É
incrível porque o meu blogue, por mais tempo que esteja inativo, por mais
distante que esteja dos tempos tórridos de publicação já passados, estará
sempre atual, sempre aqui, e quando é necessário, vem ver de mim.
Não
sou eu que o procuro. É ele que diz: presente!
Ontem,
por mais que quisesse escrever e dar voz ao que me aconteceu, estava de tal
forma desgastado, que não era capaz de escrever uma linha que fosse. E
acreditem que tentei.
Contudo,
hoje vou fazê-lo!
Faço-o
porque importa que ganhemos consciência de que reclamar é importante, porque
assim, o meu exemplo, talvez tenha força de mobilizar os meus pares, e os consiga
motivar a proceder de forma igual;
Faço-o porque urge que honremos os tantos que morreram antes de 74 (quando a ditadura nos oprimia e cerceava), em ações bem, e mal sucedidas, mas que tiveram a coragem de lutar pela nossa liberdade, para que com educação e respeito, possamos dizer hoje tudo aquilo o que achamos justo;
Faço-o
porque importa que quem está nos cargos decisórios, é OBRIGADO a ter respeito
pelos que estão a ser servido por si, ou estão num patamar social inferior, mas
com isso não deixam de ser menos gente, e têm todo o direito de ser respeitados
como eles próprios devem ser;
Faço-o
porque é importante que a justiça, e o respeito sejam palavras de ordem que devem
atravessar toda a nossa sociedade;
Faço-o
porque nenhum ser humano, por mais importância que tenha, deve tratar o seu
igual de forma displicente!
Ontem
acordei com uma dor intensa no olho esquerdo, que me tem dado alguns problemas nos
últimos meses (talvez no último ano, mesmo). Depois de já ter sido visto por
diversos especialistas da área, numa ladaínha pela saúde, em Badajoz, em
Portalegre, em Elvas, em Castelo Branco… conseguiram chegar à conclusão que o
problema é uma UVEÍTE HIPERTENSIVA DE FUCHS, que é um nome muito pomposo para
uma cena bem chata, e que traduzido em poucas palavras, resulta no facto de ter
um olho de cada cor (esquerdo: azul; direito: verde, que foi coisa que me deu
muito jeito no passado com as miúdas (Ahhhhhhhh… tens um olho de cada cor…
Posso ver de perto? BEIJINHO!), mas que se transformou num presente envenenado
nestes últimos tempos.
Liguei
para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) que me abriu os portões das
urgências de Portalegre, e para lá fui encaminhado pela assistente telefónica.
Não querendo aceitar as diversas ofertas de acompanhamento que graças a Deus
tive, até mais porque sabia que era capaz de ir sozinho, e antevi logo o
cenário de horror que muito provavelmente iri ser o meu dia, lá fui.
Ali
chegado, a menina das urgências de serviço a essa hora (8.27h), uma pequenelha
rechonchuda de óculos, fez o favor de me dizer que o médico apenas iniciaria as
consultas às duas horas, sem sequer antes me ter enviado para a triagem, e indicado
alguém que pudesse avaliar a situação de urgência que me levou ali. Excelente
profissional, de facto!
Porque
fiz pressão em ficar (até mais por não ter compreensão, e não conseguir
conduzir de volta naquele estado), e ser visto por alguém que me pudesse
realizar um diagnóstico correto, fui vito por uma enfermeira que me atribuiu
uma pulseira amarela, e um médico que decidiu que seria visto pelo seu colega
oftalmologista nas consultas depois das duas horas da tarde. Assim, sem mais.
Aguardei pacientemente num cadeirão, muitas vezes de olhos fechados, mas por vezes também tentando saber mais no telemóvel sobre a enfermidade que me afligia. Antes da hora de almoço, procurei comer algo no bar, e encontrei uma querida amiga dos tempos de fisioterapia depois do acidente que tive em 2011, que não só me levou a visitar os enfermeiros que tanto me ajudaram, e gostaram tanto de rever, apear da debilidade do meu estado de ontem; como me aconselharam a comer no refeitório do hospital, muito mais económico, e muito agradável, por sinal.
5,90€ Bem bom! |
Quando
pelas duas horas fui à procura do oftalmologista, pedindo ajuda aos seguranças,
porque ninguém antes me tinha indicado o local, apesar de eu, obviamente, o ter
solicitado, descobri pelo médico de serviço que o meu nome não constava da
listagem dos pacientes a serem observados, provavelmente por um erro de
encaminhamento do médico da triagem. Este novo erro esteve na origem de mais
uma série de peripécias, e movimentações até ao local onde tinha realizado a
inscrição, que davam para mais duas páginas de texto, que evitarei porque para
maçadas… já bem bastou!
Quando
o médico me viu, já depois das 18 horas, disse-me mais ou menos o que eu sabia
e já esperava, e receitou-me os medicamentos similares aos que já me tinham
receitado.
Mas fez mais; disse que o seu colega que me triou, em vez de ter cometido a insensatez de me ter feito esperar 9 horas, e me ter drogado sem resolver nada do problema, me deveria ter enviado imediatamente para o Hospital de Évora, onde está um Oftalmologista de serviço!
Até um leigo compreende porque se tratava de uma urgência! Daaaaahhhhhh...
Apenas
confirmou aquilo que já tinha pensado fazer a seguir, de pé, no balcão das
urgências, porque nem sequer me providenciaram
um local sentado para escrever, apesar de estar lá uma mesa, e uma cadeira
vagas, que me foram negadas… por serem do segurança, que não estava lá!!!!
Muito
provavelmente ir-se-ão proteger mutuamente, como os lobos nas alcateias, mas pelo
menos, serenei a consciência.
Que,
como em tudo, seja o que Deus quiser. Mas oxalá lhes sirva de puxão de orelhas,
e de exemplo aos demais,
Não
reclamem nos cafés. Reclamem no sítio certo! Não tenham medo!!!!! Esses tempos
já lá vão!!! Medo de quê?!?!?!?
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