Desde que tomei conhecimento da perseguição e diáspora do povo judeu, tenho sentido compreensão, pena, solidariedade e sofrimento pelo seu percurso. A forma terrível, tremenda, como foram dizimados nos campos de concentração nazis, como se fossem criaturas não humanas, como se fossem roedores ou insetos, e não iguais a nós, sempre me fez estar do seu lado.
Assim tem sido até... ter tido conhecimento da resposta absolutamente devastadora do Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu aos ataques de 7 de outubro de 2023, coordenados e conduzidos pelo grupo militante islâmico palestino Hamas, da Faixa de Gaza; às áreas fronteiriças do sul de Israel, numa fatídica manhã de sábado, data de vários feriados judaicos.
É certo que foi uma incursão hedionda, com imagens macabras captadas por vídeocâmaras manuseadas pelos próprios terroristas, que impressionam e nos ficam cravadas na memória para sempre, num raid terrível que matou mais de 1000 israelitas, muitos dos quais eram civis, deixou mais de 3.400 feridos, e mais de duas dezenas de reféns.
Contudo, a operação de resposta a que chamou "Espada de ferro", e ameaçou que iria mudar para sempre a face do Médio Oriente... está a ultrapassar todos os limites da razão humanista, e a transformar aquele que sempre vimos como a vítima, no mais terrível dos carrascos.
Boicotes desumanos à ajuda humanitária enviada pelas Nações Unidas, preferindo deixar morrer de sede e fome a quem está do outro lado da barricada; tremendas ações de bombardeamentos que dizimaram todas as habitações e hospitais, à procura de caves com terroristas, segundo eles dizem, não deixando pedra sobre pedra...; chegando a disparar por quem clama por uns grãos de farinha para sobreviver...
É incrível como o homem é...
É impossível conseguir acreditar como quem tanto sofreu... tenha tanta maldade para com o seu semelhante...
Como tudo se volta a repetir... num mundo tão moderno e avançado, mas no qual vivemos uma crueldade que nos devolve à pré-história.
Cavernas...
Desgosto...
Tudo isto a propósito do burburinho acerca da receção ao novo embaixador de Israel em Portugal, que era para ser recebido nos Paços do Concelho de Castelo de Vide no fim de semana passado, mas que esbarrou num grupo de cidadãos de diferentes quadrantes sociais e políticos locais, que convocou através das redes sociais, um encontro-manifestação junto ao Pelourinho, na Carreira de Cima.
O objetivo era mostrar que Castelo de Vide não pode, nem quer ficar indiferente ao genocídio em Gaza, recebendo um arauto dessa desgraça.
Compreendo-os a eles, e no meu entender, o tão experienciado e prestigiado Presidente António Pita, que deixou erroneamente que o deslize do convite acontecesse, numa era em que as redes sociais mobilizam e catapultam a opinião pública com uma velocidade vertiginosa. (mesmo após já ter lido o seu comunicado após os acontecimentos, que ainda assim, me parece compreensível e legítimo.)
Para grandes males, grandes remédios e aqui, a conseguir-se terminar com este horror dos nossos tempos, não pode ser com cânticos e manifestaçõezinhas, mas sim falando a uma só voz na União Europeia, e não só a Alemanha, a França, e Inglaterra, como já fizeram, mas todos juntos denunciando estão aliança diabólica entre Israel e os EUA, onde os judeus detêm um poder económico medonho.
Enquanto esta gangrena... e a soberana invadida Ucrânia, por exemplo, continuarem a largar pús... eu, que não sou... mas venero a Mafalda do argentino Quino, tenho dificuldade em respirar o mesmo ar desta gente.
Haja esperança... (que isto mude, ou termine de vez!)
Antes de ler, convém saber que…:
também eu já me rendi ao facebook em detrimento do blogger por diversos
motivos, mas sobretudo porque é mais imediato (basta tirar o telefone do
bolso), e tem outra abrangência (é ali que estão todos ligados, e se queremos
comunicar…). Mas esta publicação, a densidade da odisseia que a legitima, a sua
complexidade (em fotos e vídeos), e a sua importância na minha vida, mais que
justificam um regresso aqui à minha casa mãe, que está e estará sempre em
aberto, enquanto eu durar. Sendo assim, quem vier por bem, venha, venha também!
