Sou
amigo do Carlos Castelinho. Sou amigo do candidato à câmara municipal do
partido socialista nas autárquicas de 2013. Para mim, é importante dizer isto.
Para mim, Pedro Sobreiro, é importante poder dizer isto claramente e sem medos.
Sou amigo do candidato e é bom poder dizê-lo. É bom viver em liberdade, em
cidadania e poder dizer o que nos vai na alma.
A
política é um dos assuntos sob os quais não há consenso lá em casa. A Cristina
defende que quanto mais longe estiver da política, melhor. Já eu, não consigo. Não
consigo parar de opinar, de dizer o que me vai cá dentro. Faz parte de mim.
Isto desde que o Basílio Horta foi meu professor de direito na universidade.
Foi ele que me ensinou que a política é necessária, que o homem é um ser
gregário e vivendo em sociedade, tem de ter um que indique qual é o caminho a
seguir. Fiquei apaixonado pela ideia. De facto, assim é.
A
Cristina pergunta-me: “mas porque é que tu te metes nisso. Deixa… Não te metas”.
Não sou capaz. Não deixo porque não sou capaz.
Já
tive um cargo muito importante. Já fui o número 2 do concelho em termos autárquicos
mas nunca me senti como tal. Houve sempre desconfiança das minhas capacidades
no sentido de duvidarem do protagonismo que poderia ter. Mas Deus sabe que
nunca fiz por isso. Sempre fui leal. Se me destacava não era porque fizesse por
isso. Se me destacava era porque não se pode tapar o sol com uma peneira.
Digo-o com total imodéstia. Quando não se deve ser modesto, não se é. A minha
mãe sempre me ensinou que os parvos pedem a Deus que os levem, que nesta vida
se deve ser esperto.
Meti-me
na política porque o atual presidente me convidou e tinha a melhor relação com
ele. Uma relação de amizade que vinha desde o tempo do jornal altaneiro em que
eu concordei ajudar na publicação com as condições de ser o diretor e mandar no
que era e como era publicado. O atual presidente da câmara era o vice-diretor. Éramos
amigos. Hoje já não tenho essa relação de amizade com ele. Tenho apenas a
relação cordial, natural de duas pessoas educadas que se respeitam. Sabem o
real valor do outro. Reconheço que é um homem educado e esperto. Sabe o seu
real valor e sabe administrá-lo.
Do
actual executivo só sou amigo do Luís Vitorino. É da minha terra e amigo desde
os tempos de infância. O Luís é um bom homem. Foi criado atrás do balcão dos
pais e quando uma criança é criada neste ambiente, cresce sempre muito mais.
Intelectualmente falando, claro está. Ouve muitas conversas e ficam. Hoje vale
muito. È um bom político. Vale muitos votos. Tem muita familiaridade com as
pessoas e um grande raio de ação. Mexe-se bem.
Do
resto do executivo nem falo porque não vale a pena falar. Poderia dizer muita
coisa mas não é preciso. Para bom entendedor, meia palavra basta.
Vou
votar no Carlos e na sua equipa. Conheci o Carlos quando eu era vice-presidente
da câmara municipal de Marvão e responsável pelo pelouro da educação. O Carlos
era o presidente do concelho diretivo da Escola da Portagem que funcionava na
perfeição. Dava gosto trabalhar com ele. Dedicado. Calmo. Inteligente. Educado.
Bem falador. Tivemos as melhores relações. Como vereador da educação, eu tinha
o problema de ter de lidar com as duas escolas do concelho, duas realidades.
Hoje já assim não é e funciona um agrupamento com dois pólos diferentes mas só
uma direção. È melhor assim. È mais fácil e faz mais sentido.
È
melhor para o concelho e para os alunos. È melhor para nós. Mas não para o
Carlos.
Hoje
quem é diretor do agrupamento, não é nem o que era o diretor de Santo António,
nem o que era o diretor da Portagem. Eu e o Carlos não temos falado os dois
muito sobre isso porque é um assunto que ainda dói. A ele e a mim porque nos
envolvemos muito, demos muito de nós na situação. Talvez quando passar mais
tempo e a situação evoluir, as coisas mudem. O tempo. O tempo tudo cura, tudo
revela, tudo traz. Vamos ser sensatos e dar tempo ao tempo.
Quando
penso no Carlos dá-me vontade de votar nele. Quanto penso na sua equipa, pelo
que conheço dela, é de luxo. Está envolvido um querido amigo meu que adoro e é
um dos homens no mundo que mais quero bem. O Nuno Pires. Dinâmico, enérgico,
muito inteligente e um grande benfiquista. Amigo do amigo, verdadeiro,
trabalhador, filho de uma belíssima família da qual sou muito amigo há anos (pais
e irmã) tem tudo o que é bom! Se penso nele, ainda carrego mais na cruz quando
for fazer o x na folha de voto.
