Eu sonhava com uma maior que a Alice mas... (assim ainda é maior que o tamanho do rádio...) |
Eu
estava fartinho da velha televisão. A bicha já tinha mais de 13 anos. Tinha
sido comprada quando trabalhava em Nisa e custou-me uns 240 contos caríssimos,
nunca mais me hei-de esquecer. Mas tinha um ecrã de 82 centímetros na diagonal
e valia então bem a despesa. Era uma máquina, um monstro encantador. Para mim valia
o dinheiro porque cá em casa… ou melhor, na casinha de Marvão (onde nos vimos
aflitos para a enfiar lá…) era o máximo e por acaso... era eu quem mais gostava dela. Lembro-me que a Leonor ainda não tinha
nascido e a Alice... acho que também não.
Tudo
tem um fim e agora já estava desertinho que ela rebentasse mas não havia meio.
Os anos passavam e hoje era um caixote que parecia um aquário daqueles grandes que
há nas marisqueiras.
Já
há anos, num dia de limpezas grandes vi-lhe escorrer um líquido negro por baixo
e fiz logo um festim. Pensei: “Ah, cabra que já rebentaste!”. Foi-se a ver e
tinha sido uma garrafa de óleo de cedro que lhe tinha caído por trás. Fumo
negro.
Os
tempos são difíceis e ele não sobeja mas não se podia adiar mais a espera. Não
se podia ou não convinha. Não me convinha, vá. As minhas miúdas mereciam uma
televisão em condições, ou… o paizinho também já merecia uma coisinha melhor.
Junta-se o útil ao agradável e…
Não
quis andar a estudar o assunto. Não tendo tempo, nem paciência para fazer um
estudo de mercado, fui à Worten e deixei-me apaixonar por uma smart tv da Sony.
Eu sonhava com uma televisão fininha e um ecrã gigante. Analisei o que estava
exposto e deixei-me apaixonar por uma smart tv. Não tem os 100 e tais cm que eu
queria, só tem os 82 cm que tinha a outra mas é fininha, fica a matar na sala e
não precisa de mais tamanho porque não vivo num pavilhão. Ela tem razão. Como
sempre. Quase.
A
smart tv ainda é uma incógnita com muitas potencialidades para descobrir. A
Sony, amiga do ambiente, já não imprime manuais e disponibiliza-os online.
Assim que tiver tempo hei-de descobri-los. Entretanto, vou indo às apalpadelas.
Eu e elas. Uma coisa que já descobriram e sabem bem mais que eu, é a
possibilidade de navegarem na internet na televisão. Enquanto terminava o
jantar com a mãe, dançavam e cantavam na sala, deixando perceber como é fácil
um vídeo tornar-se viral, como este que desfrutaram à exaustão,
Ou
perceber que é na net que nascem novas estrelas como Vasco. O rapazinho que
apesar de pequeno é gigante como lhe disse ao ouvido em Marvão quando nos
cruzámos nas suas gravações do “Sabe ou não sabe?” da RTP1. Acho que elas viram e repetiram estes todos.
A tv
já não é tv. É pc/tv. É um mundo. Getting old...
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