terça-feira, 9 de abril de 2019

Resgatar a beleza... da prisão da ignorância e do esquecimento



Nós, a malta da casa do brasão (Finanças e Conservatória), tínhamos ido tomar café após o almoço, no balcão do Café Lounge "O Castelo". Nos minutos entrementes, em que se fuma o tal cigarro, se aproveita para dar dois ou três dedos de conversa para desanuviar, ou se aproveita para respirar, a boa da Maria João Candeias, uma das artífices responsáveis por Marvão ser sempre um enorme jardim vivo florido a 860 metros de altitude, perguntou se queríamos ir espreitar a igreja de S. Tiago, depois de ter sido alvo de restauros.

Ó que (bela ideia) realmente...

Pois a equipa especializada que efetuou estes trabalhos, conseguiu resgatar da cobertura lá existente, que tapava todas estas maravilhas e rendilhados, um conjunto de obras únicas, já que efetuou um trabalho, a todos os títulos, exemplar.

Agora sim, quem paga bilhete, não terá motivo, ainda mais, para se sentir defraudado.

Mais que bem empregue e... notável!


 

O meu colega José Manuel Rijo, bem mais encartado nestas matérias,
explicou porque motivo a Senhora estava de esperanças (sempre que não tem o menino nos braços), e nós, ficámos obviamente agradecidos, porque dificilmente repararíamos na barriga proeminente 

O trabalho no sacrário que ficou... verdadeiramente único!

O teto que anteriormente era apenas... cal? Tinta? Estuque?
Revelou este rendilhado único explicado pelo colega José Manuel,
 com menção ao apóstolo S. Tiago, às vieiras, ao bastão...

A peça notável que constiui o altar principal
Agora se me permitem, tenho de parabenizar o Homem que tem sido responsável pela dignificação dos nossos espaços de culto, em Marvão, em Santo António, na Beirã (que são os que conheço melhor) e que certamente se terá estendido aos locais do outro lado da nossa serra. Recuperando espaços, telhados, vigas, pisos, quadros e esculturas, o Senhor padre Marcelino Marques tem conseguido marcar um A. M. (Antes Marcelino), e um D. M. (Depois Marcelino) ao qual ninguém fica indiferente.

Os seus antecessores de que me lembro no ativo, que me perdoem, mas o justo é que eles também sejam capazes de reconhecer que estamos perante um ponta de lança de primeira água, para falar em termos futebolísticos, que toda a gente percebe.

O sentimento é obviamente de alegria e reconhecimento. Mas de alguma pena, também. Isto porque penso em quem conduz o concelho, quem o leva para a frente, dentro dos carris, no rame-rame habitual.

O que nós precisávamos de um Marcelino à frente do Município, que conseguisse desbloquear o campo de golfe e o processo do património mundial, lutar contra a desertificação conseguindo atraiar novas empresas que aumentassem a população, fazer  ligação a Espanha e aos concelhos limítrofes do lado de cá da raia, influenciar positivamente o tecido empresarial, sobretudo na vertente da restauração/turística; criar roteiros, dinamizar o património existente... enfim...

Caímos no marasmo, há muito tempo atrás, há tempo a mais atrás, e cá nos vamos deixando vegetar, em lume brando.

Vá-nos valendo ao menos, estas e outras alegrias! 

Bem haja, Senhor Prior!


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