Texto escrito a muitos pés de altitude,
na viagem de regresso…
É certo que é um lugar mais que déjà vu, mas realmente, a vida... é mesmo para ser vivida! Com isto quero eu dizer que estando a nossa alma confinada a ter de viver neste corpo, que dificilmente durará mais que 80... 90 anos com qualidade, claro está, devemos ter a sapiência de retirar, ou melhor, usufruir de tudo... dentro das nossas capacidades, o que de bom a vida nos dá.
Os Oasis, banda britânica
de guitarras, nascida na última década do século passado, sempre encaixou muito
no meu ideal de banda: pelas letras, melodias, atitude, espírito, complexidade
criativa, postura.
Ao longo dos
anos, fui colecionando álbuns (todos!), singles, raridades, concertos...
Assisti ao vivo
na 1a vez que trocaram no nosso país, durante a Expo 98 (há quase 30 anos
atrás!!!), e revi-os no Pavilhão Atlântico, aquando da sua última vez entre
nós, a 15 de fevereiro de 2009, numa noite de fantástica memória, aqui
espelhada, como meu mano Miguel Damião e o meu Soul Brother Francisco Roldão.
Cansados da vida
exposta sempre no limite pelas atuações constantes, e o assédio permanente dos
media clamando por briga e sangue, os irmãos Gallagher, que ao princípio
pareciam duas corujas mono-cebrancelha, que depois se estilizaram à medida que
os milhões entravam pelas vendas Beatlemaníacas; romperam e começaram carreiras
a sós... que nunca conseguiram chegar aos calcanhares do virtuosismo quando
estavam juntos, pois aí, parecia que faziam faísca criativa!
Muitos pensámos
que seria impossível revê-los em palco, Liam a abanar-se, swaggering, como tão
bem sabe, rockin" rolando feito mitra; enquanto Noel, continuava a criar o
edifício sonoro de que são feitos.
Até que... depois
de anos e discos de carreiras espartilhadas das quais nada saiu que pudesse ser
visto, ou melhor, ouvido de jeito... a coisa teve de se dar.
Muitos de nós
sabemos que quase todos sabemos que bastou alguém que entendesse do negócio, e
do artigo, lhe tivesse explicado... só assim por alto, e pela ramada, o que
poderiam estar a perder se não fizessem as pazes... para terem saltado para os
braços um do outro a fingirem que davam muitos beijinhos, que na realidade não
dão, embora eles, como é obvio, prefiram defender a visão romântica, que quem
os convenceu a fazerem as pazes foi Paul Bonehead, guitarrista inicial dos
Oasis, natural da sua cidade natal Manchester, também seu colega de escola, que
ontem, surpreendentemente, também estava em palco, completamente calvo, quando
ele no início, também já tinha pouco... 😁
E assim, 14 anos
depois nasceu uma tournée, que para os fãs passou a ser o sinal de que poderiam
viver o momento outra vez, e juntar-se a eles num sing-a-long gigantesco que
faz de cada atuação, uma autêntica reunião de Karaoke; e para eles, mais uma
descoberta de um pote de milhões que dão muita alegria, e para muita coisa.
Posto isto, no
verão do ano passado, ligou-me o Francisco Silva de Lisboa (com quem já tinha
grande afinidade, e por quem nutria uma enorme e franca simpatia, alguém que
conheci por ter casa por aqui, apesar de ser natural e residir na capital), que
me sabia grande fã; a dizer que tinha deixado o computador todo a noite a
trabalhar, ligado à Ticket Master, e conseguido ingressos para nós dois, para
Manchester em 2025!!!
Puxa vida!!!!!!
Que notícia!!!!!!
Voltando à
conversa inicial, dizia eu que há desafios que não se podem mesmo recusar, e
assim sendo, foi um ano a preparar todo o material (passaporte, visto de
entrada no UK, recém saído da UE), e sempre, sempre a pensar no dia 11, de
saída de Portugal; dia 12, do concerto; e dia 13, de regresso. Todo o santo ano
com isto em suspenso na cabeça, porque se numa mão tens a aventura, a
descoberta, o que te acrescenta algo; na outra tens toda a ansiedade natural de
abandonares a tua zona de conforto, de segurança, e saíres do sítio onde andas
com pé firme no chão. Tratava-se de um mergulho no desconhecido à procura do
sésamo encantado do Aladdin!
