Breve nota
explicativa do autor, o vosso tio sabi: este post é uma aula gratuita que vos
dou, meus pequenitos e pequenitas, sobre música moderna portuguesa. Quer isto dizer
que o texto deu trabalho a fazer. Cada palavra sublinhada tem um link associado.
Se clicarem em cima, têm acesso direto ao assunto em questão. Têm tempo?
Pagaram o estacionamento do carro? Pode demorar 5 minutos a ler, mas também
pode levar meia-hora e umas minis. Vai partir o comboio fantasma. À borla!
Eu já não sou do tempo
do punk.
O punk rock nasceu
poucos anos depois de mim. Os Sex Pistols, os grandes embaixadores, muito mais
radicais que por exemplo, os geniais Clash, lançaram o seminal “Never mind the
bollocks” quando tinha 4 anos. Nessa altura, eu andava mais com a Abelha Maia,
aquela doida varrida, a saltar de nenúfar em nenúfar com o saltarico Flip.
A revolução “do it
yourself” com 3 apenas 3 acordes foi uma bomba e “bateu-me” anos depois. Bateu
muito.
Sou mais da pop, dos
Smiths e dos primeiros The Cure, mas as repercussões da pedrada no charco nunca
deixaram de se fazer sentir.
Em Portugal, os Peste e Sida e os Tara Perdida do mítico João Ribas, davam cartas altas. Vi-o na rua
quando estudava em Lisboa e naquele então, os tempos agrestes eram bem visíveis
nele. Pensei que tinham acabado.
Sou hoje surpreendido
com o fabuloso hino à capital que fizeram com o Tim, dos Xutos e Pontapés. Esse
Tim que cada vez mais se torna uma figura incontornável do rock-pop português,
pelos inúmeros projectos de qualidade em que já se envolveu. Eu que me considero
um melómano, recordo apenas os Resistência e os Rio Grande para justificar o estatuto.
Um grande tema
dedicado à nossa capital que já bem o merecia. A Lisboa de Alfama, do Bairro
Alto, da Mouraria tem agora um tema à sua altura. “Lisboa és só tu e eu”,
cantam.
Muito bom. Uma taça
de Portugal a fazer lembrar o troféu da Liga dos Campeões que os míticos The Pogues, os punk folk Pogues do grande Shane Macgowan fizeram a Londres quando a
compararam a uma senhora. Pogues que foram a minha estreia em concertos
internacionais num Coliseu dos Recreios apinhado, numa noite apadrinhada pelo
meu querido amigo Chico Serôdio. Noite quente, noite bem vivida, noite
imemorável que terminou com um vai-vem de cacilheiro que há-de ficar gravado a
ouro para todo o sempre.
Carregar na ligação em baixo para ver o video com a letra lindissíma a decorrer
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