Este foi o "grito" que quiseram dar no final da música (tudo da sua cabeça): "PAI NOSSO... TU EXISTES!" |
Ontem vivi um dos dias mais
felizes, nos 44 anos que tenho de vida.
Celebrou-se, na igreja da minha
terra, a cerimónia do "Pai Nosso". A cerimónia dos alunos do 2º ano, entre os
quais conta a minha Alice, dos quais sou catequista.
Se me tivessem dito, antes do grave
acidente que sofri, e me haverá de marcar toda a existência, que viria a ser
catequista um dia… mais cedo acreditava que me iria sair o Euromilhões, no qual
raramente jogo. No entanto, aqui estou, ali estive, ali estava, e aquele era o
sítio onde queria estar. Ora se isto não é obra de uma força que nos
transcende, se não é obra do Espírito Santo, que por portas e travessas, nos coloca
onde quer que estejamos, e não onde queremos estar; não serei o que poderá ser.
Por não me querer limitar a entregar
um diploma, que o amigo Marcelino, nosso pároco, me providenciou; quis fazer
algo diferente. Em conversa com ele, ao falar-lhe na intenção de cantar, tocar
algo, fazer inédito, deixar marca (lema de vida) foi-me proposto o “Pai Nosso
Galego”.
Não conhecia, mas descobri uma
música lindíssima, com uma letra profunda, que cedo nos entrou, e os meus
meninos logo gostaram. À viola, tive de (re)aprender quase tudo: desde a
sequência das cordas, aos acordes (que tinha esquecido, na minha estranha; até para
mim!, negação ao instrumento, após o acidente relacionado com ele, de fundo).
Ensaiámos muito, para que nada falhasse.
Aprimorámos a letra, a forma de cantar, a posição dos (seus) corpinhos, os
gestos, tudo ao maior detalhe, para que nada falhasse, e criasse a maior boa impressão
possível.
Eu à viola… 7 anos depois, com
este coro, esta envolvência, este ambiente e este motivo… foi algo… muito
importante para mim. E espero que para eles, para todos também.
Tentámos fazer conforme a sua sugestão,
cada um a cantar sozinho os seus versos, mas… naaaaaaa. Só com os 3 ao mesmo tempo,
se aumentava a cadência, se acertava a métrica, se tornava tudo muito mais
impactante.
Aprendemos e dissecámos, cada
verso da oração que o Pai nos ensinou, e creio que ficou.
Eles sabem que o catequista é
muito outsider, fora da linha, pouco escolástico, muito pragmático. Eles sabem
que, para mim, e sobretudo para o nosso
senhor, a nossa força; tudo se resume a uma palavra: AMOR.
Amor por Cristo, Deus feito
gente; amor pelo próximo, como se fosse por nós; e precisamente, amor a nós
mesmos.
Vejo em cada um deles, um filho:
a Eva, o Tiago, e claro, a Alice. Espero, sonho, que consigamos manter sempre
esta ligação, ao longo da nossa vida.
A Alice Lança Sobreiro |
A Eva Sofia Viegas Picado |
O Tiago Batista Magro |
Não quero frases feitas,
decoradas, ditas sem pensar. Não quero orações repetidas ao estilo
papagaio. Quero que sejam conscientes, respeitadores, amigos, que saibam ser
irmãos dos próximos.
Obrigado (por tudo).
Foi, e será sempre, um prazer.
Pai Nosso galego (Junto ao mar)
[Acção de graças, Pai Nosso]
Junto ao mGar eu hoje ouvi,
Senhor, Tua vEmoz que me chamou
e me pedCiu que me entregAmasse a meus irmDãos.
Senhor, Tua vEmoz que me chamou
e me pedCiu que me entregAmasse a meus irmDãos.
Essa voz me transformou,
a minha vida ela mudou
e só penso agora, Senhor, em repetir-Te.
a minha vida ela mudou
e só penso agora, Senhor, em repetir-Te.
Pai nosso, em Ti cremos, Pai nosso, Te oferecemos,
Pai nosso, nossas mãos de irmãos (bis)
Pai nosso, nossas mãos de irmãos (bis)
Quando vá para outros lugares
terei eu que abandonar
minha família e meus amigos por seguir-Te.
terei eu que abandonar
minha família e meus amigos por seguir-Te.
Mas eu sei que assim, um dia,
irei ensinar Tua verdade
a meus irmãos e, junto deles, repetir-Te.
irei ensinar Tua verdade
a meus irmãos e, junto deles, repetir-Te.
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