Sendo assim, e porque
o que tem de ser, tem muita força, pelas 9h do dia 11, sábado, aterrámos em
Manchester, e invadimos o Reino Unido (acordados antes das 3h, depois de saídos
de solo tuga às 6h). Depois do check-in no oportuno 🏨 junto ao aeroporto, fomos à descoberta da
cidade portuária de Liverpool, para qual nos deslocámos de comboio, com uma
viagem de duração de cerca de 1 hora.
Em Liverpool
queríamos sentir a vibração da cidade dos Beatles, o pulsar do coração do rock
britânico, sentir o cheiro a mar, tocar e olhar as pessoas, visitar a
Caverna(a), onde tocaram pela 1a vez enquanto Quarrymen, fotografar a estátua,
fotografar-nos junto a ela, marcar o ponto no nosso mapa pessoal, no nosso
Google Maps. Que cidade... e que gente...
Depois de uma
noite muito curta, um voo muito grande de 3 horas de duração; uma manhã muito
quente, viajada e agitada; quando corpo pedia era reserva e descanso... (embora
assim tenhamos visto e vivido muito mais; que é para aquilo que fomos); dirigimo-nos
ao Heaton Park em Manchester para onde entraram muito mais de 80.000 almas,
numa multidão absolutamente deslumbrante que eu nunca antes tinha visto junta,
e onde tivemos um acesso assaz problemático, por causa de um pequeno pormenor.
Passámos todas as
barreiras, mas na ultimíssima entrada, um marreta de um segurança indiano
(esqueçam a vossa ideia do típico inglês, do gênero daqueles que vêm ao
Algarve. Se eles colonizaram a Índia durante quase 1 século, entre 1858 e 1947,
agora estão a aprender porque é que a vingança é um prato que se come frio!!!
Aquilo está pejado deles!!!! E eu imagino que Portugal, e a Europa toda vão
mesmo ser engolidos pelo Islão, como já li em tantas crônicas e opinion makers).
Pois o gajão barrou-nos a entrada por causa da minha pequena mochila Eastpak
que levava às costas com águas e alguns bens pessoais. Á pála disso, perdemos
tempo à procura de uma casa onde a deixar (dizia ele que havia algumas na
cidade para isso, que nunca conseguimos localizar), e valeu-nos a sagacidade de
meu Francisco, que pediu a uma família que vivia nas proximidades, e se estava
a preparar para ouvir o concerto à porta de casa com amigos, que nos desenrascasse,
e como nada cobraram, teremos de os recompensar com umas garrafinhas de bom
vinho porque merecem mesmo, e a sua ajuda e nos valeu por tudo!!!
Perdemos os Cast,
e o Richard Ashcroft, dos Verve, que íamos ouvindo nas proximidades, mas pelo
menos, assistimos ao concerto dos Oásis na íntegra, com uma distância razoável,
apoiada nos gigantescos ecrãs gigantes, e as barreiras de colunas suspensas por
balizas, espalhadas por toda a parte.
Se tivermos
capacidade e inteligência para esquecer os motivos da reunião, a verdade é que
depois de tanta coisa ter acontecido, eles certamente se divertiram muitíssimo,
aproveitaram o momento e nem se lembraram dos milhões, pelo menos ali, quando
estávamos em pleno ato; e nós... nós... nem pensámos na via do negócio, e
esquecemos a perspetiva mercantilista!!! Foi só PURA DIVERSÃO!!!
No meio de tanta
gente, ficámos algo distantes, como é óbvio e seria impossível se assim não tivesse
sido, contudo o sistema de som era BRUTAL, e as muralhas suspensas de colunas
espalhadas pelo recinto garantiam isso; os ecrãs gigantes eram TREMENDOS, e a
BANDA estava ali!!!!, mesmo à nossa frente, tão próxima de nós, a tocar e a
falar… Os locais, os bifes naturais de Manchester estavam
WIIIIIIILLLLLLLLDDDD!!!, e nós passámos das melhores horas da nossa vida!!!
Os êxitos que
constavam do line-up falam por si, e obviamente dispensam quaisquer
apresentação...
