quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Recordar é viver…

Armação de Pêra. 1977. 4 anos

Passamos a vida inteira a pensar que nos conhecemos, mas não.

Eu pelo menos dou por mim muitas vezes a pensar que passo demasiado tempo do meu dia-a-dia a funcionar num nível estímulo-reacção e que deveria meditar muito mais.

Apesar de vivermos conscientes, passamos pouco tempo connosco.

Às vezes somos surpreendidos… como neste caso.

Ainda sou do tempo em que não havia máquinas digitais mas por sorte, já nasci depois da democratização e standartização das velhinhas máquinas de rolo e não me posso queixar dos registos que tenho desde a infância.

Conheço praticamente todas as imagens do acervo fotográfico dos meus pais (sim mãe, eu sei, está aqui há muitos meses para ser digitalizado, mas o tempo é sempre tãããão pouco…). Já as vi centenas de vezes de trás para a frente e da frente e dos lados, sobretudo em noites em que faltava a luz e nos dava para isso.

É por isso que fico tão contente quando me surge uma imagem inédita, uma que não conhecia ou da qual me tinha esquecido.

Há dias, a minha madrinha Fátima aparece-me aqui com três dessas.

Na primeira, apareço em plena actuação na antiga Sociedade da Beirã com o Vítor Felino e o meu primo Quim Carita. Apesar de me recordar de algumas apresentações deste género ensaiadas pelo saudoso Sr. Cardoso, desta não faço nem ideia mas para mim, está demais.


Esta outra retrata uma procissão dos passos em Marvão, em 83, onde comparecemos enquanto escuteiros do Agrupamento 659 da Beirã. Escuteiros que nasceram para cumprir o sonho do menino depois de assistir a uma missa campal no Algarve. Belos tempos, sem dúvida. Em grande plano, o inimitável Zé Pop.


Na última, uma cena caseira, na casa da avó, numa noite em que as coisas não me estavam definitivamente a correr bem. A pose é mais que forçada e o sorriso de gozo do Júnior não engana. The Gallagher Brothers in action! Tanto que este puto sofreu comigo. Desta vez deves-te ter safado. Não há regra sem excepção!


Andava eu às voltas com isto quando a internet me traz de volta esse meu querido Quim Carita que eu tinha perdido há uns tempos lá para os Algarves.

Parece mentira mas dantes, quando ouvia os meus pais dizer que não viam amigos há 20 e há 30 e tal anos, eu pensava sempre, “isso comigo nunca vai acontecer…”. Pois é, a vida… Agora mal me descuido, já lá vão 14 e 15 e no caso do Quim, talvez uns 4, não?

Mas é verdade quando se diz que quando se gosta e se quer, é para sempre e ele sabe como é especial para mim.

Vai na volta, trocam-se as ditas fotos e envia-me estas três numa resposta que me deixa sem palavras à altura:

Uma com o nome de ficheiro: “Irmãos Carita com o primo Pedro”,

-
A inevitável equipa de futsal que é, para nós, o marco de uma geração,


E um pormenor do juramento de bandeira com os chefes do dito Agrupamento de Escuteiros: pai, mãe, tia, madrinha e o emblemático Chefe António, o que dominava mesmo o pedaço. Desde fazer fogo sem madeira, a construir uma barraca de quase nada, este homem dava explicações ao próprio Macgyver. Respeito!
Do lado esquerdo do ecrã, o nosso amigo Zé Murta e atrás deste o vocalista dos Proclaimers.


Como é que diz o Espadinha? Recordar é viver?

3 comentários:

Pescada disse...

Olá Olá!
Na primeira foto estás comum brilhozinho nos olhos...LOL
Abraço

Pescada disse...

Leia-se 'com um', obviamente...

John The Revelator disse...

As fotos estão demais.
Abraço