Na vida, não há senão benesses,
bênçãos, sopros de divindade, aos quais, os menos esclarecidos, chamam de...
"sorte".
Cá para mim, acontece sempre o que tem
de ser! Ou seja, acontece o que alguns tontos, como eu, que pensam que acham que sabem, dizem que é por
intervenção divina, por algo muito maior que a sorte.
Nascemos, com todo o nosso potencial,
porque o nosso espermatozóide (nome estranhíssimo para semente de vida), venceu
a corrida contra muitos milhões de adversários, e furou o óvulo materno... para
dar origem ao que haveremos de ser nós. (Benesse 1, primeira de todas.)
Não tive a sorte (cá está ela, de novo), de nascer junto ao mar (o que eu queria, e
sonhava tanto), mas tenho próxima essa benção dos céus, sonhada pelo Sr.
António Andrade e sua equipa (como o nosso Antonio Garraio recordou), mas creio
que inaugurada pelo Dr. Manuel Bugalho, chamada o Centro de Lazer da Portagem,
junto à praia fluvial que é o mar, sem areia, mas com a mesma frescura, e
agradabilidade. (Benesse 2, que me lembrei agora, acerca da manhã de hoje.)
Outra benção chegou ontem, através de
uma amiga muito próxima, que me permitiu assistir ao concerto noturno ocorrido
mas ruínas da Cidade Romana de Ammaia, onde a "Orquestra XXI",
patrocinada pelo "BPI" e pela "Fundação La Caixa",
orientada pelo jovem maestro Dinis Sousa, que interpretou 3 peças belíssimas:
- A abertura de "Inês de
Castro", a ópera perdida (e que agora, após recuperada, nunca mais será
esquecida, segundo as palavras proferidas ontem, pelo maestro), do pianista,
compositor, maestro e musicógrafo português, Vianna da Motta, nascido nos
finais do Séc. XIX;
- Um "Concerto para violino e
orquestra em Ré Maior" de Tchaikovsky, interpretado por uma violinista
asiática absolutamente deslumbrante, que o executou na P E R F E I Ç Ã O (sem
recurso a partituras!!!! De memória!!!), que prendeu, e calou qualquer esboço
de reação da assistência (para além de uma torrente de aplausos) pejada de
figuras de Estado, e de connaisseurs;
- Um "Concerto para
orquestra" de Béla Bartók, compositor húngaro dos finais do Séc. XIX,
princípio do XX, ideal, como disse o maestro, para ser tocado naquela ambiência,
com o coro de grilos e outros animais noturnos de fundo, e um sem fim de
insetos esvoaçantes em volta, correndo para a luz que rompia a escuridão.
Para quem, como eu, olha para uma
partitura como um boi para um palácio, um concerto de música clássica
providenciando por jovens artistas desta categoria, exímios executantes daquela
linguagem, é muito agradável porque: é incrivelmente belo, é agradabilíssimo e
prazeroso, é muito interessante por se poder assistir à forma como executam as
notas musicais, e depende muito da performance do maestro, que os conduz.
Quando lá cheguei, com tempo para
conseguir lugar para estacionar, cadeira para nos sentarmos, tempo para
desfrutarmos da envolvência, vi um maestro muito jovem, de Hawaianas, como eu,
quando vou à piscina, e... lá que estranhei 😧
estranhei. Contudo, depois de todos terem trajado à altura, e do mestre ter
envergado o hábito negro, tudo foi tão diferente, seleto, e tão melhor...
Aprende-se nos livros que um maestro é
um treinador de futebol, um realizador de cinema, um encenador de teatro, o que
faz acontecer.
Ali, frente a uma orquestra, marca
compasso, agita e apazigua as diferentes secções (cordas, metais,
percussões...), orienta e anima o seu "exército", e para nós,
assistência, traduz o sentimento e a alegria, a zanga, a confusão, a alma do
som.
Não lhe tirei os olhos de cima.
Foi mágico!
Sempre agradecido, a quem sabe quem é!
Longa vida ao FIIM, a todos os músicos, colaboradores, pessoal técnico, assistentes e envolvidos, e claro, ao Mágico Maestro Christoph Poppen , esse anjo na terra que um dia sonhou que Marvão merecia sonhar tão alto! Sempre agradecido!
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