Em termos de cultura e lazer, a Câmara de Portimão pertence àquilo a que chamo a Liga dos Campeões.
Qualquer um que seja menos distraído e se passeie por uma das principais artérias da cidade, cedo se aperceberá da enorme quantidade e variedade de riquíssimos produtos criados precisamente para atrair e agradar aos turistas.
Ele é concertos, ele é exposições, ele é eventos desportivos, ele é festivais de tudo e mais alguma coisa, ele é ballets, ele é musicais, ele é tanta coisa que até me falta o ar.
Tudo isto para além das praias belíssimas e de todo o encanto algarvio.
Em cada poste das avenidas centrais há um estandarte a anunciar eu sei lá o quê mas seja o que for, é muita bom!
Eu imagino o difícil que deve ser, ser-se vereador da área por estas paragens, sem saber onde gastar tanto dinheiro. Uns com tanto e outros com tão pouco… Como é que ainda há pessoas que não acreditam na vida depois da morte. Se não houvesse, isto era um grande fiasco. Onde é que Deus corrigia estas assimetrias todas senão aí?
Ah, já me esquecia que tudo isto deve mesmo dar tanto trabalho à Câmara que esta, à semelhança de Óbidos, até criou uma empresa municipal só para os eventos (http://www.expoarade.pt/). Ai mãezinha!
Bom, já que cá estou, a oferta é tão grande e a companhia não podia ser melhor, vamos lá então provar essas sardinhas que devem estar maravilhosas de tão fresquinhas e tão bem assadas por mãos sabedoras e a saberem a mar. Só de pensar nelas tenho logo de meter um babete que me emprestou o meu afilhado João Sobreiro. Aaarrrrrrrrrrhhhhhh. Boas!
Assim que chegámos à porta, o moço de serviço pediu-nos logo a cada um, 3 euros e meio só para entrarmos, como se faz de resto em todos os grandes certames do país. 700 paus em moeda antiga. Só no meu Marvão é que cobrar um euro para ajudar a custear as despesas da Feira da Castanha me provocou quase um linchamento público. Enfim…
A organização, como já seria de se esperar, simplesmente genial e ao detalhe. Para além da área dos enchidos, do artesanato, dos espectáculos, da doçaria e da muita animação, existe ainda a estrela do certame que é a área dos restaurantes. Eu estava curioso para saber como funcionaria mas a mecânica criada resulta e permite evitar as grandes filas e as esperas prolongadas. De um lado estão os restaurantes e do outro, as enormes mesas com uma capacidade total para 2 mil pessoas. O cliente escolhe a tasca e depois, por cerca de 6 euros e meio, tem direito a meia dúzia de sardinhas, batatas, salada e uma bebida. É pegar no tabuleiro e marchar.
A minha filha, coitadinha, que ainda não sabe o que é bom na vida, disse que queria entremeada e em boa hora o fez porque não a comendo toda, ainda me deu um fundo de maneio que negociei com o meu irmão, que também é mais carneiro, em troca de quatro sardinhas do menu dele. Eina pá, que boas estavam. Calhou mesmo bem. Aquele sal na pele, o molhinho…
Já satisfeitos, passamos pela barraca do Ti Nabeiro, malhámos uns cafezinhos bem alentejanos e ficámos contentes por termos ajudado o homem a arranjar dinheiro para caiar a adega nova que diz quem conhece que é um encanto.
Quem tiver filhotes e os quiser entretidos num sítio de onde não fujam com facilidade (os muros são altos!), é largar mais euro e meio para uma pulseira que dá acesso aos quatro insufláveis existentes. Só para judiar, ainda perguntei à senhora da bilheteira se tinha pulseiras para adultos e deixei a pobre a bater mal. Ao menos sempre tem qualquer coisa para contar aos colegas hoje.
Ainda passei pelo palco principal e espreitei o Camané que está a cantar cada vez melhor. Só não percebi porque é que o rapaz fazia questão de contrariar a brisa marítima que lhe baralhava as folhas do dossier que tinha a sua frente com as letras dos fados. Mas com aquela idade e com o disco já com meses, ainda não as sabe de cor? Ou será que a sua abstinência anda a levar umas facadinhas e a memória já não anda a 100% outra vez? Fiquei preocupado. Afinal, de todos os que emprestam a voz à causa, ele, apesar de ser o de mais baixa estatura, é para mim o maior.
Deu também para constatar, pela assistência presente numa noite destas, que a crise não foi inventada pelos jornais como o Sócrates nos quer fazer acreditar. A coisa está bera…
Regressámos à base antes que começasse o fogo de artifício que encerra todas, TODAS! as noites do festival. Lembrei-me do Ti João Esteves da Abegoa. O homem se vivesse cá estava multimilionário. Eu deu-me pena de não ver mas a minha filha criou esta aversão a tudo o que faça barulho que por mais que eu lhe explique que aquilo não faz mal, é escusado. Quando todos os outros olham maravilhados para os céus cheios de luz, ela suplica-me, horrorizada, que partamos quanto antes para qualquer sítio coberto, como se fosse a própria Al Qaeda que estivesse nos comandos da pirotecnia.
Bem diz o sábio povo que “quem tem filhos, tem cadilhos”.
E eu digo “Portimão me mata!”.