Foi tão bom
voltar a cantar com eles..❤️
Eu, que crítico
tanto a malta que não larga o telemóvel e passa a vida a filmar, no lugar de
aproveitar o momento... não resisti...
Foi tão bom...
que eu queria o meu registo...
Para mais tarde
recordar...
Espero que gostem, e os direitos de autor não mos cortem…
Oasis, Cigarettes
& Alcohol Live, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12
Oasis,
Half the World Away Live, Heaton Park,
Manchester – 2025.07.12
Oasis, Whatever Live, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12
Oasis, Live Forever Live, Heaton Park, Manchester – 2025.07.12
Oasis,
Rock’n’Roll Star, Heaton Park,
Manchester – 2025.07.12
Bom, como dizia o outro: "fico chateado, pois claro que fico chateado! Daaahhh!"
Então quando tinham de escolher entre 133 cardeais com assento no conclave, em plena na capela sistina, (toda pintadinha à unha pelo próprio Michelangelo), não é que pelo menos, 2/3 daqueles manos (ou seja, 89) foram bornais ao ponto de terem escolhido um amaricano 😳😲😯😵💫😵😫😩😣😖🤯😱quando o tanso do presidente de lá se mete a criar imagens dele, em inteligência artificial, assumindo o cargo?!? FA N E C A !!! 😱😱😱😱😱
Em vez de os meterem de parte, votarem ao ostracismo, ou pura e simplesmente ignorarem... dão-lhe a luz do foco principal!!! 😱
Assim, o gajinho aquele... que vive com um rabo de raposa pendurado na testa, e não tem vergonha nas trombas, ainda vai tomar mesmo a Gronelândia, o Canal do Panamá, e mudar o nome de muitas cenas como fez com o Golfo do México, continuando a pensar que é o cowboy do mundo! 🤢🤮 Porr@, pá!!! Já nem os papas nos safam!!!
E tem mais!!! Eu não quero parecer maníaco depressivo, ainda mais do que sou!!!, mas esta do homem querer ser chamado de Leão, em vésperas do dérbie do ano em que jogaremos pelo título da 1a Liga com uma equipa que tem um animal desses como mascote... ainda por cima se for conjugado com o golo do último cachopo no último jogo, quando no último instante dá a volta a um placard que lhe foi sempre sendo contrário, à semelhança de outras vitórias iguais para eles nesta liga... 😠🫤😕 isto tudo junto, dá-me uma neura... 🤬
Bom, acho que vou meter um supositório para os nervos, e me vou deitar. 🥱🫣😱😴
Neste triste dia em que deixámos de ter entre nós o Papa dos pobres e dos excluídos, o que tanto se preocupava e trabalhava para que deixassem de existir guerras e injustiças...
aquele que elevou as mulheres a lugares de destaque na rígida estrutura eclesial, o que estendeu a mão, não julgou, e desautorizou a quem apontasse o indicador aos homossexuais e os reclusos...
o amante de vinhos, tango e futebol, como manda o sangue azul e blanco que lhe correu nas veias durante os seus 88 anos, o amante de uma boa gargalhada, o que estendeu a mão a Rabis e Imãs, promovendo o entendimento e a boa coabitação entre os habitantes desta esfera azul no nosso sistema solar, situada entre os... (segurem-se!!!) mais de 100 mil milhões de sistemas solares na Via Láctea 😳🤯😱 (iguais ao nosso, logo, capazes de terem planetas e vidas)... foi levado pelo criador.
Agora é importante que se pense que a idade já era muita, porque já era avançada de facto, e lembremos-nos sempre que o que distingue os católicos das restantes crenças e credos, é que a morte não é um fim, mas antes um princípio, e a ressurreição de Cristo na Páscoa, significa precisamente essa vitória da luz que rompe as trevas, e mesmo que não se acredite que no após haverá um céu pejado de querubins a esvoaçarem e a tocarem harpa, em contraste com um inferno escaldante de lava a borbulhar, pejado de demônios por todo o lado... alguma Coisa haverá de haver... ♥️
Tranquiliza-me, quando rezo por ele, imaginar como a sua alma se funde com o esplendor da luz perpétua, e ali ficará em paz, serena para todo o sempre. 🙏
Claro que também eu tive de correr a ver o fenómeno "Adolescência" da Netflix, uma mini-série de 4 horas, digerida à medida do calendário da vida (impossível ser de penálti, portanto...), mas absorvida com absoluto deleite a cada segundo.
