quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sem ti... (fica tudo tão sem graça)


A minha filha não está em casa.

A minha afilhada Maria sentiu tanto a falta dela nas férias do Verão que por força que a prima tinha de ir lá para casa.

A minha ficou logo em pulgas, aos gritos, a dizer que ia lá ficar uma semana.

É claro que eu adoro que elas sejam amigas e brinquem e não tenho dúvida nenhuma que ao longo da vida vão ser como irmãs e isso é precioso.

Mas desta vez, atendendo às idades e conhecendo-as como as conheço, pensei logo para comigo… “uma semana? Sim, sim. Às tantas, nem um dia, quanto mais…”.

Fomos lá levá-la. Na primeira noite acho que andou tudo de rebuliço, com a excitação da nova hóspede, esta incluída. Pensei, “prontos… já está!”.

Falámos ao telefone e a primeira coisa que a bicha esta disse foi: “hoje durmo cá outra vez!”.

“Ai sim?......... Está bem”.

E eu pensei… “é bom… está-se a adaptar… é porque não têm brigado…”.

Mas depois cheguei a casa e encontrei-a imensa como nunca a tinha perspectivado antes. O espaço físico é o mesmo, eu sei, eu fiz a 4º classe, mas as divisões parecem-me armazéns… vazios… sem vida…

Pus-me a olhar para as coisas feito parvo.

Já houve vezes em que ela não dormiu em casa, mas foi porque nós tínhamos de ir aqui, ou ali e ela preferiu ficar com os avós. Mas nós lá e ela não… ainda não tinha acontecido.

E eu pensava… “E agora? Com quem é que eu ralho porque não responde quando a gente chama? Com quem é que eu brigo para comer a sopa? Com quem é que eu tenho a discussão diária da praxe sobre em que canal deve de estar a televisão, Disney Channel ou nas notícias?”.

Eu sei que tudo isto é estupidez… está a apenas 20 quilómetros, meia hora de distância… mas é que é tão estranho. Eu já sabia que ela um dia tinha de ir mas sempre pensei que só fosse daqui a uns 10 ou 11 anos. Assim tão depressa…

Esta estranha sensação de abandono, de “fica lá com a taça que eu já venho”… está-me a amolar.

À noite, sentados no sofá, eu e a minha velha, eu no computador, ela a devorar “House”s e “CSI”s… ficámos assim. E eu disse-lhe “já viste como deve ser não ter filhos? Eu já nem me lembrava de como isto era… É tão aborrecido… Para quê uma casa tão grande? Tomara que ela venha logo…”.

O poder que esta criatura tem nas nossas vidas é demolidor. Eu imaginava. Agora já sei.

Minutos depois, ao telefone, disse-me: “Bichaninho… tenho saudades tuas… mas ainda quero aqui ficar…” e eu tive de morder o lábio. Só me apeteceu gritar-lhe: “FILHA! DEIXA-TE DE MERDAS! VOLTA PARA CASA JÁ!”.

E mudei mesmo a televisão para o Disney Channel. Só para fazer companhia… Assim, sempre podia pensar, enquanto via mais um episódio do Zack e Brody daqueles que ela sabe de cor e salteado, que me podia entrar pela sala a qualquer minuto, com aquele sorriso desdentado, a desafiar-me para mais uma das nossas batalhas de Wrestling…
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PS: Isto não é nenhuma cerimónia dos Óscares para estar aqui com parvoeiras, mas eu gostava de dedicar este post a todos os casais, de sexos diferentes ou do mesmo, não importa, que sonham ter um filho e não conseguem. Compreendo a vossa dor e lamento e desejo sinceramente que consigam aquilo que pretendem. Mas se a natureza vos for madrasta, nunca baixem os braços e nunca deixem de considerar a adopção. Pode ser difícil a princípio mas eu não tenho dúvidas que os benefícios compensarão. Quem tem amor para dar não o deve guardar para si. Dar é sempre muito mais bonito que receber. Um grande abraço!
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Há dias...nos baloiços de Castelo de Vide, cantou-me esta da sua estrela favorita, a Hannah Montana. Digam lá que não é de partir o côco. O original vem logo a seguir... e não é que está parecido?
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4 comentários:

Sandra Bugalhão disse...

O melhor do mundo são as crianças!
Elas fazem-nos rir, elas preenchem as nossas vidas... Sem elas a vida não tinha este colorido, sem elas fica um enorme vazio.
Gostei imenso da interpretação da Leonor, está um espectáculo.Quem sabe, pode estar ai uma estrela.
Beijinhos para os papás e para a princesa.

Art´delas disse...

bem é melhor que te começes a habituar, esta foi so a primeira vez e foi para a casa da tia, depois vem as saidas noturnas com os amigos e mais tarde passar ferias com alguem, seja amigos ou familia, é doloroso ve los crescer tão depressa, mas tem de ser a vida é mesmo assim.
e olha que falo por experiencia propria.

citystetica disse...

Realmente não podem baixar os braços... De uma maneira o outra o sonho pode acontecer. Que o diga eu...Agora,(após tres tentativas falhadas) tenho o meu proprio milagre SHEILA.

JoaQUIM disse...

Tal pai, tal filha, cada um ao seu estilo, mas o bichinho do espectáculo não tenham dúvidas que está lá.
Pedro, temos que nos ir habituando mas acho que o pior virá quando aparecerem os "ditos" namorados, ainda não sei qual vai ser a reação, teremos que electrificar a cerca e quando lá forem a casa terão que preencher o formulário, e se não preencherem os requisitos, submetemo-los à máquina da verdade, eu vou querer estar bem informado...
Mas sinceramente, o que me custa mais é vê-las a crescer tão depressa nestes dias tão atribulados e nós sempre com milhentas coisas para fazer, mas se existe alguma coisa que me dá cada vez mais força para lutar por aquilo em que acredito, são as nossas princesas.