domingo, 15 de dezembro de 2013

Greetings! (for Christmas Holidays)



Amanhã entro nas minhas Christmas Holidays, a designação no léxico Sabinesco para batizar as faltas marcadas no plano anual superiormente aprovado e articulado com os colegas do serviço. Tudo isto foi pensado para não chocar com os planos de férias já marcados e vai ser muito bem aproveitado. Traduzido significa que entre as férias, a greve do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos de dia 23 e as tolerâncias de ponto para a função pública, só regressarei à Casa do Brasão no dia 26 de Dezembro. J

Para marcar a entrada nesta época mágica tão sonhada e desejada, utilizo a arte da minha filha Leonor.

Utilizo-a nos desenhos que ama desde pequenina. Estes foram repescados do Natal do ano passado, feitos quando ela tinha apenas 11.

Utilizo a arte dela para desejar Feliz Natal aos meus leitores também na escrita porque participou neste ano com este texto num concurso da sua escola de contos de Natal. A princípio não foi aceite. A pobre ficou toda triste porque não o aprovaram por ser extenso demais. Tanto empenho dela, só dela, na imaginação e na redacção, ficaria assim por terra por ser… grande demais. Eu achei mal mas não me meti. Longe de mim. Caí fora. Mas parece que reconsideraram e acabaram por aceitá-lo.

Teve de o bater a computador e a única ajuda que lhe dei foi a passa-lo, tal e qual como ela tinha, sem quaisquer arranjos, sem alterar frases ou pontuações. Não tinha ideia de o fazer (queria deixar tudo para ela) mas nessa noite em que ela falou que no dia seguinte lho aceitariam, já era quase meia noite e ela ainda passava o texto a Word no quarto. Ofereci-lhe os préstimos e ficou de luz acesa, encostada por cima dos lençóis, presumo que à espera de ver o resultado. Quando terminei, uma página e meia depois, não muito mais que 15 minutos passados, já dormia. Melhor, já ressonava. Tapei-a, desliguei a luz e gravei numa pen de onde agora o tiro para publicar aqui.


Feliz Natal a todos.




