quarta-feira, 31 de outubro de 2018

No trail de Marvão (sonhando há tanto com isto...)


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Com o José Domingos Felizardo e o João Sérvolo

Todos os atletas do clube: o Rui Gavancha, o Drocas, o Pedro Vaz, o José Domingos Felizardo e o João Sérvolo


Há muito que sonhava em voltar a uma prova destas. Toda a gente já sabe o que me aconteceu, todos conhecem o que se me passou, e eu, em segredo, ia alimentando esta vontade de me conseguir afirmar, e superar… de vez.

Comecei a conseguir reaprender a correr 1 km, 2 km… depois 3, 4, ou 5, que depressa se fizeram 10  e 11, e 12 e mais, que já cheguei a correr, 14, 15,16…
Para mim, já fiz muito, mas nunca numa prova, nunca em competição. Era quase sempre sozinho, a ouvir a minha música, olhando, e agradecendo à natureza à volta.


Acho que me faltava o ímpeto, o alento vindo de fora. Desta vez o meu empurrão… chegou do Algarve, do meu querido amigo João Sérvolo, que me habituei a admirar na infância/juventude por ser um par de anos mais velho, e um verdadeiro às entre os postes.
Sabia que ele trabalhava com cães na GNR, no Algarve, que era especialista na matéria, e que nunca tinha deixado de trabalhar o seu físico. Leva-me 5, passa do 50. O meu pai quando faleceu não tinha isso…
O João é um puto feliz, a desfrutar, a recriar-se do prazer de fazer desporto nestas paragens únicas.

Vejam-me bem o nível!
Parece um atleta sul-americano da Bronx.
Demáis!





O desafio começou a surgir nas redes sociais, no facebook, onde o passei a seguir, e a acompanhar nos seus treinos, com os seus companheiros lá de baixo.
Pois ele disse que vinha, que era garantido, que não faltaria, e eu, estava confiante mas algo incerto, atendendo ao número de provas em que está envolvido (é cinturão negro de Karaté com o 6º DAN, e treinador de provas cá dentro e lá fora), treinador de futebol das camadas jovens, participante de trails por esse país fora, enfim… um verdadeiro Sportbillie.

Encontrei-o no dia antes da prova, preparadíssimo, no nosso Chocolate, já em modo estágio, quando eu, chegado da missa na Beirã, estagiei numa fresquinha para preparar.


A saída foi muito bonita, com o pessoal ali todo alinhado e a dar à perna. Olhem, a verdade que vos digo, é que a malta tinha uma pedalada que eu não estava nada à espera. Não iam desgovernados, mas iam muito rápidos, a ver se conseguiam logo ali ganhar balanço e vantagem. Iam, certamente, muito mais rápidos que a minha habitual passada com o cão (quando corres sozinho não tens incentivo, motivação, a não seres tu…). De tal maneira dispararam, e a minha passada era tão mais tranquila, que se não fosse o grande João Sérvolo Sérvolo ao meu lado, tínhamos mesmo ficado para carro vassoura… (que nunca fomos, atenção! ao contrário do que disse o tonto do Bailaradas, em alta voz, à porta do Tapas.)

O grosso arrefeceu, e abrandou no caminho da Farropa, aqui ao pé de casa, quando se sobe para a APPACDM. A partir dali, pela dificuldade da superfície, pelas tantas rochas, pelo cansaço deste arranque tão frenético, muitos seguiram já a passo. A passos largos, seguros, intercalados com corrida curta, subiu-se para o terreno do João Picado, por cima do Curral da Calçada.

Ali se dividiram logo: os da frente que dispararam, e todos os outros, que iam indo atrás com a sua passada. Devo dizer, porque é do mais justo e elementar, que a presença do Sérvolo foi para mim a grande motivação. Com um passo largo, experiente, foi-me sempre dando ânimo, ensinando a respirar, tirando as pedras da frente!!!!!, por Deus. Eu a dar-lhe para não perder o andar da carruagem, e ele, tranquilo, com ar super seguro e de imperador. Uma coisa eu garanto: nunca fomos atrás! Por sentir sempre gente a falar, respirar, brincar e rir, senti que ia bem. Chegámos ali ao pé do depósito da água, junto à quinta da Fonte Souto, do Sr. Conchinha e… respirei fundo…
Eu já fiz muitas maratonas, gosto de fazer desporto, muito, gosto de me sentir bem mas… não sou maluco, e tenho absoluta consciência dos meus limites. Nem os quero testar, nem pôr à prova! Aquilo… porra! As fotos falam por si.