Não
na equipa candidata mas na campanha, está envolvido o Tiago Pereira de Marvão
do qual gosto muito e me sinto muito próximo, muito amigo. Somos os dois
formados no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, somos os dois
iscspianos e isto diz tudo. Não aos outros, mas a nós. È o pensador da campanha
e pensa bem. Muito bem. Ajudo no que posso, eles sabem, mas pensa bem.
Pego
no meu “ajudo o que posso” para falar num tema quente. Todos sabem que a minha
mulher é funcionária da autarquia e não gosta nada que fale nestes assunto.
Como teme ser prejudicada, tenho o máximo cuidado por me verem envolvido na campanha
do Carlos. Ao ponto de isto ter atingido o ridículo de há 1 ou 2 meses, nós nos
termos reunido no Tabu em Valência, fora de cá, para não sermos vistos juntos.
Mas eu parei e pensei: “isto para quê? Se nós vivemos em liberdade, num estado
de direito, eu não posso ter medo. Eu não posso ter medo e pactuar com isto,
com esta realidade. Eu devo falar, eu tenho de falar, eu devo isso a todos
aqueles que no passado foram privados da liberdade e mesmo mortos pelo regime
ditatorial. Devo fazê-lo por eles, pelos que sofreram e pelos que morreram. Devo
ser livre.
O
medo não era por mim, mas pelos meus. Eu, graças a Deus, tenho a sorte de não
precisar da câmara para nada. Tenho o meu emprego público que ganhei num
concurso público, aberto a todos, e a única coisa que devo é a casa que estou a
pagar ao banco com a minha mulher. Mais nada! Medo: zero! Sem medos!
Eu
até disse à minha Cristina: “sabes que eu não resisto e tenho de escrever sobre
isto” faz parte de mim. Tem de ser! Até lhe disse: “Eu sou eu e tu és tu. Por
mais que nos amemos, se eu assaltar um banco, sou eu quem vai preso e não tu.
Tens de perceber isso, as pessoas têm de perceber isto: eu sou eu e tu és tu.”
Ela,
esperta como sempre, inteligente e vivaça, respondeu-me: “pois é, és tu que
vais preso, mas sou eu que te tenho de ir ver à prisão. Eu é que sofro também”.
Um
ponto para a Cristina, mas eu que não sou parvo e sei argumentar, atirei mais
uma que é o set point, a vitória no jogo que resolve a partida a meu favor: “Se
eu for preso, nem precisas de me ir ver à prisão. É natural que comece a fumar
outra vez, sempre aborrecido e a ver 4 paredes, mas nem cigarros precisas de ir
levar. Só me vais ver se sentires necessidade disso. Se tiveres saudades
minhas”. Cheque mate. Mesmo. Fim de papo.
Eu
sei que politicamente já não valho nada. Já vali o que tinha a valer. Sou como
os foguetes. Dei um fogo de artifício muito lindo, muito válido, muito
esforçado, mas já estou rebentado. Ainda me lembro das palavras do Dr. Manuel
Bugalho quando soube que ia concorrer na lista do PSD. Lembro-me como se fosse
hoje. Na entrada do salão nobre da câmara, apertou-me a mão e disse-me: “é pena
ires com ele. Daqui a uns anos, darias um excelente candidato a presidente”.
Pois hoje concordo com as suas palavras nesse então. Mas eu era novo, não
pensava bem e deixei-me ir na conversa. Na conversa do encantador de serpentes.
Mas hoje sou mais maduro, mais velho. Cresci. E já não me deixo mais enganar.
Acabou.
Comigo
foi esperto. Usou-me. Usou o meu nome. Quantas vezes andámos por este concelho
em campanha, era ele um desconhecido e quando perguntávamos se conheciam quem
ia na arruada, diziam muitas vezes que conheciam o grande, lá o das finanças.
Eu sem saber bem porquê, sem me lembrar das pessoas que diziam: “ajudou-me lá
nos papéis quando morreu o meu pai” ou outra pessoa qualquer. Eu fazia o bem,
sem saber a quem. Ajudava o próximo. Sabia-me bem ajudar. Praticava a palavra
de Deus sem esperar qualquer tipo de retribuição. Nessa altura pagaram-me e
bem. Ajudaram-me porque os ajudei.
Eu
fui usado como foi o João Bugalhão. Eu fui necessário para entrar na câmara.
