domingo, 29 de setembro de 2013

Apêndice (não de livro, não de internet mas da Leonor, da minha filha Leonor)

Fotografia que me pediu para lhe tirar e colocar no seu facebook através do meu telemóvel para tranquilizar os amigos e agradecer a preocupação de todos.
"Generation gap" via net.
Ela é da geração facebook. Eu sou da geração ZX Spectrum e a merda dos jogos não entravam porque o gravador não lia as cassetes e o load "" não dava nada.
Sinal dos tempos...
Mas o que nos une é que interessa. Neste caso, os genes e o amor.
E o smile que ainda é o mesmo ;)  da década 1980 e da 2010. Do outro século e deste.


Num dia importante para o concelho e para a junta de freguesia, em que escolhemos as pessoas que nos irão dirigir nos próximos 4 anos e me irá dar, seja qual for o resultado, motivo para publicar, escrevo esta mensagem no computador da Leonor, num marcador que está identificado como “O blog do pai”. Bonito. Este sou eu. Entrei e cá estou.

Escrevo no computador da Leonor porque o meu está outra vez para arranjo (já tem mais de 4 anos mas a crise e a Cris e a Alice que mo rebenta de cada vez que lhe mete os dedinhos em cima…)…

Escrevo apenas agora porque de cada vez que preciso de respirar aqui na net, surge sempre alguma coisa que nos dá a volta à vida. A Leonor andava com dores na barriga. Não passavam. Na segunda-feira fui com ela a Castelo de Vide, ver o doutor de serviço que até era o amigo José, o espanhol que muito estimo e de quem me considero bastante amigo. Deitou-a na marquesa, apalpou-lhe a barriga, auscultou-a, receitou-lhe comprimidos para as cólicas e melhoras!

Mas as dores não passavam.

Na terça, a mãe que tem mais folga de acção no turismo e são 3 ou 4 quando eu no meu éramos só 2 nesta semana, foi com ela ao hospital. Ficou logo lá. Apendicite aguda. Nessa noite foi à faca. Custou mas foi. Correu bem que é o que interessa nestas situações.

A mãe e ela ficaram lá durante uns dias, até sexta. 4 dias.

Os médicos já não me deram tempo de organizar a festa de regresso a casa que ela me pediu. Mas eu falei com as amigas dela, 4 ou 5 meninas muito lindas e elas esperaram-me à porta da escola onde fui dar um beijo à Alice para perguntarem detalhes e o que poderiam fazer para ajudar. Com a Leonor saída da prisão, mandaram-me um sms a perguntar se ficava sem efeito. “Que nada! A Leonor já cá está e nós celebramos todos outra vez! Como se tivesse acabado de chegar. Já não vou ao chinês comprar balões, confettis e chapéus mas alegria é na mesma!”

Deus dá-nos estes abanões na vida para aprendermos a valorizar aquilo que é verdadeiramente importante. Felizmente foi uma doença que foi facilmente tratada e de simples resolução. Mas penso, porque nós humanos somos racionais e temos de meter os neurónios a funcionar: que seria se fosse uma doença grave, que desse muitas dores e a fizesse sofrer imenso? E se fosse uma doença terminal? Que estrutura teríamos nós como seres humanos, como família, para suportar um cataclismo desses. Que restaria de nós no tempo que nos faltasse? Graças a Deus já passou. Estava escrito que haveria de ser assim. Porque tenho fé mas acredito no destino. Não são coisas que chocam mas que se complementam. A fé ajuda-nos a suportar o destino que está escrito desde que metemos o pé neste mundo. O futuro não te pertence a ti nem a mim. Está escrito que há-de de assim ser. Como diz o soberbo fado sobre o qual ando a querer escrever há meses do Pedro Silva Martins: “quer o destino que eu não creia no destino, e o meu fado é não ter fado nenhum”.

Sobre este sobressalto da saúde da minha filha, tenho de confessar que me sinto estúpido. Um bocadinho burro, vá! Eu não sabia o que era a apêndice e para que é que servia. Tão estúpido fui e com tantos nervos estava (embora parecendo sereno e não tremendo nada) que uma enfermeira disse que o pai estava pior que a filha. Como tal? Mas nesses nervos, pedi à médica se já que estava com a faca afiada e se o apêndice não servia para nada, que tirasse também o meu antes que desse mais problemas. Riram-se e disseram: “que engraçado!”

Mas não deu graça a mim, num linguajar Alicesco. Queria saber mais e quem me salvou foi a querida Lina que eu conheço desde a escola e trata sempre a minha mulher por Fernanda, que é o seu primeiro nome. Ninguém conhece a Cristina por Fernanda a não ser os colegas de escola. Pois a Lina, que é uma querida e tem uma equipa de futsal de filhos, não sei se equipa de 3, se de 4, é enfermeira, ela e o marido. Boa enfermeira que me apareceu como a solução da explicação que necessitava. Há dias atendia nas finanças e confessou-me que não percebia nada daquilo. Tranquilizei-a. Quando dois amigos se encontram e têm um problema para resolver, basta um saber a forma de o fazer. Resolvemos. Entre amigos não há pagas nem obrigados. Faz-se o que se pode sem esperar recompensa. A minha chegou no hospital quando me tranquilizou explicando o que é a apêndice. Eu pensava que era uma cena assim tipo a vesícula, que se tirava e prontos mas o apêndice é mesmo um apêndice no intestino e pelo que me foi dado a saber, até pode desaparecer na escala da evolução humana, daqui a muitos mil anos, se o mundo não acabar antes.  O que é mais provável. Até deve dar uma t-shirt engraçada: “ACABAR (letras grandes) Deus com a apêndice antes os homens acabem com o mundo! (em baixo em letras pequenas)”

Com a Lina e a internet aprendi isto:
(com fotos e vídeos e de borla com o vosso tio Sabi)

O que é:


Explicação:


Operação:


1 comentário:

Helena Barreta disse...

Um beijinho de melhoras à Leonor e que todo o processo de recuperação corra bem.

Um abraço