O meu macaquinho de peluche, companheiro inseparável de tantas horas. Já completamente calvo e sem o escalpe que lhe retirei depois de uma missão mais arriscada.
Por motivos da mudança de casa da minha mãe, sou levado a reencontrar-me com o passado, com centenas de objectos carregados de memórias, alguns dos quais não via há décadas.
Esta manobra logística aparentemente simples perturbou-me o sono durante noites, acompanhou-me e perseguiu-me durante dias, revirou-me por dentro na antevisão do que me poderia trazer mas sobretudo por saber que para muitos destes objectos e por uma questão de espaço, este seria o último adeus.
Durante o processo não consegui deixar de pensar em como é relativo o valor dos bens (muitos daqueles tarecos, daqueles restos de coisas são verdadeiros portais para a memória e nessa medida, autênticos tesouros pessoais) e de como é estranho o comportamento do ser humano que apesar de ter perfeita consciência da sua mortalidade e da total impossibilidade de levar consigo seja o que for, persiste em guardar tudo e mais alguma coisa.
É…
Não foi, de facto, fácil… mas já está.
Fecha-se assim mais um capítulo da nossa vida, de uma casa sem grandes mordomias mas que foi a nossa e neste caso, não era de uma casa verdadeiramente que se tratava, mas antes do nosso lar e esse sim era o melhor do mundo. Ali rimos, ali chorámos, ali respirámos e fomos gente e família e tudo.
Dói vê-la assim despida, desprovida de existência, como se estivesse envergonhada da sua condição.
Eu já decidi que vou apagar estes últimos dias e vou guardá-la para sempre como ela era quando tinha luz, gente e calor. Como ela era quando era a nossa…
Esta manobra logística aparentemente simples perturbou-me o sono durante noites, acompanhou-me e perseguiu-me durante dias, revirou-me por dentro na antevisão do que me poderia trazer mas sobretudo por saber que para muitos destes objectos e por uma questão de espaço, este seria o último adeus.
Durante o processo não consegui deixar de pensar em como é relativo o valor dos bens (muitos daqueles tarecos, daqueles restos de coisas são verdadeiros portais para a memória e nessa medida, autênticos tesouros pessoais) e de como é estranho o comportamento do ser humano que apesar de ter perfeita consciência da sua mortalidade e da total impossibilidade de levar consigo seja o que for, persiste em guardar tudo e mais alguma coisa.
É…
Não foi, de facto, fácil… mas já está.
Fecha-se assim mais um capítulo da nossa vida, de uma casa sem grandes mordomias mas que foi a nossa e neste caso, não era de uma casa verdadeiramente que se tratava, mas antes do nosso lar e esse sim era o melhor do mundo. Ali rimos, ali chorámos, ali respirámos e fomos gente e família e tudo.
Dói vê-la assim despida, desprovida de existência, como se estivesse envergonhada da sua condição.
Eu já decidi que vou apagar estes últimos dias e vou guardá-la para sempre como ela era quando tinha luz, gente e calor. Como ela era quando era a nossa…
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E tu ficaste tão melhor assim...
-Um dos favoritos que resistiu décadas escondido na arrumação do quintal. Tardes inteirinhas com Pat Garrett, Touro Sentado, Buffalo Bill e Billy, the Kid
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Um "must" no guarda-roupa de então. Se o Lula do "Wild at Heart" tinha no seu casaco de pele de cobra um símbolo da sua personalidade. Este é o meu respectivo.
- A carteira da época com o símbolo dos Finalistas desenhado pelo meu querido colega João Henrique. Tantas histórias...
Sei que me perdoas a inconfidência...
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24-8-1992. 2h e 29 m
Querido diário: este foi um dia memorável para toda a minha família porque o meu irmão teve um desastre de carro e não sei como não lhe aconteceu nada. Tive pena de perder o meu carrinho porque foi nele que aprendi a conduzir. Até amanhã.
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Pela parte que me toca. Obrigadinho pela preocupação mas foram só uns arranhões.
Ainda hoje choro esse Fiat 600 lindo de morrer...
- Domingos de tarde? Quantos domingos de tarde? Tantos domingos de tarde...
Colecção do jogos para o ZX Spectrum. Parece que foi noutra encarnação. Muito Chucky Egg, muito Phoenix, muito Bruce Lee, muito Match Day. O período Jurássico das Playstations. Só que muito melhor!
Convite para festa de curso técnico-profissional na Maluka, dos Fortios. Há 18 anos atrás. Valia uma bebida... Não faço a mínima ideia como resistiu até hoje... Devia ter sido um vodkazinho limão, talvez...
Os cadernos de apontamentos da faculdade. Horas a desfiar aulas, de rádio ligado, com vista para a Lapa e o Tejo.
Colecção do jogos para o ZX Spectrum. Parece que foi noutra encarnação. Muito Chucky Egg, muito Phoenix, muito Bruce Lee, muito Match Day. O período Jurássico das Playstations. Só que muito melhor!
Convite para festa de curso técnico-profissional na Maluka, dos Fortios. Há 18 anos atrás. Valia uma bebida... Não faço a mínima ideia como resistiu até hoje... Devia ter sido um vodkazinho limão, talvez...
Os cadernos de apontamentos da faculdade. Horas a desfiar aulas, de rádio ligado, com vista para a Lapa e o Tejo.
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PS: Grande abraço de agradecimento a toda a família envolvida na operação, sobretudo à sogra (o cérebro da logística) mas também sogro, Cris, Paula e Bonito, Maria Joaquina e Bobby. Valeu!
3 comentários:
RUA FERNANDO NAMORA, 13
Grande abraço deste VIZINHANÇA e AMIGO. Grandes tardes passei na vossa casa, abraço
Tive um quadro igualinho... As tardes a brincar, as histórias da Heidi... Mtas recordações AMIGO.
O blusão de ganga, Castelo de Vide, tanta recordação... E saudade tb...
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