-
Sou um fã absoluto, rendido e indefectível dos estúdios de animação Pixar que nasceram pequeninos e independentes e são hoje, depois de 9 obras-primas, a ala mais avançada, profícua e inteligente da maior fábrica de sonhos do mundo, a Disney.
Da Pixar nasceram filmes que marcaram para a vida todos aqueles que têm a sorte de lhes terem metido a vista em cima e esse é um dom que não é para qualquer produtora. De toda a colheita, destaco os dois “Toy Story” e o sublime “Monstros e Companhia” que figuram na minha lista absoluta de filmes favoritos e não apenas no género de animação, senão ao lado de todos os outros feitos e interpretados por gente de carne e osso, por serem tão capazes, ou ainda mais, de me fazerem tão feliz.
Tive a sorte de ver o “Wall-E” em Portimão dias após a sua estreia, no Verão, na companhia do brother Joe e depois da Leonor me ter roído a corda à última da hora “por ter medo de estar fechada no cinema”. Ahhhhhhhhhh… O filme resulta monumental no grande ecrã e eu fiquei apaixonado assim que o vi. As obras da Pixar são pura filigrana e estão impregnadas de centenas de referências a outros filmes e a momentos da história que não escapam aos cinéfilos mas que fazem com que as crianças, que obviamente ainda não têm capacidade para as identificar e compreender, não sintam que perderam parte importante da narrativa por não as captarem. Esta multiplicidade de “camadas” é uma das características mais fascinantes destas obras, como se fossem uma piada brilhante que tanto faz rir as tertúlias intelectuais como os putos de bibe no Jardim-escola.
Este “Wall-E” é todo ele genial, um clássico instantâneo que nem sequer permite contestação. Cada frame é valioso, cada segundo é uma gota do mais precioso licor de que é feita a 7ª arte. As primeiras imagens da terra, seca, esquecida, desolada, asfixiada em lixo, dizem-nos mais sobre o perigo que corre o nosso planeta ao ser vítima do modo de vida displicente do mundo moderno que 10 filmes do Al Gore vistos de penálti. Bem pode ele falar…
Da Pixar nasceram filmes que marcaram para a vida todos aqueles que têm a sorte de lhes terem metido a vista em cima e esse é um dom que não é para qualquer produtora. De toda a colheita, destaco os dois “Toy Story” e o sublime “Monstros e Companhia” que figuram na minha lista absoluta de filmes favoritos e não apenas no género de animação, senão ao lado de todos os outros feitos e interpretados por gente de carne e osso, por serem tão capazes, ou ainda mais, de me fazerem tão feliz.
Tive a sorte de ver o “Wall-E” em Portimão dias após a sua estreia, no Verão, na companhia do brother Joe e depois da Leonor me ter roído a corda à última da hora “por ter medo de estar fechada no cinema”. Ahhhhhhhhhh… O filme resulta monumental no grande ecrã e eu fiquei apaixonado assim que o vi. As obras da Pixar são pura filigrana e estão impregnadas de centenas de referências a outros filmes e a momentos da história que não escapam aos cinéfilos mas que fazem com que as crianças, que obviamente ainda não têm capacidade para as identificar e compreender, não sintam que perderam parte importante da narrativa por não as captarem. Esta multiplicidade de “camadas” é uma das características mais fascinantes destas obras, como se fossem uma piada brilhante que tanto faz rir as tertúlias intelectuais como os putos de bibe no Jardim-escola.
Este “Wall-E” é todo ele genial, um clássico instantâneo que nem sequer permite contestação. Cada frame é valioso, cada segundo é uma gota do mais precioso licor de que é feita a 7ª arte. As primeiras imagens da terra, seca, esquecida, desolada, asfixiada em lixo, dizem-nos mais sobre o perigo que corre o nosso planeta ao ser vítima do modo de vida displicente do mundo moderno que 10 filmes do Al Gore vistos de penálti. Bem pode ele falar…
-
E depois tem este robot, este ser encantador… que tem tanto de “Star Wars” como de “E.T.”, um verdadeiro “Eduardo Mãos-de-Tesoura” sci-fi que nasceu para nos arrebatar. Sozinho, errante, cumprindo estoicamente a sua missão quando todos os outros já sucumbiram, procurando a perfeição mesmo quando sabe que não há ninguém para apreciar ou poder usufruir do seu esforço mas ainda assim capaz de amar, capaz de acreditar que é no próximo metro quadrado de lixo que tem para arrumar que vai encontrar o seu mais novo-velho tesouro, tão insignificante para todos os outros mas tão precioso e único para ele e para o contentor enferrujado a que chama lar.
-
Mas nem nesta doçura se esquece este filme da sua missão primeira de ser um último alerta, sobretudo dirigido às mais novas gerações, de que ainda vamos a tempo de poder fazer quase tudo bem, desde que queiramos e possamos aprender a viver respeitando a terra. Nessa cruzada didáctica, não se coíbe “Wall-E” (e bem!) de traçar uma das mais cáusticas críticas aos humanos, cada vez mais sedentários, cada vez mais egoístas, cada vez mais dependentes das novas tecnologias, cada vez mais sozinhos e afastados dos seus próximos, cada vez mais alienados e transformados, chegando ao ponto de perder a estrutura óssea que lhes permite hoje caminhar na horizontal. Ainda faltam mais de 800 anos para lá chegarmos mas por este andar, parece-me que não vão ser necessários tantos.
Ainda assim e ainda bem, a esperança acaba por falar mais alto e apesar de todos os grandes planos e os grandes investimentos, acaba por ser uma simples planta a mudar o curso da história ao provar com a sua existência que é de novo possível respirar e logo viver no nosso planeta.
Não querendo revelar demais e adiantar a descoberta que terá de ser feita por cada espectador não posso deixar de mencionar a assombrosa sonoplastia e os magistrais efeitos de animação. O realizador Andrew Stanton conseguiu a proeza de convencer o lendário Ben Burtt, autor de sons míticos como toda a galeria da “Guerra das Estrelas” a colaborar neste projecto e este superou-se ao criar um complexo e maravilhoso universo sonoro que enche e suporta de forma inesquecível um filme que só conhece os diálogos na terceira metade. Deslumbrante! Quanto à animação, continua a ser um milagre da tecnologia perceber como a arte dos homens e as potencialidades dos computadores se unem para criarem seres que sendo artificiais, reproduzem com inacreditável exactidão, expressões e emoções tão próprias dos seres vivos. “Burn-E”, a curta de animação que acompanha a edição em dvd, consegue nos seus escassos minutos explicar tudo aquilo que por mais que se diga… só mesmo vendo é que se entende.
Por falar em dvd, fico mesmo muito agradecido à edição que ontem adquirimos com paixão e hoje visionámos agarradinhos no puff à lareira. Não tendo a espectacularidade do grande ecrã, foi aqui, no cantinho do lar e nos apenas 82 centímetros planos da nossa tv, que percebi toda a força e dimensão de uma obra única.
Façam o que fizerem, por favor, este vão ter mesmo que comprar e não me venham com cópias do chinês. Há filmes que ficam para a vida e há tesouros que têm de ser nossos.
Sem comentários:
Enviar um comentário