AHAHAHAHAHAHA... ai morres, morres


Vá lá que deu tempo para tudo...

Mas pela nossa pose está fácil de perceber que fomos os dois para desfrutar, para ser felizes, e nunca para competir com ninguém! A gente queria lá ficar numa posição ou noutra, numa hora ou na outra a seguir…
A malta, nós dois, queríamos era curtir. E curtimos milhões. MILHÕES!!!
Sacámos fotos entre nós, posámos para os senhores agentes da Guarda Nacional Republicana nos fotografarem, foi demais.



A nossa Beirã é práqui?!?!?

YESSS...

Ao chegar a Marvão, terminando a parte que os peritos nos indicaram como a mais difícil, avistei o meu quinto Carlos Afonso, o cunhado do meu irmão. O gajo com aquela sua barriguinha na silhueta arrendada, ia escassos metros à minha frente, ali.
“Este aqui?!?!? Já?!?!? Já me vou meter com ele, mas claro que o vou mamar…”, pensei.
A descer, deixei de o ver. Fez 2 horas e 03 min.; e eu, 2 horas e 50 min.
AHAHAHAHAHAH… cabrão! Granda baile! Mas se o gajo corre tão devagarinho, tão menos que eu!!!! Como é que conseguiu ganhar-me quase 1 hora?!?!?!?
Epá… (isto sou eu a pensar), foi preciso baldar-me mesmo muito! Foi muitas fotos (algumas das quais seguem aqui), algumas distrações (perdemo-nos algumas vez e tivemos de voltar para trás), muitas quedas… (tantas! Junto ao rio então, foi demais!), e enfim, foi a primeira!

- Carlinhos, para o ano, tenho o desafio de te passar!!!! AHAHAH…
Mas olha, tão pouco foste assim tão lento. Tu corres bem, sacana! Passinho maroto, mas certinho e grão a grão…
O Pedro Vaz, que é um dos nossos craques, fez 01:47, ou seja, menos 16 minutos que tu! És uma máquina, chaval!!!

Para o ano, já sei como é, e se Deus quiser, farei melhor figura.


GRANDE CÁRLIIIIINHOSSSSSS!!!!

Saem algumas fotos deste percurso verdadeiramente entranhável (deu tempo para tudo! Até para fazer um filme!):












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Com uma companheira que foi muito tempo connosco, ficou para trás, e chegou a ganhar uma bela tacinha!
Ora vejam lá em baixo!








Olaré!
O meu troféu! O melhor que estava à minha espera...
<3

Com o meu grande Amigo Pedro Tavares! Uma máquina de guerra a correr!



Por falar em Pedro Vaz, que creio que foi o grande estratega, quero dar-lhe um ENORME ABRAÇO DE PARABÉNS!!! porque a prova é simplesmente de cortar a respiração, de tão bonita e bem desenhada que está! É durinha, muito dura, mas tão bonita que até dá vontade de chorar! Tem o ar mais puro do mundo (tivemos uma sorte tremenda com o tempo, que estava absolutamente fantástico), tem trilhos de encantar, tem pedra, tem calçada, tem rio, tem partes muito técnicas em que é quase impossível andar, quanto mais correr; tem partes muito agradáveis onde é tão bom ir mais depressa… tem tudo!


Quero também felicitar muito em especial o meu grande amigo José Domingos Felizardo, a quem me associei na organização do evento “Remeber 80’s n’ A CAVE”, que ficou extremamente bem classificado, como podem comprovar pela tabelas e pelas fotos.



TÁ TUDO A MARCAR, PESSOAL!!!!
24 DE NOVEMBRO!!!!!

