quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Os + de 2010

Já cá faltava a minha lista de preferências do ano. Tenho adiado, adiado… mas desta não passa!

5 discos internacionais

Arcade Fire – The Suburbs
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O som dos Arcade Fire é único e inimitável. Avassalador. Soa-me sempre a familiar, não no sentido do dejá vu, mas antes como se fosse uma porta que se abre para um tesouro esquecido, perdido na memória. Ninguém que se deixe trespassar por um disco assim lhe consegue ficar indiferente. Estes subúrbios (que podiam ser os nossos…) estão pejados de revelações e encantamentos. Não é por acaso que todos os seus trabalhos lideram as preferências da crítica especializada nos anos em que são editados. Um prazer… ser contemporâneo desta rapaziada.
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Vampire Weekend – Contra
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E ao segundo…, ao temido segundo disco depois de uma estreia auspiciosa… não desiludiram. Pop certeira, melódica e picada, com um pé em África e o outro em Inglaterra, capaz de fazer tremer até o chão. Em equipa que ganha não se mexe e esta veio para ficar.
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The National – High Violet
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Não é um disco fácil. Nenhum dos National é. Mas High Violet é provavelmente a melhor forma de penetrar no som denso e hipnótico de uma banda que corre por fora do mainstream e percebe a minha geração como nenhuma outra. Depois de se estranhar… entranha-se. E de que maneira!
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Kanye West – My Dark twisted Fantasy
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É louco. É megalómano. É controverso. Corre (canta e dança) contra tudo e contra todos. Mas quem é que disse que os génios não têm direito a isso tudo e muito mais? Kanye é uma carta fora do baralho hip hop que quer revolucionar a pop. Nunca esteve tão perto. Na mouche!
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Janelle Monáe – The Archandroid
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O meio sobrevive graças a fenómenos assim. Um verdadeiro meteorito de talento que chegou para virar tudo de “patas para o ar”. Ela é Funk, ela é Jazz, ele é Soul, ela é R’N’B mas ela é Pop, ela é Rock, ela é Punk. Um disco de tirar o fôlego e uma estrela que veio para ficar.
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5 discos nacionais

Pedro Abrunhosa e Comité Caviar – Longe
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Goste-se ou não da personagem, que se trata de um grande compositor, disso ninguém pode duvidar. Este é um Abrunhosa vintage, sempre servido com uma grande banda, em colheita de excepção. O que este homem não faria se soubesse cantar…
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Orelha Negra – Orelha Negra
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Uma (super)banda virtual (Sam the Kid, malta dos Cool Hipnoise…) num trabalho excepcional. Muito scratch, muito groove, muito feeling e um trabalho que fica para a história, quanto mais não seja pelo seu carácter inédito. Selo de qualidade.
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Ricardo Ribeiro – A porta do coração
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A porta “escancara-se” assim que o homem abre a goela. Ricardo tem um “vozeirão” que nos faz estremecer por dentro. Apesar de jovem, denota uma maturidade e uma versatilidade raras que fazem dele um valor seguro.
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Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti
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Um disco em estado de graça. Heart and soul. Um performer em final de carreira e um virtuoso do piano revisitam clássicos que sublimam ao extremo.
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Deolinda – Dois selos e um carimbo
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O segundo trabalho dos porta-estandartes da nova vaga de portugalidade não está o nível da abençoada estreia mas prova que temos banda que tem ainda muito para dar.
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5 filmes

Shutter Island
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Não é mestre quem quer. É mestre quem consegue e este é um Scorcese de luxo que cruza ambiências de “Cape Fear” com o universo de demência de “Taxi Driver”. Absolutamente genial. Di Caprio afirma-se, de vez!, como um ícone à altura dos nomes maiores de Hollywood (Gable, Grant, Hudson).
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Toy story 3
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Woody, Buzz, Jessica e companhia voltam a surpreender e completam uma trilogia que pode estar na prateleira a olhar para as grandes sequelas da história do cinema (Padrinho, Aliens, Star Wars…) sem qualquer complexo de género. É Pixar? É muuuuito bom!
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The Ghost Writer
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Polanski resiste à Justiça, resiste aos anos, resiste aos tempos e responde com um thriller político/policial de pura filigrana. Imperdível.
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The kids are alright
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Afinal… as famílias disfuncionais do Séc. XXI têm os mesmos problemas das convencionais dos séculos passados. O generation gap em versão mãmãs lésbicas /papá doador com um ritmo e um humor encantadores.
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O Americano
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Pode não ser um filme excepcional mas é, sem dúvida alguma, um regalo para os olhos porque é através do olhar fotográfico do grande Anton Corbijn que assistimos ao drama do arrependimento de um criminoso apaixonado que decide mudar de vida. E tem um Clooney magnífico, como sempre, num registo intimista e enternecedor. Elas suspiram. Eles invejam.
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E prontos...
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Bom apetite!

2 comentários:

Helena Barreta disse...

Gosto do Pedro Abrunhosa músico e do homem, ele não teme tomar partido por causas em que acredita. Admiro aqueles que não se escondem e socialmente juntam a sua voz quando é preciso.

Bom fim de semana

Um abraço

Francisco Abrantes disse...

Gosto muito deste albúm dos Arcade Fire, é o que eu chamo um disco "à antiga", são todas boas caraças...
Agradável surpresa, love it ;-)