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Eu ando há semanas a tentar perceber esta suposta “crise”. Por mais que leia, por mais programas a que assista, por mais reportagens… não há volta a dar… só me apetece gritar, “não há quem perceba esta cena!”. Vai na volta e estive para escrever sobre isto, qualquer coisa como esta… a dizer que prontos, não atinjo, não chego lá.
Eis que senão quando, barbeando as páginas da minha primeira grande alegria de fim-de-semana, o Público de sexta-feira com os suplementos “Inimigo Público” e o “Y”, encontro uma crónica do genial Pulido Valente, dizendo precisamente aquilo que eu tinha vergonha de admitir.
Ora se um indivíduo que considero um verdadeiro intelectual, um gajo de nível que passa as tardes na varanda de um apartamento de Benfica a beber uísquies de roupão e a ver os carros na segunda circular, pode dizer isto da crise, eu também posso.
Escusando-me a mais citações, remeto então para o documento aqui transposto na íntegra que me parece, de resto, bastante explícito e elucidativo.
Eis que senão quando, barbeando as páginas da minha primeira grande alegria de fim-de-semana, o Público de sexta-feira com os suplementos “Inimigo Público” e o “Y”, encontro uma crónica do genial Pulido Valente, dizendo precisamente aquilo que eu tinha vergonha de admitir.
Ora se um indivíduo que considero um verdadeiro intelectual, um gajo de nível que passa as tardes na varanda de um apartamento de Benfica a beber uísquies de roupão e a ver os carros na segunda circular, pode dizer isto da crise, eu também posso.
Escusando-me a mais citações, remeto então para o documento aqui transposto na íntegra que me parece, de resto, bastante explícito e elucidativo.
Na versão do Tio Sabi, esta é de facto uma crise cujas causas ninguém consegue muito bem especificar mas cujas consequências irão deixar quase tudo diferente, mais instável, mais frágil e inseguro.
Escusado será dizer que não lamento nada o emagrecimento para metade das fortunas milionárias, até porque o mais certo é ainda receberem uma indemnização sabe-se lá de onde, mas que sinto imensa pena de todos aqueles que arrastados pela corrente, vêem os seus sonhos de prosperidade esmagarem-se contra o areal.
Eu concordo com o Vasco.
PS: Agradeço a elucidativa explicação e a paciência, Bonito, mas eu ouvi ou li em qualquer lado que dos homens da alta finança, de agora em diante, não podemos confiar nem na família… Grande abraço!
5 comentários:
Pode-se não perceber de onde surgiu esta crise. Pode-se achar esta crise muito estranha porque ela é financeira e tem os bancos no seu epicentro. Mas, como disse o Cavaco, ela passará de financeira a económica e aí é que a porca torce o rabo.
Recessão e, inevitavelmente, desemprego serão as consequências bem palpáveis desta esquisita crise!
Mas, calma!
Depois (não se sabe quando) virá novamente a bonança! É a lei da economia.
Já agora, deixo aqui uma excelente explicação metafórica, de um brasileiro, sobre a chamada crise do subprime, onde os empréstimos de casa são equiparados a empréstimos de cachaça:
"É assim: o seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e vende muita cachaça.
Como os fregueis tão diminuindo, ele decide que vai vender cachaça “na cardeneta” aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emebiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem,
afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pendura dos pinguços como garantia.
Uns seis zé-cutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, PQP, OVNI,
SOS ou qualquer outro apelido financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer: é só um apelido.
Esses adicionais instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a que se façam operações estruturadas de derivativos, na Bolsa de Mercadorias e de Futuros-BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cardenetas do seu Biu).
Esses derivativos estão sendo negociadas como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia “sifudeu”!"
Grande Abraço
Bonito Dias
Si mêmo assim você na percebeu cara? como vai voçê cobrá u imposto a seu biu, já qui u resto da peixada está tudo isento...
Ma ti biu tem di paga. Cachaça mêmo di borla, tem imposto, né?...
E bola cobradô dipôs di tampo exame, duvido qui você num saba cume lixar o bicho...
Abraço tá!
É preciso é saber jogar na bolsa.
As minhas acções ainda não desceram.
MAIS UM CONTRIBUTO PARA A EXPLICAÇÃO DA CRISE
«O mercado de acções …. numa outra versão !!!
Estava-se no Outono e os Índios de uma reserva americana perguntaram ao
novo Chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia
ser mais suave.
Tratando-se de um Chefe Índio da era moderna, ele não conseguia
interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não
correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e
cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.
Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois teve
uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço
Meteorológico Nacional e perguntou:
'O próximo Inverno vai ser frio?'
'Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio'
respondeu o meteorologista de serviço.
O Chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha. Uma
semana mais tarde, voltou a falar para o Serviço Meteorológico:
'Vai ser um Inverno muito frio?'
'Sim,' responderam novamente do outro lado, 'O Inverno vai ser mesmo muito
frio'.
Mais uma vez o Chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda
a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas. Duas
semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional:
'Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?'
'Absolutamente' respondeu o homem 'Vai ser um dos Invernos mais frios de
sempre.'
'Como podem ter tanto a certeza?' perguntou o Chefe.
O meteorologista respondeu 'Os Índios estão a aprovisionar lenha que
parecem uns doidos.'
É assim que funciona o mercado de acções.»
O comentário da Maria, colocando esta estória dos índios, é digno de um "expert" na matéria.
Surpreendente!
Eu, por acaso, li-a num Fórum sobre mercados financeiros. É bem curiosa e uma bela metáfora sobre a irracionalidade que, por vezes, se instala nos mercados.
Grande abraço
Bonito Dias
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