Depois fui chutado. Como já o Bugalhão tinha sido chutado antes. Foi usado
antes de mim, para o atual presidente entrar no partido e foi chutado depois de
lá estar. Nessa altura, quando o Bugalhão me pediu um ombro amigo para
desabafar, de tarde, na Portagem (lembro-me como se fosse hoje!), fui duro com
ele. Fui tonto, não percebi que depois seria eu a ser chutado e tive o que
mereci. Fui imaturo.
E
também, feito tonto, ajudei nessa altura a levar o andor. Quando ninguém o
conhecia, eu era a muleta. O suporte. Depois de lá se apanhar em cima, depois
de já ser capaz sozinho, deu-me um pontapé no cú. Chutou-me fora da carroça por
desconfiança e ah! ainda bem que falo nisso, porque não foi ele que me chutou
fora. Fui eu, eu, eu! que depois de uns dois meses de trabalho conjunto (ou
falta de trabalho conjunto), apenas dois meses, forcei uma reunião dos dois das
que deveríamos fazer diariamente e não fazíamos nunca. Entrei no seu gabinete,
sentei-o na cadeira e falei com um ar duro e de quem estava disposto a tudo:
“Quando decidi entrar nesta campanha autárquica, tinha como objetivo fazer um
trabalho tão bom que nem seria necessário fazer mais nenhuma campanha. As
pessoas estariam connosco de livre vontade. Mas agora, depois de saber como
você funciona, sou eu quem não quer nem mais um dia depois do final do mandato!
O que quero é cumprir um bom trabalho em prole daqueles que acreditaram em mim.
Depois saio de vez. Para não mais voltar!”. Tenho duas filhas que amo mais que
a mim próprio. Pela saúde delas que digo que isto é verdade.
O
concelho está muito envelhecido e o poder da câmara está muito estendido. È
raro haver alguém que não precise por um filho, um tio, um familiar qualquer.
As pessoas vão em ilusões. Por exemplo, uma estrada que está a ser construída
para dar um acesso melhor ao meu bairro foi aberta há 4 anos, quando foi
necessário ganhar votos. Esteve 4 anos parada. Começou há dias a ser mexida.
Pequenas coisas assim. As pessoas vão atrás disto. Mais vale cair em graça do
que ser engraçado e este é o exemplo mais evidente disto. Uma verdade
insofismável.
Eu
sei bem quem não vai mais. Quem tem a coragem de dizer não! de vez.
E
olhem que eu sei de tudo isto que estou a escrever. Sei que é forte, é
arriscado mas eu tenho coragem e sou valente. Deus está comigo e nada temo.
Cada vez me sinto mais recuperado do grave traumatismo craniano que tive. Hoje,
nas finanças, estiveram dois vizinhos meus da Beirã. Pessoas da minha rua que
me conhecem desde sempre. E ficaram admirados por eu estar ao trabalho e pelo
discernimento que apresentava. Eles, meus queridos, deram graças a Deus. E é de
o fazer. Disseram-me: “como a gente te viu, Pedro. Como tu estavas… (creio que
em Lisboa porque eles vivem lá) e agora olhamos para ti e nem pareces a mesma
pessoa”. È verdade. Eu também o sinto. Eu também me sinto a cada dia melhor.
Graças a Deus.
Pois
este que vos escreve, a ti em particular, sabe o que te diz. Eu já fui o
segundo! Eu já fui o segundo do concelho. Por desconfiança e inveja, nunca mo
deixaram sentir. Mas fui. Já fui muito alto. Já tive um grande peso nos ombros.
E
é por isso que digo, de pulmão cheio e de peito aberto que:
nas eleições eu vou
votar no partido socialista, no Carlos Castelinho e na sua equipa.
10 comentários:
Até que a voz lhe doa - assim é o Pedro que conheci desde que fomos apresentados.
Eu também apoio o Prof. Carlos Castelinho - pela pessoa que é, pela inteligência que tem, pela moderação com que enfrenta os conflitos, pela luta que desenvolve pela igualdade e honestidade à sua volta!
Até que a voz lhe doa - assim é o Pedro que conheci desde que fomos apresentados.
Eu também apoio o Prof. Carlos Castelinho - pela pessoa que é, pela inteligência que tem, pela moderação com que enfrenta os conflitos, pela luta que desenvolve pela igualdade e honestidade à sua volta!
Tomem lá flores!
Tomem lá flores vermelhas! Cravos de Abril!
Porque a vida é dos que dão a cara, dos que pensam, dos que dizem ,dos que assumem.
Para o bem e para o mal, todos os dias! Para os dias de derrota e para as vitórias!
Todos os dias de peito aberto e com a verdade do seu lado!