Um assassinato juvenil que nos mergulha na crueza da adolescência deste novo milénio, tão diferente da nossa, mas com tantas semelhanças comuns à natureza humana, é a razão deste marco televisivo notável marcado sobretudo por ser filmada em plano-sequência, isto é, por uma câmara que não tira o foco da sequência que está a enquadrar, e a segue sempre sem cortes, resultando em algo profundamente surpreendente; bem como pela qualidade suprema dos atores, que vai do criador Stephen Graham, que conhecemos de outros filmes (Snatch, This is England), ao impressionante jovem estrante Owen Cooper, numa prestação que... fica connosco.
E sim. Também concordo que é um marco, e algo que extravasa tudo o convencional. 👌Corram! 🏃📺
Sinopse: Quando um puto de 13 anos é acusado de matar uma colega de turma, a sua família, a terapeuta e o detetive que investiga o caso procuram responder a duas questões: o que terá realmente acontecido e qual o motivo? Unanimemente aplaudida pela crítica mundial, esta produção faz-nos interrogar em que "novo" mundo hoje vivemos, aquele em que as nossas crianças estão a crescer e que as vai moldar para o futuro.
No dia 24 de Fevereiro, cumpriram-se 25 anos desde a data em que entrei para a Direção Geral das Contribuições e Impostos.
¼ de século…
Aprovado e selecionado no até então apregoado como maior concurso para a função pública em Portugal (e não tenho conhecimento que tivesse acontecido um outro tão grande desde então) ao qual se propuseram, creio eu se a memória não me atraiçoa, mais de 80 mil aspirantes que se dispuseram à prova de admissão (uma espécie de Prova Geral de Acesso que em vez de dar acesso à Universidade, habilitava a uma carreira laboral que se presumia auspiciosa, segura, e bem remunerada), fiquei classificado na posição 2.053 que ainda assim, não me garantia a entrada na primeira fase, mas antes me deixava durante mais uns meses a penar, sonhando se conseguiria “entrar” como os colegas melhores classificados na dita afronta que assentaram logo praça.
Foi num dia frio e solarengo do raiar do início do ano do novo milénio, no ido ano de dois mil, quando me encontrava a desempenhar as funções de chefe de vendas da Opel, em Castelo Branco, que recebi a chamada que me trouxe de volta, vinda de uma Cristina ainda a derreter felicidade. No instante seguinte liguei a quem me deu a mão quando nada tinha, agradeci com humildade por tudo, e confirmei que iria mesmo rumar a outras paragens. As minhas…
Nessa tarde, no caminho para casa, parei em Nisa, no Largo Heliodoro Salgado. Sabia bem onde eram localizadas as finanças, porque nesta localidade que ficava a meio do caminho ate à cidade
albicastrense, parei muitas vezes para tomar café, para espertar e afastar o cansaço, muitas vezes no café do saudoso António José Correia, que ainda haveria de ser meu chefe lá, e me deu o grato prazer de me deixar ser seu amigo. Ali chegado, subi a escadaria e, aberta a porta à esquerda, dei com uma sala ampla, e um balcão em “L” invertido que nos separava de diversas secretárias, habitualmente ocupadas por Homens e Mulheres que haveriam de comigo coabitar durante dois anos (2000-2002), e passariam a fazer parte de mim para sempre, por mais tempo que vivamos, e mesmo que estejamos muito tempo sem nos vermos.
Foi então assim que graças a Deus, há 25 anos atrás, assinei o contrato administrativo de provimento que me ligou para sempre aos quadros da função pública.
Não foi o emprego com que sempre sonhei, verdade; não foi o trabalho para o qual estudei (eu queria era escrever... e por isso tirei jornalismo, mas tem sabido ser o meu lugar de sonho à medida que o tempo passa, e estou mesmo certo que sou muito feliz ali.
Nesse dia, era o dia dos compadres.