               
Um dia para o Natal

Era uma vez, numa aldeia, bem lá no Norte de Portugal, onde está sempre frio e a nevar, viviam dois irmãos, Eduardo e Madalena, que, apesar do frio, nunca perdiam a sua energia.
Eram quatro da manhã e a família Monteiro já estava a arrumar as coisas para a primeira ida a Lisboa do Eduardo e da Madalena. Passado algumas horas de viagem, ouviu-se:
-Mãe! Mãe! Aquilo é Lisboa?-gritou a Madalena.
-Sim, filha. -respondeu a mãe.
-Uau! É lindo! – exclamou o Eduardo.
Quando chegaram ao hotel ficaram fascinados, tanta gente, tanta luz e cor!
Já no quarto o Eduardo perguntou:
-Onde vamos agora?
-Vamos ao Colombo. – disse o pai .
-O que é isso?- interrogou a Madalena.
- É um sítio onde há lojas, restaurantes e como estamos próximos do Natal, o Pai Natal e os duendes vão lá para saber o que é que os meninos querem para o Natal. – explicou a mãe enquanto lhe vestia o casaco.
- Que bom! Que bom! Tenho de lhe dizer que quero uma Barbie, um cão, um vestido novo…- e assim foi a Madalena a tagarelar sobre as suas inúmeras prendas até ao Colombo.
Na fila para ver o Pai Natal, reclamou o pai:
-Credo! Tanto tempo à espera de um homem de barbas brancas e vestido vermelho…
Madalena olhou o pai com um olhar matador.
- Desculpa, filha.- desculpou o pai.
Madalena exclamou:
- Olhem! Olhem! Vem aí um duende! Deve ser uma mensagem do Pai Natal pra mim!
-Madalena! Chiu!- ralhou o irmão.
O duende começou a falar:
-Estou tão contente por ver tantos meninos e meninas à espera do Pai Natal! Mas, infelizmente uma das suas renas adoeceu.
-Oh! Mas que mau.- lamentaram os irmãos.
-Não fiquem assim. Vamos ver um filme, querem?- confortou a mãe.
-Ok.-disse a Madalena, que estava de coração partido por não ver o Pai Natal.
Depois do filme ter acabado, os irmãos já não se sentiam tão tristes.
- Então e se fossemos lanchar?- sugeriu o pai.
-Sim! Estou esfomeado!- disse o Eduardo.
Resolveram ir lanchar e depois ir comprar roupa nova. Já na loja, ouvia-se a Madalena e o Eduardo a admirar os chapéus, os vestidos, as camisas e os colares.
- Mãe! Olha que vestido lindo!
-Mãe! Não gostas deste chapéu pra mim?
-Pai! Que tal fico com esta T-shirt?
-Pai! Não fico linda com esta saia?
Os pais já não os aguentavam. Estavam insuportáveis.
- Então e se fossemos à loja dos brinquedos?
Mal tinham acabado de dizer isto, já os irmãos estavam à porta da loja a dizer:
- Vamos! Toca a despachar!
Na loja, os olhos deles brilhavam. Nunca na sua vida tinham visto tantos brinquedos.
Estavam perdidos em tanto brilho e cor. Passaram as horas e os irmãos começaram a afastar-se dos pais.
- Mãe, o que achas desta… Mãe? Mãe?!?
Os dois viraram-se perdidos na loja. Sem os pais ou alguém para pedir ajuda.
- Eduardo! Como vamos ver dos pais? Ou, melhor, sair daqui?
-Calma, Madalena! – acalmou-a o irmão.
Quando deu por si, viu a irmã a bater na porta e a gritar por ajuda.
-Não adianta, Madalena. Não há ninguém no centro.
Ambos se sentaram numa ponta da loja, em silêncio, e ficaram assim durante algum tempo, até que se ouviu um barulho.
- Ouviste isto?- interrogou o Eduardo.
- Sim. O que será?- perguntou Madalena.
Os irmãos seguiram o barulho e nem acreditavam no que viam. Os brinquedos ganhavam vida!
Então os irmãos seguiram-nos até a um armazém onde se encontrava uma saída para o topo do centro comercial onde se via um pouco de Lisboa.
 Aí estava um trenó com homenzinhos baixos e vestidos de vermelho e verde.
-Achas que são… duendes?- sussurrou a Madalena.
-Oh, Madalena! Deixa –te de disparates! Entra mas é lá pra dentro!- barafustou o Eduardo.
Muito sorrateiramente, os irmãos entraram no trenó e foram para onde os “duendes” os levaram. Nesse trenó, levantou-se uma cabecita:
- Madalena… Olha só onde acho estamos…
-Estamos na fábrica de brinquedos do Pai Natal! – respondeu surpreendida a irmã.
Quando pousaram o trenó, os irmãos entraram muito rapidamente para a fábrica.
Era inacreditável existir algo tão belo. Havia bonecas, carros, ursinhos , bolas e muito muito mais.
-Eduardo! Eu não estou a ver bem! Aquele é o Pai Natal?
-Oh! Pois é !
Mas ao lado do Pai Natal havia um calendário e depois de tanto tempo a admirar aquela figura mítica, Eduardo abriu a boca e disse gaguejando:
- Ma.. Ma… a..da…lena… Hoje é dia 23…
- “E?”, interrogou a irmã
-“Faltam dois dias para o Natal!”
Os irmãos olharam um para o outro. Como iriam passar o Natal com os pais? Será que o iriam passar com alguém?
 - “Temos  de pedir ajuda ao Pai Natal”, lembrou a Madalena.          
- “Tu não deves estar boa da cabeça! Mas se tem de ser… Vamos lá!”
Muito devagarinho bateram à porta do Pai Natal. Ouviram uma voz que os mandou entrar. Os irmãos embatucaram.
- “Olá! Há tanto tempo que não vejo um menino de verdade…”, cumprimentou o Pai Natal.
- “Bem… sabe… nós somos de Portugal, perdemo-nos dos nossos pais e… Bem… é uma longa história, sabe? Agora o que queríamos mesmo era ir passar o Natal com a nossa família. Será que nos pode ajudar?”
-“Claro que sim! Tenho umas encomendas para entregar nesse país e deixo-vos lá. Vamos?”
Os irmãos ajudaram o Pai Natal e assim chegaram a casa.
Os pais quando os viram nem queriam acreditar. Eles correram e contaram a história das suas vidas.

Leonor Sobreiro
12 anos






2 comentários:

Helena Barreta disse...

Parabéns à Leonor, pelo texto e pelos desenhos.

Também lhe desejo um Feliz Natal, a si e a toda a sua Família.

Um abraço

zira disse...

Parabéns Leonor!!! o texto a pontuação, a imaginação estão patentes naquilo que gostas de fazer. Luta por isso agora já, porque os sonhos são metas de vida.Ah!!! e não percas a a desenvoltura nem a alegria que te é carateristica.Bj