segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aviso natalício!

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Aviso a todos os familiares e amigos com os quais habitualmente “trocamos” (o termo não é o mais elegante, mas é realista e é o que me ocorre de momento) presentes nesta quadra natalícia:

O meu Conselho Familiar (eu à cabeceira, a Cris na outra ponta e as pequenas de cada um dos lados da mesa, sendo que a mais velha ficou à direita do pai, salvo seja) reuniu e deliberou por unanimidade (com votos de louvor das herdeiras) que neste Natal só vai haver presentes para as crianças.

Os tempos são de crise. Cá por casa, graças a Deus e a nós que nos fartámos de estudar durante anos e anos (só eu foram 12 até ao fim do liceu + 4 de faculdade + 10 de Finanças que já vão com uns 8 ou 9 testes em concursos + 1 de Pós-graduação), e muito pedalámos para conseguir os empregos que temos, ainda vai chegando. Não sobeja sobremaneira mas vai dando. Não nos podemos queixar. Mas é precisamente por sabermos que é cada vez mais importante vivermos em poupança, evitando o supérfluo e também atendendo às famílias que vivem em dificuldades e não podem dar presente algum, que tomámos esta decisão.

Também não é que nós, os crescidos, não mereçamos presentes… Mas podemos perfeitamente passar sem eles uma vez que a nossa verdadeira prenda é estarmos todos juntos, desfrutarmos da companhia uns dos outros, sentarmo-nos numa bela e (isso sim!) farta mesa e comermos e bebermos e sermos felizes por estarmos vivos, de saúde e nos termos uns aos outros. Isso é que é o Natal! Isso e o menino Jasus, coitadinho… nas palhinhas deitado, nas palhinhas dormido, só com o bafo do burrito e da vaquinha. Se tivesse nascido pela lógica de hoje tinha vindo ao mundo num duplex open space com aquecimento central e todas as mordomias que o mundo moderno tem para dar incluindo televisão Led 3d, Meo, rede wireless, sistemas dolby surround, Bimby, colchão Molaflex e aspirador silencioso da Rowenta. Está tudo virado do avesso…

Quanto à medida por nós decretada, não somos tão radicais como o Sócrates que me roubou para sempre 50 “eres” do ordenadinho que tanto me custou a ganhar. Isto porque a medida tem a validade de um ano. Para o ano logo sé vê. Reunimos de novo em democracia e decidimos como haverá de ser.

Atenção que isto é mesmo para levar a sério! Eu sei que tenho este feitio de andar sempre a brincar com tudo mas desta vez é a valer. E olhem que eu sei que vocês vêem isto! Depois se ficarem com as mãos a abanar… paciência. O Tio Sabi avisou: É só para os pequeninos!

E é muito bem!
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PS: E eu assim sempre me livro dos soquetes brancos das raquetes, das cuecas de gola alta e do sabonete “Eno de Portugal” de glicerina. Ando tão desertinho de experimentar um gel de banho…

2 comentários:

Helena Barreta disse...

Na minha família também privilegiamos os afectos e a alegria de estarmos juntos. O Natal para nós é isso, é estarmos sentados à mesma mesa.

Quanto aos presentes, fazemos um sorteio e cada elemento só oferece uma prenda a quem lhe saiu na rifa, as crianças sim, têm presentes.

Um abraço

zira disse...

Je suis d´accord.