A
Luzia é uma Senhora que prova bem que o tamanho que tem, não se coaduna, de
todo; com a grandeza da alma que vive no seu coração. Neste domingo chuvoso já
de Dezembro, muito feliz, viveu um mais que merecido dia da glória, por ter
brilhado no lançamento da sua primeira obra literária, “A cegonha que não tinha
GPS”. Este motivo, mais que suficiente para se ter abarrotado até às costuras a
Casa da Cultura, antiga Câmara Velha de Marvão, esteve na génese de uma memorável
tarde cultural em que os artistas da terra, a todos maravilharam.
Eles
cantaram (os pequenitos presentes), eles tocaram, e encantaram (a terna Marisa
Garção); eles inclusivé, fizeram um pequeno (e emotivo) teatrinho alusivo à
obra (utentes da APPACDM de Portalegre).
A
Luzia é uma força da natureza e uma prova de tenacidade incrível, que quer
sonhar. Tendo nascido numa família muito humilde, mas com grandes princípios e
humanismo, de Santo António das Areias; foi capaz de concluir o ensino superior,
tendo-se formado como educadora de infância. Sendo apaixonada por crianças, pela
sua forma de ver o mundo, apesar de não ter tido a sorte de conseguir uma vaga
na sua área por aqui, no regresso ao concelho natal; por aqui se decidiu fixar,
e juntamente com o seu marido, teve como ideia abrir um pequeno café, o
“Cantinho do Miradouro” num espaço decrépito que esteve fechado… desde que a
piscina abriu, sem nunca ninguém ter percebido muito bem para o que seria.
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Como no lançamento eram mais que muitos... vim no dia seguinte ao Miradouro! |
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Obrigado Ana Teresa Silva! Ficou demais! |
A
verdade é que este pequeno café, que beneficiou com o apoio incrível do
benemérito e preocupado com todos, hoje vereador, Jorge Rosado; que conseguiu
um avançado com o apoio da Delta Cafés que lhe permite vencer as intempéries, e
dar algum conforto aos utentes. Antigamente era apenas um quadradinho com um
balcão e a chuva caia mesmo em cima de quem pedia um café. Hoje já não é assim,
dá gosto quando se passa por lá, e se vê as vizinhanças a confraternizarem num
aquário de paredes baças pelo calor.
O
Tiago, que veio dos lados de Lisboa, já trabalhou na fábrica da borracha em
Portalegre, já vendeu pão do Porto da Espada pelo concelho (que me viciou nos
fabulásticos pãezinhos de leite, a 0,30€ cada um!), e agora está integrado na
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marvão, que é, no fundo,
aquilo que sempre quis.
A
Luzia cá se vai mantendo no seu cafézinho, onde vai surpreendendo com as suas
criações de bolos e snacks, para ir fidelizando a clientela, sempre à espera
que lhe apareça no caminho algo melhor.
Ainda
bem me lembro quando eles, recém-chegados, vieram meio a medo bater à porta dos
vizinho das finanças, a perguntarem como poderiam abrir a atividade; e ele, ou
seja, eu, os encaminhei para um vizinho daqui, o Márcio Costa, para os ajudar,
como ajudou. Era melhor ter quem lhe tratasse da contabilidade com
profissionalismo. Lembram-se?
Sou
amicíssimo do seu pai (quem é que não conhece o GRANDE Cárlinhos
Falcão?!?!?!?), desde os tempos em que ia de acólito do Sr. Padre João de Deus,
que me batizou, e a sua cara a correr para mim sorridente, é das memórias mais
queridas e antigas que tenho de infância. Também gosto bastante da sua mãe, a
D. Teresa, sempre muito educada e simpática; não descurando a sua avózinha, que
já bem passa dos 80, e talvez 90; que cada vez que me vê, se desfaz com o
senhor Sobrêra e sempre me lembra do tanto que pediu a Deus por mim, quando
tive o acidente.
Pois
a Luzia, não tinha outra forma que senão ser mesmo assim, enternecedora como é.
O
livro contou com a colaboração de diversas entidades, e teve o toque do condão
mágico do editor Fernando “Colibri” Mão de Ferro, um Homem extramente
agradável, com quem nunca tive a felicidade de privar a fundo, mas que conheço
destas andanças há muitos anos (desde que estive na câmara, já há 14 anos
atrás), e que me parece ser um genuinamente bom e transparente.
E
é este tratado de honestidade e de escrita, onde expõe abertamente a luta dos
dois contra a infertilidade, ou melhor, a luta pela fertilidade, que agora nos
apresenta.
A
obra está profusamente ilustrada com belíssimas recriações de cenas de cegonhas
feitas por crianças com origem na ligação a este método concepcional, que envolvem
a história, que conta com uma belíssima encardenação, e paginação.

Tivemos
tempo ainda para ouvir o relato da Susana, uma colega destas lutas e estas
andanças que já teve a bênção de ver a sua barriguita brotar frutos que o seu
companheiro lá colocou, um enorme estímulo e alento; e ainda, a belíssima, afinada, e certinha nos acordes e compassos, Marisa Garção!!!! (com aqueles pais, tinha mesmo de sair assim!)
Pois
eu cá fiquei demais! Fiquei tão cheio, feliz e orgulhoso que nem sabia o que
haveria de fazer. Tão bom demais… <3
Parabéns
amor! Que tenhas tudo de bom e, se o resto da tua história pudesse ser escrita
por Deus, que ele ajudasse a Dona cegonha a vir direitinha para os Outeiros,
onde certamente seria muito bem recebida!!!
Tudo
bom!!!!
Muitos
beijinhos!!!!
2 comentários:
Pedro, lindo como descreves o dia do domingo passado Mágico, desejo que a Cegonha chegue rápido a casa da Luzia e Tiago❤️. E quanto a minha cegonhita Marisa obg, está lhe na alma😉bjs
Grande Pedro! Foi uma grande tarde de domingo, na Casa da Cultura de Marvão. Foi maravilhoso a reunião de tanta gente, numa tarde de chuva, para ver e falar de cultura: a música, o teatro e claro, o livro: história e ilustrações! E a energia da autora Luzia Maia! Adorei a tua reportagem!! Um grande abraço! Petrónio Augusto
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