(Adaptação ao alentejanês partindo do original brasileiro recebido via mail)
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- Tá sim? Senhori Engenhêro? Daqui tá falando o Jaquim, o casêro aqui do monti.
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- Olá senhor Joaquim. Viva, como vai? Está tudo bem aí pelo Alentejo? Alguma novidade?
- Olhi, ê tou só ligando pra lhe dizeri co sê papagaiu morrêu.
- Ó meu Deus… O meu papagaio? Aquele que ganhou o concurso internacional?
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- Êsse mesmo! Sim senhori.
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- Oh… que desgraça! Tinha-me custado uma fortuna… Eu adorava o animal… Morreu de quê?
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- De comeri cárne estragada!
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- Carne estragada? Mas quem cometeu uma barbaridade dessas? Quem é que deu carne estragada ao bichinho?
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- Ah, ninguém… Foi ele comeu a carne de um cavalo morto.
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- Cavalo morto? Que cavalo morto, Joaquim?
- Cavalo morto? Que cavalo morto, Joaquim?
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- O sê puro sangui. Aqueli que o senhori tinha compradu lá prás Arábias. Morreu de puxari tanta carroça d’ água.
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- Está louco, Joaquim?! Mas que carroças de água?
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- Para apagari o fôgo!
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- Mas que fogo, meu Deus?
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- Aqui na sua herdadi. Uma vela caiu… e olhi… ficou tudo ardendo.
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- Uma vela?!?! Mas nós temos electricidade no monte! Que vela era essa?
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- Do velóriu!
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- Do velório? De quem?
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- Da sua mãezinha! Ela apareceu aqui sem avisari e eu espatei-lhe um balázio pensando que era um ladrãu, vêja bém!
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- Meu Deus, que tragédia! - e nisto o homem começa a chorar.
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- Ó patrãozinhu… acalme-se lá! Não me diga que vai começari a chorari só por causa dum papagaiu…
1 comentário:
Está muito boa mesmo. O seu alentejanês está divinal.
Bom fim de semana
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