Todos foram sorrindo, se apresentando, dando as boas vindas, desejando boa sorte e tudo se foi abrindo à minha passagem até ao gabinete do chefe. Lá chegado, as portas entreabriram-se e detrás dos cortinados de renda que tapavam os vidros saiu uma figura de baixa estatura, blazer azul, camisa branca e gravata, porte composto e cabelo grisalho de risco ao lado. Creio que fumava para dar um ar blasé, até porque nesse então era comum toda a gente fumar em todo o lado.
O Chefe à frente deste grupo de grandes amigos que lá fiz, sempre com o seu grande estilo
Trocámos uma conversa circunstancial, de apresentação, a medir terreno mutuamente.
Teve a cortesia de me ir apresentar aos serviços públicos, mas a dada altura, talvez até quebrando o gelo, atirou um: Ó Pedro Alexandre (tratando-me pelos meus dois nomes próprios, como sempre fazia), não quer tomar nada?
Eu… (com um ar “esfinzado”…), larguei um “ehh…”
(Ao que respondeu com…) Venha daí! (enquanto se encaminhava para “A Colmeia”, (café/pequena casa de pasto) situada em frente ao serviço, habitualmente frequentada pelo pessoal da casa.
Lá chegados, eu (cheio de reservas, de pé atrás) pedi… uma garrafa de água.
Ao meu pedido, o chefe comentou com um “muito bem! Está a ouvir? Faça sempre isso!”
Já ele, disse que queria, tão clássico como o “dry Martini” do James Bond: um copo de vinho branco natural traçado com gasosa fresca. (e tinha se ser esta a ordem!!! Se fosse o vinho a ser fresco, e a gasosa natural… a bebida não tinha nada a ver!!!)
A páginas tantas, já com mais colegas de companhia que entretanto foram saindo, disparou um:
Ó Pedro Alexandre, sabe quem foi Frei Luca Pacioli?
- Meu caro chefe, lamento mas não faço a mais menor ideia.
Frei Luca Pacioli, (disse ele começando a brilhar!) foi um frade franciscano do séc. XV, que foi um célebre matemático italiano, e hoje é considerado o “Pai da Contabilidade”, por ter sido o inventor das partidas dobradas, o princípio básico da contabilidade, que diz que quem deve, tem a haver.
Muita conversa, animação, muita conversa e algumas “datas” depois, o Chefe voltou à carga, julgo eu que querendo impressionar um colega que o conhecia de ginjeira.
Ó Marquês… (um colega da casa, um pouco mais velho que eu, mas que ainda hoje me trata por puto), sabe quem foi Frei Luca Pacioli?
- Hã?!? Eu sei lá! (virando-se para o lado, não dando o mínimo crédito à disputa).
Virando-se… E você, Pedro Alexandre, sabe quem foi?
(Enchendo o peito de ar, mesmo assim, não conseguindo esconder a vaidade) Ó chefe... Por favor… (ar “impossível disfarçar o ar convencido”) Frei Luca Pacioli foi... (tudo aquilo que me tinha ensinado há minutos) um frade franciscano e célebre matemático italiano do séc. XV, que é hoje considerado o “Pai da Contabilidade”, por ter sido o inventor das “partidas dobradas”: um sistema fundamental nesse processo que diz que quem deve, tem a haver.
O Chefe, virando-se boquiaberto para o lado, disse espantado para o nosso colega: Está a ouvir?
Este individuo tem uma cultura extraordinária!
E nessa conta me teve até ao final dos seus dias, o meu querido Amigo, uma verdadeira jóia de pessoa, do melhor que alguma vez conheci.
Neste aniversário, não me posso, nem quero por forma alguma esquecer dele e de todas as pessoas maravilhosas com quem trabalhei nesta casa à qual muito me orgulho de pertencer.
~
Reservo uma palavra especial para os contribuintes que atendi, com quem trabalho e trabalharei que na realidade, para além do Estado que me paga, são os meus reais patrões, porque é na pele de “servidor público” (numa expressão tão feliz da língua inglesa, que “choca” com o aburguesamento do português “funcionário público”), que me sinto bem.
A Deus peço saúde e que me continue a guiar pela vida, levando-me sempre pelos caminhos certos, mesmo que às vezes, eu não consiga compreender a razão de ir por ali.
Mais 25 naquela labuta do ativo não peço certamente, e é com essa certeza que a maior parte já passou, que peço ao Senhor da Vida, tranquilidade, experiência e sapiência, para conseguir honrar o árduo e exigente trabalho que tantos criticam mas que tão necessário é, para que o País funcione.
