qualquer coisa para dizer, nem que seja copiado de um outro sujeito qualquer. Utilizador do facebook pode ser um qualquer que utiliza as novas tecnologias, que sabe o be-à-bá da coisa. Já o bloggger, é outro campeonato. Não tem um blogue quem quer. É preciso que seja alguém que consigo captar leitores, que consiga expor a sua visão, que tem de ser pertinente, mesmo que seja do desagrado de todos.

Ora eu sou dono desta taberna virtual há já 9 anos. 9 anos! Quase uma década. E já cá meti tanto de mim dentro, tantas horas a falar com o teclado, a trabalhar imagens, a dar azo às loucuras de uma mente desassossegada… conseguindo com isso ter tido quase 508 500 visitas que… parece impossível.
  
Não me considero mais que nada nem ninguém, mas se dissesse que não tenho vaidade em ser quem sou e da vida alter ego que tenho no limbo virtual, estaria a mentir.

Estar sentado na sala, com a lareira acesa a fazer companhia e as luzinhas do chinês da árvore a dizerem que é Natal… é todo um programa!

E eu estou a atravessar uma fase da minha vida em que ser um blogger é quase i,a tarefa hercúlea:

- Canso-me como não me cansava antes de quase ter partido a cremalheira. É difícil passar da 1 hora da manhã quando, antes da pega de cernelha me ter acontecido, ser comum deitar-me quase sempre depois da 1 e meia.



- As piratas que me enchem o navio consomem-me muito mais energia do que aquela com que acordo. Uma de 9, outra de 5, dão um generation gap interessante de acompanhar… no grande ecrã. A luta pelo televisor principal, do qual já desisti há muito tempo; entre o “Conan O’brien” e o “Jake e os Piratas da Terra do Nunca” é tremenda e capaz de levar a tia Vera Roquette à loucura. E eu dantes tinha a €port Tv e via todos os jogos que queria… AHAHAHAHAHAHAH (engraçadinho. Saudoso…)




- O meu computador? Velhinho, com, já para aí nunca menos que 7 anos, que te está rijo e quitado pelo meu grande amigo e génio de informática Márcio Almeida também já só é meu quando não está alugado na Escola Virtual, ou lá o que seja e depois disso… ainda esteve nos jogos de meninas a fazer tuáletes de vestidos de princesas.

- O novo menino cá de casa tem de ir mandar os faxes para Macau, que tenho de apanhar com saquinhos próprios entre as 6 e meia e as 7h da matina pelo que estou para ver se acordar cedo e cedo erguer, dá mesmo saúde e faz crescer. (Ainda mais?!?!?)  

- Depois, também tenho a sorte de ter um colega novo que me chefia que é um Homem daqueles. Que me dá tudo mas que sinto que puxa por mim, e eu adoro isso. Adoro mas sinto que chego ao final do dia com a sensação de mais uma batalha vencida e mesmo a pedir que a jornada sele com uma imperialzinha de luxo no meu Chocolate e o tal cigarrinho sem aditivos, enrolado em mortalha de arroz. Para ser um final de tarde de película.

Levei tempo a perceber mas acho que já agarrei a real mecânica da coisa. Publicar é, sempre que isso seja possível, no meu blogue, na minha taberna, na minha tasca virtual. Depois divulgo para os amigos que há petiscos novos na vitrine do balcão no facebook, para chegar à rapaziada toda.

O facebook é muito mais fácil, de ingestão rápida, de propagação massiva. Mas o facebook é o metropolitano, onde entram milhares e saem milhares, sem saberem muito bem de que estação vêm e para que estação vão. Este blogue é um elétrico artesanal que fugiu do museu dos coches e se kitou com um GPL. Essa é a diferença.

O facebook é o quiosque que tenho estacionado à porta do Estádio da Luz, sempre pronto para um prego no pão ou uma sande de barbela. Rápido, imediato. Já este blogue é a taberna clássica às Portas de Santo Antão.

Continuo cá porque isto me faz tanta falta. A minha sanidade mental e o meu equilíbrio também dependem disto. De ter tempo para mim, de poder fazer aquilo que mais gosto de fazer na vida, escrever, comunicar; de meter adubo neste sonho de escriba que se realiza de cada vez que a ele me dedico.

A cabeça está sempre com novos posts, com aqueles que têm de ser impreterivelmente escritos em breve.



Peço desculpa pela ausência. Prometo que não se voltará a repetir.

Palavra de escuta.

Bem vindos e até já.

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