Má que jête, mosse: tássaqui tã bem!”.
Qualquer um que seja menos distraído e se passeie por uma das principais artérias da cidade, cedo se aperceberá da enorme quantidade e variedade de riquíssimos produtos criados precisamente para atrair e agradar aos turistas.
Ele é concertos, ele é exposições, ele é eventos desportivos, ele é festivais de tudo e mais alguma coisa, ele é ballets, ele é musicais, ele é tanta coisa que até me falta o ar.
Tudo isto para além das praias belíssimas e de todo o encanto algarvio.
Em cada poste das avenidas centrais há um estandarte a anunciar eu sei lá o quê mas seja o que for, é muita bom!
Eu imagino o difícil que deve ser, ser-se vereador da área por estas paragens, sem saber onde gastar tanto dinheiro. Uns com tanto e outros com tão pouco… Como é que ainda há pessoas que não acreditam na vida depois da morte. Se não houvesse, isto era um grande fiasco. Onde é que Deus corrigia estas assimetrias todas senão aí?
Ah, já me esquecia que tudo isto deve mesmo dar tanto trabalho à Câmara que esta, à semelhança de Óbidos, até criou uma empresa municipal só para os eventos (http://www.expoarade.pt/). Ai mãezinha!
Bom, já que cá estou, a oferta é tão grande e a companhia não podia ser melhor, vamos lá então provar essas sardinhas que devem estar maravilhosas de tão fresquinhas e tão bem assadas por mãos sabedoras e a saberem a mar. Só de pensar nelas tenho logo de meter um babete que me emprestou o meu afilhado João Sobreiro. Aaarrrrrrrrrrhhhhhh. Boas!
Assim que chegámos à porta, o moço de serviço pediu-nos logo a cada um, 3 euros e meio só para entrarmos, como se faz de resto em todos os grandes certames do país. 700 paus em moeda antiga. Só no meu Marvão é que cobrar um euro para ajudar a custear as despesas da Feira da Castanha me provocou quase um linchamento público. Enfim…
A organização, como já seria de se esperar, simplesmente genial e ao detalhe. Para além da área dos enchidos, do artesanato, dos espectáculos, da doçaria e da muita animação, existe ainda a estrela do certame que é a área dos restaurantes. Eu estava curioso para saber como funcionaria mas a mecânica criada resulta e permite evitar as grandes filas e as esperas prolongadas. De um lado estão os restaurantes e do outro, as enormes mesas com uma capacidade total para 2 mil pessoas. O cliente escolhe a tasca e depois, por cerca de 6 euros e meio, tem direito a meia dúzia de sardinhas, batatas, salada e uma bebida. É pegar no tabuleiro e marchar.
A minha filha, coitadinha, que ainda não sabe o que é bom na vida, disse que queria entremeada e em boa hora o fez porque não a comendo toda, ainda me deu um fundo de maneio que negociei com o meu irmão, que também é mais carneiro, em troca de quatro sardinhas do menu dele. Eina pá, que boas estavam. Calhou mesmo bem. Aquele sal na pele, o molhinho…
Já satisfeitos, passamos pela barraca do Ti Nabeiro, malhámos uns cafezinhos bem alentejanos e ficámos contentes por termos ajudado o homem a arranjar dinheiro para caiar a adega nova que diz quem conhece que é um encanto.
Quem tiver filhotes e os quiser entretidos num sítio de onde não fujam com facilidade (os muros são altos!), é largar mais euro e meio para uma pulseira que dá acesso aos quatro insufláveis existentes. Só para judiar, ainda perguntei à senhora da bilheteira se tinha pulseiras para adultos e deixei a pobre a bater mal. Ao menos sempre tem qualquer coisa para contar aos colegas hoje.
Ainda passei pelo palco principal e espreitei o Camané que está a cantar cada vez melhor. Só não percebi porque é que o rapaz fazia questão de contrariar a brisa marítima que lhe baralhava as folhas do dossier que tinha a sua frente com as letras dos fados. Mas com aquela idade e com o disco já com meses, ainda não as sabe de cor? Ou será que a sua abstinência anda a levar umas facadinhas e a memória já não anda a 100% outra vez? Fiquei preocupado. Afinal, de todos os que emprestam a voz à causa, ele, apesar de ser o de mais baixa estatura, é para mim o maior.
Deu também para constatar, pela assistência presente numa noite destas, que a crise não foi inventada pelos jornais como o Sócrates nos quer fazer acreditar. A coisa está bera…
Regressámos à base antes que começasse o fogo de artifício que encerra todas, TODAS! as noites do festival. Lembrei-me do Ti João Esteves da Abegoa. O homem se vivesse cá estava multimilionário. Eu deu-me pena de não ver mas a minha filha criou esta aversão a tudo o que faça barulho que por mais que eu lhe explique que aquilo não faz mal, é escusado. Quando todos os outros olham maravilhados para os céus cheios de luz, ela suplica-me, horrorizada, que partamos quanto antes para qualquer sítio coberto, como se fosse a própria Al Qaeda que estivesse nos comandos da pirotecnia.
Bem diz o sábio povo que “quem tem filhos, tem cadilhos”.
E eu digo “Portimão me mata!”.
Má que jête, mosse: tássaqui tã bem!”.
A vasta e aprazível área de restauração
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