Festa de anos frente à mercearia das minhas saudosas tias por esse então 28(?) Dia inesquecível! Ainda hoje...
O chefe com o meu Companheiro de vida desde esse então: o estagiário Rui Miguel Caixado Pescada (antes de o ser, já o era!) Ribeirinho Pinheiro. Uma Paixão!
Para quem ama Marvão, a prática desportiva e a Amizade, o dia do Trail Marvão é sempre apoteótico!
Partida! Lagarta! Fugida!!!
Manhã/tarde linda de sol e coisas maravilhosas da vida, poder desfrutar dias assim é um regalo!
Pelas 9h, abençoados pelo nosso incansável Padre Marcelino saíram os duros do Trail, para a mais longa das distâncias (20,30 Km) plenos de dureza e paisagens de cortar a respiração.
Do GDA, o estratega Pedro Vaz; o Presidente Luís Vitorino; o Vice Luís Costa; o nosso Padre Marcelino; e o acólito João Gonçalves; nos instantes antes da partida
Deslocados de autobus municipal até à ponte quinhentista da Portagem, os também firmes e hirtos, mas já não tão afoitos participantes do mini-trail e caminhada, saíram para enfrentar os 10,30 Km, ou a alto trote (os da corrida) ou a marcha rápida, pelas 10h e 20m.
Ora eu, que tenho a honra e o orgulho imenso de continuar a ser o Carro-Vassoura desta fase, fui da Portagem até aos Barros Cardoso / Ponte Velha, atrás das Amigas e Amigos meus vizinhos da APPACDM DE PORTALEGRE, de uma fantástica Responsável e um seu apoiante. Foi uma delícia, ópá, ver como aquela rapaziada se divertia e era feliz! Coisa linda.
egados a essa igreja a meio do percurso, estes meus Amigos, que me impressionaram imenso pela sua destreza, e força de vontade, decidiram terminar a sua colaboração, o que era mais que natural, e regressaram de carrinha.
Nesse momento, o meu querido mano Joao Carlos Anselmo, e a sua filhinha Ritinha, que não nos apanharam na Portagem por escassos minutos, decidiram juntar-se a mim, para fazer a metade do percurso restante, com o compromisso de ali deixarem a viatura, para eu lhes dar boleia no regresso final.
Com a Ritinha e o João... e o rio Sever a correr lá me baixo...
Isto com o compromisso de não haver partes em que teríamos de molhar os pés, porque a pequena, de 8 anos, não estava para aí virada.
Mas houve mesmo essas fases!
E o papá, o pobre, lá teve de amparar a pequena... e de nada valeu eu querer ajudar porque nada o demovia.
Mas se não queria água, no restante percurso, a jovem caminheira impressionou, fosse a descer escarpas enlameadas (onde este que vos escreve bateu 3 bate-cús de estalo), ou a galgar trilhos que mais pareciam paredes de trekking.
De tal forma foi impressionante a prestação da pequena grande Ritinha e papá, que apesar de não estarem inscritos, se juntaram à iniciativa por sua conta e risco, que não vejo outra forma melhor para a felicitar que lhe oferecendo a minha medalha de participação em 2025.
Aos grandes ideólogos desta maravilha do nosso Trail (o mago estratega Pedro Vaz; o sempre em alta José Domingos Felizardo, e o ultra- campeão Nuno Mariquito (nesta edição, 2° classificado da Geral, 2° classificado escalão de Séniores, 1° classificado concelho de Marvão, 2°classificado por Equipas); aos autarcas que tão bem o acarinham (Luis Vitorino e Luís Costa); ao Prof. Nuno Costa; ao Grupo Desportivo Arenense, na pessoa do Presidente Silvestre Andrade que o acalenta e motiva; à UJA personificada no GRANDE Guilherme Máximo, ao fantástico Elisio Diogo que serviu as refeições de forma
, a todas e todos os que contribuíram para mais esta façanha de sucesso
, sobretudo OS PARTICIPANTES... o meus mais sinceros parabéns!
VIVA O TRAIL DE MARVÃO! VIVA MARVÃO! VIVA A GENTE! VIVAAAAAAA!!!!