O vosso salero, a nossa desgraça
Eu sei que dói, mas a verdade é que perdemos bem.
A Espanha mereceu ganhar e seguir em frente na competição. Foram mais ousados, mais convincentes, mais “raçudos”. Arriscaram mais, jogaram melhor, deixaram tudo em campo e a sorte sorriu-lhes até mesmo quando o joelho de Puyol quase nos deu a todos mais uma prova inequívoca do brilhantismo da inteligência do Professor Queiroz.
Tiveram engenho, tiveram paciência, tiveram arte e saber. Foram lestos, foram manhosos, foram uns justos vencedores.
Apesar de poder ser acusado de estar armado em Zandinga depois do desfecho dos acontecimentos, não posso deixar de dizer que assim que vi as caras dos jogadores no túnel antes da entrada em campo, pensei logo que a coisa ia correr mal. Os espanhóis de rostos cerrados, expressão dura, concentração máxima. Os portugueses (sobretudo Ronaldo) sorridentes, descontraídos com a confiança no nível máximo. Pastilha elástica, portanto.
O sentimento repetiu-se no momento da saudação após os hinos. Os nossos sempre sorrir, a desfazerem-se em abraço e amabilidades, inclinados sobre o corpo dos colegas de equipas e amigos de outras andanças. Os outros firmes e hirtos na formatura.
Nos primeiros 6 minutos, os espanhóis já tinham rematado à baliza por 3 vezes, sempre com perigo. Não tivéssemos nós Eduardo e a pintura tinha borrado logo ali. Depois foram gerindo a partida sem nunca deixar de nos terem dominados. Por vezes davam-nos terreno para poderem “jogar nas costas”, doutras vezes apertavam até à área, sobretudo pelo flanco esquerdo, para tentar dar a estocada final numa das diagonais de Xavi ou Iniesta teleguiadas para os pés do mortífero Villa. Quem acompanha o futebol espanhol sabia que mais cedo ou mais tarde, uma delas haveria de resultar. Tantas vezes a bilha (Villa?) vai à fonte…
Tinha de ser ele! Pode haver no mundo espanhol mais espanholorro que este? É a pinta… o cabelo, a fisionomia, a forma de correr, a “mosca” tareca no queixo, a maneira como comemora os golos. Este não engana…
Dos “navegantes”, para além de Coentrão e de Eduardo, pouco ou nada se aproveitou.
Coentrão esteve uma vez mais magistral, ao seu melhor nível. Adeus e boa sorte, rapaz! Já sei que te vou perder... Bem podes mandar fazer um altar na tua nova mansão de Munique ao Jorge Jesus. Foi mais que teu pai. Fez de ti um Senhor jogador, e dele um vidente ao vaticinar que haverias de ser um dos melhores da Europa.
As lágrimas de Eduardo hão-de ficar para a história como as do rei Eusébio ou as de Rui Costa. Foi ele quem mais fez por defender a honra das redes e do orgulho nacional. O que eu dava para ver este homem vestido de vermelho… Sempre seguro, sempre confiante, sempre altivo e disponível. Uma classe! Deu-me vontade de o abraçar e de lhe dizer que pena terem sido em vão, essas lágrimas que deixou cair na camisola das quinas. Que lhe reste a consolação de ter sido o melhor. Como disse o grande Pessoa: “vale sempre a pena, quando a alma não é pequena”. A dele, transmontana, é do tamanho do nosso país. És grande!
Os centrais também não foram dos que saíram pior na fotografia. Carvalho e Alves cumpriram. Não com distinção mas safaram-se na oral.
De resto, como digo, nada de nada. Assim de cabeça e sem ordem que não a da lembrança… Simão zero à esquerda desde o primeiríssimo segundo de jogo, Liedson e Danny zero (excelentes substituições) e o resto tudo a tremer, com Ricardo Costa na frente, todo rebentado.
Eu sei que dói, mas a verdade é que perdemos bem.
A Espanha mereceu ganhar e seguir em frente na competição. Foram mais ousados, mais convincentes, mais “raçudos”. Arriscaram mais, jogaram melhor, deixaram tudo em campo e a sorte sorriu-lhes até mesmo quando o joelho de Puyol quase nos deu a todos mais uma prova inequívoca do brilhantismo da inteligência do Professor Queiroz.
Tiveram engenho, tiveram paciência, tiveram arte e saber. Foram lestos, foram manhosos, foram uns justos vencedores.
Apesar de poder ser acusado de estar armado em Zandinga depois do desfecho dos acontecimentos, não posso deixar de dizer que assim que vi as caras dos jogadores no túnel antes da entrada em campo, pensei logo que a coisa ia correr mal. Os espanhóis de rostos cerrados, expressão dura, concentração máxima. Os portugueses (sobretudo Ronaldo) sorridentes, descontraídos com a confiança no nível máximo. Pastilha elástica, portanto.
