Num
dia importante para o concelho e para a junta de freguesia, em que escolhemos
as pessoas que nos irão dirigir nos próximos 4 anos e me irá dar, seja qual for
o resultado, motivo para publicar, escrevo esta mensagem no computador da
Leonor, num marcador que está identificado como “O blog do pai”. Bonito. Este
sou eu. Entrei e cá estou.
Escrevo
no computador da Leonor porque o meu está outra vez para arranjo (já tem mais
de 4 anos mas a crise e a Cris e a Alice que mo rebenta de cada vez que lhe
mete os dedinhos em cima…)…
Escrevo
apenas agora porque de cada vez que preciso de respirar aqui na net, surge
sempre alguma coisa que nos dá a volta à vida. A Leonor andava com dores na
barriga. Não passavam. Na segunda-feira fui com ela a Castelo de Vide, ver o
doutor de serviço que até era o amigo José, o espanhol que muito estimo e de
quem me considero bastante amigo. Deitou-a na marquesa, apalpou-lhe a barriga, auscultou-a,
receitou-lhe comprimidos para as cólicas e melhoras!
Mas
as dores não passavam.
Na
terça, a mãe que tem mais folga de acção no turismo e são 3 ou 4 quando eu no
meu éramos só 2 nesta semana, foi com ela ao hospital. Ficou logo lá.
Apendicite aguda. Nessa noite foi à faca. Custou mas foi. Correu bem que é o
que interessa nestas situações.
A
mãe e ela ficaram lá durante uns dias, até sexta. 4 dias.
Os
médicos já não me deram tempo de organizar a festa de regresso a casa que ela
me pediu. Mas eu falei com as amigas dela, 4 ou 5 meninas muito lindas e elas
esperaram-me à porta da escola onde fui dar um beijo à Alice para perguntarem
detalhes e o que poderiam fazer para ajudar. Com a Leonor saída da prisão,
mandaram-me um sms a perguntar se ficava sem efeito. “Que nada! A Leonor já cá
está e nós celebramos todos outra vez! Como se tivesse acabado de chegar. Já
não vou ao chinês comprar balões, confettis e chapéus mas alegria é na mesma!”
Deus
dá-nos estes abanões na vida para aprendermos a valorizar aquilo que é
verdadeiramente importante. Felizmente foi uma doença que foi facilmente
tratada e de simples resolução. Mas penso, porque nós humanos somos racionais e
temos de meter os neurónios a funcionar: que seria se fosse uma doença grave,
que desse muitas dores e a fizesse sofrer imenso? E se fosse uma doença
terminal? Que estrutura teríamos nós como seres humanos, como família, para
suportar um cataclismo desses. Que restaria de nós no tempo que nos faltasse?
Graças a Deus já passou. Estava escrito que haveria de ser assim. Porque tenho
fé mas acredito no destino. Não são coisas que chocam mas que se complementam.
A fé ajuda-nos a suportar o destino que está escrito desde que metemos o pé
neste mundo. O futuro não te pertence a ti nem a mim. Está escrito que há-de de
assim ser. Como diz o soberbo fado sobre o qual ando a querer escrever há meses
do Pedro Silva Martins: “quer o destino que eu não creia no destino, e o meu
fado é não ter fado nenhum”.
Sobre
este sobressalto da saúde da minha filha, tenho de confessar que me sinto
estúpido. Um bocadinho burro, vá! Eu não sabia o que era a apêndice e para que é
que servia. Tão estúpido fui e com tantos nervos estava (embora parecendo sereno
e não tremendo nada) que uma enfermeira disse que o pai estava pior que a
filha. Como tal? Mas nesses nervos, pedi à médica se já que estava com a faca
afiada e se o apêndice não servia para nada, que tirasse também o meu antes que
desse mais problemas. Riram-se e disseram: “que engraçado!”
Mas
não deu graça a mim, num linguajar Alicesco. Queria saber mais e quem me salvou
foi a querida Lina que eu conheço desde a escola e trata sempre a minha mulher
por Fernanda, que é o seu primeiro nome. Ninguém conhece a Cristina por
Fernanda a não ser os colegas de escola. Pois a Lina, que é uma querida e tem uma
equipa de futsal de filhos, não sei se equipa de 3, se de 4, é enfermeira, ela
e o marido. Boa enfermeira que me apareceu como a solução da explicação que
necessitava. Há dias atendia nas finanças e confessou-me que não percebia nada
daquilo. Tranquilizei-a. Quando dois amigos se encontram e têm um problema para
resolver, basta um saber a forma de o fazer. Resolvemos. Entre amigos não há
pagas nem obrigados. Faz-se o que se pode sem esperar recompensa. A minha chegou
no hospital quando me tranquilizou explicando o que é a apêndice. Eu pensava
que era uma cena assim tipo a vesícula, que se tirava e prontos mas o apêndice
é mesmo um apêndice no intestino e pelo que me foi dado a saber, até pode
desaparecer na escala da evolução humana, daqui a muitos mil anos, se o mundo
não acabar antes. O que é mais provável.
Até deve dar uma t-shirt engraçada: “ACABAR (letras grandes) Deus com a apêndice
antes os homens acabem com o mundo! (em baixo em letras pequenas)”
Com
a Lina e a internet aprendi isto:
(com
fotos e vídeos e de borla com o vosso tio Sabi)
O
que é:
Explicação:
Operação:
1 comentário:
Um beijinho de melhoras à Leonor e que todo o processo de recuperação corra bem.
Um abraço
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