A minha Alice com a amiga Laura que conheceu nessa noite e vai ser da sua turma na escolinha. Ele há coisas...
Hoje estive sozinho
em casa com a Leonor, gozando o meu último dia de férias, com as outras duas pequenas
já regressadas à labuta. Tive assim tempo para mim e para preparar a
atualização do Pedro na Internet. Com cuidados. Leva tempo a preparar o vídeo das
férias que quero. Demora dias. São mais de 1000 fotos a selecionar. Levarei em
conta 3 opiniões muito importantes:
Opinião
1:
a da Cristina, a mulher que me escolheu passar a sua vida inteira comigo. Viver
juntos, ter filhos, partilhar tudo. Há dias disse-me: “Pedro, não sejas assim.
Não publiques coisas que se podem virar contra ti ou contra nós.”
“Mas se deixo de ser
infantil, mato a criança que há em mim e fico sério, sisudo e quadrado!”
“Não mates a criança
que há em ti. Não deixes de ver o mundo com esses olhos que são o mais genuíno
que há em ti. Não sejas é ingénuo que é bem diferente! Do outro lado, a inveja
e o mal superam o amor e o respeito!”
Registei.
Opinião
2: a
dos meus amigos João Escarameia e da sua companheira Cristina. Num passeio
absolutamente fantástico que fizemos pelas caleiras da Escusa e pelo Prado, que
irei divulgar aqui em breve, ensinaram-me uma expressão que entrou directamente
para o top das preferidas da minha vida. A ver se consigo reproduzi-la: “Opáááá
deixaaaaaaaa…”. Tentando a tradução, significa que a vida é curta demais para
que nos apoquentemos com coisas que não valem a pena. Coisas que não merecem a ralação,
a chatice. Esta expressão fez com que deixasse de fazer sentido publicar 80%
das coisas que tinha previstas. Eram remexer no lixo, dar ao blogue uma
importância que ele não tem.
Opinião 3: a da revista do Expresso esta semana que faz mesmo a minha opinião. Sempre, desde há anos!
Com esta decisão e
com a ajuda que estou a ter, sinto que estou cada vez mais eu, mais Pedro. Mais
sensato. Mais calmo. Antes do acidente (e não é estar sempre a desculpar-me com
a mesma coisa) eu era assim: egoísta. Ou 8 ou 80. Rasgava a direito. Se fosse
preciso, levava tudo à frente. Depois recuperei e queria agarrar tudo como uma
força como se cada dia fosse o último. Primeiro fechei o blogue. Depois
reabri-o via facebook e depois já queria cá publicar tudo, como as pessoas que
critico porque vivem no facebook. O blogue não é isso! É um apêndice da minha
vida e não posso deixar que seja mais que isso.
Voltando ao acidente,
foi um acontecimento gravíssimo da minha vida. Da nossa vida, como me ensinou
no sábado na piscina, a minha amiga Maria. As repercussões dessa pedrada no
charco reflectiram-se em todos os que me amam. Sobremaneira em mim e nas mulheres
que vivem comigo e me amam. Num país católico, tenho a sorte de viver num
harém. Logo 3 mulheres!
Foram umas férias de
sonho. Uma semana de sonho. Não era possível ser melhor. Por vezes difícil, com
fricções e ainda bem que assim foi. Se tivesse tudo corrido bem e calmo é que
era de estranhar. Fechar na mesma casa, pequena, pessoas com idades tão
díspares (3, 11, 37 e 40) e interesses tão diferentes não é fácil. Ainda por
cima com um gajo que há-de estar toda a vida a recuperar de um traumatismo
craniano difuso grave. Nem sequer foi traumatismo num sítio específico. Apanhou
a cremalheira toda! É preciso muito amor e muita compreensão. Uma coisa é viver
numa vivenda ampla como é a minha em que só nos vermos todos juntados (como diz
a minha Alice), de manhã e ao fim do dia. Outra é estar 24/24 horas num
cubículo T2, 7 dias por semana. Passamos uns dias extra graças aos contactos
imobiliários do Nuno Pires, um amigo que é um verdadeiro irmão. A gentileza
há-de ficar por agradecer para toda a vida porque há favores que não se pagam. Mas
as saudades de casa já apertavam muito e como a 16 de Julho era o dia da
padroeira da minha aldeia, a minha mãe do céu, Nossa Senhora do Carmo,
regressamos felizes e satisfeitos na véspera por podermos estar na Beirã nesse
dia.
Os momentos altos
foram todos passados com pessoas. A maior riqueza da vida. A família e a família
dos amigos, os parentes que nós escolhemos. A maior vitória pessoal foi ter
conseguido outra vez correr na maior pista natural do mundo: o areal da praia
da Rocha. Bem cedo, quase madrugada quando ainda todos dormiam e só as gaivotas
pisavam a areia. O cheiro do mar… O barulho das ondas… O sr. Manuel que foi
salva-vidas durante 25 anos, garantiu-me que pela distância que tinha
percorrido nessa manhã, em 40 minutos sem parar, devo ter feito entre 4
quilómetros e meio e cinco quilómetros. Claro que liguei logo à minha amiga
Rita, a minha fisioterapeuta no hospital que sempre me disse que o objetivo
dela era voltar-me a pôr a correr. Eu que antes do acidente fazia 21
quilómetros com muito esforço mas conseguia em menos de 2 horas, fiquei sem
conseguir sequer andar depois do coma e do acidente, vai fazer agora 2 anos, no
dia 29 de Julho. Voltei a tentar correr já em Santo António e não conseguia
fazer mais que 200 metros. Desta vez consegui e fiquei com os músculos
desfeitos, como se tivesse feito 2 ou 3 ultra maratonas seguidas. Dias depois
voltei a tentar, com mais método mas como adoro a liberdade de correr, corri muito
perto de 1 hora. Se Deus quiser, vou voltar a conseguir. Não com a obsessão que
tinha, mas como forma de ser saudável. A pouco e pouco, com força de vontade e
querer, Deus vai-me dando de volta a natação, a bicicleta e a corrida.Com fé,
nada é impossível. Foi num dia desses que tive a graça de conhecer a querida Laidinha
Magalhães, uma simpatia que há anos me vende as bolas de Berlim e que quando
soube da aventura da minha vida me ofereceu uma! Soube-me a céu!
Quanto ao vídeo das
férias, vamos ver se consigo, no Movie Maker e no Photohop em era profissional
pré-crash, fazer um vídeo que os meus (família e amigos) se orgulhem de ver.
Sempre levando em conta as opiniões anteriores que começam este texto e
desejando aos maus aquilo que desejei num dos posts passado. Beijinhos a todos,
do vosso tio Sabi.
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1 comentário:
Tem que ser pouco a pouco. Não me refiro só ao aspeto fisico,mas a tudo os que te querem te aconselham.Familia e amigos. O passado, passou agora há outras músicas para "ouvir".Com calma a vida tem um novo sabor...com pormenores.
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