O sentimento repetiu-se no momento da saudação após os hinos. Os nossos sempre sorrir, a desfazerem-se em abraço e amabilidades, inclinados sobre o corpo dos colegas de equipas e amigos de outras andanças. Os outros firmes e hirtos na formatura.
Nos primeiros 6 minutos, os espanhóis já tinham rematado à baliza por 3 vezes, sempre com perigo. Não tivéssemos nós Eduardo e a pintura tinha borrado logo ali. Depois foram gerindo a partida sem nunca deixar de nos terem dominados. Por vezes davam-nos terreno para poderem “jogar nas costas”, doutras vezes apertavam até à área, sobretudo pelo flanco esquerdo, para tentar dar a estocada final numa das diagonais de Xavi ou Iniesta teleguiadas para os pés do mortífero Villa. Quem acompanha o futebol espanhol sabia que mais cedo ou mais tarde, uma delas haveria de resultar. Tantas vezes a bilha (Villa?) vai à fonte…
Tinha de ser ele! Pode haver no mundo espanhol mais espanholorro que este? É a pinta… o cabelo, a fisionomia, a forma de correr, a “mosca” tareca no queixo, a maneira como comemora os golos. Este não engana…
Dos “navegantes”, para além de Coentrão e de Eduardo, pouco ou nada se aproveitou.
Coentrão esteve uma vez mais magistral, ao seu melhor nível. Adeus e boa sorte, rapaz! Já sei que te vou perder... Bem podes mandar fazer um altar na tua nova mansão de Munique ao Jorge Jesus. Foi mais que teu pai. Fez de ti um Senhor jogador, e dele um vidente ao vaticinar que haverias de ser um dos melhores da Europa.
As lágrimas de Eduardo hão-de ficar para a história como as do rei Eusébio ou as de Rui Costa. Foi ele quem mais fez por defender a honra das redes e do orgulho nacional. O que eu dava para ver este homem vestido de vermelho… Sempre seguro, sempre confiante, sempre altivo e disponível. Uma classe! Deu-me vontade de o abraçar e de lhe dizer que pena terem sido em vão, essas lágrimas que deixou cair na camisola das quinas. Que lhe reste a consolação de ter sido o melhor. Como disse o grande Pessoa: “vale sempre a pena, quando a alma não é pequena”. A dele, transmontana, é do tamanho do nosso país. És grande!
Os centrais também não foram dos que saíram pior na fotografia. Carvalho e Alves cumpriram. Não com distinção mas safaram-se na oral.
De resto, como digo, nada de nada. Assim de cabeça e sem ordem que não a da lembrança… Simão zero à esquerda desde o primeiríssimo segundo de jogo, Liedson e Danny zero (excelentes substituições) e o resto tudo a tremer, com Ricardo Costa na frente, todo rebentado.
De Ronaldo nem uma palavra. Uma puta histérica e mimada. Melhor do Mundo? Só se for na Playstation. Devia pedir desculpa pela triste figura que exibiu. Ketchup fora da validade...
De nada valeu a Pepe cantar o hino com tanta emoção. O sorriso displicente com que se despediu dos seus colegas do Madrid no final do jogo disse tudo. Para mim foi uma revelação. Mudei de opinião. Prontos! Nunca mais digo a quem me diz que não gosta dos brasileiros naturalizados que são cidadãos de pleno direito e por isso mesmo podem fazer parte da selecção nacional. Tornei-me politicamente incorrecto. Eles não sentem o país, logo, se tiverem que jogar, que joguem nos deles. Boleias, não! Nunca mais! Mude-se então a constituição e onde diz que só não podem ser Presidentes da República, coloque-se uma adenda dizendo que jogar à bola em representação do país também não. E eu quero lá saber se os alemães têm um Cacau que é escurinho e tudo! Mudei e acabou! Mudei para melhor.
Portugal caiu perante a Espanha. Não com estrondo mas com desilusão. Portugal caiu mais uma vez. Nada de novo. Nada que a história não nos tivesse também já ensinado.
Vai um homem a correr para o Campo Pequeno quase esgotado à procura de um ecrã gigante, cerveja fresca e um portuga para dar um abraço e gritar golo em uníssono e sai-lhe uma merda destas…
Não pode haver ironia maior que perder com os espanhóis numa Praça de touros. Pois eu, fiquem sabendo, estive lá.
Hoje de manhã ouvi nas notícias que o Queiroz disse que tem mais dois anos de contrato com a selecção. MEDO! Já ias bem à merda. Não se enxerga… Não há quem meta o homem numa avião para Manchestar com um selo na testa a dizer: “ENTREGAR AO AVÔ FERGUSSON”? Que leve o Madaíl, também. Mal por mal...
Não se poderá fazer uma lei a cancelar a selecção até o Mourinho estar farto de ganhar campeonatos nacionais, taças e ligas dos campeões por clubes?
Vou ali à Sportzone ver se as camisolas já estão em saldo. As brancas não são feias.
