terça-feira, 14 de outubro de 2008

Skyrider - a jaleca de sonho!

Fiquei bem, não fiquei? Asi me gusta!


Tenho de confessar que sou um gajo um bocadinho materialista.

Não sou propriamente um metrossexual mas prontos, gosto de ter as minhas coisinhas: umas roupinhas boas, bom sapato, gosto muito de relógios, uns perfumes, tudo o que seja últimos gadgets tecnológicos da moda (pcs / áudio e video) e que nunca nos falte a trilogia sagrada livros / cds / dvds, mesmo que sejam do cigano.

É! Nem só de pão vive o homem até porque agora geralmente as carcaças só duram dois dias e depois nem para fazer umas sopinhas de tomate prestam.

Maneiras que prontos. Não sou assim louco por carros, não sonho com um Mercedes ou um BMW, mas já curtia bem ter um motão ou uma vespa antiga ou um dois cavalos. Não peço muito, mas era bem capaz de aceitar um iphone dos novinhos, sobretudo agora que o meu irmão e o meu amigo Joaquim do design não param de me meter ferro com as potencialidades da coisa. Aquilo faz quase tudo menos torradas e bicos. Mas enfim…

Nos tempos da faculdade, quando me orientaram o guito para comprar o traje académico que vesti apenas duas vezes, o meu pai aconselhou-me a derreter mas é o dinheiro num blusão de cabedal. Bem dito, bem feito. Ainda hoje o tenho e uso. Uma classe. Mas há mais…

Compro sempre o Correio da Manhã de sexta-feira porque traz o melhor suplemento da programação televisiva que existe no mercado editorial. Não falha nada. E sempre aproveito para ver quantos morreram por esse país fora vítimas de crimes passionais, passo os olhos pela página dos que deixaram de fumar e ainda vejo os anúncios eróticos que é onde se vai lendo algum bom português: Gatinha gostosa pronta para horas de delírio. 24 sobre 24. Vale tudo. Descrição e sobriedade. Faço domicílios. Vem perder a cabeça comigo!

Por falar no dito suplemento, quando menos esperava, cai-me um folheto no colo e eu, que tenho a mania de ler tudo o que me aparece à frente, de rótulos de lixívia a normas de utilização do papel higiénico comecei a desfiar aquilo.

Dizia: “o lendário casaco dos pilotos da marinha norte-americana”.

E eu disse: “F***-**! Eu amo esta cena!”. E vai daí, começo a ir por ali fora, sempre de olhos postos na nota a cores no cantinho que dizia “Pela primeira vez em Portugal!”. Lindo! O facto de ter o selo da Art Gallery também ajuda.

Costumo dizer que às vezes sou assim meio ingénuo, até a atirar para o pacóvio e tendo a acreditar em quase tudo. A saber, só descobri que os Village People eram uma banda gay quando fiz 18 anos. Antes, pensava que era só uma rapaziada amiga que gostava de brincar ao Carnaval. Eu com uma fezada destas e eles, o índio, o polícia e o marinheiro, a fazerem altos comboios pela noite dentro. Ai eu!

A brochura, com uma qualidade editorial ao nível das revistas dos Jeovás, prendeu-me desde o primeiro momento.



Atentem na qualidade do texto e da imagem. Como é que eu não hei-de estar com ar satisfeito? Casaco lendário? Materiais de primeira qualidade? Todinho em pele de cabra de qualidade superior (quase ao nível do cabrão)? Mantém-se impecável de ano para ano? Cor cada vez mais bonita? Usado pelo Presidente Kennedy, pelo Bruce Willis, Sean Penn ou Will Smith? Faz-nos sentir um herói do ar? Com um estampado com a oração dos pilotos americanos no interior? Dassssssss! Até dá vontade de o vestir ao contrário!



Particular atenção na qualidade dos detalhes: As costuras debaixo das mangas, o remate cannelé, os punhos que não deixam passar o frio, o bolso em colchete que tanto dá para guardar a carteira como um maço de Marlboro bem americano ou uma caixa de camisas de Vénus, o fecho de cremalheira e o remate com gola de lã que dá para subir nos dias em que não se pode andar com ele de fora. MEUS AMIGOS: ISTO É SIMPLESMENTE PERFEITO! A minha alma está parva!


Nesta outra imagem, voltam à carga com as referências históricas e fica difícil resistir: falam no Top Gun e no Pearl Harbour, que aguenta até 51 graus negativos e outros pormenores de um produto destinado ao homem que vive intensamente cada minuto da sua vida e esse sou eu. Ainda bem que a Art Gallery quer tornar este sonho realidade!



Aqui levo a estocada final, com a notícia de que se correr já para o telefone, ainda posso ganhar um relógio Cruz do Sul, indicado para embelezar e até dá horas. Já repararam que o bom do casaco até com gravata fica bem? Capaz de transmitir uma imagem jovem, aventureira e cheia de vitalidade. Estás certo!



700 euros?!?!?!? Ainda pensei que o avião a jacto da capa estivesse incluído mas a senhora do telefone disse-me que não. E eu a dizer que sim e ela a retorquir que não. Foge! Era chata a velha! E ainda me encheu de maluco! Bem, vai na volta e não é caro. Não sei.

Ainda me lembrei de fazer um peditório a todos os leitores do blogue. Como eu nunca pedi nada a ninguém e isto não tem bilheteira… um euro daqui, sessenta cêntimos dali e às tantas a festa compunha-se, mas não…

De verdade, se eu tivesse assim os 700 euros para esturrar, antes alinhava num lcd de 107 centímetros já com o sistema HD Ready que havia de ficar tão bem na minha sala para eu poder desfrutar do cinema em casa e dos grandes jogos do glorioso.

Ou comprava uma gargantilha em ouro e um cachucho com a pedra do meu curso para usar no dedo mindinho. Depois sentava-me numa esplanada qualquer a malhar umas fresquinhas e a comer tremoço de perna trocada.

Ou então…

2 comentários:

mulher do Dai disse...

Ah!ah!ah!as cores são só castanho? É que de cor preta há muito parecidos no mercadilho de Valência. Mas... são muito feios.O natal é quando? Que pena não ser todos os dias... Mas se fosse também não podiamos sonhar...Obrigado por me fazeres rir.

Clarimundo Lança disse...

Não se arranja com pele de rap.....os.a, na gola, era mais fixe, made in alentejo, o zé compadre já usa.