Sou suspeita a falar.Porquê? porque já conhecia muito antes de ti as pessoas por quem alinhaste e deste a cara, o trabalho e o esforço, numa altura em que a tua familia estava a desabrochar e a Leonor quase a nascer. Também eu fui usada, também eu usei a sinceridade e descobri os meandros dos que usam todos os meios para atingir os fins. Doeu. Doeu por ti, doeu por mim porque como tua mãe, deveria saber e prevenir-te. Mas não o fiz. Talvez porque estava hospitalizada, talvez porque pensei que a decisão era tua, ou até porque não devia por os meus medos na tua vida jovem crente nas pessoas. Não estavas habituado a falsidades. Não tinhas essas vivências. O presidente Bugalho tinha conhecido o teu pai em C.Branco e havia um elo comum de ligação.A vida é isto... é a descoberto diária. Uma coisa é certa sei que te deitas com a consciência tranquila. Hoje e todos os dias. Sei que és um HOMEM bom, e orgulho-me disso. Orgulho-me por saberes enfrentar as verdades e dar a cara.Por isso dou Graças a Deus. Por ser como és. Até por teres originado invejas... O futuro é o futuro e a vida dá muitas voltas. Mas que tens amigos de verdade não o duvido e são esses que são o meu ponto de agradecimento. Por estarem presentes. Sempre.Sim. Voto Carlos Castelinho.Sim voto PS na Junta. Sim era filiada no PSD e até pertenci a uma lista na autarquia da Beirã. Sim não me revejo nesta conjuntura de faz-de-conta e de intereses á custa do que custar. Sim... Como alguém me disse um dia " ninguém é insubstituível". Só que há muitas formas de o deixar de ser e os pobres de espirito não chegam lá.Estou contigo por tudo isto e porque sim.Porque me apetece, porque já tenho quase 63 anos, vivi muito e graças a Deus tenho raciocionio.Também não sou esperta,nem muito inteligente,mas acima de tudo perspicaz. O que se leva daqui, deste patamar da vida é o saber e sentir. O que fica com exemplo. O resto? é ficção.Apoio-te. Então não?!
Por lapso não conclui, quando referi que a Leonor estava quase a nascer, foi no momento em que te entranhaste na politica,e fizeste campanha que não a tua. A tua foi mais tarde, quatro anos depois.
muito bem escrito Pedro, faço minhas as tuas palavras, o Carlos poede ser um excelente Presidente, já é hora
Nao conheço o Carlos Castelinho, nem na minha vida ouví falar dele, mas digo-te uma coisa, acredito em tí e o que tu falas é sempre certo porque sai do teu grande coraçao.
Ë pena ter saido tao desencantado da política porque serás tao bom para os teus que pudesses voltar!!!.
Nao posso votar em Marvao, mais todo o meu apoio para o Carlos, de quem espero e desejo com todas a minhas forças leve no seu programa eleitoral a potenciaçao e uniao incondicional com o meu povo : Valencia de Alcántara. Precissamos tanto uns dos outros... só juntos podemos caminhar e conseguir um melhor futuro.
Beijos, que às veces te mando por pessoas da tua terra que me encontro no caminho.
E lamentável estes discursos nunca devemos cuspir no prato que já comemos.
Olá vizinho Pedro,
Eu sou uma das pessoas que se desiludiu com os resultados da campanha, campanha essa que acompanhei de perto, e quantas vezes já perguntei a mim mesmo: para quê?
lembro-me de nos teremos encontrado uns meses depois de eu ter mudado para Castelo Branco e de te ter dito que tinha mudado também a minha residência para lá, lembro-me da tua cara de espanto na altura. pois é eu fui obrigado, tal como tantos no nosso concelho a migrar para outras paragens por falta de emprego. e das poucas vezes que voltei ai senti que foi a melhor solução. hoje estou longe, não votarei no meu concelho mas também não irei votar em castelo branco, uma vez que estou longe... mas uma coisa digo , se votasse em Marvão pela primeira vez em toda a minha vida votaria partido socialista .
Olá vizinho Pedro,
Eu sou uma das pessoas que se desiludiu com os resultados da campanha, campanha essa que acompanhei de perto, e quantas vezes já perguntei a mim mesmo: para quê?
lembro-me de nos teremos encontrado uns meses depois de eu ter mudado para Castelo Branco e de te ter dito que tinha mudado também a minha residência para lá, lembro-me da tua cara de espanto na altura. pois é eu fui obrigado, tal como tantos no nosso concelho a migrar para outras paragens por falta de emprego. e das poucas vezes que voltei ai senti que foi a melhor solução. hoje estou longe, não votarei no meu concelho mas também não irei votar em castelo branco, uma vez que estou longe... mas uma coisa digo , se votasse em Marvão pela primeira vez em toda a minha vida votaria partido socialista .
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