De nada valeu a Pepe cantar o hino com tanta emoção. O sorriso displicente com que se despediu dos seus colegas do Madrid no final do jogo disse tudo. Para mim foi uma revelação. Mudei de opinião. Prontos! Nunca mais digo a quem me diz que não gosta dos brasileiros naturalizados que são cidadãos de pleno direito e por isso mesmo podem fazer parte da selecção nacional. Tornei-me politicamente incorrecto. Eles não sentem o país, logo, se tiverem que jogar, que joguem nos deles. Boleias, não! Nunca mais! Mude-se então a constituição e onde diz que só não podem ser Presidentes da República, coloque-se uma adenda dizendo que jogar à bola em representação do país também não. E eu quero lá saber se os alemães têm um Cacau que é escurinho e tudo! Mudei e acabou! Mudei para melhor.
Portugal caiu perante a Espanha. Não com estrondo mas com desilusão. Portugal caiu mais uma vez. Nada de novo. Nada que a história não nos tivesse também já ensinado.
Vai um homem a correr para o Campo Pequeno quase esgotado à procura de um ecrã gigante, cerveja fresca e um portuga para dar um abraço e gritar golo em uníssono e sai-lhe uma merda destas…
Não pode haver ironia maior que perder com os espanhóis numa Praça de touros. Pois eu, fiquem sabendo, estive lá.
Hoje de manhã ouvi nas notícias que o Queiroz disse que tem mais dois anos de contrato com a selecção. MEDO! Já ias bem à merda. Não se enxerga… Não há quem meta o homem numa avião para Manchestar com um selo na testa a dizer: “ENTREGAR AO AVÔ FERGUSSON”? Que leve o Madaíl, também. Mal por mal...
Não se poderá fazer uma lei a cancelar a selecção até o Mourinho estar farto de ganhar campeonatos nacionais, taças e ligas dos campeões por clubes?
Vou ali à Sportzone ver se as camisolas já estão em saldo. As brancas não são feias.
3 comentários:
Não consigo dizer melhor do que faço minhas as suas palavras.
Já me tinha irritado e indignado o Ronaldo nunca cantar o hino nacional, acho mal, pronto. Vejo nisso desprezo e falta de vontade de jogar pelo país, falta de humildade, falta de raça, como que a dizer "sou o melhor do mundo e como tal sou o maior". É um mal-criado e mimado, com ares de vedeta. Acham-no o melhor do mundo e ele acredita. Ao seleccionador falta-lhe a coragem de chamar jogadores que não sejam vedetas, jogadores que se calhar ainda pagavam para lá irem, enquanto forem sempre os mesmos, nada feito. Só o Mourinho, que não embarca em estrelas e não vai em grupos, é que os põem na ordem. Até lá é vermos as caras e as palavras carregadas de desculpas farrapadas.
Excepção para o guarda-redes e uma palavra de ânimo, só ele é que fez para ganhar, só ele é que merecia ganhar.
Já que não está Portugal, vou continuar a "torcer" pela minha equipa - Argentina.
O Queiroz disse que substituiu o H. Almeida porque estava quase esgotado...só não percebi se era o Hugo ou o Carlos...
Regresso ao passado...voltámos a ser derrotados e sair de cabeça erguida..tal como nos anos 80.
É quase sempre a mesma apagada e vil tristeza! Com tanto medo de perder, de ganhar e de arriscar, acabamos sempre da mesma forma: com o rabinho entre as pernas e a caminho de casa, quais ratinhas mansas, a justifiar o injustificável.
Exceptuando os dois centrais,o Hugo Almeida, o Coentrão e um magnífico Eduardo, ninguém esteve bem, a começar pelo professor, que teve a brilhante ideia de colocar o "melhor" defesa direito do mundo adaptado, RICARDO COSTA,alguém conhece? Passou pelo Porto, mas cedo perceberam que o rapaz tinha outros dotes que não os futebolísticos, a travar um inspirado Villa( O resultado viu-se).
Quando apesar de tudo, a equipa ainda estava a ripostar e a fazer alguma oposição ao labiríntico e estonteante carrocel espanhol, eis que o professor acrescentou à contenda mais um golpe de génio: desmembrar a equipa com as substituições que se revelaram brilhantes, para o lado espanhol é claro.
Depois do golo, os lusitanos ficaram com as bolas ou os tomates literalmente no chão, pisados pelo compressor espanhol,transformaram-se no Kethup de que falava o Ronaldo.
Há uma localidade espanhola que faz uma festa em que anta tudo à tomatada, desta feita a matéria prima foram os tomates lusos.
- Por onde andaram, Meireles, Tiago, Simão, Pepe, Dany, O Coronel Ronaldo (recentemente promovido)alguém os viu?
Para quem gosta da bola e da pátria lusa, apesar dos seus defeitos, isto dói.
Abraço! Hermínio.
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