sábado, 27 de dezembro de 2008

Navidades...


Confesso que já estava com saudades mas realmente não foi possível antes…

O tempo tem voado entre a Pós-Graduação, as sessões de DJ, as festas de funcionários e os concertos de Natal, as viagens familiares de época, os almoços-convívio de reencontro com alguns amigos, os aniversários de outros e de familiares… uffff… assim não há blogue que resista!

Vá lá um dia de folga e de tréguas para meter o sono em dia, para repor os níveis de jogging, para comer algo mais saudável, para estar tranquilamente em casa em frente à televisão, a relaxar no sofá, a ver um filme de Natal qualquer…

Tempo também para reorganizar os ficheiros informáticos, as fotos dos últimos dias, fazer alguns balanços e escrever sobre o magnífico concerto de Natal do Município de Marvão que decorreu no último domingo na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Beirã.

Sob a designação “Natal para todos”, a soprano Jacinta Almeida e o pianista Amadeu d’Oliveira interpretaram de forma magistral, durante cerca de 1 hora, alguns dos mais belos temas clássicos alusivos a esta época que agora atravessamos. Extremamente acessíveis e interessados, nunca escondendo a alegria de estar num templo tão belo e pela primeira vez em Marvão, explicaram cada uma das obras para que os presentes compreendessem melhor a emoção das suas interpretações.

Pena que os presentes fossem, de facto… muito poucos e aquém do número que um espectáculo desta qualidade poderia fazer prever. Não digo com isto que a igreja não estivesse composta mas se disser que das 6 dezenas, pela menos uma era família directa…

A eterna questão da falta de visão unitária do concelho. Há os de lá, os de cá e os de lá não vêem para cá e os de cá não vão para lá.

A perspectiva do local de realização foi a de sempre: descentralizar. O último concerto de Páscoa realizou-se em Marvão, na Igreja de Nossa Senhora da Estrela. O anterior espectáculo de Natal tinha sido em Santo António das Areias. Uma vez que o último evento apoiado pela Câmara foi o do lançamento do livro “Marvão, à mesa com a tradição”, na Junta de Freguesia de S. Salvador (do lado de lá, portanto) e estando a sede de concelho abrilhantada com o sempre excelente cartaz do presépio ao vivo…

Mas mais grave ainda que a falta de afluência de populares, foi a forma displicente como os autarcas locais (incluindo de Juntas, Câmara e Assembleia) encararam um evento que foi amplamente e antecipadamente divulgado no site e blogue oficiais, na rádio e jornais, em e-mails e cartazes que foram distribuídos por todas as superfícies comerciais do concelho, num total de perto de 140 exemplares. Nem sequer faltou o último apelo escarrapachado na porta do Centro Cultural de Marvão, onde se realizou a festa de Natal do Município, mas nem mesmo assim… Tirando o Presidente da Junta de Freguesia anfitriã… nem vê-los.

Eu já nem sei o que será mais gritante, se a asfixiante falta de verbas para fazer uma programação cultural constante e de qualidade, se a dificuldade em fazer ver às pessoas a importância de não perder estas oportunidades únicas de ir além do que é normal.

Quem foi, certamente não esquecerá tão cedo. O amigo João, mais conhecido por Sousa dos Barretos que esteve escalado para apoiar no transporte do piano e acabou por assistir a um recital que não estava nos seus planos, disse tudo quando no final se me dirigiu e comentou “isto faz um gajo tremer todo cá por dentro…”.

Podes crer!







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