domingo, 20 de julho de 2008

Virtualidades

(clique para ampliar. Dá para ler!)
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Como não pude assistir em directo à estreia televisiva deste Benfica renovado e espero eu que criado à imagem do “nosso” salvador Rui Costa (que esperanças tenho em ti, rapaz!), apressei-me a comprar “A Bola” para os relatórios mais ou menos oficiais.

Quando me aproximava já do final, depois de saltar as páginas da lagartada e do porto (com letra minúscula), dou de caras com isto.

O Correia da Luz, ilustre presidente do Crato, a revelar nas parangonas que dá sovas ao Milan na Playstation com uma equipa local que ele próprio editou, exclusivamente composta por jogadores que são réplicas fiéis dos de carne e osso e onde não faltam os cabelos, os tiques e as fintas originais dos atletas da terra.

Duas páginas inteirinhas do diário nacional dedicados a esta história de sucesso de um concelho que há dois anos nem sequer tinha futebol sénior e hoje tem tudo incluindo um estádio novinho em folha e um clube renovado cuja equipa do maior escalão acabou de vencer o distrital e aponta agora baterias para a IIIª Divisão Nacional.

Quando quase todas as outras câmaras esbracejam para se manter à superfície num mar de tormentas e dificuldades, a bonança no oásis do Crato é quase asfixiante com 8 milhões de euros enterrados só num complexo desportivo que inclui um parque aquático digno de deixar boquiabertas muitas cidades até do litoral.

Goste-se ou não do estilo, a verdade é que Correia da Luz é o presidente que todos os munícipes gostariam, no fundo, de ter. Ele é festas de Verão à grande e à francesa com a nata da nata do showbizz nacional e até internacional, ele é grandes passagens de ano, ele é grandes Carnavais e grande tudo porque ali a escala é sempre macro. Fosse assim em todas as áreas (o que me parece, pelo que me chega, que não é bem verdade…) e teríamos um sério candidato a autarca do ano.

Costuma ser o tempo a encarregar-se de tirar a limpo as verdades que muitas vezes não discernimos à vista desarmada.

Veremos com o passar dos anos, se este faustoso viver é legítimo ou se a dura realidade porque passam actualmente muitas famílias portuguesas que pagam com lágrimas os luxos vãos de outrora, também se aplica aos municípios.

É que parece tudo bom demais para ser verdade.

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