Ouço
rádio desde sempre. Esse sempre, tem sido mais presente desde os idos anos do
início da década de 90 do século passado, quando a estudar em Lisboa, passei a
andar para todo o lado com um pequeno transístor da Sony, envolvido numa bolsinha
de cabedal negro, que me enxia a casa, e a vida de música e de companhia.
Desde
então, tem sido uma presença constante na minha vida, desde o banho matinal, à
viagem de carro para o emprego, durante todo o dia no trabalho, e só à noite,
em casa, a rádio cede lugar à televisão e ao pc, às leituras diversas, e à atenção
total à família.
Habituei-me
a ser muito da turma do Ribeiro, o outro Pedro, que se fez patrão na Comercial,
desde os tempos do Malato e da Ana Lamy. Sempre ouvi, consumi com sofreguidão e
quase com selo de exclusividade, até ao cúmulo de ter acompanhado e ajudado a cumprir o sonho da minha
filha Leonor, em ir assistir a um espetáculo do natal, Xmas in the night, ao
Pavilhão Atlântico, hoje Meo Arena.
De
há uns tempos a esta parte, acho que cansei das playlists, do mudarem os
animadores e a estação parecer sempre a mesma, e atingi a dieta atual: começar
na Comercial ao acordar, sim, mas deixar-me das (já aborrecidas) historietas do
Markl de seguida, para às 9.30h mudar para a Antena 3, para o “Vamos Todos
Morrer” do Van der Ding, e para ouvir o grande Zé Nunes, na sua deliciosa “Linha
Avançada”. Depois volto à animação da manhã da Comercial até mudar para a
Antena 1 por volta das 12.15h, para ouvir o Portugalex, dos tremendos e
imperdíveis Manuel Machado e António Marques. Acabo por passar a tarde toda na
irmã mais nova, a Antena 3.
No
dia de ontem, com a sua natural galhardia e espírito bom vivant, mister Nunes,
ao falar sobre o confronto nessa noite entre a seleção portuguesa e a seleção
da Irlanda, abordou um episódio mítico que presenciei na minha juventude/vida,
do qual não ouvia falar há mais de 30 anos, e me levou a entrar em contato com
ele via facebook, e a ter como recompensa, a honra de ser largamente mencionado
no programa de hoje, 12-11-2021, como podem ouvir em baixo.
Esta
foi a crónica que me fez entrar em contato com o carneiro amigo Zé:
Dia
11 Novembro, dia do jogo Portugal x Irlanda, ouçam clicando no link abaixo:
https://open.spotify.com/episode/09h6IVqCzprduUuV3x4Xyr?si=c21c86db127f4b22
No
seguimento, escrevi-lhe em mensagem:
Meu querido José Nunes, boaaaaaaaaaaaaaaaas! Sou o Pedro Sobreiro, de Marvão (Alto Alentejo), tenho 48 anos, e sou um ouvinte assíduo das tuas “Linha(s) avançada(s)”, que não perco enquanto me encaminho para as finanças onde trabalho. Adoro saber do futebol mas sobretudo das tuas estórias, brincadeiras, sound bytes, e larachas gerais. Bem hajas por na manhã de hoje, 11/11/21, dia em que a nossa seleção jogará com a Irlanda, teres recordado o celtic punk dos Pogues, e o seu mítico concerto no final dos 80, no Coliseu dos Recreios. Na verdade, esse foi o primeiro concerto ao vivo da minha vida que inclui já uma lista simpática onde se incluem desde os gigantes U2, Rolling Stones, Leonard Cohen, reais Doors sobrevivos, acompanhados de Ian Astbury dos Cult, e alguns festivais onde vi, por exemplo, os Artic Monkeys, os Strokes, e os Arcade Fire. Voltei a esse coliseu para ver nomes como Nick Cave and the Bad Seeds, e os Radiohead, mas essa primeira visita, em que acompanhei o meu querido amigo Francisco Roldão, que também trabalha na RTP, ficará inesquecível para sempre. Recordo-me perfeitamente dessa história que contaste, de terem gamado o anel ao bebedíssimo, como sempre, Shane McGowan, episódio sobre o qual eu já não ouvia falar há umas luas. Tão booooom! Abração”, num texto que leu quase na íntegra! J
Para meu espanto, respondeu de imediato:
Depois
mais escrevi,
Aproveito este
contato contigo para reforçar o apreço que tenho por ti, que tem a ver com as
tuas qualidades humanas, jornalísticas, de gourmet, amante da boa gastronomia
portuguesa, e de entertainer, enfim. Claro que te sigo religiosamente, bem como
à deliciosa "Cozinha avançada", e sabendo eu da riqueza da gastronómica
do meu concelho, quero desde já convidar-te, a ti e aos teus deliciosos colegas
estarolas, para almoçarmos num dos templos gastronómicos daqui.
No Liceu, como te disse, estudei com o Francisco Roldão, que me levou a ver os Pogues, trabalha na RTP e é um dandy muito popular, fã dos Oasis, próximo do Baião e da Tânia de Oliveira, do qual talvez já tenhas ouvido falar. Aqui estudei também com o grande Alexandre Afonso, que chegou a ser meu colega de secretária, e do qual era muito amigo, embora a vida nos tenha afastado, e já não nos vejamos há algum tempo. Eu também fiz Comunicação Social no ISCSP, mas a vontade de regressar à terra, a falta de emprego na área por aqui, e a oportunidade de concorrer ao maior concurso da função pública em Portugal até então, para a DGCI - Direção Geral dos Impostos, hoje A.T.A. - Autoridade Tributária e Aduaneira, fez-me mudar para uma área onde sou também muito feliz. E prontos, portantes, como diz o JJ, é tudo! Um grande abraço, muita saúde e tudo a correr bem! Do carneiro amigo, lampião mas que gosta do JJ só na perspetiva humorística (J. J. Bóce), e está deserto que o bacano baze pró Brasiú, e que o grande maestro vá buscar mas é o nosso Pepa, (antes que o Pintinho o abafe) já que deixou fugir o Amorim.
Para ouvir:
https://open.spotify.com/episode/2y5eVzDdJmo6KBNQAmKWj5?si=eb51c98c69f946e3
Fiz
o comentário:
Bom dia, Caríssimo
carneiro amigo! Embevecido pela menção, e sobretudo, pelo extenso tempo de
antena, que permitiu ler quase toda a mensagem, te agradeço do fundo do
coração, e reforço o convite que fiz! Grande abraço, querido ZÉ NUNES!!!!
E
como eram os Pogues, o assunto afinal, de quem tive tantos discos?!? (UMA DELÍCIA!!!)
E já numa fase final, com o Shane miraculosamente vivo, mas bem amolgado pelas décadas de abusos, e sem a original Kirsty MacColl, tragicamente falecida prematuramente num acidente com uma embarcação.
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