Os heróis

Enquanto munícipe, sugiro ao Sr. Presidente Luís Vitorino, e o Sr. Vice-Presidente Luís Costa que, em nome do Município de Marvão, continuem a apoiar esta prova organizada pelo clube da nossa terra, o Grupo Desportivo Arenense, sempre auxiliado pela União da Juventude Arenense que esteve tremenda e super motivante. Não tenho dúvidas absolutamente nenhumas, que se conseguirem que a equipa que filmou a feira da castanha de uma forma arrebatadora, na divulgação deste ano, a Studios XY (num vídeo soberbo já amplamente divulgado no mural do facebook e no site do município) (clica na ligação para veres); realize um pequeno filme, com trechos do trail percorridos por diversos atletas, e consiga assim realizar um vídeo de divulgação que conjugue paisagem, natureza em estado bruto, património e gastronomia, poderemos estar perante uma dos maiores eventos do nosso calendário desportivo anual.

2,5 mil visualizações, atenção...

Por falar em UJA e agradecimentos, quero em meu nome pessoal felicitar em 1º lugar, o Presidente do Grupo Desportivo Arenense, o meu amigo de toda a vida Luís Barradas, por mais esta fantástica vitória. Felicito pelo que com ela conseguiu dar ao clube, à terra, ao concelho, e aos atletas que correram de azul, culminado com um almoço na sede após a prova, que reuniu todos à volta da mesa: Junta de Freguesia, que esteve sempre impecável, colaborante; todos os elementos da UJA que ajudaram a marcar o percurso, apoiaram durante a realização nos postos de abastecimento, e no retira das fitas; e demais apoiantes.

Para cereja no cimo do bolo, tiveram a cortesia de ofertarem um ternurento troféu criado pelos alunos da Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Portalegre, ao meu companheiro João Sérvolo, pelo facto de se ter deslocado do Algarve até aqui, e ter apoiado em tudo, e… acreditem nisto, a mim! Verdade! Por ter sido o meu 1º Trail, depois da caminhada do coma até aqui. Oh, meu Deus…
Eu é que já não sou capaz de chorar, porque senão…

O João, meu treinador pessoal, uma máquina infernal de bom e verdadeiro; o Luís, pelo GDA; e o Guilherme, pela UJA






Obrigado, querida. Estavas lá... (como sempre, nº 1!)
As fotos de cima são todas tuas. Têm lá escrito! :D
Agradecido, era o meu sentimento. Agradecido a Deus me ter trazido até aqui, ao Luís Barradas, em nome de todos os membros do GDA, que incluem o querido Vice-Presidente João Paulo, o Mário Costa, o Henrique Martins, e todos os outros; ao Município de Marvão, a todos os elementos da UJA, que foram 5 estrelas, e aos quais quero publicamente pedir desculpa por alguma coisa que tenha estado menos bem no passado, aqui neste blogue, e estou a lembrar-me de um sururu no S. Marcos de há uns anos, mas eu nunca vos quis mal, nem ofender ninguém. Sempre achei foi que as poucas instituições do concelho têm de dar as mãos, e nunca trabalhar em sentidos opostos. Posso adiantar-vos que a Associação de Moradores dos Outeiros da qual faço parte, pretendia fazer algo na passagem do ano, para que não ficasse em claro na nossa terra e a ser, seria no GDA. Como soubemos que a UJA também tinha o mesmo interesse, achámos que não colidiríamos, e a malta mais nova ficaria com a sala nº 2, a disco; e nós, com a nº 1, para se falar com um restaurante que servisse esse jantar. Isso dissemos ao Luís Barradas. Mas uma vez que soubemos que vocês pretendiam assumir tudo, retirámo-nos e deixámos a via larga. Sem problema. O que importa… é fazer! Bem, como desta vez, ainda melhor!
Na próxima combinaremos melhor, ok?

Grande abraço a todos e muito e muito obrigado.








E deixou-me ir 1 segundo à frente...
É impagável!

Uma família da terra, como é bonito que seja.

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