quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Aviso: a sua caixa de correio electrónico excedeu a quota


Nas funções que actualmente desempenho, o correio electrónico é uma ferramenta de trabalho indispensável. Nas três caixas que tenho disponíveis, caem diariamente umas largas dezenas de e-mails que perfazem umas centenas ao final da semana e ultrapassam o milhar no final do mês.

É certo que desses tantos, apenas uma parte residual verdadeiramente interessa. Muitos são reencaminhados de outros contactos, outros spams vindos sabe-se lá de onde, outros publicidade manhosa que voa directamente para a lixeira. Dos que importam, muitos são propostas de espectáculos, contactos de editoras, catálogos de material e livros escolares, convites de outras autarquias e solicitações da mais diversa natureza, mensagens de trabalho de colaboradores, de parceiros de eventos culturais e pedidos de mil e uma natureza que vão das visitas guiadas, aos pins e emblemas para capas de estudantes, enfim… muita coisa.

Um dos grandes problemas dos e-mails é que é muito difícil separar o trigo do joio. No correio convencional, por exemplo, há envelopes que se destacam logo pelo volume, pela caligrafia, pela qualidade do papel, pelo selo, morada de envio e importância. Nos e-mails não. Cada mensagem é apenas uma linha igual a tantas outras, com ou sem anexo, mas ocupando sempre o mesmo espaço. Uma linha preta que perde o “negrito”quando se abre e já está. Isto faz com que na enxurrada para limpar lixo electrónico, haja sempre a preocupação de estar a dar menos atenção a alguma mensagem que verdadeiramente interesse.

De todas as que recebo, muitas são de amigos que fazem o favor de se lembrar de mim. Geralmente são mensagens divertidas e humorísticas e eu tenho um truque: não as abro logo, guardo-as para os momentos em que estou triste / desiludido / aborrecido com algo ou alguém e são uma espécie de aspirina para levantar o astral.

De todas as que recebo, algumas são aqui absolutamente irreproduzíveis, outras têm alguma piada, outras pedem para reenviarmos a terceiros sob o pretexto de assim conseguirmos algo que queremos muito… outras são mesmo muito engraçadas.

Deixo-vos aqui 2 exemplos que me fizeram rir.

O primeiro vídeo é divertido por ser tão artístico e inusitado. Começa por uns desenhos que à primeira vista parecem… mas depois não são. Vem dar em parte razão aos detractores da banda desenhada e aos puristas religiosos que muitas vezes defendem que até por detrás do mais singelo dos rabiscos, pode haver uma perigosa mensagem subliminar para os leitores. Os traços que parecem mas depois não são, acabam por estar lá e o cérebro nunca deixa escapar o que os olhos às vezes não são capazes de captar. Fica é apenas registado no disco rígido. Mas esses puristas que são capazes de ver coisas onde elas não estão, que conseguem ver na relação do meu herói da BD favorito (Batman) com o seu protegido (Robin) muito mais do que uma protecção de pai para filho, até esses, não devem ser capazes de esconder um sorriso de soslaio a admirar a arte deste desenhador.

O segundo vídeo é hilariante porque é ridículo e por momentos fez-me mesmo voltar aos bancos do Ciclo e do Liceu, onde era conhecido pelas patifarias e diabruras que praticava diariamente. Só as boas notas e a capacidade de argumentação (e algum teatro à mistura) me safavam das represálias maternas. É, olhando para o gaiatão este, pensei para comigo: podia ter sido eu. É fantástico o poder que dá conseguir sacar umas gargalhadas vigorosas aos outros. A única diferença é que no meu tempo, os preservativos não eram oferecidos a pontapé em cada esquina e em boiões em tudo o que é evento para a miudagem. No meu tempo só comprados às escondidas, ou gamados, ou pagos a peso de ouro aos mais velhos. Lá estou eu a falar no meu tempo outra vez… pareço as velhotas do anúncio da televisão.

Mas já repararam bem como sobe o gorro só com o ar? Ehehehe.

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